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CARLOS HENRIQUE BORGES ENGENHEIRO PERITO AVALIADOR CREA 106977/D IBAPE 755 carlosborges.eng@gmail.com (31)98588-2060 1 LAUDO DO ESTADO DE CONSERVAÇÃO DE CÉLULA DE CAIXA D’AGUA CENTRO DE PREPARAÇÃO DE OFICIAIS DA RESERVA DE BELO HORIZONTE – MG CPOR CARLOS HENRIQUE BORGES ENGENHEIRO PERITO AVALIADOR CREA 106977/D IBAPE 755 carlosborges.eng@gmail.com (31)98588-2060 2 ÍNDICE TEMA PÁGINA 1 IDENTIFICAÇÃO DO SOLICITANTE 03 2 FINALIDADE 03 3 PRESSUPOSTOS, RESSALVAS E FATORES LIMITANTES 03 4 CARACTERIZAÇÃO DO LOCAL 04 5 DEFINIÇÃO DE TERMOS TÉCNICOS 06 6 CONSIDERAÇÕES PRELIMINARES 07 7 MÉTODOS E PROCEDIMENTOS 20 8 PATOLOGIAS OBSERVADAS 21 9 CONCLUSÕES 23 10 RELATÓRIO FOTOGRÁFICO 29 11 QUALIFICAÇÃO LEGAL DO PROFISSIONAL RESPONSÁVEL 50 12 ART 51 13 ANEXOS – LAUDO DE SONDAGEM 52 CARLOS HENRIQUE BORGES ENGENHEIRO PERITO AVALIADOR CREA 106977/D IBAPE 755 carlosborges.eng@gmail.com (31)98588-2060 3 1 - IDENTIFICAÇÃO DO SOLICITANTE: CPOR – Centro de Preparação de Oficiais da Reserva de Belo Horizonte Oficial solicitante: Cap. Bruno Viana 2 - FINALIDADE: Pericia para identificação, controle e solução de patologias em uma célula de caixa d’água de concreto armado apoiada no solo, de 480000 litros e que tem apresentado vazamentos significativos, fazendo com que o cliente tenha que deixá-la vazia. 3 - PRESSUPOSTOS, RESSALVAS E FATORES LIMITANTES: 3.1. Os trabalhos de inspeção foram realizados nos dias 09, 12, 17, 19, 23 e 24/05/2016, 16, 21 e 23/06/2016 e 4, 6, 8 e 12/07/2016 . 3.2. No local existe outra célula da caixa d’água com as mesmas dimensões do objeto deste estudo e que provavelmente, mesmo que em criticidade reduzida, tem as mesmas patologias aqui relacionadas. 3.3. As duas caixas d´água tem idade superior a 60 (sessenta anos), de acordo com informações do cliente; 3.4. Devido ao estado aparente atual, admitimos a possibilidade da necessidade de outros estudos e ensaios complementares que serão abordados nesse laudo; 3.5. O presente trabalho será apresentado em uma via impressa e uma via digital, entregue, aos responsáveis pelo CPOR por intermédio da Construtora Davi Shalom. 3.6. Este estudo segue fielmente o Código de ética do Engenheiro, Leis e regulamentos do CONFEA e normas e determinações do IBAPE/MG. 3.7. As informações colhidas no local são tidas como de boa fé, além de serem considerados verdadeiros documentos consultados; CARLOS HENRIQUE BORGES ENGENHEIRO PERITO AVALIADOR CREA 106977/D IBAPE 755 carlosborges.eng@gmail.com (31)98588-2060 4 4 IDENTIFICAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DO LOCAL: 4.1 .Identificação: Av, Marechal Esperidião Rosa, 400 – Bairro São Francisco Belo Horizonte – MG CEP.:31255-000 Figura 1 – Localização do CPOR em Belo Horizonte 4.2. Caracterização: Trata-se de caixa d’água superior em estrutura de concreto armado (Fig. 2), admitimos a possibilidade de estar apoiada em solo firme, mas para que possamos embasar este laudo CARLOS HENRIQUE BORGES ENGENHEIRO PERITO AVALIADOR CREA 106977/D IBAPE 755 carlosborges.eng@gmail.com (31)98588-2060 5 de maneira mais precisa, estaremos anexando um estudo de sondagem para melhor precisarmos as conclusões que serão apresentadas. Com medidas externas das duas caixas somadas de 14m x 28m (comprimento) e medidas internas individuais de 13,21m x 13,22m x 3,89m, e idade superior a 60 anos, com grande vazamento próximo a tubulação de saída. Está localizada na parte superior do terreno, próximo ao prédio de salas de aula e às quadras esportivas. Apresenta desgaste de cobrimento e de oxidação de ferragens, além de prováveis infiltrações pelo teto devido ao desgaste do cobrimento de asfalto existente. Figura 2 – Localização da caixa d’água no terreno do CPOR CARLOS HENRIQUE BORGES ENGENHEIRO PERITO AVALIADOR CREA 106977/D IBAPE 755 carlosborges.eng@gmail.com (31)98588-2060 6 5. DEFINIÇÃO DE TERMOS TÉCNICOS: 5.1 Infraestrutura ou Fundações são sistemas estruturais que têm a função de transmitir ao solo ou rocha as cargas advindas das construções. 5.2 Estrutura é o conjunto de elementos de uma construção que tem como finalidade suportar, com segurança, os esforços aplicados, independentemente dos materiais utilizados. 5.3 Mesoestrutura é a parte da estrutura que interliga a infraestrutura (fundações) e a superestrutura (estrutura propriamente dita). 5.4 Reservatório é uma estrutura destinada à armazenamento de líquidos, podendo estar apoiados diretamente sobre o solo, parcialmente enterrados, enterrados ou elevados. Estruturalmente são constituídos por lajes de fundo, paredes e Cobertura. 5.5 Fissuras em estruturas são “aberturas” que não ultrapassam a 0,3 mm de espessura e afetam a aparência do concreto, influenciando a durabilidade das estruturas, por permitir o acesso dos agentes agressivos às barras de armação, causando sua corrosão. 5.6 Trincas: são todas as “aberturas” maiores que as fissuras. 5.7 Manchamento: é a lixiviação do hidróxido de cálcio, que normalmente indica a despassivação do meio alcalino no interior do concreto, propiciando a corrosão da armadura. 5.8 Corrosão da Armadura: manifestação devida a permissão de entrada de agentes agressivos pela massa do concreto. A permeabilidade do concreto à água ou aos gases possibilita que as barras de armação sejam atacadas por agentes agressivos que provocam a corrosão. Neste tipo de ataque ocorre o aumento do diâmetro das barras de armação pela formação de óxido e hidróxido de ferro (ferrugem). O surgimento de manchas em tons castanho claro (amarelado no anodo e avermelhado no catodo) e/ou fissuras no cobrimento das armaduras caracteriza este tipo de anomalia. CARLOS HENRIQUE BORGES ENGENHEIRO PERITO AVALIADOR CREA 106977/D IBAPE 755 carlosborges.eng@gmail.com (31)98588-2060 7 6. CONSIDERAÇÕES PRELIMINARES: 6.1 A estrutura de concreto da caixa d’água está situada em área de classe de agressividade ambiental moderada, por estar em área urbana sem influência marinha. O risco de deterioração é pequeno, porém pelo fato de estar sem receber manutenção por um intervalo grande de tempo, tem suas estruturas severamente impactadas pela ação do tempo e de agentes externos. Figura 3 – Tabela de classe de agressividade 6.2 A figura 4 apresenta a tabela 7.2 do sub item 7.4.7.6 da NBR 6118, adiante apresentada, determina os cobrimentos nominais mínimos das armaduras em correspondência com a classe de agressividade ambiental: Figura 4 – Tabela de correspondência entre classe de agressividade ambiental e cobrimento nominal CARLOS HENRIQUE BORGES ENGENHEIRO PERITO AVALIADOR CREA 106977/D IBAPE 755 carlosborges.eng@gmail.com (31)98588-2060 8 6.3 O limite para abertura de fissuras, relacionadas à durabilidade e proteção das armaduras em função da classe de agressividade ambiental é determinado pela figura 5 que mostra a tabela 13.3 da NBR 6118: Figura 5 – Tabela de exigência de durabilidade relacionadas à fissuração e a proteção da armadura 6.4 Normalização A normalização reflete a capacidade técnica do sistema produtivo de um paíse sua atualização deve ser encarada como instrumento de desenvolvimento, constituindo-se primordial no conhecimento técnico nacional. No Brasil, a normalização na Engenharia de Estruturas teve início com a NB-1, surgida em 1940, mantendo seu formato até a versão da NB-1/60, incorporando modificações que se fizeram necessárias (a primeira revisão da NB-1/60 foi elaborada em 1950 e a segunda em março de 1960). Em 1970 reinstalou-se a Comissão de Estudos de Revisão da NB-1, cujo trabalho resultou na NB-1/78, que posteriormente passou a ser denominada pelo IMETRO por NBR-6118. A revisão da NB-1/78 (NBR-6118) começou em 1990, procurando reunir e aproveitar, na medida do possível, todas as propostas de revisão apresentadas em simpósios e pesquisas acadêmicas da época, contemplando os conceitos mais CARLOS HENRIQUE BORGES ENGENHEIRO PERITO AVALIADOR CREA 106977/D IBAPE 755 carlosborges.eng@gmail.com (31)98588-2060 9 avançados da engenharia mundial atual, introduzindo o conceito da durabilidade das construções. Conceitualmente, a durabilidade está diretamente relacionada com a qualidade da camada de cobrimento do concreto e com sua espessura, de forma a se obter uma barreira para proteção das armaduras por um período denominado por “Vida útil das estruturas”. Todas as versões da NB-1 adotavam cobrimentos de 2 centímetros para vigas e pilares ao ar livre (item 41 da NB1-60 e item 6.3.3.1 da NB-1/78), enquanto a NBR- 6118/2014 exige 4 centímetros como espessura mínima para Classe de Agressividade Ambiental III (construções industriais) e 3 centímetros para construções urbanas, além de outras características tais como fator A/C≤0,60 e Classe de concretos mínimo de 20 MPa. (resistência característica à compressão de 300kg/cm²). 6.5 Durabilidade O concreto é um material poroso, e para tornar possível sua produção, utiliza-se uma quantidade de água maior que a necessária à hidratação do cimento. Essa água que sobra forma uma rede de canais capilares ou poros que, somada aos vazios que ocorrem na mistura devido ao ar aprisionado ou incorporado ao concreto, definirão a porosidade do material. As conexões existentes entre os vazios facilitam a movimentação de líquidos e gases no seu interior. Quanto maior a permeabilidade do concreto, maior a chance de diminuição de durabilidade, uma vez que este poderá ser atacado por agentes externos agressivos tanto ao concreto (Fig. 6), como às armaduras nele inseridos. CARLOS HENRIQUE BORGES ENGENHEIRO PERITO AVALIADOR CREA 106977/D IBAPE 755 carlosborges.eng@gmail.com (31)98588-2060 10 Figura 6 – Micrografia de concreto com vazios passíveis de permeabilidade A estrutura será considerada durável quando desempenhar todas as especificações de projeto, mantendo resistência e características funcionais durante um período de tempo pré-determinado, normalmente 50 anos. Os problemas de ataques às armaduras das estruturas de concreto armado normalmente são gerados pela queima de combustíveis fósseis e os poluentes industriais lançam dióxido de enxofre e dióxido de nitrogênio na atmosfera. Esses gases combinam-se com o hidrogênio presente na atmosfera sob a forma de vapor de água, resultando em chuva ácida. As águas da chuva, assim como a geada, neve e neblina ficam carregadas de ácido sulfúrico ou ácido nítrico. Ao entrarem em contato com as superfícies, atacam estruturas em concreto, assim como as de aço. 6.6 Trincas e fissuras As patologias ou defeitos na construção podem ser classificadas como de origem humana (projeto insuficiente e/ou inexistente, escolha inadequada de materiais, mão-de-obra deficiente, manutenção inadequada e/ou inexistente, utilização inadequada) ou de origem natural ou do clima (variações térmicas, de CARLOS HENRIQUE BORGES ENGENHEIRO PERITO AVALIADOR CREA 106977/D IBAPE 755 carlosborges.eng@gmail.com (31)98588-2060 11 umidade, de insolação, inundações, ventos, vibrações, tremores de terra e até terremotos). A evidência mais frequente de defeitos na construção são as fissuras, trincas e rachaduras. Em alvenarias, fissuras são superficiais, afetando somente os revestimentos (pinturas e argamassas), enquanto trincas são mais largas e profundas o suficiente para fraturar os blocos das paredes. As principais causas que originam as fissuras e trincas estão sempre relacionadas com a retração devido à secagem dos materiais de construção, à execução deficiente, à ação térmica ou às deficiências estruturais. Fissuras sempre são classificadas por se manifestarem como de pequenas aberturas, passando pelas trincas, de aberturas médias até as rachaduras, de tamanho suficiente para que se introduza dedos da mão, acima de 1 centímetro de largura. Fissuras afetam a aparência do concreto, influenciando a eficiência e durabilidade em estruturas hidráulicas, pois facilita a percolação de agentes agressivos às barras de armação, favorecendo a corrosão dessas armaduras. Apresenta-se a seguir os principais tipos de fissuras encontradas nas estruturas de concreto armado. 6.7 Fissuras causadas por variação de temperatura Os elementos de uma estrutura estão sujeitos a variações dimensionais devido à variação de temperatura sazonais e diárias a que estão expostos, ou seja, quando a temperatura aumenta, ocorre uma tendência de expansão e quando a temperatura diminui, se retraem. CARLOS HENRIQUE BORGES ENGENHEIRO PERITO AVALIADOR CREA 106977/D IBAPE 755 carlosborges.eng@gmail.com (31)98588-2060 12 As fissuras causadas por variação de temperatura podem surgir devido ao encurtamento de elementos (diminuição de temperatura) quando restringidos por vínculos. Esse efeito pode ser amenizado com juntas de dilatação bem projetadas. Fissuras causadas pela variação de temperatura também podem ocorre quando partes da estrutura constituídas do mesmo material estão sujeitas à temperaturas diferentes: como no caso das lajes de cobertura, onde a face superior pode ficar exposta a uma temperatura maior que a face inferior. A configuração das fissuras causadas por variação térmica é muito parecida com as causadas por retração: de abertura constante, perpendiculares ao eixo do elemento e tendendo a seccionar o elemento. 6.8 Fissuras causadas por esforços A atuação de solicitações previstas ou não em projeto, pode produzir a fissuração de componentes de concreto armado, sem que isso implique necessariamente na ruptura do componente ou instabilidade da estrutura. Tração: são ortogonais à direção do esforço e atravessam toda a seção. O concreto é muito suscetível a esse tipo de fissura, pois sua resistência à tração é muito pequena. Compressão: são paralelas à direção do esforço, visíveis com esforços inferiores ao de ruptura e aumentam de forma contínua. No caso de concreto muito heterogêneo, as fissuras podem cortar-se segundo ângulos agudos. Flexão: São as mais frequentes em concreto armado. Elas começam no bordo mais tracionado, com maior abertura, e avançam em direção à linha neutra, quando se dissipam. CARLOS HENRIQUE BORGES ENGENHEIRO PERITO AVALIADOR CREA 106977/D IBAPE 755 carlosborges.eng@gmail.com (31)98588-2060 13 Força Cortante: são inclinadas (entre 30° e 45°), atravessam toda a peça e localizadas próximas aos apoios dos elementos (regiões de maior esforço ruptura cortante), caracterizando iminente, frágil (sem aviso prévio). Torção: são inclinadas (aproximadamente 45°), cobrindo o contorno da peça de forma mais ou menos espiral, manifestando-se principalmente nas extremidades dos elementos estruturais. 6.9 Fissuras causadas por recalques A fundação é o elemento estrutural criado parasuportar as construções, atendendo aos esforços das condições de apoio e cargas solicitantes. As fundações deve sempre distribuir as cargas sobre o solo de apoio, de forma a não produzir tensões excessivas no solo, evitando-se sua ruptura, inclinações e recalques significativos. Falhas nas fundações podem resultar em diversas patologias, desde pequenas fissuras até o colapso parcial ou total da obra. Mudanças no comportamento das fundações geralmente estão associadas às infiltrações de águas (pluviais, servidas e/ou potáveis), aumento na sobrecarga da edificação, alterações das características geométricas em função de ampliações e/ou reformas, etc, sendo assim grandes causadores de recalques. Os recalques de uma fundação aparecem na forma de fissuras, trincas e rachaduras, usualmente inclinadas. No caso de haver evolução contínua dos recalques, observa-se o aumento dessas aberturas e até outros danos por toda a edificação, tais como rompimento de tubulações, comprometimento de outros sistemas construtivos, etc. CARLOS HENRIQUE BORGES ENGENHEIRO PERITO AVALIADOR CREA 106977/D IBAPE 755 carlosborges.eng@gmail.com (31)98588-2060 14 Resumidamente os recalques podem ser classificados como: • Imediatos : se manifestam imediatamente após a aplicação do carregamento ou num período de tempo curto (aproximadamente sete dias). Cuidados especiais em solos fino-granulado, tais como siltes e argilas com grau de saturação e para solos com grande coeficiente de permeabilidade. • Por consolidação : se manifestam ao longo do tempo após o carregamento, estabilizando-se em até 5 anos, dependendo do tipo e características do solo de suporte. 6.10 Fissuras causadas por retrações (estado plástico) Durante o período de pega ou princípio de endurecimento, podem ocorrer fissuras que possuem um tratamento completamente distinto das fissuras que aparecem no concreto endurecido. A quantidade de água usada, a área específica do cimento, a temperatura inicial do concreto e a temperatura e umidade ambiente, dentre outros, desenvolverão no concreto mais ou menos calor e mais ou menos resistência. •. Retração Plástica : Logo após o adensamento e acabamento da superfície do concreto pode-se observar o aparecimento de fissuras na sua superfície. Esta retração (plástica) é devida à perda rápida de água de amassamento, seja por evaporação, seja por absorção. • Retração Hidráulica : É devida à perda por evaporação de parte da água de amassamento para o ambiente. Manifesta-se imediatamente após o adensamento do concreto, se não forem tomadas providências que assegurem uma perfeita cura, ou seja, se não for impedida a evaporação da água do concreto. CARLOS HENRIQUE BORGES ENGENHEIRO PERITO AVALIADOR CREA 106977/D IBAPE 755 carlosborges.eng@gmail.com (31)98588-2060 15 • Retração Térmica : Devido às reações exotérmicas durante o processo de hidratação do cimento, há a geração de calor. Com o passar do tempo, o resfriamento da peça, que alcançou seu endurecimento e resistências iniciais sob temperatura mais elevada, esta tenderá a contrair-se, criando tensões importantes de origem térmica que podem originar fissuras e inclusive romper a peça. Obstáculos internos na massa do concreto (como as armaduras) e outros vínculos, tendem a impedir o concreto de se retrair, surgindo então tensões internas de tração que podem provocar fissuras nas peças de concreto. As fissuras provocadas por retração em placas (pavimentos, lajes, etc.) geralmente têm o formato de "malha", "teia de aranha" ou "escama de peixe". Em elementos lineares de grandes dimensões, as fissuras de retração têm configuração semelhante às fissuras causadas por variação de temperatura. 6.11 Corrosão das armaduras O principal mecanismo de deterioração de estruturas do concreto é a corrosão de suas armaduras. As barras de aço sofrem basicamente dois processos principais de corrosão : a oxidação (processo extremamente lento à temperatura ambiente) e a corrosão propriamente dita (ataque de natureza eletroquímica que se dá em meio aquoso). O concreto é um composto de elevada alcalinidade devido às reações de hidratação dos silicatos de cálcio, constituintes do cimento, que originam um elevado teor de hidróxidos de cálcio. A presença de pH elevado (superior a 12,5) proporciona ao aço um comportamento passivo devido à formação de um filme protetor de óxido de ferro em toda a sua superfície, denominada película passivante. O mecanismo de CARLOS HENRIQUE BORGES ENGENHEIRO PERITO AVALIADOR CREA 106977/D IBAPE 755 carlosborges.eng@gmail.com (31)98588-2060 16 corrosão no aço inicia-se quando essa película passivante é destruída, mesmo que parcialmente (Fig.7). A corrosão é um fenômeno originado usualmente por ação eletroquímica onde a diferença de potencial no material, que tende para uma situação de equilíbrio, originando fluxos de corrente iónica equivalentes a uma pilha eletroquímica. Para que o mecanismo de corrosão se desenvolva, é necessária a existência de um ânodo (armadura despassivada), de um catodo (armadura com acesso a oxigênio), de um condutor elétrico (armaduras) e de um eletrólito (humidade). Para que inicie o mecanismo de corrosão é imprescindível à presença de oxigênio e que o concreto armado esteja em situação intermédia de humidade (em torno de 60%) ou submetido às variações sucessivas de molhagem e secagem (marés). Em ambientes saturados (por não existir acesso de oxigênio às armaduras) ou secos (a resistividade inversamente proporcional ao teor de humidade do concreto), o mecanismo de corrosão é praticamente nulo. A transformação de aço em ferrugem é acompanhada pelo aumento volumétrico de até 600% do metal original. Segundo P. Kumar Mehta, esse aumento de volume é a principal causa da expansão e fissuração do concreto. É importante ressaltar que a relação A/C influencia diretamente na porosidade do concreto, aumentando sua permeabilidade e minimizando a velocidade de corrosão. Menores índices de permeabilidade acarretam na diminuição da velocidade de corrosão, por oferecer maior resistência à incursão de oxigênio na massa de concreto. Da mesma forma, esse efeito também é influenciado pela espessura e qualidade do cobrimento das armaduras. CARLOS HENRIQUE BORGES ENGENHEIRO PERITO AVALIADOR CREA 106977/D IBAPE 755 carlosborges.eng@gmail.com (31)98588-2060 17 Figura 7 – Mecanismo de deterioração em estrutura de concreto 6.12 Retração em estruturas de saneamento Os principais fatores que contribuem para o surgimento de problemas patológicos em estruturas de concreto armado de obras de saneamento estão relacionados a falhas de projeto e/ou de planejamento e à não observância de critérios técnicos adequados durante a execução das obras, que influi diretamente na diminuição da vida útil dessas obras. As obras executadas sob as diretrizes da antiga NBR 6118:1978 (Projeto e execução de obras de concreto armado), com a NB 1:1960 ou até mesmo anteriormente a esta norma técnica, foram concebidas sem consideração de aspectos de deterioração e critérios de durabilidade da estrutura. Com as alterações substanciais quanto à durabilidade, ao dimensionamento e verificação das estruturas de concreto introduzidas pela NBR 6118:2003 (Projeto de Estruturas de Concreto) e com a entrada em vigor da NBR 14931:2004 (Execução de Estruturas de Concreto), estima-se que as novas obras tenham vida útil de projeto de 50 a 60 anos. CARLOS HENRIQUE BORGES ENGENHEIRO PERITO AVALIADOR CREA 106977/D IBAPE 755 carlosborges.eng@gmail.com (31)98588-2060 18 Dentre as inúmeras manifestações patológicas, podem-se citar fissuras,desplacamentos, corrosão de armaduras, desintegração do concreto por ação de sulfatos, desgaste superficial, lixiviação, eflorescências, expansão, fadiga de juntas de dilatação, entre outras, que, dependendo da natureza dos problemas dos elementos estruturais danificados e do grau de severidade do ambiente, podem acarretar problemas de instabilidade. É comum observar em reservatórios de água ou estações de esgotos fissuração provocada pela retração do concreto nas paredes e até em lajes de fundo, principal causa de seus vazamentos. A prática de projeto privilegia o dimensionamento das armações para resistir aos empuxos, sem dispensar a devida atenção ao controle da fissuração gerada pelas deformações impostas como a retração. Se um elemento de concreto estiver inteiramente isolado, as suas variações de volume, provocadas por retração, deformação lenta ou variação de temperatura, não introduzirão nenhuma solicitação devido à variação volumétrica. No entanto, o contato entre os elementos estruturais e seus apoios criam restrições à essas variações volumétricas, uma vez que o atrito do solo com a laje do fundo, restringe seu encurtamento, impedindo o livre encurtamento das paredes. Essas restrições causam fissuração nos elementos estruturais quando os esforços são superiores à sua capacidade de resistência à tração, causando um problema crítico em reservatórios, pois essas fissuras ameaçam sua adequada estanqueidade. Esse efeito foi salientado há mais de 30 anos pelos Professores Huber Rüsch (1965) e Fritz Leonhardt (1970). Os danos que não ocorrem à época da construção ou imediatamente após a obra ser entregue, mas sim após decorridos meses e até anos. Em sua Tese de Doutorado, H. Falkner (1969) determinou, teórica e experimentalmente, as reais quantidades de armaduras necessárias para o controle dessa fissuração, gerando os ábacos que até hoje servem de referência às Normas e CARLOS HENRIQUE BORGES ENGENHEIRO PERITO AVALIADOR CREA 106977/D IBAPE 755 carlosborges.eng@gmail.com (31)98588-2060 19 a outros trabalhos de investigação (Fig.8), que estabelecem relações entre as taxas de armaduras necessárias, diâmetros das barras e as aberturas (médias) das fissuras. É importante ressaltar que a armação designada por "armadura de pele" não é capaz de absorver os esforços devido à retração em paredes de estruturas de concreto. As normas brasileiras em vigor recomendam apenas 0,10% da seção do elemento estrutural em cada face (item 17.3.5.2.3, enquanto para controlar a fissuração devido à retração, é necessário 5 vezes mais armadura. Segundo Fritz Leonhardt e Horst Falkner, a distância entre as armaduras tracionadas deve ser de 7 a 10 vezes o diâmetro da barra. Figura 8 – Diagrama baseado no Ábaco de Fakner É comum apontar que a causa dessas patologias decorrem de dosagens inadequadas e/ou curas ineficientes. Na verdade, o fenômeno da retração hidráulica começará sempre após a cura de qualquer concreto, que somente poderá ser minimizada por meio da adoção de uma armação adequada para o controle da fissuração. Independentemente de qualquer comentário, é importante ressaltar que os cimentos utilizados antes de 1970 tinham grãos mais grossos (100m²/kg) em relação aos utilizados atualmente (400 a 500 m²/kg), além de terem menor concentração de Silicatos de cálcio (C3S), demorando mais tempo para se hidratar, elevando menos a CARLOS HENRIQUE BORGES ENGENHEIRO PERITO AVALIADOR CREA 106977/D IBAPE 755 carlosborges.eng@gmail.com (31)98588-2060 20 temperatura do concreto após seu lançamento e consequentemente causando menores esforços de tração nos concretos. 7. MÉTODOS E PROCEDIMENTOS: Este trabalho será executado observando os métodos e procedimentos apresentado abaixo: 7.1 Realização de vistoria técnica de engenharia com levantamento das dimensões físicas da caixa d´água e identificação de patologias e falhas aparentes nesse caso, no que diz respeito às condições de degradação e/ou durabilidade das estruturas e seus reflexos em subsistemas não estruturais. São observadas as regiões de maiores concentração de tensões, não-conformidades estruturais, indícios de deslocamentos e/ou deformações excessivas, indícios de fragilidades em elementos estruturais, manchas, alteração de cor, desplacamentos, desgastes, falta de uniformidade, dentre outras manifestações; Ao definir as qualidades de uma estrutura o inspetor deve utilizar-se da sua própria experiência, da experiência de outros profissionais da área, dos ensaios disponibilizados e, preferivelmente, do atual estado da arte. 7.2 Consulta as normas técnicas publicadas pela ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas a seguir relacionadas: NBR-6.118 Execução de estrutura de concreto – Procedimentos NBR-7.200 Execução de revestimento de paredes e tetos de argamassa inorgânica – Procedimento NBR-9.574 Execução de impermeabilização NBR-9.575 Impermeabilização – Seleção e projeto NBR-13.752 Pericias de Engenharia na construção civil 7.3 Elaboração de laudo técnico de conformidade com a norma técnica NBR 13.752 – Perícias de engenharia na construção civil com relatório fotográfico da inspeção feita na vistoria. A laje da caixa d´água esta dividida em 12 quadrantes, seccionados pelas vigas apoiadas nos pilares. O croqui dos quadrantes estão ilustrados abaixo: CARLOS HENRIQUE BORGES ENGENHEIRO PERITO AVALIADOR CREA 106977/D IBAPE 755 carlosborges.eng@gmail.com (31)98588-2060 21 Vistoria acompanhada por: Sr. Davidson Nº Imóvel: - Responsável técnico: Carlos Henrique Borges Proprietário: CPOR - BH Endereço: Av. Marechal Esperidião Rosa, 400 Data: 09/05/2016 CROQUI DO IMÓVEL Salas de aula Divisa do CPOR Q 1 Q 2 Q 3 Q 4 Q 5Q 6Q 7Q 8 Q 9 Q 10 Q1 1 Q 12 8. PATOLOGIAS OBSERVADAS: Com medidas externas das duas caixas somadas de 14m x 28m (comprimento) e medidas internas individuais aproximadas de 13,21m x 13,22m x 3,89m com acesso pela tampa por abertura de 65 cm x 65 cm. No lado externo temos vários problemas que puderam ser observados desde total degradação da tubulação, até falhas significativas no revestimento de asfalto existente. Várias raízes de árvores perfuraram o concreto evidenciando a necessidade de substituí-las, para que a estrutura possa ser recuperada. Todas as patologias observadas nas paredes se manifestam através de trincas verticalizadas, com indícios de correção em data anterior, sem grandes alterações em suas CARLOS HENRIQUE BORGES ENGENHEIRO PERITO AVALIADOR CREA 106977/D IBAPE 755 carlosborges.eng@gmail.com (31)98588-2060 22 larguras, praticamente a partir de pequena altura em relação ao piso interno do Reservatório. Nota-se também que seu espaçamento é aproximadamente equivalente à sua altura. Não se observou trincas e/ou fissuras inclinadas ou horizontais, que caracterizassem recalques diferenciais ou abatimentos localizados. No piso existe água empossada no centro da caixa d’água indicando que a mesma não está recalcando para as extremidades, o que se comprova também pelos tipos de trincas/fissuras existentes. Se a estrutura estivesse recalcando, teríamos trincas em curvas, inclinadas ou horizontais na parte inferior, o que não ocorre. Mas também observamos as marcas de quando a caixa estava cheia uma leve inclinação para a extremidade, podendo assim ser admitido a possibilidade de um leve recalque. De acordo com relatório de sondagem em anexo no final deste estudo, podemos observar que o terreno demonstra-se com resistência aceitável, sem aparentes pontos de deslocamento ou enfraquecimento de material, o que configuraria vazamentos expressivos de água para o terreno.Observou-se a presença de uma junta fria de concretagem, à aproximadamente 50 centímetros da laje de fundo, principalmente pela manifestação de falhas de concretagem com agregados graúdos soltos e/ou desagregados e contaminação de solo. Verificou-se ainda a presença de raízes de árvores concentrada em um nicho, onde, provavelmente há deficiência de adensamento do concreto. Cobertura: Estado de conservação: PRECÁRIO Anomalias e falhas: Revestimento precário, com diversos pontos de infiltração. Grau de risco MODERADO CARLOS HENRIQUE BORGES ENGENHEIRO PERITO AVALIADOR CREA 106977/D IBAPE 755 carlosborges.eng@gmail.com (31)98588-2060 23 Estrutura superior (parte interna da laje e vigas e pilares até 70cm a partir da laje): Estado de conservação: REGULAR Anomalias e falhas: Parte superior, onde não há contato com a água do reservatório mesmo quando cheio, com diversos pontos de lixiviação do hidróxido de cálcio resultantes das infiltrações provenientes das fissuras existentes na laje, com a consequente formação do carbonato de cálcio insolúvel que são responsáveis pelo aparecimento de eflorescência caracterizada por depósitos de cor branca na superfície do concreto. Vários pontos com ferragem aparente totalmente oxidados, e em alguns a ferragem se rompeu correndo risco de colapso da estrutura. Grau de risco ALTO Impermeabilização: Estado de conservação: PRECÁRIO Anomalias e falhas: Diversos pontos de fissuras nas laterais da laje com a camada impermeabilizante com desgaste superficial e em final de vida útil, e restos de partes de uma antiga escada totalmente deteriorados por oxidação devido ao contato com a água, além de vazamento significativo na junção com a tubulação de saída de água Grau de risco MODERADO PARA ALTO Tubulação: Estado de conservação: PRECÁRIO Anomalias e falhas: Totalmente deteriorada, e com redução significativa no diâmetro interno devido ao acumulo de deposito de oxidação na parede interna. Grau de risco MODERADO A ALTO 9. CONCLUSÕES: 9.1 As trincas verticais são ocasionadas por insuficiência na armação horizontal, necessárias à absorção de tensões de tração devido a retração do concreto. Observa-se que além da espessura da armadura existente ser insuficiente (6,3mm), o espaçamento entre elas ( aproximadamente 30cm) é insuficiente para os esforços de retração. De acordo com a figura 8 (Diagrama baseado no Ábaco de Fakner) o espaçamento ideal seria na ordem de 7cm, ou seja, aproximadamente 4 vezes mais armadura que o efetivamente utilizado, ainda que a Norma CARLOS HENRIQUE BORGES ENGENHEIRO PERITO AVALIADOR CREA 106977/D IBAPE 755 carlosborges.eng@gmail.com (31)98588-2060 24 vigente à época (NB 1/60) não especificava a necessidade de usá-las, ficando a cargo do projetista utilizá-las ou não. 9.2 Na região da junta fria de concretagem entre a laje inferior e o início das laterais não houve adequado adensamento do concreto e tratamento, o que facilita a penetração de raízes de árvores, como neste caso, assim além percolação/infiltrações de água nessas regiões. 9.3 O estado crítico de deterioração das estruturas da Cobertura pode ser atribuído ao cobrimento insuficiente das armaduras e à perenes infiltrações em suas lajes. O termo “cobrimento insuficiente das armaduras” é aplicado considerando o conhecimento atual sobre corrosão de armaduras, lastreado por todas as principais normas técnicas internacionais em vigor, inclusive a brasileira. 9.4 As trincas observadas nas faces inferiores das lajes foram causadas pela insuficiência de resistência do concreto, em função das sistemáticas infiltrações e consequente degradação das características físicas da interface entre os agregados graúdos e a pasta de cimento. Ressaltemos, no entanto, que a estrutura do Reservatório poderia estar em piores condições, caso não tivesse sido utilizado em sua construção aço CA-24 e cimento CP-I. Aços dessa classe contém menor taxa de carbono e menor tensão em serviço, o que reduz significativamente os efeitos da corrosão. Quanto os cimentos utilizados (sem aditivos), propiciam um pH mais alto e duradouro aos concretos que os disponíveis em nosso mercado atualmente. Concluindo, a avaliação técnica que ora elaborada é suficiente para afirmar que a estrutura do Reservatório está comprometida estruturalmente, já tendo findada sua vida útil de projeto, atravessado sua vida útil de serviço ou de utilização, estando no limiar de vida útil ou total. Deve-se elaborar um projeto de intervenções por empresa especializada, detalhando o processo executivo com informações técnicas, com documentação técnicas de CARLOS HENRIQUE BORGES ENGENHEIRO PERITO AVALIADOR CREA 106977/D IBAPE 755 carlosborges.eng@gmail.com (31)98588-2060 25 todas as etapas a serem executadas contemplando não menos do que as seguintes sugestões: a) Deverá ser devidamente escorada todo o perímetro das vigas de Cobertura e lajes para principalmente, garantir a segurança dos trabalhadores envolvidos nas atividades, e deverão ser escarificadas até que seu concreto apresente estrutura tida como saudável, com agregados graúdos aparentes. b) Todas as armaduras que apresentarem indícios de corrosão deverão ser limpas em todo seu perímetro, por meio de utilização de equipamento rotativo dotado de escovas de aço até a total remoção da oxidação e tratadas com produto inibidor de corrosão. Esse processo garante ao concreto adjacente integridade, estado que não poderia ser garantido em outros tipos de limpeza, como jato de água por pressão ou jato de areia. No caso da presença de carepas (esfoliação superficial formada por resíduos oxidados, as armaduras deverão ter seu contorno totalmente livres, através da remoção de camada de concreto de espessura mínima de 2 centímetros, de forma a possibilitar envolvimento total das armaduras com o graute estrutural. c) Após o tratamento das armaduras, nas superfícies inferiores de lajes e vigas da Cobertura, deverão ser fixadas novas armaduras, considerando as mesmas bitolas e espaçamentos existentes e feito as devidas amarrações e até fixação com graute. Feito o posicionamento das novas armaduras, restabelecer as seções geométricas das lajes e vigas por meio de aplicação de camada de concreto ou argamassa projetada, atendendo todas as recomendações do fabricante, principalmente quanto ao preparo do substrato, espessuras máximas entre camadas e tempo de cura de cada camada. Executar a cura conforme especificações do fabricante. Aplicar emulsão sobre o produto projetado com competência à inibir percolação de umidade para o interior das lajes e vigas. CARLOS HENRIQUE BORGES ENGENHEIRO PERITO AVALIADOR CREA 106977/D IBAPE 755 carlosborges.eng@gmail.com (31)98588-2060 26 d) Todas as trincas das paredes e todo o perímetro da junta seca de concretagem deverão ser colmatadas com resina estrutural de poliuretano (figura 9). O sistema de Injeção de Poliuretano, tem como principais finalidades: Proteger estruturas de concreto, selando as trincas fissuras, de modo a impedir agressões externas; Estancar infiltrações, inclusive com fluxo de água intenso, garantindo a integridade da estrutura; Solidificar a estrutura, obtendo a monoliticidade original, no caso da injeção de poliuretano rígido. As resinas de poliuretano apresentam baixa viscosidade e possuem excelente aderência, grande durabilidade, são isentas de solvente, se polimerizam com água e também são impermeáveis. Figura 9 – Sistema de injeção de poliuretano e) Após esse tratamento nas trincas e fissuras, aplicar sistema impermeabilizante em todas as superfícies das paredes (figura 10).CARLOS HENRIQUE BORGES ENGENHEIRO PERITO AVALIADOR CREA 106977/D IBAPE 755 carlosborges.eng@gmail.com (31)98588-2060 27 Figura 10 – revestimento das paredes f) As lajes de Cobertura devem ter removido todo o revestimento asfáltico atual e aplicado novo sistema de impermeabilização, com característica asfáltica, de forma a não haver incompatibilidade com o sistema atual (fig 11). Figura 11 – Revestimento da laje g) Após a execução da nova impermeabilização, sobre as lajes deverá ser lançada uma camada de 10 centímetros de argila expandida, para trabalharem como sistema de isolamento térmico (fig 12). Figura 12 – Revestimento da laje h) Supressão/substituição de todas as árvores que suas copas sombreiam a laje de Cobertura do Reservatório ao meio dia, pois entende-se que o diâmetro das raízes se equivale ao da copa, e como demonstram fotos abaixo, as raízes já estão afetando a estrutura. i) A tubulação deverá ser substituída por tubulação de ferro fundido nos moldes atuais utilizados pela Copasa, que é a Empresa de expertise comprovada em grandes reservatórios de água. Os serviços sugeridos acima devem ser executados com o maior rigor técnico possível, por meio de empresa especializada na área de reforço/recuperação CARLOS HENRIQUE BORGES ENGENHEIRO PERITO AVALIADOR CREA 106977/D IBAPE 755 carlosborges.eng@gmail.com (31)98588-2060 28 de estruturas de comprovada experiência, não sendo permitidos deslizes ou adaptações grosseiras, pois essas intervenções garantirão a segurança da referida estrutura e durabilidade. Após essas ações, o Reservatório estará atendendo às condições necessárias de segurança requerida para sua utilização. O CPOR deverá realizar investigações no interior do Reservatório a cada 3 anos, de forma a avaliar possíveis correções e ajustes a serem executados. Tudo que foi dito acima deverá ser aplicado também no reservatório que está cheio atualmente, pois como foi dito anteriormente, as duas caixas d’água são partes integrantes de uma mesma estrutura, devendo assim receber os mesmos cuidados. CARLOS HENRIQUE BORGES ENGENHEIRO PERITO AVALIADOR CREA 106977/D IBAPE 755 carlosborges.eng@gmail.com (31)98588-2060 29 10. RELATÓRIO FOTOGRÁFICO Fotografias parte externa superior da caixa d’água: Foto 1 Foto 2 Vista do alçapão de acesso com indicação de oxidação de armaduras da laje de teto. Detalhe da superfície externa da laje onde pode-se observar várias fissuras e o crescimento de plantas. Foto 3 Foto 4 Vista do dispositivo antigo de entrada de água. Observa-se também várias plantas que crescem na laje. Mais uma vista do dispositivo de entrada de água. CARLOS HENRIQUE BORGES ENGENHEIRO PERITO AVALIADOR CREA 106977/D IBAPE 755 carlosborges.eng@gmail.com (31)98588-2060 30 Foto 5 Foto 6 Vista do dispositivo de entrada de água na caixa que está sendo utilizada. Mais uma vista do dispositivo de entrada de água, onde pode-se ver o sistema de bóia instalado. Fotografias casa de máquinas da caixa d’água: Foto 7 Foto 8 Vista da saída de água onde podemos ver o grande vazamento de água. Demonstração do estado precário da tubulação de saída. CARLOS HENRIQUE BORGES ENGENHEIRO PERITO AVALIADOR CREA 106977/D IBAPE 755 carlosborges.eng@gmail.com (31)98588-2060 31 Foto 9 Foto 10 Detalhe de raízes de árvores que romperam a junção de concreto/parede e adentraram à casa de máquinas. Detalhe do registro que aparenta estar inoperante e deve ser trocado. Foto 11 Foto 12 Vista da saída de água onde podemos ver a ferragem da caixa d’água exposta. Vista especifica da tubulação da caixa d’água que apresenta vazamento, onde podemos ver o ambiente totalmente molhado. CARLOS HENRIQUE BORGES ENGENHEIRO PERITO AVALIADOR CREA 106977/D IBAPE 755 carlosborges.eng@gmail.com (31)98588-2060 32 Foto 13 Foto 14 Vista da saída de água onde podemos ver várias raízes dentro do recinto. Vista do estado precário do registro. Foto 15 Foto 16 Vista da saída de água onde podemos ver um pedaço de tronco de madeira calçando a tubulação. Vista da saída de água onde podemos ver outro pedaço de tronco de madeira calçando a tubulação CARLOS HENRIQUE BORGES ENGENHEIRO PERITO AVALIADOR CREA 106977/D IBAPE 755 carlosborges.eng@gmail.com (31)98588-2060 33 Foto 17 Foto 18 Vista da saída de água onde podemos ver trincas que deverão ser tratadas. Outra vista da saída de água onde podemos ver o pedaço de tronco de madeira calçando a tubulação. Foto 19 Foto 20 Detalhe da grande infiltração na casa de máquinas Além de infiltração , trincas... CARLOS HENRIQUE BORGES ENGENHEIRO PERITO AVALIADOR CREA 106977/D IBAPE 755 carlosborges.eng@gmail.com (31)98588-2060 34 Fotografias parte interna da caixa d’água: Parede 1 – Duas trincas significativas. Foto 21 Foto 22 Vista geral da parede 1 (1/3) Vista geral da parede 1 (2/3) Foto 23 Foto 24 Vista geral da parede 1 (3/3) Detalhe de grande fissura que já foi tratada anteriormente, mas que necessita novamente de reparos CARLOS HENRIQUE BORGES ENGENHEIRO PERITO AVALIADOR CREA 106977/D IBAPE 755 carlosborges.eng@gmail.com (31)98588-2060 35 Foto 25 Foto 26 Detalhe do tratamento anterior da trinca, onde podemos ver o revestimento se soltando. Detalhe de outro ponto do tratamento anterior da trinca, onde podemos ver o revestimento se soltando. Foto 27 Foto 28 Detalhe do tratamento anterior da outra trinca existente. Detalhe de outro ponto do tratamento anterior da segunda trinca, onde podemos ver o revestimento se soltando. CARLOS HENRIQUE BORGES ENGENHEIRO PERITO AVALIADOR CREA 106977/D IBAPE 755 carlosborges.eng@gmail.com (31)98588-2060 36 Parede 2 – Apenas algumas fissuras. Foto 29 Foto 30 Vista geral da parede 2 Detalhe do tratamento anterior das fissuras, onde podemos ver o revestimento se soltando. Foto 31 Foto 32 Outros pontos onde os revestimentos estão soltos. Outros pontos onde os revestimentos estão soltos. CARLOS HENRIQUE BORGES ENGENHEIRO PERITO AVALIADOR CREA 106977/D IBAPE 755 carlosborges.eng@gmail.com (31)98588-2060 37 Parede 3 – Parede mais crítica onde tem o vazamento objeto deste trabalho, uma antiga escada totalmente oxidada, além de algumas fissuras. Foto 33 Foto 34 Vista geral da parede 3 (1/3) Vista geral da parede 3 (2/3) Foto 35 Foto 36 Vista geral da parede 3 (3/3) Detalhe de um degrau e da trinca que foi tratada anteriormente. CARLOS HENRIQUE BORGES ENGENHEIRO PERITO AVALIADOR CREA 106977/D IBAPE 755 carlosborges.eng@gmail.com (31)98588-2060 38 Foto 37 Foto 38 Detalhe de restos de outro degrau e de tratamento antigo das fissuras Detalhe de outro degrau e de revestimento se soltando no tratamento das fissuras. Foto 39 Foto 40 Uma visão mais detalhada dos problemas listados na foto 36 Detalhe do último degrau totalmente danificado. CARLOS HENRIQUE BORGES ENGENHEIRO PERITO AVALIADOR CREA 106977/D IBAPE 755 carlosborges.eng@gmail.com (31)98588-2060 39 Foto 41 Foto 42 Tubulação de saída da caixa d’água que está muito comprometida comdepósitos de ferrugem. Detalhe do “ladrão” que deverá ser limpo pr causa do excesso de areia. Foto 43 Foto 44 Trinca que foi tratada anteriormente e que está precisando de outra revisão. Parte inferior da trinca mencionada na foto 41. CARLOS HENRIQUE BORGES ENGENHEIRO PERITO AVALIADOR CREA 106977/D IBAPE 755 carlosborges.eng@gmail.com (31)98588-2060 40 Foto 45 Foto 46 Trinca que foi tratada anteriormente com o revestimento se soltando. Parte inferior da trinca mencionada na foto 43 e que o revestimento está se soltando. Foto 47 Foto 48 Outra trinca que foi tratada anteriormente com o revestimento se soltando. Parte inferior da trinca mencionada na foto 45 e que o revestimento está se soltando. CARLOS HENRIQUE BORGES ENGENHEIRO PERITO AVALIADOR CREA 106977/D IBAPE 755 carlosborges.eng@gmail.com (31)98588-2060 41 Foto 49 Foto 50 Trinca localizada na junção com a laje que foi tratada anteriormente com o revestimento se soltando. Trinca que foi tratada anteriormente e que está precisando de outra revisão, pois o revestimento está se soltando. Parede 4 – Várias trincas e fissuras a serem tratadas. Foto 51 Foto 52 Vista geral da parede 4 Vista geral da parede 4 CARLOS HENRIQUE BORGES ENGENHEIRO PERITO AVALIADOR CREA 106977/D IBAPE 755 carlosborges.eng@gmail.com (31)98588-2060 42 Foto 53 Foto 54 Como visto anteriormente, trincas com manutenção em estado precário Idem à foto 51 Teto - Quadrante 1 Foto 55 Foto 56 Lixiviação do hidróxido de cálcio, com a consequente formação do carbonato de cálcio insolúvel são responsáveis pelo aparecimento de eflorescência caracterizada por depósitos de cor branca na superfície do concreto. Detalhe na viga de formação do 1º quadrante, ferragem exposta bem oxidada. CARLOS HENRIQUE BORGES ENGENHEIRO PERITO AVALIADOR CREA 106977/D IBAPE 755 carlosborges.eng@gmail.com (31)98588-2060 43 Teto – Quadrante 2 Foto 57 Foto 58 Lixiviação do hidróxido de cálcio, com a consequente formação do carbonato de cálcio insolúvel são responsáveis pelo aparecimento de eflorescência caracterizada por depósitos de cor branca na superfície do concreto. Detalhe na viga de formação do 2º quadrante, ferragem exposta bem oxidada. Teto – Quadrante 3 Foto 59 Foto 60 Lixiviação do hidróxido de cálcio, com a consequente formação do carbonato de cálcio insolúvel são responsáveis pelo aparecimento de eflorescência caracterizada por depósitos de cor branca na superfície do concreto. Detalhe na viga de formação do 3º quadrante, ferragem exposta bem oxidada. Além de diversos pontos em que a cobertura na laje é insuficiente, causando vários pontos de aparecimento de ferragens oxidadas, além de um grande ponto de fissura com percolação CARLOS HENRIQUE BORGES ENGENHEIRO PERITO AVALIADOR CREA 106977/D IBAPE 755 carlosborges.eng@gmail.com (31)98588-2060 44 Teto – Quadrante 4 Foto 61 Foto 62 Lixiviação do hidróxido de cálcio, com a consequente formação do carbonato de cálcio insolúvel são responsáveis pelo aparecimento de eflorescência caracterizada por depósitos de cor branca na superfície do concreto. Detalhe na viga de formação do 4º quadrante, ferragem exposta bem oxidada. Além de diversos pontos em que a cobertura na laje é insuficiente, causando vários pontos de aparecimento de ferragens oxidadas, além de um grande ponto de fissura com percolação Teto – Quadrante 5 Foto 63 Foto 64 Lixiviação do hidróxido de cálcio, com a consequente formação do carbonato de cálcio insolúvel, além da viga de formação em péssimo estado, com ferragem bastante oxidada. Detalhe na viga de formação do 5º quadrante, ferragem exposta bem oxidada. Além de ferragem partida. CARLOS HENRIQUE BORGES ENGENHEIRO PERITO AVALIADOR CREA 106977/D IBAPE 755 carlosborges.eng@gmail.com (31)98588-2060 45 Teto - Quadrante 6 Foto 65 Foto 66 Lixiviação do hidróxido de cálcio, com a consequente formação do carbonato de cálcio insolúvel são responsáveis pelo aparecimento de eflorescência caracterizada por depósitos de cor branca na superfície do concreto. Detalhe na viga de formação do 6º quadrante, ferragem exposta bem oxidada. Teto – Quadrante 7 Foto 67 Foto 68 Lixiviação do hidróxido de cálcio, com a consequente formação do carbonato de cálcio insolúvel são responsáveis pelo aparecimento de eflorescência caracterizada por depósitos de cor branca na superfície do concreto. Detalhe na viga de formação do 7º quadrante, ferragem exposta bem oxidada. Ao fundo atenção à laje com recobrimento insuficiente. CARLOS HENRIQUE BORGES ENGENHEIRO PERITO AVALIADOR CREA 106977/D IBAPE 755 carlosborges.eng@gmail.com (31)98588-2060 46 Teto - Quadrante 8 Foto 69 Foto 70 Lixiviação do hidróxido de cálcio, com a consequente formação do carbonato de cálcio insolúvel são responsáveis pelo aparecimento de eflorescência caracterizada por depósitos de cor branca na superfície do concreto. Detalhe na viga de formação do 8º quadrante, ferragem exposta bem oxidada. Ao fundo atenção à laje com recobrimento insuficiente. Teto – Quadrante 9 Foto 71 Foto 72 Lixiviação do hidróxido de cálcio, com a consequente formação do carbonato de cálcio insolúvel são responsáveis pelo aparecimento de eflorescência caracterizada por depósitos de cor branca na superfície do concreto. Detalhe da laje com recobrimento insuficiente, mostrando as ferragens, além de grandes depósitos de carbonato de cálcio. CARLOS HENRIQUE BORGES ENGENHEIRO PERITO AVALIADOR CREA 106977/D IBAPE 755 carlosborges.eng@gmail.com (31)98588-2060 47 Teto - Quadrante 10 Foto 73 Foto 74 Lixiviação do hidróxido de cálcio, com a consequente formação do carbonato de cálcio insolúvel são responsáveis pelo aparecimento de eflorescência caracterizada por depósitos de cor branca na superfície do concreto. Detalhe da laje que está com grande fissura no 10º quadrante além da grande formação de carbonato de cálcio. Teto – Quadrante 11 Foto 75 Foto 76 Lixiviação do hidróxido de cálcio, com a consequente formação do carbonato de cálcio insolúvel são responsáveis pelo aparecimento de eflorescência caracterizada por depósitos de cor branca na superfície do concreto. Detalhe na viga de formação do 11º quadrante, ferragem exposta bem oxidada. Ao fundo atenção à laje com recobrimento insuficiente. CARLOS HENRIQUE BORGES ENGENHEIRO PERITO AVALIADOR CREA 106977/D IBAPE 755 carlosborges.eng@gmail.com (31)98588-2060 48 Teto – Quadrante 12 Foto 77 Foto 78 Lixiviação do hidróxido de cálcio, com a consequente formação do carbonato de cálcio insolúvel são responsáveis pelo aparecimento de eflorescência caracterizada por depósitos de cor branca na superfície do concreto. Detalhe na viga de formação do 12º quadrante, ferragem exposta bem oxidada. Ao fundo atenção à laje com recobrimento insuficiente. Detalhes das laterais Foto 79 Foto 80 Escarificação da lateral interna da caixa d’água Mostrando a distância excessiva entre a armadura. Detalhe de outro ponto da lateral. CARLOS HENRIQUE BORGES ENGENHEIRO PERITO AVALIADOR CREA 106977/D IBAPE 755 carlosborges.eng@gmail.com (31)98588-2060 49 Foto 81 Foto 82 Detalhe de junta fria de concretagem, onde podemos ver falha no adensamento evidenciado pelos agregados graúdos soltos Outro ângulo demonstrando o que foi dito na foto anterior. Foto 83 Foto 84Detalhe das raízes que romperam totalmente a parede de concreto existente. Outro ângulo demonstrando o que foi dito na foto anterior. CARLOS HENRIQUE BORGES ENGENHEIRO PERITO AVALIADOR CREA 106977/D IBAPE 755 carlosborges.eng@gmail.com (31)98588-2060 50 12. QUALIFICAÇÃO LEGAL DO PROFISSIONAL RESPONSÁVEL: NOME: ENG.: CARLOS HENRIQUE BORGES TÍTULO: ENGENHEIRO CIVIL ESPECIALISTA EM PERÍCIAS DE ENGENHARIA CREA/MG: 106977/D IBAPE: 755 O presente documento é feito em 1 (uma) via impressa de 50 (CINQUENTA) páginas, mais anexos, todas rubricadas e uma via digital.
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