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Microrganismos potencialmente patogênicos ao trato respiratório superior e inferior 1 Microrganismos potencialmente patogênicos ao trato respiratório superior e inferior Sistema repsiratório AR → contato com patógenos infectantes, alérgenos e poluentes. Manter o equilíbrio é essencial para evitar doenças pulmonares como Lesão Pulmonar Aguda LPA ou Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica DPOC → desregulação imunológica → imunopatologia (envolve a destruição do parênquima pulmonar e os alvéolos devido ao recrutamento e ativação de neutrófilos). CARACTERIZADAS POR → inflamação aguda → fase fibroproliferativa. REDE IMUNE → estes incluem o tecido linfoide associado nasal (NALT) e tecido linfoide associado a brônquios (BALT). Tecidos mucosos especializados, que contém estruturas linfoides altamente organizadas (tonsilas palatina, tubária e lingual e adenoides → anel de Waldeyer). Trato respiratório como barreia imunológica Vias aéreas superiores CÉLULAS NEUROENDÓCRINAS → detectam alterações nos níveis de oxigênio e respondem liberando hormônios como a serotonina, respondem à lesão pulmonar e podem estimular o reparo tecidual. CAMADA BASAL E CÉLULAS INDIFERENCIADAS → reabastecem e reparam a camada epitelial 3050 dias). CÉLULAS CALICIFORMES → síntese e secreção de muco (mucina, peptídeos antimicrobianos, defensinas e IgA no trato superior → depuração mucociliar; estimulada por estresse oxidativo, citocinas pór-inflamatórias, produtos microbianos e vários irritantes ambientais) e secreção de substância surfactante no trato inferior. MUCINAS → depuração mucociliar. DEFENSINAS → elimianam microrganismos fagocitados (atividade lingando-se à membrana da superfície polianiônica das bactérias, via LPS ou ácido teitoico). LISOZIMA → hidrólise de peptideoglicano e lise celular. LACTOFERRINA → antimicrobiana contra bactérias dependentes de ferro e modulador imune, polarizando respostas para um fenótipo Th1, através do seu reconhecimento por receptores em DCs e macrófagos. Tecido linfoide especializado TONSILA TUBÁRIA → maior concentração de linfócitos B produtores de anticorpos; nas cristas tubulares, fornecem contato direto dos linfócitos com antígenos, o que promove a estimulação de linfócitos T e B e produção de IgA; NALT → trato respiratório superior; linfócitos B e T reagem à passagem do ar neste tecido; produção de IgA e ativação do padrão de linfócitos T Th0, Th1, Th2 ou Th17; BALT → trato respiratório superior e inferior; nos brônquios e bronquíolos, há maior concentração de macrófagos e neutrófilos; linfócitos B e T reagem à passagem do ar neste tecido; produção de IgA e ativação do padrão de linfócitos T. Células do trato respiratório inferior SUBSTÂNCIA SURFACTANTE → antimicrobianas; diminuem a tensão entre ar-líquido; imunomodulação - reconhecem PAMPs e TLRs. Há um equilíbrio entre imunossupressão e ativação imunológica (fagocitose vs IL10 e TGF-beta). Macrófagos alveolares Sem microrganismos, macrófagos alveolares secretam IL10 e TGF-beta para imunoregulaçao e manutenção da homeostasia. Na presença antígenos, células epiteliais começam a secretar IL1, IFN-alfa e IL8, que ativam células do sistema imune NK e neutrófilos) e a resposta imune. Ademais, macrófagos ativados secretam IL12, TNF, IFN-gama, IL8 que também ativam tais células. Microrganismos potencialmente patogênicos ao trato respiratório superior e inferior 2 Microbiota natural Residentes do trato respiratório superior 50% dos indivíduos saudáveis/normais): Streptococcus pyogenes Streptococcus pneumoniae Streptococcus viridans Moraxella catarrhalis Corynebacterium spp. (difteróides) Staphylococcus coagulase negativo SCN Bacteriódes spp. Residentes ocasionais 10% dos indivíduos saudáveis/normais): Streptococcus pyogenes Streptococcus pneumoniae Neisseria meningitidis Haemophilus spp. Staphylococcus aureus MRSA Residentes incomuns 1% dos indivíduos saudáveis/normais): Corynebacterium diphtheriae Escherichia coli Klebsiella pneumoniae Psudomonas aeruginosa Staphylococcus Os estafilococos são cocos gram positivos, catalase +, resistentes a variações ambientais. Ocorrem em uva como clusters. Não fazem esporos, imóveis, bactérias aeróbias facultativas. PRINCIPAIS ESPÉCIES: S. aureus → coagulase +; microbiota normal da pele; endocardites, infecções na pele, carbúnculos, síndrome da pele escaldada, síndrome do choque tóxico; S. epidermidis → coagulase -; sem resistência à novabiocina; microbiota normal da pele; abcessos subcutâneos; S. saprophyticus → coagulase -; com resistência à novabiocina; infecções urinárias. Podem migrar para o trato respiratório inferior, formando abcessos estafilócocico no pulmão com infiltrado neutrofílico e destruição alveolar. Microrganismos potencialmente patogênicos ao trato respiratório superior e inferior 3 Podem causar necrose tecidual, extenso processo inflamatório dérmico, vasculite neutrofílica e edema dérmico. Streptococcus Cocos gram positivos, em cadeira, catalase -. São nutricionalmente exigentes (ágar-sangue e caldo nutriente com glicose). Anaeróbicos facultativos. Ocorrem em pares ou cadeias. Microbiota normal (vias aéreas superiores, boca e trato intestinal). Grupo heterogêneo AH e KV. PRINCIPAIS ESPÉCIES: S. pyogenes → faringite, febre reumática, glomerulonefrite S. agalactiae → sepse neonatal e meningite Enterococcus faecalis → infecções no trato urinário, abcessos abdominais e diarreia S. viridans → cáries dentárias, endocardites, abcessos S. pneumoniae → endocardites, pneumonia e meningite S. pneumoniae Conhecido como pneumococo, é uma espécie constituída por cocos gram-positivos que se dispõe aos pares ou em cadeias curtas. São anaeróbios facultativos. São residentes do trato respiratório superior. PODEM CAUSAR → sinusite, otite, pneumonia, bronquite (infecções no trato respiratório superior e inferior), meningite e bacteremia. FATORES DE VIRULÊNCIA → encapsulado, hialuronidases, IgA proteases, pilus. Microrganismos potencialmente patogênicos ao trato respiratório superior e inferior 4 S. pyogenes Principal representante dos Streptococcus beta- hemolíticos do grupo A. Alto poder de adaptação ao hospedeiro humano. FATORES DE VIRULÊNCIA → beta-hemolítico, pilus, encapsulados, liberam estreptoquinases (quebram material genético das nossas células), exotoxinas, hialuronidases. PODEM CAUSAR → faringites, amidalites TRS, erisipela, fascite necrotizante, sequelas pós-infecção (glomerulonefrites e febre reumática). Micobatérias Mycobacterium tuberculosis Bacilo de Kock. Envoltório resistente. Divisão a cada 1220h. Inalação de partículas de aerossol contaminadas com bacilo provenientes da fala, do espirro e principalmente da tosse de indivíduos bacilíferos. Infectocontagiosa → TRI. TUBERCULOSE TB → transmissão por via respiratória. Relacionada com aglomerados humanos, pobreza (desnutrição), HIV/AIDS HIV ataca linfócitos e facilita a proliferação da TB. DETERMINANTES DA INFECÇÃO: Estado imunológico; Carga bacilífera do inóculo; Ambiente. O não tratamento da TB pode levar o indivíduo a óbito e desencadear multirresistência (pelo menos, à isoniazida e rifampicina). Manifestações clínicas Microrganismos potencialmente patogênicos ao trato respiratório superior e inferior 5 TUBERCULOSE PULMONAR PRIMÁRIA → presença de bacilos, ativação de macrófagos, fagocitose. Dentro do macrófago, a bactéria não é fagocitada e gera bacteremia com disseminação de locais múltiplos. PADRÃO DE RESPOSTA TH1 → predominante, com ativação de macrófagos e neutrófilos; microrganismo infecta indivíduo, escapa às defesas do NALT e BALT chega aos alvéolos; para conter bacilos, há uma migração de linfócitos (cordão de linfócitos), células epiteliais e CD, formando um granuloma (hiperssensibilidade) - se combater a infecção, local de granuloma é substituído por fibroblastos e colágeno - perda de função do tecido. TUBERCULOSE MILIAR DISSEMINADA → bacilo destrói o tecido pulmonar, formandoabcessos, onde penetra e pode atingir corrente sanguínea; por disseminação hematogênica, infecta outros órgãos, como fígado, baço, rins. TUBERCULOSE PULMONAR PÓSPRIMÁRIA → forma crônica (reativação ou reinfecção); oligossintomáticos, tosse crônica 3 semanas), perda de peso, febre vespertina, sudorese noturna. Mais comum em adultos jovens e adultos; não é autolimitada - progressão lenta para fibrose das lesões cavitárias. Fisiopatologia da TB Granuloma, à esquerda, e resolução da infecção (substituição por fibroblastos e colágeno - perda de função do tecido), à direita. Abcessos, muco, infiltrado leucocitário Microrganismos potencialmente patogênicos ao trato respiratório superior e inferior 6 Inalação da micobactéria pelo organismo (primo-infecção) → resposta imunológica do organismo (mediada por linfócito T CD4, que secretam IFN-gama) → macrófagos alveolares com resposta celular → linfócitos T CD8 lisam os macrófagos infectados → nódulo tuberculoso primário (nódulo de Ghon) regride e calcifica. Contenção do bacilo = infecção latente da TB (reativação) OU TB ativa bacilífera, com disseminação do bacilo → via hematogênica e linfática → TB EXTRAPULMONAR. Diagnóstico Suspeita clínica → sintomático respiratório: indivíduo com tosse de duração ≥ 3 semanas. CONFIRMAÇÃO → demonstração da presença do BK no organismo: Baciloscopia BARR (bacilo álcool ácido resistentes) → baciloscopia de escarro: 2 amostras - 1 no momento da consulta e 1 na manha seguinte; exame de escolha para avaliação de resposta terapêutica em bacilíferos. Coloração BARR/Ziehl-neelsen → coleta, fixação do esfregaço, fucsina (fica rosa), álcool-acetona, azul de metileno → BAAR fica com a cor da fucsina, devido ao ácido micólico. Cultura → alta sensibilidade e especificidade; permite avaliar a sensibilidade a antimicrobianos; pode demorar de 18 semanas para o resultado. Teste rápido molecular → método de escolha para a pesquisa de BK; utiliza uma única amostra de escarro e técnica PCR; alta sensibilidade e especificidade com resultado rápido; Prova derivado tuberculínico PPD → inoculação do derivado proteico do M. tuberculosis; surgimento de um "alo" como resposta imunológica → mediada por linfócitos T surgimento de um nódulo dérmico, 2 ou 3 dias após a inoculação; Enduramento > 5mm = resultado positivo; Falsos positivos = presença de micobactérias não tuberculosas (M. bovis) - reação cruzada por vacinação prévia com BCG; Falsos negativos = aplicação incorreta do antígeno; imunossupressão (adquirida - HIV, medicamentosa) → anergia cutânea - baixa contagem de linfócitos T CD4. EXAMES COMPLEMENTARES → radiografia de tórax, TC tórax, broncoscopia, sorologia para HIV. Tratamento Diretamente Observado (TDO) 24 doses supervisionadas na fase intensiva e 48 doses supervisionadas na fase de manutenção. Esquema básico para TB sensível/tuberculose latente. Mycobacterium leprae Infecção de nervos periféricos. Provoca destruição das bainhas de mielina (células de Schwann), com diminuição da sensibilidade da área que o nervo inerva. Microrganismos potencialmente patogênicos ao trato respiratório superior e inferior 7 Esquema de Ridley-Jopling → manifestação da lepra/hanseníase. TL = lepra tuberculoide; paucibacilar; maior resposta celular (padrão de resposta TH1 - IL2, IFN-gama) e menor imunidade humoral; células de defesa eliminam bacilo e poucas lesões cutâneas disseminadas. LL = lepra lepromatosa; multibacilar; maior resposta humoral (padrão de resposta TH2 - IL4, IL5, IL10 e pouca imunidade celular; bacilo é intracelular e anticorpos não conseguem combater; grande disseminação, com muitas lesões cutâneas e disseminadas. BT, BB e BL = variantes chamadas de borderline. Microrganismos potencialmente patogênicos ao trato respiratório superior e inferior 8 Gênero: Neisserias Diplococos gram-negativos mais achatadas nas laterais, oxidase positivas e catalase positivas (exceto N. elongata) 2 PATÓGENOS HUMANOS: N. meningitidis N. gonorrhoeae N. meningitidis Meningococo. Causa, principalmente, meningite e menongococemia. Patogênese Colonização das mucosas das vias respiratórias superiores. Indivíduo portador assintomático. A transmissão ocorre por gotículas respiratórias e secreções. FATORES DE VIRULÊNCIA → adesinas, secreção de IgA protease, cápsula (resistência antifagocitária). MENINGITE 45% dos casos) → febre, dor de cabeça, rigidez de nuca e pescoço, normalmente acompanhados de náuseas, vômitos, fotofobia. MENINGOCOCEMIA → manifestação mais grave da bacteremia, inclui febre, erupção petequial ou purpúrica → hipotensão, hemorragia suprarrenal aguda, insuficiência de vários órgãos → choque e morte. N. gonorrhoeae Gonococo. Causa gonorreia e também a conjuntivite neonatal (oftalmia neonatal) e doença inflamatória pélvica. Patogênese Contato sexual - infecção do trato urogenital. Aderência → aderência íntima → endocitose do gonococo →a tinge a camada subepitelial onde é capturada por fagócitos → desencadeando a inflamação e migração leucocitária → descamação do epitélio, formação de microabcessos e exsudato. No homem, causa uretritre (processo inflamatório agudo e piogênico). Na mulher, cervicite. No recém-nascido, oftalmia neonatal. Moraxella catarrhalis Microrganismos potencialmente patogênicos ao trato respiratório superior e inferior 9 Cocobacilos ou cocos gram negativos aeróbios estritos. Associada a processos infecciosos agudos localizados ou sistêmicos. Patógeno oportunista (ambiente hospitalar; idosos e crianças). Agente frequente da otite média e sinusite (cerca de 1015% dessas infecções), podendo também causar broncopneumonia, pneumonia, endocardite e meningite. Patogênese semelhante à N. meningitidis. FATORES DE VIRULÊNCIA → lipases, IgA proteases, sideróforos. Haemophylus influenzae Cocobacilo ou bacilo curto, Gram-negativos → trato respiratório inferior. Apresenta cápsula polissacarídica 6 diferentes sorotipos AF. 95% dos casos de doença invasiva são do sorotipo B. Normalmente, colonizam as vias respiratórias superiores de crianças e adultos e raramente causam doença → imunossupressão → pode disseminar pela corrente sanguínea. ESPÉCIES → H. influenzae, H. haemolyticus, H ducreyi, H. paraphrophilus, H. parainfluenzae, H. parahaemolyticus, H. pittmaniae. Corynebacterium diphtheriae Bastoneses gram positivos irregulares, crescimento aeróbico ou anaeróbio facultativo, imóveis, não formadores de esporos e Catalase positivos; TRS. DIFTERIA → Corynebacterium diphtheriae → inicia com dor de garganta e febre, seguidas de indisposição e edema do pescoço. C. ulcerans e C. pseudotuberculosis também podem causar doenças. Transmissão pelo ar e é muito resistente ao ressecamento. Forma uma membrana cinzenta rígida que contém fibrina, tecido necrótico e células bacterianas que podem bloquear completamente a passagem de ar para os pulmões. Produz um exsudato escurecido nas amígdalas, eritema e inflamação local grave → evolução para Insuficiência Renal Aguda e Insuficiência Cardíaca. A introdução da vacina tríplice DTP (difteria, tétano e coqueluche) levou a uma diminuição dos casos. Bordetella pertussis COQUELUCHE (tosse comprida) → Bordetella pertussis (cocobacilo gram-negativo). Fixam-se nas células ciliadas da traqueia (impedindo sua ação e então progressivamente destruindo-as) e impede o movimento do muco → TRI. Produz Microrganismos potencialmente patogênicos ao trato respiratório superior e inferior 10 várias toxinas que gera lesão às células ciliadas, e a toxina pertussis entra na corrente sanguínea e está associada aos sintomas sistêmicos da doença. Período de incubação → 712 dias. Produção de muco = cultura e PCR positivas (transmissão ativa). A introdução da vacina tríplice DTP (difteria, tétano e coqueluche) levou a uma diminuição dos casos. FATORES DE VIRULÊNCIA → adesão, fixação e invasão do epitélio; Fatores determinantes no proesso saúde-doença
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