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Estabelecimento Empresarial: Conceito e Composição

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Direito Empresarial
Estabelecimento empresarial: patrimônio
● Conceito: O estabelecimento comercial é a junção dos elementos materiais, como
móveis, imóveis e demais bens e seus elementos imateriais, tais como a
propriedade industrial, nome empresarial, ponto, etc. Ou seja, todo o complexo de
bens para o exercício da atividade empresarial. As regras sobre o estabelecimento
empresarial estão previstas nos artigos 1.142 a 1.149 do Código Civil.
Art. 1.142. Considera-se estabelecimento todo complexo de bens organizado,
para exercício da empresa, por empresário, ou por sociedade empresária.
● Natureza:
○ Propriedade dinâmica: O exercício da propriedade, considerada no seu
momento dinâmico, é sua função. Segundo Eros Grau, a propriedade deve
ser examinada em dois momentos distintos: um, o momento estático,
quando ela é regulada em termos de pertença ou pertinência, e aí é
faculdade que se pode transmutar em ato em decorrência de permissão
jurídica, é poder; outro, o momento dinâmico, em que regulada em razão do
fim a que socialmente se destina. Funcionalização da empresa, onde o
estabelecimento é formado não somente pelos bens que integram a
propriedade do empresário no sentido tradicional (dos quais ele tem o
domínio), mas também por aqueles bens dos quais ele se utiliza
frequentemente a título de contratos de locação, de arrendamento mercantil
etc., os quais se encontram na esfera de sua ‘pertinência subjetiva’, por
aquele organizados para o exercício de sua atividade.
○ Patrimônio de afetação: É a teoria da Sondergut ou Sondervermögen onde
cada patrimônio empresarial representa um patrimônio de afetação
separada, com relações jurídicas próprias, créditos e débitos, assim como os
bens. Pois o patrimônio pessoal do empresário implica uso ilimitado por
parte do proprietário e o poder de ser atingido por parte de seus credores,
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enquanto o patrimônio de afetação passam a sofrer limites, e na lógica
correlação, quanto à usabilidade por um e a atingibilidade por outros
(credores). Sendo assim, recai o conceito de propriedade dinâmica, onde o
patrimônio é o conjunto de bens, direitos e obrigações vinculados à
empresa, dentre eles, também, os que não servem para a atividade fim da
empresa.
■ Bem público de uso especial, bens que compõem a fundação, bens de
uso empresarial que formam o capital social e estabelecimento.
Podem ser bens conjuntos (patrimônios)
○ Universalidade: segundo a doutrina, é um conjunto de elementos que,
quando reunidos, podem ser concebidos como coisa unitária, ou seja, algo
novo e distinto que não representa a mera junção dos elementos
componentes.
■ De direito: a reunião dos bens que a compõem é determinada pela
lei (por exemplo: massa falida, espólio), onde a formação e a
separação tem regras claras na lei;
■ De fato: a reunião dos bens que a compõem é determinada por um
ato de vontade (por exemplo: biblioteca, rebanho). A doutrina
brasileira majoritária sempre considerou o estabelecimento
empresarial uma universalidade de fato, uma vez que os elementos
que o compõem formam uma coisa unitária exclusivamente em razão
da destinação que o empresário lhes dá, e não em virtude de
disposição legal. De fato, o que dá origem ao estabelecimento
empresarial, na qualidade universalidade, é a vontade do empresário,
que organiza os diversos elementos que o compõem com a finalidade
de exercer uma determinada atividade econômica. Ressalte-se, por
fim, que, sendo o estabelecimento uma universalidade de fato, ou
seja, um complexo de bens organizado pelo empresário, ele não
compreende os contratos, os créditos e as dívidas.
● Composição: O estabelecimento é formado por bens que tem com finalidade a
realização do objeto da empresa:
○ Bens materiais, corpóreos ou tangíveis (coisas): imóvel, veículo, mercadoria,
máquinas, estoques, etc.
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○ Bens imateriais, incorpóreos ou intangíveis (direitos): Poderá ser alienável.
■ Título do estabelecimento: será registrado na Junta Comercial e sua
duração é até a baixa da empresa.
■ Marca: pode ser notoriamente conhecida ou de alto renome, requer
registro no INPI, duração da proteção é de 10 anos, renováveis por
quantas vezes desejar
■ Patente de invenção: criação registrada no INPI, com prazo máximo
de 20 anos de exploração, a contar do depósito do pedido de PI, sem
renovação, caindo em domínio público. O prazo mínimo é de 10 anos
a contar do deferimento da patente.
● Medicamentos genéricos: são patentes que após o período de
exploração, caíram em domínio público. São geralmente mais
baratos pois não investem em pesquisa e desenvolvimento do
produto.
■ Patente de modelo de utilidade: aperfeiçoamento registrado no
INPI, com prazo máximo de 15 anos de exploração, a contar do
depósito do pedido de modelo de utilidade, sem renovação, caindo
em domínio público. O prazo mínimo é de 07 anos a contar do
deferimento da patente.
■ Desenho industrial: marca tridimensional, registrável no INPI e
protegido por 10 anos e renováveis por até 03 períodos de 05 anos,
totalizando até 25 anos de proteção, após esse período, poderá ser
explorado por terceiros
● Réplicas comercializadas que estão em domínio público, a
empresa que comercializa a réplica não poderá ser
processada.
○ O direito de uso de indicações geográficas: A indicação geográfica é
utilizada para indicar que certos produtos são provenientes de uma certa
região. Todos os produtores dessa região podem utilizar essa indicação. Por
exemplo, Bordeaux e Champagne podem ser utilizadas por todos os
vinicultores na área de Bordeaux e Champagne, mas somente a Moët &
Chandon pode designar seu Champagne " Moët & Chandon ® " como marca
de seu espumante. É equivalente a marca para os produtores da região,
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onde protege-os coletivamente, contra os demais de fora. Mas o direito é
referente ao uso do nome de uma indicação geográfica, não direito à
propriedade geográfica.
● Aviamento: Aviamento é a denominação para a capacidade de um estabelecimento
empresarial ter lucro e clientela. É um atributo do estabelecimento empresarial que
o capacita para a lucratividade. Isso se dá pelos bens da empresa que, de forma
organizada, exercem a atividade empresarial gerando lucros para a sociedade. Por
isso, mesmo que dois estabelecimentos (dois pontos comerciais) tenham os
mesmos bens e apenas um deles seja mais organizado, estratégica e tecnicamente,
na produção ou comércio de seus bens ou prestação dos seus serviços, esse último
terá mais capacidade de gerar lucros e, consequentemente, terá um valor maior.
Desta forma, o aviamento deve ser levado em consideração quando for necessário
dar um valor para aquele estabelecimento empresarial.
● Ponto comercial: Ponto comercial ou empresarial é o local no qual se localiza o
estabelecimento empresarial. A capacidade dele atrair clientes e a sua freguesia
também aumentam o valor do estabelecimento. O aluguel do ponto do empresário
é legalmente protegido quando tem um ponto já estabelecido, por exemplo, o
shopping center loca seus pontos a outros empresários. Isso se dá por meio da Lei
nº 8.245/1991 (Lei do Inquilinato). Em seus artigos 71 a 75 se prevê a possibilidade
da renovação obrigatória do contrato de locação para fins comerciais por meio de
uma ação específica, chamada ação renovatória.
● Contrato de trespasse: A compra e venda do estabelecimento empresarial é
denominada de trespasse e é permitida pelo artigo 1.143 do Código Civil. Pode ser
alienação, arrendamento ou usufruto do estabelecimento. São características do
trespasse:
○ Forma: tem que ser escrito, pode ser escritura pública ou particular
○ Solenidade: Registro na Junta Comercial e publicação no Diário Oficial, pois o
contrato tem eficácia inter partes assim que escrito, mas terá eficácia erga
omnes quando publicizado. Deve conter autorização dos credores, tácito ou
expresso, sob pena de fraude contra credores
○ Onerosidade: pode ser oneroso ou gratuito.
○ Autorização dos credores: Se aquele que estávendendo o estabelecimento
ficar sem bens para saldar o passivo da empresa após a venda, só poderá
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concluir a venda com o pagamento dos credores ou que estes dêem seu
consentimento após serem notificados, não podendo alegar fraude contra
credores. Caso não seja avisado, incidirá na fraude contra credores ou a
falência. A notificação deve ter o prazo de resposta de 30 dias. Caso não
respondam, se considera sua concordância com a venda (artigo 1.145 do
Código Civil).
○ Sucessão empresarial (inter vivos) e solidariedade: todo patrimônio, seja
crédito ou débito passará para o adquirente
■ Débitos contabilizados: Quem adquire, adquire os bônus e os ônus
do estabelecimento. Assim, se torna responsável pelas dívidas
existentes, desde que devidamente contabilizadas (artigo 1.146 do
Código Civil);
● Solidariedade: Aquele que vende fica responsável
solidariamente (os dois se obrigam sem ordem de preferência)
ao adquirente pelo prazo de 1 ano contado da publicação na
imprensa oficial pelas dívidas contraídas já vencidas e contado
da data do vencimento pelas dívidas contraídas a vencer
(artigo 1.146 do Código Civil). Desse um ano em diante,
somente o adquirente responde. Tudo que era anterior à
publicação pertence ao alienante exclusivamente.
● Exceção:
○ Recuperação Empresarial e Falência (Lei nº 11.101/2005,
arts. 60, PU, e art. 141, inc III): não há sucessão. Nos
processos de falência e recuperação judicial, ocorre que
a alienação do estabelecimento serve para pagar as
dívidas. Assim, no caso da transferência de
estabelecimento durante um processo de falência ou
de recuperação judicial, não haverá sucessão.
○ Trabalhista (CLT, art. 10 e 448): há sucessão, mas não há
solidariedade a menos que haja fraude comprovada.
Em relação ao Passivo (dívidas) Trabalhista, temos a
sucessão completa de empregadores. Assim, sendo
transferida a propriedade do estabelecimento, o vínculo
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trabalhista estará adstrito ao novo proprietário. Havia
solidariedade até novembro de 2017, mas a reforma
trabalhista acabou com isso.
○ Tributária (CTN, art. 133): há sucessão mas a
responsabilidade do alienante é subsidiária. Em relação
ao Passivo Fiscal, quando do Contrato de Trespasse, a
regra está disposta no art. 133 do Código Tributário
Nacional – CTN, que prevê a responsabilidade
subsidiária. Assim, o devedor, que é sucedido, somente
responde caso a alienação judicial não basta à quitação
das dívidas.
○ Vedação ao restabelecimento: A pessoa que vende o estabelecimento não
poderá exercer concorrência ao adquirente pelo prazo de 5 anos, salvo se no
contrato do trespasse constar prazo diferente. Quando se tratar de usufruto
ou arrendamento, esse prazo cai para enquanto durar o contrato (artigo
1.147 e parágrafo único do Código Civil).
■ Aviamento: como o sucedido já conta com o aviamento do espaço,
não seria justo que ele pudesse concorrer com o sucessor
■ Delimitação da concorrência: é uma questão subjetiva e é analisada
caso a caso
○ Sub-rogação contratual: Em regra, sempre que há celebração de contrato
de trespasse, há sub-rogação subjetiva do adquirente do estabelecimento
nos contratos que estavam em nome do alienante.
■ Contrato pessoal: Nos contratos existentes para a exploração do
estabelecimento (como os de fornecedores de bens ou serviços), o
adquirente passa a figurar como parte no lugar do vendedor. Exceto
se a obrigação do contrato for de caráter pessoal, quando é a própria
pessoa que presta o serviço (como um artista, advogado etc.).
■ Contrato impessoal: Se houver previsão nesses referidos contratos
de justa causa para a substituição de uma das partes, então os
terceiros poderão rescindir o contrato no prazo de 90 dias (artigo
1.148 do Código Civil).
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■ Termo inicial do prazo da impugnação: A partir do momento da
publicação na imprensa oficial, os credores cumprirão com suas
obrigações diretamente ao adquirente, salvo se, de boa-fé, pagar ao
vendedor do estabelecimento (art 1.149 do Código Civil).
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