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Hipodermóclise e terapia subcutânea 1 Hipodermóclise e terapia subcutânea Introdução HIPODERMÓCLISE HDC → infusão contínua de fluidos no tecido subcutâneo com o objetivo de reposição hidroeletrolítica e/ou terapia medicamentosa. MECANISMO → administração lenta de soluções no espaço subcutâneo, sendo o fluido transferido para a circulação sanguínea por ação combinada entre difusão de fluidos e perfusão tecidual. Anatomia da pele A hipoderme ou tecido subcutâneo, por ser dotado de capilares, torna-se uma via favorável à administração de fluidos e/ou medicamentos. Breve histórico 1o relato em meados de 1912, utilizados frequentemente em crianças e RN; Na década de 40 e 50, com os relatos de iatrogenias relacionadas a qualidade de punções e das soluções administrada como por ex: soluções hipertônicas e medicações vesicantes, caiu em desuso; Por volta de 1980, a HDC retornou à prática clínica, através de estudos publicados, reforçando seu uso em pacientes idosos e cuidados paliativos CP; Desde então, esta prática vem sendo estudada e utilizada mais difusamente pela geriatria e oncologistas devido às características globais de seus pacientes; 2009 → regulamentação HDC pelo COREN SP. Indicações ALTERAÇÕES GASTROINTESTINAIS E IMPOSSIBILIDADE DE INGESTA ORAL; ALTERAÇÃO DO NÍVEL DE CONSCIÊNCIA; IMPOSSIBILIDADE DE ACESSO VENOSO; ASSISTÊNCIA DOMICILIAR. Alterações GI e impossibilidade de ingesta oral Disfagia grave e odinofagia, lesões na cavidade oral, náuseas, vômitos persistentes e intratáveis, fístula traqueobrônquica e broncoesofágica, oclusão intestinal, intolerância gástrica e má absorção do TGI (ileostomia). Alteração do nível de consciência Sonolência, diminuição do nível de consciência, AVC, estado confusional e coma. Impossibilidade de acesso venoso Veias finas e frágeis, flebites, trombose venosa e sinais flogísticos, conforto do paciente, ausência de cateter implantável (port-a-cath → implantado cirurgicamente em uma veia profunda para acesso). Assistência domiciliar Home care, SAD (serviço de atendimento domiciliar), familiares e cuidadores treinados, conforto do paciente e idosos. Contra-indicações RECUSA DO PACIENTE; Hipodermóclise e terapia subcutânea 2 COMORBIDADES → ICC grave, Síndrome da Veia Cava Superior (pode pegar em outros locais), cirurgias no local da punção, áreas irradiadas, ascite, lesões de pele; obs.: via subcutânea tem pouca absorção em pacientes com edema. DISTÚRBIOS DA COAGULAÇÃO → trombocitopenia grave, hemorragias e hematomas; EDEMA → anasarca grave, edema local, hipoalbuminemia grave 1; EMERGÊNCIAS → não serve em hipotensão, administração rápida - desidratação grave; PROXIMIDADE DE ARTICULAÇÕES E PROEMINÊNCIAS ÓSSEAS. Farmacocinética Via subcutânea tem administração lenta e mais duradouro do que intravenosa e intramuscular. INDICAÇÃO → analgesia. Vantagens Adm. parenteral Procedimento simples e menor tempo de execução Custo reduzido Uso domiciliar Seguro, eficaz e confortável Menor necessidade de observação e risco mínimo de complicações sistêmicas Desvantagens Infusão lenta Volume reduzido Baixa velocidade de absorção Ajuste da dose Número limitado de fluidos Edema local (mas pode ser útil em pacientes psiquiátricos e agitados). Observações Recomenda-se até 3000ml em 24h (infusões contínuas e divididos em 2 sítios de punção) e em pacientes com câmara adiposa diminuída podem ter volume limitado de 2000ml em 24h 1000ml por sítio). Deve-se, portanto, manter fluxo de 60ml/h ou 125 ml/h dependendo das condições clínicas e necessidade do paciente. Para evitar queixas de dor e edema no local da punção, é necessário que a velocidade de infusão seja de 1ml ou 20gts/min e 2ml ou 40gts/min. Soluções de hidratação RECOMENDADAS: SOLUÇÕES → SF 0,9%, SGF e SG 5%; ELETRÓLITOS → cloreto de potássio, cloreto de sódio, porém devem sempre ser diluídos SF 0,9% ou SG5% NÃO inferiores a 100ml. Hipodermóclise e terapia subcutânea 3 Medicamentos Hipodermóclise e terapia subcutânea 4 Medicamentos não recomendados Os medicamentos que têm baixa solubilidade em água, como soluções de características oleosas, não apresentam segurança para utilização SC, em função do dano que causam no tecido. ex.: diazepam, diclofenaco e fenitoína. Soluções com extremos de pH 2 ou 11 apresentam risco aumentado de precipitação ou irritação local. Soluções com teor de superior a 5%, soluções com teor de potássio superior a 20mmol/l 8ml/l de KCl 19,1%, soluções coloidais, sangue e NPT NÃO podem ser administrados por via SC. Compatibilidade medicamentosa Hipodermóclise e terapia subcutânea 5 Como utilizar os medicamentos DILUIÇÃO: Medicamento na forma líquida; Diluir em água destilada. VOLUME (BOLLUS): 2ml 11 Técnica de punção Executores Médico; Enfermeiro; Técnico de enfermagem. obs.: Lei nº 7498, de 25 de junho 1986, que dispões da regulamentação do exercício da enfermagem refere no “Art. 12 – O téc. de enfermagem exerce atividade de nível médio, envolvendo orientação e acompanhamento do trabalho de enfermagem em grau auxiliar, e participação no planejamento da assistência em enfermagem...” A HDC por ser um procedimento de menor complexidade portanto, pode ser delegado ao técnico de enfermagem desde que adequadamente capacitado, treinado e supervisionado para tal função. Dispositivos CATETER AGULHADO → scalp, nos calibres de 25 e 27 que podem permanecer por 5 dias; CATETER NÃO AGULHADO → abbocath, nos calibres 22 e 24 que podem permanecer acima de 11 dias; ÍNTIMA → cateter não agulhado semelhante ao scalp. Locais de punção No sentido da drenagem linfática. Hipodermóclise e terapia subcutânea 6 Execução da técnica Reunir todo o material; Ângulo de 45o e 30o para pacientes emagrecidos; Antissepsia com álcool 70%; Luva de procedimento; Bisel voltado para cima, prega cutânea; Preencher circuito (scalp) com solução 0,5ml; Aspirar descartando refluxo sanguíneo; Realizar soroma 2ml; Filme transparente para fixar. Cateter agulhado Cateter não agulhado Hipodermóclise e terapia subcutânea 7 Recomendações Monitorar → sinais flogísticos podem aparecer nas primeiras 4hs; Retirar e trocar sítio → se for no local e presença de sinais flogísticos; Realizar rodízio de punções respeitando a distância de 5cm um do outro; Complicações tardias → endurecimento, hematoma, necrose tecidual; Suspender infusão → sinais de infecção (febre, calafrio e persistência de dor). Tais eventos minimamente acontecem. Complicações - conduta