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43 Anatomia II | Bárbara C. Rovaris O sistema respiratório é dividido em duas partes: formada pela cavidade nasal, faringe, laringe, traqueia, brônquios e bronquíolos. Além disso, a cavidade oral também é descrita como parte condutora, uma vez que é possível que ocorra a entrada de ar através dela. bronquíolos respiratórios, ductos alveolares, sacos alveolares e alvéolos pulmonares. Além de realizar as trocas gasosas, recebendo o O2 e devolvendo o CO2, o sistema respiratório é responsável por várias outras funções no organismo dos animais, como controlar a perda de água, auxiliar no controle da temperatura corporal, realizar a olfação, através de células nervosas olfatórias na cavidade nasal, realizar a fonação, através do órgão da voz, e, ainda, auxiliar no equilíbrio químico e osmótico do corpo. O aparelho de bombeamento do ar é composto por: dois sacos pleurais, pelo esqueleto e pela musculatura da cavidade torácica e pelo diafragma. É através desse mecanismo de bombeamento que acontecem as trocas gasosas. A cavidade nasal é um tubo longo, de forma cônica ou cilíndrica, formada pelos ossos da face, com exceção da mandíbula e do osso hioide. Ela é responsável pela condução do ar, pelo aquecimento do ar e, também, pela retirada de partículas e impurezas do ar. Dessa forma, a cavidade nasal é a parte condutora interna do ar. As narinas são os pontos de abertura da cavidade nasal para o meio externo. Sendo assim, eles ligam a cavidade nasal ao meio externo. Seu formato varia de acordo com as espécies de animais domésticos. Dessa forma, os equinos e ruminantes possuem as narinas em forma de vírgula, já os suínos possuem as narinas arredondadas, e os carnívoros possuem as narinas em formato de vírgula, porém mais arredondada. As narinas são formadas por duas asas: a asa lateral e a asa medial. No caso dos equinos a asa medial é Sistema Respiratório 44 Anatomia II | Bárbara C. Rovaris formada pela cartilagem alar e a asa lateral não possui cartilagem, sendo formada apenas por musculatura, tecido conjuntivo e pele. Por esse motivo, os equinos têm uma ampla abertura das narinas quando necessário. Já no caso das demais espécies, tanto a asa medial quanto a asa lateral são formadas por musculatura, tecido conjuntivo e pele. Além disso, a pele que recobre as narinas dos animais domésticos varia de acordo com as espécies, também. é semelhante a pele do corpo com pelos longos e finos, chamados de pelos táteis. a pele é diferente da pele do restante do corpo, é mais espessa e sem pelos, apresentando pequenos sulcos. As coanas são orifícios que fazem a abertura da cavidade nasal com a faringe. O septo nasal divide a cavidade nasal, em sua linha média, em duas cavidades. É formado por duas porções: uma porção óssea, constituída da lâmina do vômer e da lâmina perpendicular do etmoide; e por uma porção cartilaginosa de cartilagem hialina. E no caso dos suínos, ainda há o osso rostral, que fica na extremidade livre do septo nasal desses animais. As conchas nasais são lâminas ósseas retorcidas sobre si mesmas, que fazem o aquecimento do ar e se projetam na parede lateral da cavidade nasal. sulco mediano da narina até lábio superior. Presente em pequenos ruminantes e em carnívoros. 45 Anatomia II | Bárbara C. Rovaris Existem três conchas nasais em todos os animais domésticos: se projeta ventralmente na cavidade nasal. se projeta dorsalmente na cavidade nasal. localizadas nos labirintos etmoidais. E no caso dos carnívoros e dos ruminantes, eles ainda possuem mais uma concha nasal: a concha nasal média, que fica entre a concha nasal dorsal e a concha nasal ventral. Os meatos nasais são espaços estreitos entre as paredes da cavidade nasal e as conchas nasais. Eles são divididos em cinco: teto da cavidade, na parte dorsal da concha dorsal. entre as conchas dorsal e ventral. assoalho da cavidade, na parte ventral da concha ventral. da porção dorsal até a ventral do septo nasal. pequenos espaços entre as conchas etmoidais. é um ducto oblíquo que comunica a cavidade nasal com a cavidade bucal. É um ducto mucoso e duplo, que se estende pelas fissuras palatinas e possui duas extremidades: a extremidade oral, que se abre nas papilas incisivas, com exceção aos equinos em que a extremidade oral é cega, fechada pela submucosa; e pela extremidade nasal que se abre ao nível dos caninos. é um ducto cartilaginoso horizontal que acompanha o palato e a mucosa olfatória. Além disso, a extremidade caudal dele é cega. Seu ponto de abertura é no ducto incisivo. A função do órgão vômero nasal é através da olfação sentir o sabor dos alimentos e analisar o ar inspirado. orifício que comunica o olho com a cavidade nasal. Seu ducto se abre 46 Anatomia II | Bárbara C. Rovaris no assoalho do vestíbulo nasal, na transição da pele com a mucosa. A sua função é liberar o excesso de lágrimas na cavidade nasal e umedecer o ar. orifício amplo que comunica a cavidade nasal com o seio maxilar. A sua porção caudal fica no meato nasal médio. A mucosa nasal é diferente na parte olfatória e na parte respiratória da cavidade nasal: recobre os labirintos etmoidais e a concha nasal dorsal. É espessa e amarelada ou marrom. Além disso, possui neurônios olfatórios. é espessa e de coloração rosa avermelhada, devido a grande vascularização. Possui glândulas serosas e mucosas, e, também, tecido linfático difuso. Rostralmente a mucosa continua com a pele. E na região nos seios, a mucosa é mais delgada e menos vascularizada. A laringe é um órgão oco e cartilaginoso, que conecta a faringe a traqueia. Ela é formada por quatro cartilagens que ficam interligadas por membranas e músculos. A laringe tem a função de controlar a entrada e saída do ar, evitar a inspiração de corpos estranhos no sistema respiratório e produzir a voz dos animais, através do aparelho de fonação. A laringe fica caudoventralmente a faringe e ventral ao esôfago. Ela se relacionada dorsocranialmente com a faringe, ventralmente com o músculo esternohioideo, lateralmente com as glândulas salivares parótida e mandibular e caudalmente com a traqueia. No caso dos herbívoros, a laringe fica localizada entre os ramos da mandíbula, no espaço intermandibular, e na região cervical ventral. Já no caso dos carnívoros, a laringe fica numa posição mais caudal, na região retro mandibular, apenas uma pequena parte dela fica na região da cabeça. A laringe é formada por quatro cartilagens interligadas entre si, sendo que três dessas cartilagens são ímpares (cricoide, tireoide e epiglótica) e uma delas é par (aritenoide). Além disso, as cartilagens cricoide, tireoide e aritenoide são formadas por cartilagem hialina, e, por isso, animais idosos podem apresentar ossificação nessas cartilagens. Já a epiglótica é formada por cartilagem elástica, que pode sofrer infiltração por tecido adiposo em animais mais velhos. A laringe permanece, sempre, com a sua luz aberta para a passagem do ar. Porém, no momento da deglutição, ela é fechada através do fechamento do ápice da cartilagem epiglótica. 47 Anatomia II | Bárbara C. Rovaris cartilagem mais caudal da laringe. Ela possui a forma de anel, sendo formado pelas paredes ventrolaterais, que são unidas por uma lâmina, na parede dorsal da cartilagem. fica situada rostralmente a cartilagem cricoide, e forma as paredes laterais da laringe. É formada por duas lâminas laterais fusionadas e por um corpo, resultado da junção das duas lâminas, que fica ventralmente a cartilagem epiglótica. Além disso, a cartilagem tireoide apresenta na parte ventral do seu corpo umaproeminência, chamada de proeminência laríngea. cartilagem mais rostral da laringe, localizada dorsalmente ao corpo da cartilagem tireoide. Além disso, a sua base fica apoiada na cartilagem tireoide. Ela é uma cartilagem com formato de lâmina triangular, encurvada. E tem a função de fechar a laringe no momento da deglutição. única cartilagem par da laringe, fica localizada rostralmente a cartilagem cricoide, medialmente às lâminas da cartilagem tireoide. Possui formato de pirâmide de 3 lados com a base dorsal. A laringe é dividida em três faces: a face dorsal, a face lateral e a face medial. Sendo assim, a face dorsal se une com a face lateral através de um processo muscular. Além disso, a laringe possui três bordas: a borda rostral, onde se localiza o processo vocal, a borda caudal e a borda dorsal. A rima da glote é o compartimento médio e estreitado da laringe, onde ficam localizadas as pregas vocais. são formadas pelo ligamento e pelo músculo vocal, e ficam revestidas pela mucosa da laringe. Elas ficam localizadas na metade ventral da glote. O compartimento caudal da laringe é o local desse órgão que fica caudalmente às pregas vocais. A laringe é formada pelos seguintes revestimentos: que fica no mesmo nível da mucosa. é uma membrana que faz a união da cartilagem cricoide com a traqueia, ou seja, ela une a laringe com a traqueia. 48 Anatomia II | Bárbara C. Rovaris 49 Anatomia II | Bárbara C. Rovaris A traqueia é um tubo flexível membranoso e cartilaginoso longo, que conecta a laringe até a base do pulmão. Ela é formada por anéis cartilaginosos de hialina, porém eles são incompletos dorsalmente, ou seja, esses anéis não são fechados na porção dorsal. Além disso, a laringe chega até a base do coração, e fica em uma posição média e ventral do pescoço. A traqueia é divida em duas regiões: a região cervical e a região torácica. fica na parte mais ventral do pescoço. Entra em contato dorsalmente com o esôfago e com o músculo longo do pescoço, lateralmente tem relação com vasos, nervos e com o músculo esternohioideo, e ventralmente tem contato com o músculo esternohioideo. fica localizada no mediastino cranial e médio, e é desviada à direita, devido ao arco da aorta. Sua porção inicial tem relação com o músculo longo do pescoço dorsalmente, e a sua porção final com o esôfago. Já ventralmente, tem relação com a veia cava caudal, com o tronco braquiocefálico, com a artéria carótida comum e a sua porção terminal tem contato com a base do coração. Além disso, a traqueia sofre uma bifurcação e se divide em dois brônquios principais, na região do 4º ou 6º espaço intercostal. O formato da traqueia é variável de acordo com a espécie de animal doméstico estudada, sendo assim: no caso dos suínos e dos ruminantes, há, ainda, mais um brônquio, chamado de brônquio traqueal, que fica na região da 3ª costela, e ventila o lobo cranial do pulmão direito nessas espécies. 50 Anatomia II | Bárbara C. Rovaris a traqueia nesses animais tem formato cilíndrico, e é aplanada dorsoventralmente. no caso dos bovinos, caprinos e ovinos a traqueia é aplanada lateralmente. Além disso, eles apresentam a crista dorsal média, formada pela aproximação dos anéis de cartilagem. a traqueia nesses animais é cilíndrica, e as extremidades dos anéis não se tocam. Além disso, nos cães o músculo traqueal fica externamente aos anéis de cartilagem. reveste externamente os anéis de cartilagem. Fica aderida ao pericôndrio. Além disso, forma os ligamentos anulares, que são as partes da membrana ao passar de um anel para outro. formados por cartilagem hialina. formada pelo músculo traqueal, também chamado de músculo transverso. É composta por músculo liso, que possui fibras transversais. Esse músculo fica localizado na região interna dos anéis de cartilagem, na parte dorsal em todas as espécies de animais domésticos, com exceção aos cães, nos quais o músculo é externo aos anéis de cartilagem. fica aderida a membrana fibroelástica, tem aspecto pálido. Formada por pregas longitudinais, possui glândulas seromucosas e epitélio ciliado. A cavidade torácica tem forma de cone, com a base cortada obliquamente devido ao diafragma, e com o vértice em sentido cranial. Como limites craniais, dorsalmente está a primeira vértebra torácica, lateralmente está o primeiro par de costelas, e, ventralmente, está a cartilagem do manúbrio. Já como limite da base está o diafragma, como limite do teto da cavidade estão as vértebras torácicas, como limite do assoalho está o esterno. E, por fim, as paredes da cavidade torácica são formadas pelas costelas, pelas cartilagens costais e pelos músculos intercostais. 51 Anatomia II | Bárbara C. Rovaris o mediastino é o espaço entre os dois sacos pleurais. Seu limite dorsal são os corpos das vértebras torácicas, ventralmente é delimitado pelo esterno e lateralmente é delimitado pelos sacos pleurais. Ele é divido em: cranial, região cranial ao coração; médio, espaço ocupado pelo coração, por isso, ele é desviado a esquerda; e, caudal. são membranas serosas, brilhantes, escorregadias e úmidas, para permitir a expansão dos pulmões. Eles são divididos em pleura parietal e pleura visceral. fica aderida as paredes da cavidade torácica pela fáscia endotorácica. É subdividida em: pleura costal (fica em contato com as costelas), pleura diafragmática (reveste o diafragma), pleura mediastinal (forma a parede do mediastino) e pleura pericárdica (pleura mediastinal aderida ao pericárdio). reveste diretamente os pulmões. ligamento responsável por fixar a base do pulmão ao diafragma. É uma reflexão da pleura pulmonar e da pleura diafragmática com tecido elástico. é o espaço capilar com pressão negativa entre as pleuras parietal e visceral. Ela possui a pressão negativa para permitir a entrada e a saída do ar. Além disso, ela possui um líquido seroso, que permite o deslizamento das pleuras uma sobre a outra. Os pulmões são órgãos centrais, nos quais ocorrem as trocas gasosas entre o sangue e o ar. Eles possuem aspecto macio, esponjoso e elástico, para permitir a sua contração e a sua expansão. A sua coloração varia de rósea escura e clara, devido a quantidade de sangue que pode ser encontrado no pulmão. Além disso, o pulmão esquerdo tende a ser menor que o direito em cerca de 20% e 25%, devido ao fato de que na parte mais esquerda da cavidade torácica está o coração. E, os dois pulmões juntos compõem cerca de 1% a 1,5% do peso corporal dos animais. Os pulmões possuem uma base, chamada de base diafragmática, que é côncava, e a sua extremidade dorsal vai do 16º espaço intercostal até a 17ª costela. Além disso, eles possuem duas faces: a face costal, que entra em contato com as costelas, é convexa, e constitui a parede lateral dos pulmões; e a face medial, que possui, em ambos os pulmões, a impressão cardíaca, o hilo, região dorsocaudal a impressão cardíaca, na qual entram e saem vasos, nervos e brônquios. ponto de chegada das estruturas (veias, artérias, nervos e brônquios) no hilo dos pulmões. 52 Anatomia II | Bárbara C. Rovaris Face costal do pulmão esquerdo. Face medial do pulmão direito. Além disso, os pulmões são divididos em duas bordas: a borda dorsal, que é arredondada e espessa, entra em contato com os corpos das vertebras e com a extremidade dorsal das costelas; e a borda ventral, que é afilada e irregular, possui a incisura cardíaca, espaço ocupado pelo coração, e as incisuras interlobares, que são os espaços entre um lóbulo e outro. A incisura cardíaca é o ponto onde o coração mantém contato com a parede lateral do tórax, sendo maior no pulmãoesquerdo. No caso dos equinos, no pulmão esquerdo a incisura vai da 3ª a 6ª costela, e no pulmão direito vai da 3ª costela até o 4º espaço intercostal. No caso dos bovinos, no pulmão esquerdo a incisura vai da 3ª ao 5ª espaço intercostal, e no pulmão direito vai do 3ª ao 4º espaço intercostal. A lobação é a divisão dos pulmões em lobos pulmonares. Ela é variável entre as espécies de animais domésticos. existem fissuras profundas, que chegam até a raiz do pulmão, deixando os lobos bem marcados. não existem fissuras, os pulmões são ditos inteiriços. Dessa forma, eles são divididos em lobo cranial (cranial a incisura cardíaca) e lobo caudal. E no caso do pulmão direito, ainda há o lobo acessório. nas demais espécies de animais domésticos, o pulmão esquerdo é dividido em lobo cranial e lobo caudal. Sendo que o lobo cranial é 53 Anatomia II | Bárbara C. Rovaris subdivido em cranial e caudal, também. Já o pulmão direito é dividido em: lobo cranial (cranial e caudal), lobo médio, também chamado de cardíaco devido a proximidade com o coração, lobo caudal e lobo acessório, que fica na face medial do pulmão. Os pulmões são divididos em: acompanha a bifurcação dos brônquios, é a mais externa, levando artérias e nervos aos pulmões. com a ramificação, as cartilagem diminui e a musculatura aumenta. na região dos brônquios médios é circular. glândulas mucosas e ciliadas. Primeiramente, a traqueia se divide em dois brônquios principais, que se dividem em bronquíolos, que por sua vez se dividem em bronquíolos terminais, que se dividem em bronquíolos respiratórios, que se dividem em ductos alveolares, que se dividem em sacos alveolares, que, por fim, se dividem em alvéolos pulmonares. As trocas gasosas começam a acontecer nos bronquíolos respiratórios. Além disso, no caso dos ruminantes, suínos e equinos, os bronquíolos respiratórios podem estar ausentes. Dessa forma, os bronquíolos terminais se continuam diretamente com os ductos alveolares. Os pulmões são fixados na cavidade torácica através: da traqueia, do ligamento pulmonar e através da tensão superficial do líquido pleural. 54 Anatomia II | Bárbara C. Rovaris
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