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Presença de E. histolytica no organismo de qualquer hospedeiro vertebrado, com ou sem manifestações clínicas (WHO, 1997). IMPORTÂNCIA EM SAÚDE PÚBLICA - Distribuição geográfica de amplitude mundial; - Estimativa de 500 milhões de pessoas infectadas → 40 a 50 milhões → 40 a 110 mil mortes ao ano (Nath et al., 2015); - Segunda causa de morte entre as doenças parasitárias, inferior somente à malária; - Gravidade de algumas formas clínicas; - Prevalência variável - método de diagnóstico, população estudada, nível socioeconômico; - Problema de cunho social - ausência de saneamento básico e educação em saúde; - Dificuldade em relação ao diagnóstico e controle. CICLO EVOLUTIVO - E. histolytica - Infecção por um cisto maduro - água e alimentos contaminados - recebe a ação do suco gástrico no estômago e se rompem no intestino delgado; - Migra para o intestino grosso (formas trofozoíticas) - reprodução e alimentação; - Após um determinado tempo, os trofozoítos secretam substâncias e se tornam cistos novamente - os cistos, uma vez formados, são eliminados nas fezes; - Alguns fatores, mudam o metabolismo dos trofozoítos que secretam enzimas e destroem a parede do intestino - penetração do parasita → corrente circulatória → fígado → pulmão - destrói os tecidos. - Dentro do intestino: amebíase intestinal; - Fora do intestino: amebíase extraintestinal. CICLO EVOLUTIVO (1) Cistos e trofozoítos são passados para o solo e água (2) Cistos são ingeridos em alimentos ou água contaminados (3) A excistação ocorre no intestino delgado, liberando um único trofozoíto móvel que coloniza o intestino grosso (4) 90% dos pacientes são assintomáticos totalmente colonizados, mas ainda podem transmitir cistos infecciosos (5) Após a infecção gastrointestinal (geralmente assintomática), os trofozoítas podem invadir a corrente sanguínea, causando abscesos necróticos, particularmente do fígado CLASSIFICAÇÃO TAXONÔMICA - Reino: Protista - Sub-reino: Protozoa - Filo: Sarcomastigophora - Família: Entamoebidae - Gênero: Entamoeba - Espécie: E. histolytica, E. dispar, E. moshkovskii, E. bangladeshi. IMPORTÂNCIA EM SAÚDE PÚBLICA MORFOLOGIA - Cisto: forma de resistência; - Trofozoíto: responsável pela patogenicidade - Entamoeba que não possui cistos: E. gingivalis Entamoeba histolytica - Parasito estenoxeno; - Ciclo evolutivo monoxeno; - Forma trofozoíta: forma vegetativa, ativa de reprodução e responsável pela patogenicidade; - Forma cística: tentativa de perpetuação da espécie, forma eliminada do hospedeiro, forma de propagação e de resistência - HABITAT: FORMA TROFOZOÍTICA (1) CICLO APATOGÊNICO: luz do intestino grosso; (2) CICLO PATOGÊNICO: paredes intestinais - mucosa e submucosa do cedo, do reto, do sigmóide e raramente o delgado (íleo), o fígado, pulmões e a pleura, o cérebro e a pele. - LOCOMOÇÃO: tipo amebóide (emissão de pseudópodes); - ALIMENTAÇÃO: fagocitose, pinocitose e transporte através da membrana; - METABOLISMO: organismo anaeróbico-microaerófila, necessidade de carboidratos, lipídios, proteínas, ferro e ácidos nucleicos; - REPRODUÇÃO: divisão binária. TRANSMISSÃO Ingestão de cistos viáveis: - Mecanismo de transmissão direta: cistos nas fezes a boca; - Manipuladores de alimentos; - Contaminação ambiental; - Contaminação de água e alimentos com fezes humanas utilizadas como adubo; - Vetores mecânicos; - Contato sexual. PATOGENIA Amebíase é a infecção produzida por E. histolytica no organismo de qualquer hospedeiro vertebrado, com ou sem manifestações clínicas. - FATORES INERENTES AO PARASITO: (1) Virulência - perfil enzimático (2) Associação bacteriana (3) Adesão (4) Fagocitose (5) Efeito citopático - FATORES INERENTES AO HOSPEDEIRO: (1) Dieta (2) Imunidade (3) Idade (4) Hábitos sexuais FORMAS CLÍNICAS E SINTOMATOLOGIA - Formas assintomáticas; - Formas sintomáticas: amebíase intestinal (1) Colite não disentérica: forma mais comumente encontrada; crises diarreicas menor número; dejeções líquidas ou pastosas com muco e às vezes sangue; dores abdominais; obstipação intestinal intercalada. (2) Colite disentérica: disenteria (10 ou mais evacuações diárias, fezes mucosanguinolentas); flatulência; cólicas intestinais; tenesmo (sensação imperiosa de defecação em espasmos periódicos); febre. (3) Ameboma: reação granulomatosa (edema e estreitamento da luz intestinal); ceco, cólon, ascendente e sigmóide; único ou múltiplo; surtos esporádicos de diarréia, inapetência e perda de peso; diagnóstico diferencial (carcinoma de cólon e outras colopatias). (4) Complicações: perfuração intestinal - peritonite aguda; hemorragia; estenose intestinal; obstrução intestinal. - Amebíase extra-intestinal: (1) Hepática (2) Pulmonar (3) Cutânea (4) Outras localizações DIAGNÓSTICO - CLÍNICO: manifestações clínicas polimórficas e comuns; - LABORATORIAL: exame parasitológico de fezes; (1) Exame direto a fresco: fezes diarréicas; trofozoítos. (2) Métodos de concentração: MIFC, Ritchie (formol-éter) ou Faust; cistos; sensibilidade (80-90%), (3) Testes sorológicos: ELISA; hemaglutinação indireta (HAI); imunofluorescência indireta (IFI). (4) Exames inespecíficos: rectosigmoidoscopia; radiológicos; tomografia computadorizada; ultrassonografia; ressonância magnética. - Diferenciação entre E. histolytica e E. dispar (1) Cultivo e determinação do perfil isoenzimático: Eletroforese de enzimas (2) Teste imunológicos - pesquisa de coproantígenos de E. histolytica e E. dispar: ELISA (3) Testes moleculares: PCR EPIDEMIOLOGIA - Prevalência em locais com baixas condições sociais e sanitárias; - Idade de 20 a 60 anos; - Alimentação rica em colesterol e pobre em carboidratos e proteínas: maior gravidade; - GRUPOS DE RISCO: viajantes, imigrantes, trabalhadores em esgoto, imunocomprometidos, doentes mentais; - FONTE DE INFECÇÃO: portador assintomático; - Os cistos permanecem viáveis durante cerca de 20 dias (condições ideais de T e U). PROFILAXIA E CONTROLE - PROGRAMAS DE CONTROLE: (1) Inquéritos preliminares e sondagens periódicas (2) Tratamento dos casos assintomáticos (3) Formação de pessoas competentes para diagnosticar e orientar quanto às medidas de controle - EDUCAÇÃO SANITÁRIA: (1) Aconselhar quanto ao uso de unhas curtas (2) Combate às moscas e baratas (3) Orientar quanto ao destino correto dos livros (4) Orientar a lavagem correta das mãos com água e sabão - Saneamento ambiental: saneamento básico e tratamento de água. TRATAMENTO - Derivados nitroimidazólicos: metronidazol, tinidazol e secnidazol; - Tratamento complicado: efeitos colaterais dos medicamentos.
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