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AULA 5 - EPILEPSIA E CRISES EPILÉPTICAS

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NEUROLOGIA – AULA 5 
 
1 
EPILEPSIA E CRISES EPILÉPTICAS 
 
Definição: 
• Epilepsia → é uma doença crônica caracterizada por crises epiléticas recorrentes 
• Crises epilépticas → ocorrência transitória de sinais e/ou sintomas decorrentes de atividade neuronal anormal 
síncrona ou excessiva no cérebro. Os neurônios normais disparam potencias de ações únicos, já os neurônios 
epiléticos, ao invés de disparar um único potencial de ação, eles disparam vários ao mesmo tempo de uma forma 
síncrona, em surtos, em grupos e isso então vai exteriorizar as crises epilépticas 
 
Epidemiologia: 
• Acomete 50 mil pessoas no pessoas no mundo e a maioria estão em países em desenvolvimento 
• Incidência: 20 a 70/100.00/ano 
• Prevalência: 3,5 a 10,7/1000hab 
 
Fatores de risco: 
• Pode acometer qualquer faixa etária, com etiologias diferentes e possui dois picos de incidência: um na primeira 
infância e o outro nos idosos 
• Infância 
 Complicações obstétricas 
 Anormalidades pré ou perinatais 
 Hipóxia 
 Malformações do SNC 
 Doenças metabólicas 
 Causas genéticas 
• Adultos 
 Infecções do SNC → pós encefalite, meningoencefalite, neurocisticercose, neurotoxoplasmose 
 Traumatismos cranianos 
• Adultos/idosos 
 Neoplasias do SNC 
 Acidentes vasculares 
 Doenças degenerativas 
 
Fisiopatologia: 
• Temos uma balança no organismo, entre os neurotransmissores excitatórios (glutamato) e inibitórios (GABA) 
• O que acontece é um desequilíbrio nessa balança dos neurotransmissores 
• Excesso de excitação neuronal (glutamato) ou falta de inibição neuronal (GABA), com isso, o potencial de ação 
que é gerado é muito maior do que o normal e ele não é inibido 
 
Mecanismos básicos 
• Epileptogênse → é a transformação de neurônios normais em neurônios epilépticos que podem ser determinados 
geneticamente ou então adquiridos 
• Limiar convulsivante → pacientes epilépticos possuem limiar convulsivante diminuído, ou seja, possuem mais 
chances de fazerem crises epilépticas 
 
Crise epiléptica x Epilepsia: 
• Uma crise epiléptica é o evento 
• Epilepsia é a doença associada a crises que decorrem espontaneamente 
 A crise epiléptica que é gerada em um momento de fase aguda da meningoencefalite, de um trauma ou 
de uma instalação do AVC é chamada de crise epiléptica provocada → nesse caso não podemos 
considerar que seja Epilepsia 
 Crises espontâneas, não provocadas são consideradas Epilepsia 
 É uma doença encefálica definida por uma das condições seguintes: 
1. Pelo menos duas crises não provocadas (ou reflexas) ocorrendo em intervalos > de 24h 
NEUROLOGIA – AULA 5 
 
2 
2. Uma crise não provocada (ou reflexa) e uma probabilidade de crises subsequentes semelhantes ao 
risco geral de recorrência (pelo menos de 60%) → por exemplo, se ele tem uma alteração estrutural 
no exame imagem ou se tem uma alteração no eletroencefalograma característica, isso significa que 
ele tem uma chance de 60% a mais de ter uma outra crise 
 A partir de uma crise nessa circunstancia temos o aval de iniciar um tratamento para esse 
paciente, sem precisar esperar uma segunda crise 
3. Diagnostico de uma síndrome epiléptica → é um conjunto de sinais clínicos característicos, um 
eletroencefalograma característico, as vezes alteração genética característica, um tipo de crise 
específica, história familiar – isso tudo configura uma síndrome epiléptica 
 Epilepsia é considerada resolvida para indivíduos que tiveram uma síndrome epiléptica idade-
dependente mas agora passaram a idade vulnerável ou aqueles que permaneceram livres de crises por 
pelo menos 10 anos, sem medicações antiepilépticas pelos últimos 5 anos → ou seja, podemos 
considerar o paciente livre de epilepsia com essas características: pelo menos 10 anos sem crise 
epiléptica e nesses 10 anos, os últimos 5 sem medicação. Ou então, no caso da idade-dependente, por 
exemplo, Epilepsia Mioclonica Juvenil, vai acontecer ate uma certa idade e depois vai ficar livre 
 
Casos hipotéticos: 
Duas crises epilépticas 
• Uma mulher de 25 anos apresenta duas crises não provocadas com um ano intervalo entre ela 
• Comentário: Essa pessoa tem epilepsia, de acordo com definições antiga e nova 
 
AVE e Crise epiléptica 
• Um homem de 65 anos teve um AVE de artéria cerebral média esquerda 6 meses atrás e agora apresentou uma 
crise não provocada → crise circunstancial, ou seja não é espontânea 
• Comentário: Com uma crise com essa relação temporal com o AVE (ou infecção ou TCE) a literatura (Hesdorffer 
et al., 2009) sugere um maior risco (> 60%) de outra crise não provocada. Assim sendo, na nova (mas não na 
antiga) definição, esse homem teria epilepsia 
 
TCE e Crise epiléptica 
• Paciente 23 anos apresentou episódio único de crise convulsiva há dois anos após TCE (no dia do trauma). 
Tomografia de Crânio, RM de Crânio e EEG normais → crise circunstancial 
• Comentário: Com uma crise com essa relação temporal com o trauma, única e provocada. Esse paciente não tem 
epilepsia 
 
OBS: Na primeira semana de um evento vascular, de um evento de trauma ou infecção são considerados como uma crise 
provocada 
OBS: Quanto tempo demora para que os neurônios normais se tornem epilépticos (epileptogênese)? Não tem um tempo 
determinado 
 
CRISES FOCAIS 
• São as que se originam em redes neurais limitadas a um hemisfério cerebral 
• A descarga neuronal síncrona dos neurônios epilépticos que ao invés de gerarem um 
potencial de ação único, eles geram potenciais de ação com alteração da balança de 
excitação e inibição, vai ficar restrito apenas a um hemisfério 
• Pode acontecer numa crise focal que esse potencial de ação se espraia para o outro 
hemisfério cerebral, levando a uma crise generalizada secundaria, ou uma crise (na nova 
nomenclatura) focal que evolui para crise generalizada, que geralmente é a tônico-
clônico generalizada 
CRISE GENERALIZADA 
• Envolvem redes neurais distribuídas bilateralmente 
• É aquela que desde o inicio já envolve redes neuronais que são distribuídas 
bilateralmente 
 
NEUROLOGIA – AULA 5 
 
3 
Tipos de crise: 
• Inicio focal → limitada a um hemisfério cerebral 
• Inicio generalizado → alteração em ambos os hemisférios 
• Inicio desconhecido → é quando estamos vendo o paciente pela primeira vez ou na primeira crise, ele pode não 
saber como foi o inicio dessa crise e nem quem viu, sendo assim não sabendo informar como começou. Dessa 
forma, inicialmente ela entra como desconhecida, até que se conheça bem como foi esse inicio (se foi focal ou 
generalizado) e ela vai migrar então para os outros dois grupos 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Devemos focar nos dois primeiros grupos (focal e generalizado) 
Uma crise focal pode ser: 
• Perceptiva: paciente acordado e tendo relação como ambiente 
• Disperceptiva: pode acontecer logo no inicio da crise focal ou durante uma crise focal – é o embotamento do 
sensório, o paciente perde, num determinado momento da crise, essa relação como meio 
• Independente de ser perceptiva ou disperceptiva, podem ainda ser: 
 Inicio motor 
o Automatismo → são movimentos que imitam os movimentos voluntários e são repetitivos, por exemplo: 
passar a mão na perna varias vezes. Resumindo: movimento involuntário e repetitivo 
o Atônico → paciente perde totalmente o controle, o tônus, como se fosse um fenômeno motor negativo 
o Clônico → paciente tema abalos 
o Espasmos epilépticos → Síndrome de West – a criança tem como se fosse uns “sustos” 
o Hipercinéticas → movimentos rápidos 
o Mioclônicas → é como se fosse um susto, porem mais rápido ainda 
o Tônicas → paciente fica totalmente rígido 
 Inicio não motor 
o Autonômicas → o paciente pode ficar pálido, sudoreico 
o Parada comportamental → não podemos confundir com a crise de ausência. É como se o paciente estivesse 
totalmente embotado do sensório e não interage, está acordado porem não consegue interagir com o meio. 
Dura mais tempo que uma crise de ausência 
o Cognitivas →pode ter alteração de linguagem, sensações de dejà-vú e jamais-vú 
o Emocionais → pode ter uma crise de choro, de riso 
o Sensoriais → sensações de dormência, parestesias, sensação epigástrica ou retroesternal 
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4 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Termos não mais usados: 
• Parciais complexas → hoje é chamada de focal disperceptiva 
• Parciais simples → hoje é chamada de focal perceptiva 
• Parciais → hoje são chamadas de focais 
• Discognitivo → hoje são chamadas de disperceptivo 
• Tônico-clônicas secundariamente generalizadas → é a crise focal que evolui para a tônico-clônica 
 
 
 
 
 
 
 
 
Tipos de crises
Início
focal
Início
generalizado
Início 
desconhecido
Tipos de epilepsias
Focal Generalizado
Focal &
Generalizado
combinado
DesconhecidoFocal
Síndromes epilépticas
Etiologia
Estrutural
Genética
Infecciosa
Metabólica
Imune
Desconhecida
• Pode ainda ser focal (qualquer um dos tipos) que evolui para tônico-clônica bilateral → ou seja, por um espraiamento 
do potencial de ação ela atinge ambos os hemisférios, e o paciente tem uma crise generalizada que geralmente é a 
tônico-clônico generalizada 
 
Uma crise generalizada pode ser: 
• Motoras 
 Tônico-clônica → principal crise motora. Tem uma fase tônica, de hipertonia, e depois de movimentos 
 Tônicas 
 Clônicas → somente de abalos/movimentos 
 Mioclônicas → abalos rápidos 
 Mioclono-tônico-clônicas → menos frequentes 
 Mioclono-atônicas → perde o tônus total 
 Atônicas → fenômeno motor negativo. Paciente fica totalmente mole 
 Espasmos epilépticos → pode também ser encontrado na crise generalizada 
o Muitas vezes diferenciamos um espasmo epilético de uma crise focal e generalizada pelo 
eletroencefalograma, ou seja, além da semiologia da clinica, esse exame ajuda a diferencia se é uma crise 
focal ou generalizada. Geralmente a generalizada vai pegar todos os membros bilateralmente, enquanto a 
focal é mais unilateral 
• Não motoras (ausência) → o carro chefe são as crises de ausências, que pode ser: 
 Típicas 
 Atípicas 
 Mioclônicas 
 Mioclonias palpebrais 
Focal & Generalizado combinado → um paciente pode ter mais um tipo crise. Isso é muito importante na anamnese e na 
semiologia crise, deixar isso bem claro, por causa do tratamento. Ou seja, se tenho um paciente que tem uma crise focal e 
também uma generalizada, o ideal é que eu faça uma medicação que possua amplo espectro 
Tudo isso vai convergir para etiologia da crise: genética, estrutural, metabólica, imune, infecciosa e desconhecida 
NEUROLOGIA – AULA 5 
 
5 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Síndrome Epiléptica 
• Conjuntos de sinais clínicos de crises especificas, eletroencefalogramas característicos, imagens características e 
alterações genéticas 
 
Principais tipos de epilepsia: 
 
EPILEPSIA FOCAL DE CAUSA GENÉTICA 
• EPILEPSIA FOCAL BENIGNA DA INFÂNCIA 
 Abalos hemifaciais (podem acometer braço e perna do mesmo lado) 
 Acompanhados de sialorreia 
 Duração de 2 min 
 EEG descargas focais de ondas agudas centro fronto parietal 
EPILEPSIA FOCAL DE CAUSA ESTRUTURAL 
• EPILEPSIA MESIAL TEMPORAL ASSOCIADA À ESCLEROSE DE HIPOCAMPO 
 Crises Focais Autonômicas ou cognitivas, sem perda de consciência, ou seja, perceptiva 
 Crises febris na infância → que geralmente eram consideradas benignas, na verdade temos que ficar 
atentos na anamnese porque esses pacientes tem história de crises febris na infância 
 EEG: descargas de ondas agudas em região temporal 
 RM perda volumétrica do hipocampo 
• EPILEPSIA MESIAL TEMPORAL ASSOCIADA À ESCLEROSE DE HIPOCAMPO 
 Vídeo 1: paciente refere dormência na perna, no braço e na face do lado esquerdo e sensação de pirose 
retroesternal 
 Vídeo 2: paciente tem movimentos de automatismo na mão esquerda → crise focal disperceptiva motora 
de automatismo 
 No EEG, vemos essas ondinhas mais agudas em uma área no hemisfério cerebral e isso fala a favor de 
uma crise focal, como falado anteriormente, ela está limitada a um hemisfério cerebral 
 Na RM observamos na ponta do lobo temporal uma atrofia na região do hipocampo, na região de 
amígdala, o que é bem característico de estenose mesial temporal 
 Resumindo: tem-se alteração estrutural, alteração no EEG e crises características 
 
 Genéticas → resultado de um defeito genético. Nem sempre o paciente tem historia familiar, as vezes ele pode 
ser o primeiro da família, se esse defeito genético foi aleatório 
 Estrutural → vai ter uma alteração no parênquima encefálico, na estrutura cerebral, por isso o exame de imagem 
também é importante na definição, no diagnostico da etiologia 
 Metabólica → são raras. Entram os distúrbios do metabolismo, os erros inatos do metabolismo 
 Imune → encefalites autoimune, como a encefalite anti-NMDA que vai causar crises epilépticas 
 Infecciosa → como por exemplo paciente que tem HIV + ou neurocisticercose 
 Importante lembrar que muitas vezes esses grupos podem se misturar, por exemplo, posso ter uma epilepsia de 
origem genética que possui uma alteração estrutural. Ou também posso ter uma alteração metabólica que tem 
uma causa geneticamente determinada. A infecciosa, neurocisticercose, dá uma alteração estrutural 
NEUROLOGIA – AULA 5 
 
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EPILEPSIA GENERALIZADA/GENÉTICA 
• EPILEPSIA AUSÊNCIA DA INFÂNCIA 
 4-8 anos de idade 
 Desenvolvimento neuropsicomotor normal 
 História familiar de epilepsia 
 Crises de Ausência Típicas 
 É diferente de uma crise tônico-clônica generalizada em que o paciente tem 1 crise e pode demorar, 
por exemplo, 1 mês pra ter outra 
 As crises de ausência típicas acontecem com muita frequência, podendo acontecer varias vezes ao 
dia, porem são rápidas, duram segundos. Então acontece muito de não ser percebida inicialmente, 
demorando a chegar no diagnostico de que essa criança tem crise de ausência. É aquela criança que 
está na sala de aula e de repente da uma parada no que está fazendo, podendo não ter queda de 
pescoço, e depois retoma ao que estava fazendo. Sendo taxadas como déficit de atenção 
 Podem ser interpretadas como déficit de Atenção 
 EEG complexos ritmados espícula onda 3 HZ → alteração de ambos os hemisférios cerebrais 
 
 
• EPILEPSIA GENERALIZADA COM INÍCIO NA ADOLESCÊNCIA 
 EPILEPSIA MIOCLÔNICA JUVENIL 
 13-18 anos de idade 
 Crises Mioclônicas 
 Crises Tônico Clônica Generalizadas 
 Possui algumas fases: 1- grito epiléptico (expulsão do ar pela glote fechada na fase tônica), 2- 
fase tônica em que o paciente fica totalmente rígido, 3 – movimentos clônicos/ abalos 
 Podem ser desencadeadas por fotoestímulo 
 EEG complexos ritmados Poliespícula onda 
 Mioclônicas – motora 
 Contração súbita, breve, involuntária, única ou múltipla de músculos ou grupos. 
 Topografia variável (axial, membros) 
 
SÍNDROME DE WEST 
• Início raro após 2 anos de idade 
• Espasmos infantis → podem ser tantos generalizadas quanto 
focais, mas geralmente são generalizadas 
• Retardo Mental → se não for logo diagnosticada e tratada, pode 
evoluir para retardo mental 
• EEG → Hipsarritmia (ondas lentas e agudas, depressão da 
atividade e depois retoma os surtos) 
• Causas: peri, per e pós – natais 
• Mais demorada que a mioclonia e ela faz na região dos braços um reflexo de moro prolongado, flexão da cabeça 
NEUROLOGIA – AULA 5 
 
7 
Investigação diagnóstica 
• Anamnese 
 Descrição pormenorizada da crise 
 Duração 
 Horário de ocorrência → isso é importante porque, por exemplo, as vezes o paciente só tem crise a noite 
e se você fizer um EEG no período de vigília muitas vezes não pega a alteração 
 Fatores precipitantes 
• Semiologia da crise → sinais de sintomas 
 Movimentos involuntários e automatismos 
 Movimentos oculares 
 Alteração de consciência 
 Se for no inicio da crise ela fala a favor de uma crise generalizada 
 Se for uma crise em que o paciente ainda fica sentado ou parece que está acordado, mas não tem 
uma relação com o meio, ou seja, em embotamento do sensório, isso fala ao favorde uma crise focal 
disperceptiva 
 Se for um paciente que durante toda a crise ele assiste a instalação, o termino, ou seja, não perde a 
consciência em momento nenhum, é uma crise focal 
 Liberação esfincteriana 
 Apneia 
 Cianose 
 Traumatismos 
 Mordedura de língua 
 Paralisia de Todd → é um déficit transitório de força que acontece, geralmente após uma crise focal 
motora, e depois ele tem uma diminuição de força no membro acometido. Entra como diagnóstico 
diferencial de AVC isquêmico 
 Apatia → pode vir tanto antes da crise ou no período pós-comicial 
 Distúrbio da linguagem → pode aparecer antes da crise ou pós crise (afasia pós-critica) 
 Distúrbio do humor → pode preceder uma crise, como se fosse uma “aura” da crise 
 Cefaleia → principalmente depois da crise 
 Queda 
 Mudança do comportamento → pode preceder ou acontecer depois da crise 
• Exame físico e neurológico 
 Em geral deve ser dirigido para sinais de doenças específicas ou malformações que causam epilepsias 
 Geralmente na epilepsia geneticamente determinada da infância, o exame neurológico pode ser normal 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Geralmente ocorrem na síndrome tônico-clônica generalizada 
Neurofibromatose → presença de nódulos de neurofibromas distribuídos por todo o corpo, podendo apresentar manchas 
café com leite (manchas hipercrômicas) principalmente na região anterior do tronco e posterior e esses pacientes podem 
fazer alterações estruturais do SN, como se fossem tumores e causar crises epilépticas 
Sd. Struge Weber → hemangioma trigeminal e pode ter alterações estruturais no SN causando crises epilépticas 
Esclerose tuberosa → alterações na região malar e também alterações de SNC que podem causar crise epilépticas e ainda 
alterações de comportamento, espectro de autismo 
NEUROLOGIA – AULA 5 
 
8 
Investigação etiológica 
• Glicemia → tanto hipo quanto hiperglicemia podem desencadear uma crise, principalmente a hipoglicemia 
• Rastreio infeccioso → procurar por agentes infecciosos 
• Alterações hidroeletrolíticas 
• Perfil toxicológico → uso abusivo de drogas 
• EEG 
• Neuroimagem 
 
EEG 
• EEG é um exame que analisa a atividade elétrica cerebral espontânea, captada através da utilização de eletrodos 
colocados sobre o couro cabeludo 
• Medida das diferenças de potenciais e do registro de suas variações no tempo. 30 a 60% - primeiro registro normal 
e isso não exclui epilepsia, ou seja, o eletro vai nos ajudar a ver se tem alguma alteração, se vai o paciente vai ser 
60% de chance a mais de ter uma nova crise. Por outro lado, se esse paciente já teve 2 crises num intervalo maior 
de 24h, mesmo o EEG vindo normal ele tem o diagnóstico de epilepsia 
• Registros em vigília, sonolência e sono 
• Procedimentos de ativação → por exemplo: hiperpneia, fotoestímulo e privação do sono 
• Pode mostrar o foco epiléptico e a síndrome epiléptica específica 
 Epilepsia Ausência da Criança tem o complexo ponta-onda 3 ciclos por segundo e é generalizada 
(hemisfério esquerdo e direito) 
 Síndrome de West vai ter o padrão de arritmia generalizado 
 Esclerose Mesial Temporal vai ter um padrão de apenas localizada de alteração de ponta e onda aguda 
localizada na região temporal ou no hemisfério cerebral 
• Não é feito somente ambulatorial, ele também tem outras indicações como por exemplo para o diagnostico de 
morte encefálica 
 
 
 
 
 
 
 
Crises circunstanciais 
Ondas do adulto normal: 
• Beta → em vigília, mais rápido, menos amplo, captado na região frontal 
• Alpha → em vigília, captado mais nas regiões posteriores 
• Theta → dormindo, mais lento 
• Delta → sono profundo, mais lento 
Na criança, por exemplo, por conta da maturidade cerebral, podemos encontrar ritmos mais lentos (delta e theta) 
NEUROLOGIA – AULA 5 
 
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EEG: poliponta-onda, pontas e ondas agudas ou descargas de ponta onda lenta, bilaterais e síncronas 
Alteração característica de uma crise generalizada 
 
 
 
 
 
 
 
EEG – ausência 
Complexo ponta-onda lenta 
 
FP1-F3 → fronto-polar (FP), frontal (F), 3 – hemisfério esquerdo (número impar), 4 – hemisfério direito (numero par) 
 
NEUROLOGIA – AULA 5 
 
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Automatismos 
Crise focal → alteração apenas em um hemisfério cerebral 
 
Vídeo EEG 
• Alguns tipos de movimentos involuntários são vistos na UTI, os quais podem não ser epilépticos, tais como tremor, 
clônus, mioclonias e discinesia. 
• O EEG com vídeo auxilia o diagnóstico diferencial 
• O EEG normalmente é feito por 30/40 min, já o vídeo EEG é mais prolongado, por ate 24h 
 
Exames de imagem 
• Malformações arteriovenosas 
• AVC 
• Lesões calcificadas 
• Tumores do Sistema Nervoso 
• Esclerose Mesial Temporal (redução volumétrica do hipocampo e/ou amígdala) 
• Detecção de detalhes anatômicos da arquitetura dos giros corticais 
 
 
Acidente Vascular 
Cerebral Neoplasia
Esclerose mesial 
temporal
Neurocisticercose
NEUROLOGIA – AULA 5 
 
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Diagnóstico diferencial 
• Pseudocrise → pacientes psiquiátricos podem simular uma crise epiléptica 
• Síncope → grande diagnostico diferencial, principalmente daquelas crises atônica, não motoras 
 Paciente tem uma perda de consciência muito rápida e ele recobre a consciência rapidamente, podendo 
ser precedida por sudorese, taquicardia 
• Migrânea → o que entra mais aqui é o DD com a aura da migrânea, ou seja, aquelas alterações transitórias que 
acontecem na migrânea, mas pode ser também crise focal perceptiva 
• AIT → simula Paralisa de Todd ou ate mesmo alterações sensitivas que parecem a aura da migrânea 
• Desordens dos Movimentos 
 
Tratamento 
• CRISES PROVOCADAS = Tratar a Causa Base 
• CRISES NÃO PROVOCADAS = Medicações Específicas → Fármacos Antiepilépticos (FAE) 
 
1. Quando Iniciar o tratamento com FAE? Quando diagnostica 
 Relembrando: 1- quando o paciente tem mais de 1 crise não provocada com intervalo maior de 24h; 2- 
quando tem uma crise não provocada com chance de 70% a mais de ter outra crise; 3- quando tem uma 
síndrome epiléptica → ai sim vamos iniciar o tratamento 
2. A escolha do anticonvulsivante 
 Tipo de manifestação Epiléptica 
 Efeitos colaterais 
 Viabilidade da compra do remédio 
 
3. Horário e dose → procurar sempre usar no mesmo horário e dose e evitar retirada abrupta da medicação 
4. Monoterapia x Politerapia → Monoterapia SEMPRE, começando sempre com uma dose mais baixa 
5. Tempo de uso e critérios de retirada 
 Epilepsia é considerada resolvida para indivíduos que tiveram uma síndrome epiléptica idade-
dependente mas agora passaram a idade vulnerável ou aqueles que permaneceram livres de crise por 
pelo menos 10 anos, sem medicações antiepilépticas pelos últimos 5 anos 
 Caso o primeiro EEG tenha sido anormal, melhora da atividade bioelétrica 
 Retirada lenta e gradativa → pacientes com 2/3 anos sem crises e EEG normal inicia-se a retirada 
6. Recomendações → tomar medicações nas doses e horários corretor, não perder noite de sono, não fazer uso de 
bebida alcóolica, evitar esportes radicais 
7. Complicações 
 Traumatismos (TCE, Deslocamentos articulares, Afogamentos) 
 Morte Súbita – SUDEP (a cada ano 1:1.000 adultos e 1:4.500 crianças) 
 Estado de Mal Epiléptico (>15%) → uma das principais causas é a retirada abrupta da medicação 
FAE Primeira Linha
Crise Tônico Clônica
Generalizada 
Valproato de Sódio, lamotrigina , topiramato, 
Levetiracetam
Crise de Ausência Etossuximida e Valproato de Sódio
Crises Focais Carbamazepina, Oxcarbazepina, Fenitoína, Lamotrigina, 
Levetiracetam
Espasmos Infantil Vigabatrina
Epilepsia Mioclônica
Juvenil
Valproato de Sódio, Lamotrigina
Purple Book, Guia Prático Para Tratamento de Epilepsias. Fernando Cendes e Márcia E. Morita, 2016
Importante saber que esses medicamentos NÃO mudam 
a história da doença, apenas atuam na crise 
NEUROLOGIA – AULA 5 
 
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 ESTADO DE MAL CONVULSIVO → Condição epiléptica aguda caracterizada por crises convulsivas 
contínuas por ao menos 5 minutos, ou por 2 crises semrecuperação da consciência entre elas 
 ESTADO DE MAL NÃO CONVULSIVO → Descarga ictal contínua ou intermitente com 
comprometimento da consciência e sem sinais clínicos de atividade convulsiva 
 Tratamento 
 Estabilização Clínica: protocolos de suporte de vida 
 Glicemia capilar: no caso de hipoglicemia administrar GLICOSE 50% + TIAMINA EV 
 Cessação das Crises Epilépticas: 
o Diazepam: 10 mg/2ml - EV 
o Midazolan: 13 – 40 kg = 5mg/>40kg = 10mg – EV, IM ou nasal 
 Controle da Epileptogênese exacerbada: 
o EME refratário: UTI – Tiopental (3-5 mg/kg) 
 
 
 
 Investigação da etiologia → exemplos: paciente que nunca teve crise abrir um estado de mal, 
retirada súbita do medicamento ou por crises circunstanciais 
 
8. Tipos e duração das fases do EME 
 
STATUS EPILEPTICUS NÃO CONVULSIVO 
• Muitos pacientes com crise não convulsiva tem apenas crise eletrográfica, mas outros sinais sutis podem estar 
presentes, tais como mioclonus de face e membros, nistagmo, desvio do olhar e instabilidade autonômica 
• Diagnóstico = EEG 
* Não tem no Brasil 
 
TEM que saber a dose inicial da 
Fenitoína 
 
Fenitoína é a medicação mais 
utilizada 
 
Usamos Fenobarbital ou 
Lacosamida quando a Fenitoína 
não funciona

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