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Sociedade, agricultura e comunicação de tecnologias “Modernização conservadora” Professora: Cristina F. do Amarante Modernização conservadora foi movimento que representou inicialmente o período de crescimento econômico que passou o Brasil após a revolução de 1964. Houve crescimento do país com a abertura do comércio, a entrada do capital internacional, aumento dos investimentos e a instalação de empresas multinacionais. Como referência se tinham as experiências europeia e dos EUA. Tomam-se como modelos os processos de democratização, urbanização, industrialização da França, EUA, Inglaterra, Alemanha, etc. Esses países possuíam uma dicotomia, entre sociedade tradicional (subdesenvolvida, rural) e sociedade moderna (urbana, desenvolvida) Muitas teorias enfatizavam o processo de modernização integrado a estrutura social e dependente dela. Outros viam a modernização apenas como: transferência de valores, tecnologias, especializações e formas de organização social das nações ocidentais avançadas para as nações pobres Foi um conjunto de medidas paliativas e convenientes a um grupo pequeno e de certa maneira instaurou uma "falsa" modernidade no país, que acarretou posteriormente em muitos prejuízos, não modificando em nada a desigualdade social existente. Sob o autoritarismo do governo militar houve a concentração de poder e dinheiro nas mãos de poucos Década de 70 - Revolução Verde: Maquinários e insumos para ajudar no desenvolvimento agrícola e resolver o problema da fome nos países em desenvolvimento. Porém, além de não resolver o problema da fome, houve aumento da concentração fundiária e a dependência de insumos e maquinários que conturbou as ações dos pequenos proprietários agrícolas. Houve aumento da produtividade agrícola em países em desenvolvimento, mas houve também o impacto ambiental e social. Pequenos produtores não conseguiam ter acesso as novas técnicas Aumento de trabalhadores assalariados, conhecidos como “bóias-frias” que trabalham de forma precária em lavouras que têm o seu foco no mercado externo. Favorece os grandes proprietários de terras, pois são estes que possuem maior acesso aos créditos subsidiados. A modernização no campo preocupa-se com a produção de alimentos. Para quem? Segundo Barrington Moore Jr., (1913-2005) o grande exemplo de modernização conservadora ocorreu na Alemanha, no final do século XIX. Naquele país, a transição entre o mundo feudal e o mundo moderno, assim como o processo de industrialização e unificação nacional, se deu a partir do controle de uma camada aristocrática, os junkers, grandes proprietários territoriais que mantiveram intactas relações de origem feudal no campo. No Brasil ,a existência de um importante progresso econômico ao lado da persistência dos mecanismos sociais de exclusão e das estruturas políticas de dominação caracteriza a nossa modernização conservadora. Final da década de 60 e início da de 70, sob o regime militar imposto em 1964, o Brasil passa por grandes transformações sociais, econômicas e políticas. Grandes adversidades ocorriam no país: Repressão militar Desenvolvimento de ensino e pesquisa no país (principalmente a sociologia) Promoção do crescimento econômico (“milagre econômico”) Aumento da desigualdade social e repressão dos direitos civis e políticos através de censura e repressão Sociólogos da época, entre 1960 e 1970, se dedicaram a investigar este processo contraditório em nosso país Ressaltando que o campo da sociologia se beneficiou de programas criados para a pós graduação como a fundação da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPQ) e a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP). Um dos principais esforços dos sociólogos, nas décadas de 60 e 70 era justamente compreender as transformações contraditórias sob o regime militar e suas consequências para a modernização conservadora ocorrida no Brasil (VILLAS BÔAS, 2006) Sociólogos, não apenas brasileiros, mas de toda a américa latina buscavam compreender o subdesenvolvimento dos países latino americanos e sua dependência econômica e subordinação econômica dos países centrais O foco principal desses estudiosos era debater os pontos favoráveis e desfavoráveis da quebra da subordinação de produção e trabalho A problemática do desenvolvimento dependente passou a ganhar maior espaço nos debates acadêmicos e políticos quando se evidenciou, nos principais países da América Latina, o declínio do processo da chamada industrialização substitutiva de importações” (Octavio Ianni, 1989). Não ocorreu emancipação desses países Ocorreu o aprofundamento da subordinação ao capital estrangeiro Costa Pinto, em obras como Sociologia e Desenvolvimento. Temas e Problemas do nosso Tempo (1963) e Desenvolvimento Econômico e Transição Social, (1967) disse que a sociedade brasileira continuava a ser uma “congregação de pobres”, uma “economia dependente, uma nação satélite e uma cultura embotada” que estimula e perpetua “a subordinação econômica, a injustiça social, a inércia política e o desestímulo cultural” Que essas reflexões fossem capazes de fazer desse acúmulo de frustrações históricas o ponto de partida para a reconstrução social profunda de que necessitamos” (COSTA PINTO, 1970, p.6). Ainda, segundo Costa Pinto, é necessário distinguir “modernização” e “desenvolvimento” Modernização- É um processo de mudanças mais “epidérmicas” dos padrões de consumo, de comportamentos e valores, e de instituições “tradicionais” para aqueles que existiam nas sociedades mais “avançadas” Desenvolvimento- Está relacionado a modificações mais “profundas”, capazes de alterar efetivamente o perfil da estrutura econômica e social do país. O Estado, nesse sentido, teria papel fundamental enquanto agente estratégico para a promoção intencional e deliberada da modernização econômica e social no país, de modo a romper com a situação de “marginalidade estrutural” e com a condição de país subdesenvolvido. O que importava no processo de modernização era a caracterização do modo de relação entre os grupos sociais no plano nacional, que dependeria, acima de tudo, “do modo de vinculação ao sistema econômico e aos blocos políticos internacionais que podem produzir consequências dinâmicas na sociedade subdesenvolvida” (CARDOSO & FALETTO, 1973, p.21). Empreende uma crítica aos “investigadores de centros mais avançados”, que, segundo ele, “lidaram com os problemas de interpretação das sociedades capitalistas dependentes como se o subdesenvolvimento fosse uma contingência ou uma condição transitória” (FERNANDES, 1968, p.12-3). Para Florestan, era importante superar esta perspectiva analítica e normativa, demonstrando a subordinação entre países centrais e periféricos tomando como base a associação do regime de classes interno a cada um dos países latino-americanos com o modelo externo de capitalismo dependente, associação esta que assegura os padrões de subdesenvolvimento. APS: Entrega até o dia 05/06 (NÃO SERÁ ACEITO APÓS A DATA ESTABELECIDA) – Vale 3 pontos O MATERIAL (ARTIGO E QUESTÕES) VÃO SER DEIXADOS NA XEROX ENTREGA VIA EMAIL: CRISTINAF.AMARANTE@GMAIL.COM Leia o artigo e responda “Comunicação, difusão e extensão rural: Uma reflexão crítica” Cada questão vale 0,5 ponto 1. Como vc entende o processo de difusão de tecnologia para o produtor rural? 2. Como você imagina que a comunicação com o produtor rural deveria ser realizada? 3. Qual a opinião do educador Paulo Freire sobre a comunicação com produtor rural? 4. Qual a relação entre a ocorrida revolução verde e o pequeno produtor rural e as suas consequências para o mesmo? 5. Resuma a relação entre as elites e o desenvolvimento do país6. Faça uma análise crítica do artigo de uma forma geral mailto:CRISTINAF.AMARANTE@GMAIL.COM
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