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Clindamicina: um antibiótico inibidor de síntese proteica


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HELOÁ SANTOS – MED99 
FARMACOLOGIA – P1. 
Lincosamidas 
→ Inibidor de síntese proteica; 
→ Clindamicina – antibiótico sintético derivado de aminoácido ácido trans-L-4-n-propiligrínico; 
→ Faz parte dos anaerobicidas – faz parte do grupo de antibióticos muito potentes para tratar 
anaeróbios, juntamente com metronidazol e clorafenicol. 
Mecanismo de ação: 
→ Bacteriostático – inibidor de síntese proteica; 
→ Liga-se à unidade 50S do Ribossomo suprimindo a síntese proteica; 
→ Mecanismo de ação semelhante aos macrolídeos. 
 
Mecanismo de resistência: 
→ Modificação dos Ribossomos (metilases) – modificação do sítio de ação por mutação, levando a 
produção de enzimas denominadas de metilases, sendo essas capazes de modificar o ribossomo, 
reduzindo a afinidade da Clindamicina ao ribossomo, não se ligando no sitio de ação. 
→ São menos susceptíveis a bombas de efluxo do que os macrolídeos. 
Espectro de ação: 
 
Espectro de ação bem restrito. Basicamente só serve para MSSA e estreptococos, ou seja, gram+, 
exceto MRSA. 
Não tem nenhum espectro adequado para gram negativo, a não ser que a bactéria seja anaeróbia. 
Macrolídeos e Lincosamida – Clindamicina: impedem que o aminoácido 
seguinte seja incorporado ao peptídeo, não formando a proteína da 
bactéria. 
Clorafenicol (anaerobicina de uso restrito, pois tem risco de aplasia de 
medula). 
 
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HELOÁ SANTOS – MED99 
FARMACOLOGIA – P1. 
→ Gram +; 
→ Estreptococos (pneumoniae, viridans e pyogenes – beta-hemolítico do grupo A); 
→ Estafilo sensível a meticilina; 
→ Muito ativos contra anaeróbios incluindo B. fragilis; 
→ Enterococos (gram +) não são sensíveis. Trata com glicosídeos (vanco) e aminoglicosídeos. Vanco 
+ genta ou amicacina. 
→ Segunda linha para pneumocistose e toxoplasmose. 
 
 
 
Farmacocinética: 
→ Absorção oral quase completa; 
→ VO, IM e IV e tópica (em gel – tratamento de acne); 
→ Não atinge boa concentração no liquórica, ou seja, não pode ser utilizada para tratar meningite 
e encefalite; 
→ Acumula bem em abscessos por conta de pH ácido e anaerobiose; 
→ É metabolizada no fígado; 
→ Excretada apenas 10% inalterada na urina e o restante é excretado como metabólico inativo. 
Clindamicina não pode ser utilizada em infecções urinárias, além de em grande maioria, essas 
infecções são por gram negativos e esse antibiótico não tem espectro para esse grupo. 
Indicações: 
→ Infecções cutâneas, tecidos moles e seus anexos– estrepto e estafilo; 
Indivíduos com alergia à beta-lactâmicos, não podendo utilizar uma cefalosporina de 1ª geração 
para tratar celulite e piodermite, e com isso, usa-se clindamicina como alternativa; 
→ Acne; 
→ Abscesso pulmonar; 
→ Pneumonia (pneumococo) e Infecções pleurais (geralmente tem pus, o empiema pleural); 
→ Alternativa a beta-lactâmicos – IVAs: amigdalite, sinusite, otite por gram +; 
→ Pneumocistose e toxoplasmose (2ª opção); 
→ Anaeróbios (Em combinação): esquema de 2 antibióticos (meropenem ou ceftriaxone + clinda) 
ou de 3 antibióticos (ampicilina + gentamicina ou ciprofloxacino + clinda) – cobrir gram +, gram – 
e anaeróbios. 
→ Abscessos – grande indicação; 
→ Babesioses – doença de cachorro. 
 
 
 
 
 
 
Sulfas são primeira opção de tratamento de pneumocistose e toxoplasmose. Algumas pessoas tem alergia à sulfa ou 
deficiência de G-6-PD, faz hemólise quando toma sulfa. Ou seja, nessas pessoas que não podem utilizar sulfas, o 
tratamento é com CLINDAMICINA – lincosamida. 
Em situações de anaeróbio, empiema pleural e abscesso, sempre se faz associação. Pois o 
abscesso, normalmente, tem uma flora mista, polimicrobiano e, por isso, é feito um esquema 
de múltiplos antibióticos. 
Gram + (vanco, ampicilina, cefalosporina (ceftriaxone) + anaeróbio (clinda ou metronidazol) + 
gram – (quinolona, ceftriaxone, aminoglicosídeo (gentamicina), carbapenêmico = esquema para 
tratar abscesso polimicrobiano. 
 
 
 
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HELOÁ SANTOS – MED99 
FARMACOLOGIA – P1. 
 
 
 
 
 
 
 
Efeitos adversos: 
→ Diarréia; 
→ Colite pseudomembranosa – proliferação de anaeróbio gram +, o Clostridium difficile, por 
diminuição das bactérias gram negativas gastrointestinais. 
 Sua proliferação leva a formação de pseudomembranas, impedindo a absorção de água, 
levando a uma grande diarreia disabsortiva; 
 Tratamento: vanco oral + metronidazol IV; 
 Clindamicina não tem bom espectro contra C. diffcile. Ela acaba matando outros anaeróbios 
do cólon, fazendo com que o Clostridium difficile prolifere muito mais, formando as 
pseudomembranas. 
→ Exantema cutâneo – alergia; 
→ Potencializa bloqueadores neuromusculares: paciente fez um abscesso pulmonar que evoluiu 
para sepse, insuficiência respiratória e precisou ser entubado. Tratamento: vanco (gram+) + 
meropenem (gram -) + clinda (anaeróbio). Esse paciente não consegue sair da ventilação 
mecânica, não consegue retomar a força muscular pois a clinda pode potencializar os 
bloqueadores neuromusculares, os agentes curarizantes – bloqueador de acetilcolina na placa 
motora, como rocurônio e pancurônio. 
 
Abscesso pulmonar – imagem ao lado. 
O ambiente do abscesso tem pus, sendo um ambiente ácido e 
com ausência de O2. Além disso, quando forma-se abscessos, 
principalmente, bacterianos dentro de cavidades (tórax, 
abdome), precisa-se associar ao esquema antibiótico um 
anaerobicida, podendo ser a Clindamicina. 
Resumindo: infecções por anaeróbios do diafragma para cima, 
normalmente prefere-se utilizar clindamicina. Já em infecções 
do diafragma para baixo, abdome e pelve, prefere-se utilizar 
metronidazol.

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