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Bens públicos e a intervenção do Estado na propriedade privada

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Disciplina: Bens públicos e a intervenção do Estado na propriedade privada.
A intervenção do Estado na Propriedade é a exteriorização do poder jurídico do Estado, calcado em sua própria soberania. É verdadeiro poder de império (ius imperii), a ele devendo sujeição os particulares. Aparece este item simultaneamente como direito e dever fundamental. 
Por sua vez, a propriedade é o direito de usar, gozar, usufruir e dispor de um bem e de reavê-lo de quem quer que injustamente o esteja possuindo. Tal definição se aplica para bens móveis e imóveis, materiais (ex.: propriedade sobre direitos autorais) e imateriais. 
No Direito Civil estudamos que o direito de propriedade tem caráter absoluto e exclusivo. O caráter absoluto é a ideia de que a propriedade é utilizada pelo proprietário da forma que ele quiser. O caráter exclusivo decorre do fato de que quem usa a propriedade é o proprietário ou terceiro em nome dele, sendo oponível, inclusive, erga omnes. Ocorre que as intervenções restritivas afetam o caráter absoluto, o caráter exclusivo e em algumas situações os dois. 
O art. 5º, XXIII, CF estipula que a propriedade deverá atender a sua função social. Com isto, percebe-se que o proprietário não é livre para usar o seu bem e, caso não dê a propriedade a sua função social, ele pratica uma inconstitucionalidade. A propriedade tem perfil constitucional, posto que está nos arts. 5º, XXII, LIV, LV, da CF, que estipula que ninguém será privado de seus bens senão por processo judicial ou administrativo com ampla defesa e contraditório. Portanto, se alguém for privado de seus bens sem respeito a isto o ato será inconstitucional.
Em virtude da supremacia do interesse público sobre o interesse privado a administração pública pode intervir no direito constitucional de propriedade se houver necessidade. Essa intervenção pode se dar de duas formas:
 - intervenção restritiva – são as intervenções que não suprimem o direito de propriedade do particular. O bem continua nas mãos do particular, ficando sujeito a algumas restrições (ex.: tombamento, servidão, limitações administrativas etc.); - intervenção supressiva – são as intervenções que suprimem o direito de propriedade do particular, passando-a para as mãos do Estado. Essa intervenção ocorre através da desapropriação. 
A seguir, os principais meios de intervenção na propriedade: todas implicam transferência compulsória do uso, da posse, ou da propriedade:
• Desapropriação: Propriedade. Art. 5º. XXIV - a lei estabelecerá o procedimento para desapropriação por necessidade ou utilidade pública, ou por interesse social, mediante justa e prévia indenização em dinheiro, ressalvados os casos previstos nesta Constituição 
• Requisição: posse: Art. 5º, XXV, CF. Art. 5º, XXV - no caso de iminente perigo público, a autoridade competente poderá usar de propriedade particular, assegurada ao proprietário indenização ulterior, se houver dano. Transfere-se a posse, provisoriamente, como na ocupação. 
• Ocupação: posse. Ocupação é um meio de intervenção na propriedade em que se transfere, temporária e compulsoriamente, a posse, mediante indenização se houver danos, por razões de interesse público. 
• Limitação: uso. É de invocar-se novamente os arts. 5º, XXIII, e 170, III, da CF; Limitação de caráter geral e abstrato, estabelecendo uma restrição a uma quantidade indeterminada de bens. Como exemplo, o direito de preempção (arts. 25 a 27 da Lei n. 10.257 – Estatuto da Cidade), que é uma espécie de limitação administrativa, nada mais é do que a possibilidade de um município, mediante lei, determinar o direito de preferência para aquisição de imóvel urbano objeto de alienação onerosa entre particulares. 
• Servidão: uso. Poder Público a usar a propriedade imóvel para permitir a execução de obras e serviços de interesse coletivo. Cuida-se de um direito real público, porque é instituído em favor do Estado para atender a fatores de interesse público. Por isso, difere da servidão de direito privado, regulada pelo Código Civil e tendo como partícipes da relação jurídica pessoas da iniciativa privada (arts. 1.378 a 1.389, Código Civil). 
• Tombamento: uso. É um meio de intervenção na propriedade que implica em restrições quanto ao uso, específicas e onerosas. Alguns entendem que tombamento é uma espécie de servidão. O que o diferencia das demais servidões é o fato gerador (razões históricas, artísticas, culturais e ambientais).

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