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NEUROLOGIA – AULA 5 1 EPILEPSIA E CRISES EPILÉPTICAS Definição: • Epilepsia → é uma doença crônica caracterizada por crises epiléticas recorrentes • Crises epilépticas → ocorrência transitória de sinais e/ou sintomas decorrentes de atividade neuronal anormal síncrona ou excessiva no cérebro. Os neurônios normais disparam potencias de ações únicos, já os neurônios epiléticos, ao invés de disparar um único potencial de ação, eles disparam vários ao mesmo tempo de uma forma síncrona, em surtos, em grupos e isso então vai exteriorizar as crises epilépticas Epidemiologia: • Acomete 50 mil pessoas no pessoas no mundo e a maioria estão em países em desenvolvimento • Incidência: 20 a 70/100.00/ano • Prevalência: 3,5 a 10,7/1000hab Fatores de risco: • Pode acometer qualquer faixa etária, com etiologias diferentes e possui dois picos de incidência: um na primeira infância e o outro nos idosos • Infância Complicações obstétricas Anormalidades pré ou perinatais Hipóxia Malformações do SNC Doenças metabólicas Causas genéticas • Adultos Infecções do SNC → pós encefalite, meningoencefalite, neurocisticercose, neurotoxoplasmose Traumatismos cranianos • Adultos/idosos Neoplasias do SNC Acidentes vasculares Doenças degenerativas Fisiopatologia: • Temos uma balança no organismo, entre os neurotransmissores excitatórios (glutamato) e inibitórios (GABA) • O que acontece é um desequilíbrio nessa balança dos neurotransmissores • Excesso de excitação neuronal (glutamato) ou falta de inibição neuronal (GABA), com isso, o potencial de ação que é gerado é muito maior do que o normal e ele não é inibido Mecanismos básicos • Epileptogênse → é a transformação de neurônios normais em neurônios epilépticos que podem ser determinados geneticamente ou então adquiridos • Limiar convulsivante → pacientes epilépticos possuem limiar convulsivante diminuído, ou seja, possuem mais chances de fazerem crises epilépticas Crise epiléptica x Epilepsia: • Uma crise epiléptica é o evento • Epilepsia é a doença associada a crises que decorrem espontaneamente A crise epiléptica que é gerada em um momento de fase aguda da meningoencefalite, de um trauma ou de uma instalação do AVC é chamada de crise epiléptica provocada → nesse caso não podemos considerar que seja Epilepsia Crises espontâneas, não provocadas são consideradas Epilepsia É uma doença encefálica definida por uma das condições seguintes: 1. Pelo menos duas crises não provocadas (ou reflexas) ocorrendo em intervalos > de 24h NEUROLOGIA – AULA 5 2 2. Uma crise não provocada (ou reflexa) e uma probabilidade de crises subsequentes semelhantes ao risco geral de recorrência (pelo menos de 60%) → por exemplo, se ele tem uma alteração estrutural no exame imagem ou se tem uma alteração no eletroencefalograma característica, isso significa que ele tem uma chance de 60% a mais de ter uma outra crise A partir de uma crise nessa circunstancia temos o aval de iniciar um tratamento para esse paciente, sem precisar esperar uma segunda crise 3. Diagnostico de uma síndrome epiléptica → é um conjunto de sinais clínicos característicos, um eletroencefalograma característico, as vezes alteração genética característica, um tipo de crise específica, história familiar – isso tudo configura uma síndrome epiléptica Epilepsia é considerada resolvida para indivíduos que tiveram uma síndrome epiléptica idade- dependente mas agora passaram a idade vulnerável ou aqueles que permaneceram livres de crises por pelo menos 10 anos, sem medicações antiepilépticas pelos últimos 5 anos → ou seja, podemos considerar o paciente livre de epilepsia com essas características: pelo menos 10 anos sem crise epiléptica e nesses 10 anos, os últimos 5 sem medicação. Ou então, no caso da idade-dependente, por exemplo, Epilepsia Mioclonica Juvenil, vai acontecer ate uma certa idade e depois vai ficar livre Casos hipotéticos: Duas crises epilépticas • Uma mulher de 25 anos apresenta duas crises não provocadas com um ano intervalo entre ela • Comentário: Essa pessoa tem epilepsia, de acordo com definições antiga e nova AVE e Crise epiléptica • Um homem de 65 anos teve um AVE de artéria cerebral média esquerda 6 meses atrás e agora apresentou uma crise não provocada → crise circunstancial, ou seja não é espontânea • Comentário: Com uma crise com essa relação temporal com o AVE (ou infecção ou TCE) a literatura (Hesdorffer et al., 2009) sugere um maior risco (> 60%) de outra crise não provocada. Assim sendo, na nova (mas não na antiga) definição, esse homem teria epilepsia TCE e Crise epiléptica • Paciente 23 anos apresentou episódio único de crise convulsiva há dois anos após TCE (no dia do trauma). Tomografia de Crânio, RM de Crânio e EEG normais → crise circunstancial • Comentário: Com uma crise com essa relação temporal com o trauma, única e provocada. Esse paciente não tem epilepsia OBS: Na primeira semana de um evento vascular, de um evento de trauma ou infecção são considerados como uma crise provocada OBS: Quanto tempo demora para que os neurônios normais se tornem epilépticos (epileptogênese)? Não tem um tempo determinado CRISES FOCAIS • São as que se originam em redes neurais limitadas a um hemisfério cerebral • A descarga neuronal síncrona dos neurônios epilépticos que ao invés de gerarem um potencial de ação único, eles geram potenciais de ação com alteração da balança de excitação e inibição, vai ficar restrito apenas a um hemisfério • Pode acontecer numa crise focal que esse potencial de ação se espraia para o outro hemisfério cerebral, levando a uma crise generalizada secundaria, ou uma crise (na nova nomenclatura) focal que evolui para crise generalizada, que geralmente é a tônico- clônico generalizada CRISE GENERALIZADA • Envolvem redes neurais distribuídas bilateralmente • É aquela que desde o inicio já envolve redes neuronais que são distribuídas bilateralmente NEUROLOGIA – AULA 5 3 Tipos de crise: • Inicio focal → limitada a um hemisfério cerebral • Inicio generalizado → alteração em ambos os hemisférios • Inicio desconhecido → é quando estamos vendo o paciente pela primeira vez ou na primeira crise, ele pode não saber como foi o inicio dessa crise e nem quem viu, sendo assim não sabendo informar como começou. Dessa forma, inicialmente ela entra como desconhecida, até que se conheça bem como foi esse inicio (se foi focal ou generalizado) e ela vai migrar então para os outros dois grupos Devemos focar nos dois primeiros grupos (focal e generalizado) Uma crise focal pode ser: • Perceptiva: paciente acordado e tendo relação como ambiente • Disperceptiva: pode acontecer logo no inicio da crise focal ou durante uma crise focal – é o embotamento do sensório, o paciente perde, num determinado momento da crise, essa relação como meio • Independente de ser perceptiva ou disperceptiva, podem ainda ser: Inicio motor o Automatismo → são movimentos que imitam os movimentos voluntários e são repetitivos, por exemplo: passar a mão na perna varias vezes. Resumindo: movimento involuntário e repetitivo o Atônico → paciente perde totalmente o controle, o tônus, como se fosse um fenômeno motor negativo o Clônico → paciente tema abalos o Espasmos epilépticos → Síndrome de West – a criança tem como se fosse uns “sustos” o Hipercinéticas → movimentos rápidos o Mioclônicas → é como se fosse um susto, porem mais rápido ainda o Tônicas → paciente fica totalmente rígido Inicio não motor o Autonômicas → o paciente pode ficar pálido, sudoreico o Parada comportamental → não podemos confundir com a crise de ausência. É como se o paciente estivesse totalmente embotado do sensório e não interage, está acordado porem não consegue interagir com o meio. Dura mais tempo que uma crise de ausência o Cognitivas →pode ter alteração de linguagem, sensações de dejà-vú e jamais-vú o Emocionais → pode ter uma crise de choro, de riso o Sensoriais → sensações de dormência, parestesias, sensação epigástrica ou retroesternal NEUROLOGIA – AULA 5 4 Termos não mais usados: • Parciais complexas → hoje é chamada de focal disperceptiva • Parciais simples → hoje é chamada de focal perceptiva • Parciais → hoje são chamadas de focais • Discognitivo → hoje são chamadas de disperceptivo • Tônico-clônicas secundariamente generalizadas → é a crise focal que evolui para a tônico-clônica Tipos de crises Início focal Início generalizado Início desconhecido Tipos de epilepsias Focal Generalizado Focal & Generalizado combinado DesconhecidoFocal Síndromes epilépticas Etiologia Estrutural Genética Infecciosa Metabólica Imune Desconhecida • Pode ainda ser focal (qualquer um dos tipos) que evolui para tônico-clônica bilateral → ou seja, por um espraiamento do potencial de ação ela atinge ambos os hemisférios, e o paciente tem uma crise generalizada que geralmente é a tônico-clônico generalizada Uma crise generalizada pode ser: • Motoras Tônico-clônica → principal crise motora. Tem uma fase tônica, de hipertonia, e depois de movimentos Tônicas Clônicas → somente de abalos/movimentos Mioclônicas → abalos rápidos Mioclono-tônico-clônicas → menos frequentes Mioclono-atônicas → perde o tônus total Atônicas → fenômeno motor negativo. Paciente fica totalmente mole Espasmos epilépticos → pode também ser encontrado na crise generalizada o Muitas vezes diferenciamos um espasmo epilético de uma crise focal e generalizada pelo eletroencefalograma, ou seja, além da semiologia da clinica, esse exame ajuda a diferencia se é uma crise focal ou generalizada. Geralmente a generalizada vai pegar todos os membros bilateralmente, enquanto a focal é mais unilateral • Não motoras (ausência) → o carro chefe são as crises de ausências, que pode ser: Típicas Atípicas Mioclônicas Mioclonias palpebrais Focal & Generalizado combinado → um paciente pode ter mais um tipo crise. Isso é muito importante na anamnese e na semiologia crise, deixar isso bem claro, por causa do tratamento. Ou seja, se tenho um paciente que tem uma crise focal e também uma generalizada, o ideal é que eu faça uma medicação que possua amplo espectro Tudo isso vai convergir para etiologia da crise: genética, estrutural, metabólica, imune, infecciosa e desconhecida NEUROLOGIA – AULA 5 5 Síndrome Epiléptica • Conjuntos de sinais clínicos de crises especificas, eletroencefalogramas característicos, imagens características e alterações genéticas Principais tipos de epilepsia: EPILEPSIA FOCAL DE CAUSA GENÉTICA • EPILEPSIA FOCAL BENIGNA DA INFÂNCIA Abalos hemifaciais (podem acometer braço e perna do mesmo lado) Acompanhados de sialorreia Duração de 2 min EEG descargas focais de ondas agudas centro fronto parietal EPILEPSIA FOCAL DE CAUSA ESTRUTURAL • EPILEPSIA MESIAL TEMPORAL ASSOCIADA À ESCLEROSE DE HIPOCAMPO Crises Focais Autonômicas ou cognitivas, sem perda de consciência, ou seja, perceptiva Crises febris na infância → que geralmente eram consideradas benignas, na verdade temos que ficar atentos na anamnese porque esses pacientes tem história de crises febris na infância EEG: descargas de ondas agudas em região temporal RM perda volumétrica do hipocampo • EPILEPSIA MESIAL TEMPORAL ASSOCIADA À ESCLEROSE DE HIPOCAMPO Vídeo 1: paciente refere dormência na perna, no braço e na face do lado esquerdo e sensação de pirose retroesternal Vídeo 2: paciente tem movimentos de automatismo na mão esquerda → crise focal disperceptiva motora de automatismo No EEG, vemos essas ondinhas mais agudas em uma área no hemisfério cerebral e isso fala a favor de uma crise focal, como falado anteriormente, ela está limitada a um hemisfério cerebral Na RM observamos na ponta do lobo temporal uma atrofia na região do hipocampo, na região de amígdala, o que é bem característico de estenose mesial temporal Resumindo: tem-se alteração estrutural, alteração no EEG e crises características Genéticas → resultado de um defeito genético. Nem sempre o paciente tem historia familiar, as vezes ele pode ser o primeiro da família, se esse defeito genético foi aleatório Estrutural → vai ter uma alteração no parênquima encefálico, na estrutura cerebral, por isso o exame de imagem também é importante na definição, no diagnostico da etiologia Metabólica → são raras. Entram os distúrbios do metabolismo, os erros inatos do metabolismo Imune → encefalites autoimune, como a encefalite anti-NMDA que vai causar crises epilépticas Infecciosa → como por exemplo paciente que tem HIV + ou neurocisticercose Importante lembrar que muitas vezes esses grupos podem se misturar, por exemplo, posso ter uma epilepsia de origem genética que possui uma alteração estrutural. Ou também posso ter uma alteração metabólica que tem uma causa geneticamente determinada. A infecciosa, neurocisticercose, dá uma alteração estrutural NEUROLOGIA – AULA 5 6 EPILEPSIA GENERALIZADA/GENÉTICA • EPILEPSIA AUSÊNCIA DA INFÂNCIA 4-8 anos de idade Desenvolvimento neuropsicomotor normal História familiar de epilepsia Crises de Ausência Típicas É diferente de uma crise tônico-clônica generalizada em que o paciente tem 1 crise e pode demorar, por exemplo, 1 mês pra ter outra As crises de ausência típicas acontecem com muita frequência, podendo acontecer varias vezes ao dia, porem são rápidas, duram segundos. Então acontece muito de não ser percebida inicialmente, demorando a chegar no diagnostico de que essa criança tem crise de ausência. É aquela criança que está na sala de aula e de repente da uma parada no que está fazendo, podendo não ter queda de pescoço, e depois retoma ao que estava fazendo. Sendo taxadas como déficit de atenção Podem ser interpretadas como déficit de Atenção EEG complexos ritmados espícula onda 3 HZ → alteração de ambos os hemisférios cerebrais • EPILEPSIA GENERALIZADA COM INÍCIO NA ADOLESCÊNCIA EPILEPSIA MIOCLÔNICA JUVENIL 13-18 anos de idade Crises Mioclônicas Crises Tônico Clônica Generalizadas Possui algumas fases: 1- grito epiléptico (expulsão do ar pela glote fechada na fase tônica), 2- fase tônica em que o paciente fica totalmente rígido, 3 – movimentos clônicos/ abalos Podem ser desencadeadas por fotoestímulo EEG complexos ritmados Poliespícula onda Mioclônicas – motora Contração súbita, breve, involuntária, única ou múltipla de músculos ou grupos. Topografia variável (axial, membros) SÍNDROME DE WEST • Início raro após 2 anos de idade • Espasmos infantis → podem ser tantos generalizadas quanto focais, mas geralmente são generalizadas • Retardo Mental → se não for logo diagnosticada e tratada, pode evoluir para retardo mental • EEG → Hipsarritmia (ondas lentas e agudas, depressão da atividade e depois retoma os surtos) • Causas: peri, per e pós – natais • Mais demorada que a mioclonia e ela faz na região dos braços um reflexo de moro prolongado, flexão da cabeça NEUROLOGIA – AULA 5 7 Investigação diagnóstica • Anamnese Descrição pormenorizada da crise Duração Horário de ocorrência → isso é importante porque, por exemplo, as vezes o paciente só tem crise a noite e se você fizer um EEG no período de vigília muitas vezes não pega a alteração Fatores precipitantes • Semiologia da crise → sinais de sintomas Movimentos involuntários e automatismos Movimentos oculares Alteração de consciência Se for no inicio da crise ela fala a favor de uma crise generalizada Se for uma crise em que o paciente ainda fica sentado ou parece que está acordado, mas não tem uma relação com o meio, ou seja, em embotamento do sensório, isso fala ao favorde uma crise focal disperceptiva Se for um paciente que durante toda a crise ele assiste a instalação, o termino, ou seja, não perde a consciência em momento nenhum, é uma crise focal Liberação esfincteriana Apneia Cianose Traumatismos Mordedura de língua Paralisia de Todd → é um déficit transitório de força que acontece, geralmente após uma crise focal motora, e depois ele tem uma diminuição de força no membro acometido. Entra como diagnóstico diferencial de AVC isquêmico Apatia → pode vir tanto antes da crise ou no período pós-comicial Distúrbio da linguagem → pode aparecer antes da crise ou pós crise (afasia pós-critica) Distúrbio do humor → pode preceder uma crise, como se fosse uma “aura” da crise Cefaleia → principalmente depois da crise Queda Mudança do comportamento → pode preceder ou acontecer depois da crise • Exame físico e neurológico Em geral deve ser dirigido para sinais de doenças específicas ou malformações que causam epilepsias Geralmente na epilepsia geneticamente determinada da infância, o exame neurológico pode ser normal Geralmente ocorrem na síndrome tônico-clônica generalizada Neurofibromatose → presença de nódulos de neurofibromas distribuídos por todo o corpo, podendo apresentar manchas café com leite (manchas hipercrômicas) principalmente na região anterior do tronco e posterior e esses pacientes podem fazer alterações estruturais do SN, como se fossem tumores e causar crises epilépticas Sd. Struge Weber → hemangioma trigeminal e pode ter alterações estruturais no SN causando crises epilépticas Esclerose tuberosa → alterações na região malar e também alterações de SNC que podem causar crise epilépticas e ainda alterações de comportamento, espectro de autismo NEUROLOGIA – AULA 5 8 Investigação etiológica • Glicemia → tanto hipo quanto hiperglicemia podem desencadear uma crise, principalmente a hipoglicemia • Rastreio infeccioso → procurar por agentes infecciosos • Alterações hidroeletrolíticas • Perfil toxicológico → uso abusivo de drogas • EEG • Neuroimagem EEG • EEG é um exame que analisa a atividade elétrica cerebral espontânea, captada através da utilização de eletrodos colocados sobre o couro cabeludo • Medida das diferenças de potenciais e do registro de suas variações no tempo. 30 a 60% - primeiro registro normal e isso não exclui epilepsia, ou seja, o eletro vai nos ajudar a ver se tem alguma alteração, se vai o paciente vai ser 60% de chance a mais de ter uma nova crise. Por outro lado, se esse paciente já teve 2 crises num intervalo maior de 24h, mesmo o EEG vindo normal ele tem o diagnóstico de epilepsia • Registros em vigília, sonolência e sono • Procedimentos de ativação → por exemplo: hiperpneia, fotoestímulo e privação do sono • Pode mostrar o foco epiléptico e a síndrome epiléptica específica Epilepsia Ausência da Criança tem o complexo ponta-onda 3 ciclos por segundo e é generalizada (hemisfério esquerdo e direito) Síndrome de West vai ter o padrão de arritmia generalizado Esclerose Mesial Temporal vai ter um padrão de apenas localizada de alteração de ponta e onda aguda localizada na região temporal ou no hemisfério cerebral • Não é feito somente ambulatorial, ele também tem outras indicações como por exemplo para o diagnostico de morte encefálica Crises circunstanciais Ondas do adulto normal: • Beta → em vigília, mais rápido, menos amplo, captado na região frontal • Alpha → em vigília, captado mais nas regiões posteriores • Theta → dormindo, mais lento • Delta → sono profundo, mais lento Na criança, por exemplo, por conta da maturidade cerebral, podemos encontrar ritmos mais lentos (delta e theta) NEUROLOGIA – AULA 5 9 EEG: poliponta-onda, pontas e ondas agudas ou descargas de ponta onda lenta, bilaterais e síncronas Alteração característica de uma crise generalizada EEG – ausência Complexo ponta-onda lenta FP1-F3 → fronto-polar (FP), frontal (F), 3 – hemisfério esquerdo (número impar), 4 – hemisfério direito (numero par) NEUROLOGIA – AULA 5 10 Automatismos Crise focal → alteração apenas em um hemisfério cerebral Vídeo EEG • Alguns tipos de movimentos involuntários são vistos na UTI, os quais podem não ser epilépticos, tais como tremor, clônus, mioclonias e discinesia. • O EEG com vídeo auxilia o diagnóstico diferencial • O EEG normalmente é feito por 30/40 min, já o vídeo EEG é mais prolongado, por ate 24h Exames de imagem • Malformações arteriovenosas • AVC • Lesões calcificadas • Tumores do Sistema Nervoso • Esclerose Mesial Temporal (redução volumétrica do hipocampo e/ou amígdala) • Detecção de detalhes anatômicos da arquitetura dos giros corticais Acidente Vascular Cerebral Neoplasia Esclerose mesial temporal Neurocisticercose NEUROLOGIA – AULA 5 11 Diagnóstico diferencial • Pseudocrise → pacientes psiquiátricos podem simular uma crise epiléptica • Síncope → grande diagnostico diferencial, principalmente daquelas crises atônica, não motoras Paciente tem uma perda de consciência muito rápida e ele recobre a consciência rapidamente, podendo ser precedida por sudorese, taquicardia • Migrânea → o que entra mais aqui é o DD com a aura da migrânea, ou seja, aquelas alterações transitórias que acontecem na migrânea, mas pode ser também crise focal perceptiva • AIT → simula Paralisa de Todd ou ate mesmo alterações sensitivas que parecem a aura da migrânea • Desordens dos Movimentos Tratamento • CRISES PROVOCADAS = Tratar a Causa Base • CRISES NÃO PROVOCADAS = Medicações Específicas → Fármacos Antiepilépticos (FAE) 1. Quando Iniciar o tratamento com FAE? Quando diagnostica Relembrando: 1- quando o paciente tem mais de 1 crise não provocada com intervalo maior de 24h; 2- quando tem uma crise não provocada com chance de 70% a mais de ter outra crise; 3- quando tem uma síndrome epiléptica → ai sim vamos iniciar o tratamento 2. A escolha do anticonvulsivante Tipo de manifestação Epiléptica Efeitos colaterais Viabilidade da compra do remédio 3. Horário e dose → procurar sempre usar no mesmo horário e dose e evitar retirada abrupta da medicação 4. Monoterapia x Politerapia → Monoterapia SEMPRE, começando sempre com uma dose mais baixa 5. Tempo de uso e critérios de retirada Epilepsia é considerada resolvida para indivíduos que tiveram uma síndrome epiléptica idade- dependente mas agora passaram a idade vulnerável ou aqueles que permaneceram livres de crise por pelo menos 10 anos, sem medicações antiepilépticas pelos últimos 5 anos Caso o primeiro EEG tenha sido anormal, melhora da atividade bioelétrica Retirada lenta e gradativa → pacientes com 2/3 anos sem crises e EEG normal inicia-se a retirada 6. Recomendações → tomar medicações nas doses e horários corretor, não perder noite de sono, não fazer uso de bebida alcóolica, evitar esportes radicais 7. Complicações Traumatismos (TCE, Deslocamentos articulares, Afogamentos) Morte Súbita – SUDEP (a cada ano 1:1.000 adultos e 1:4.500 crianças) Estado de Mal Epiléptico (>15%) → uma das principais causas é a retirada abrupta da medicação FAE Primeira Linha Crise Tônico Clônica Generalizada Valproato de Sódio, lamotrigina , topiramato, Levetiracetam Crise de Ausência Etossuximida e Valproato de Sódio Crises Focais Carbamazepina, Oxcarbazepina, Fenitoína, Lamotrigina, Levetiracetam Espasmos Infantil Vigabatrina Epilepsia Mioclônica Juvenil Valproato de Sódio, Lamotrigina Purple Book, Guia Prático Para Tratamento de Epilepsias. Fernando Cendes e Márcia E. Morita, 2016 Importante saber que esses medicamentos NÃO mudam a história da doença, apenas atuam na crise NEUROLOGIA – AULA 5 12 ESTADO DE MAL CONVULSIVO → Condição epiléptica aguda caracterizada por crises convulsivas contínuas por ao menos 5 minutos, ou por 2 crises semrecuperação da consciência entre elas ESTADO DE MAL NÃO CONVULSIVO → Descarga ictal contínua ou intermitente com comprometimento da consciência e sem sinais clínicos de atividade convulsiva Tratamento Estabilização Clínica: protocolos de suporte de vida Glicemia capilar: no caso de hipoglicemia administrar GLICOSE 50% + TIAMINA EV Cessação das Crises Epilépticas: o Diazepam: 10 mg/2ml - EV o Midazolan: 13 – 40 kg = 5mg/>40kg = 10mg – EV, IM ou nasal Controle da Epileptogênese exacerbada: o EME refratário: UTI – Tiopental (3-5 mg/kg) Investigação da etiologia → exemplos: paciente que nunca teve crise abrir um estado de mal, retirada súbita do medicamento ou por crises circunstanciais 8. Tipos e duração das fases do EME STATUS EPILEPTICUS NÃO CONVULSIVO • Muitos pacientes com crise não convulsiva tem apenas crise eletrográfica, mas outros sinais sutis podem estar presentes, tais como mioclonus de face e membros, nistagmo, desvio do olhar e instabilidade autonômica • Diagnóstico = EEG * Não tem no Brasil TEM que saber a dose inicial da Fenitoína Fenitoína é a medicação mais utilizada Usamos Fenobarbital ou Lacosamida quando a Fenitoína não funciona
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