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TECIDO EPITELIAL

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TECIDO EPITELIAL 
O epitélio é um tecido avascular composto de células que cobrem as superfícies corporais externas e revestem as cavidades fechadas internas (incluindo o sistema circulatório) e os tubos corporais que se comunicam com o exterior (tratos gastrintestinais, respiratório e geniturinário). O epitélio também forma a porção secretora (parênquima) das glândulas e seus ductos. Além disso, células epiteliais especializadas funcionam como receptores para sensações especiais (olfato, paladar, audição e visão).
As células que compõem o epitélio apresentam três características principais:
Estão intimamente apostas e aderem umas às outras por meio de junções celulares especializadas 
as diferentes funções estão associadas a três domínios: um domínio de superfície livre ou apical, um domínio lateral e um domínio basal. As propriedades de cada domínio são determinadas por lipídios específicos e proteínas integrais da membrana
Sua superfície basal está fixada a uma membrana basal, subjacente, uma camada acelular, rica em proteínas e polissacarídios
Em situações especiais, as células epiteliais carecem de uma superfície livre (tecidos epitelioides). A organização epitelioide é típica da maioria das glândulas endócrinas; exemplos desse tecido incluem as células intersticiais de Leydig nos testículos, as células luteínicas do ovário, as ilhotas de Langerhans no pâncreas, o parênquima da glândula suprarrenal e o lobo anterior da hipófise.
O epitélio cria uma barreira seletiva entre o ambiente externo e o tecido conjuntivo subjacente.
essa lâmina epitelial atua como barreira seletiva, que facilita ou inibe a passagem de substâncias específicas entre o ambiente externo (incluindo as cavidades corporais) e o compartimento do tecido conjuntivo subjacente.
CLASSIFICAÇÃO DO EPITÉLIO
tem como base dois fatores: o número de camadas celulares e o formato das células superficiais.
Simples, quando a sua espessura é formada por uma única camada de células
Estratificado, quando tem duas ou mais camadas de células. Cada célula que compõe o epitélio é descrita como:
Pavimentosa, quando a largura da célula é maior que a sua altura
Cuboide, quando a largura, a profundidade e a altura são aproximadamente as mesmas
Colunar, quando a altura da célula excede apreciavelmente a sua largura 
Obs:é possível acrescentar um terceiro fator – especialização do domínio da superfície apical da célula – a esse sistema de classificação. Por exemplo, alguns epitélios simples colunares são classificados como simples colunares ciliados quando o domínio da superfície apical contém cílios. O mesmo princípio aplicasse ao epitélio estratificado pavimentoso, cujas células superficiais podem ser queratinizadas ou não queratinizadas.
Duas categorias especiais de epitélio são o pseudoestratificado e o de transição
O epitélio pseudoestratificado parece estratificado, embora algumas células não alcancem a superfície livre; todas repousam sobre a membrana basal. Por conseguinte, trata-se, na realidade, de um epitélio simples. 
O epitélio de transição (urotélio) é um termo aplicado ao epitélio que reveste o sistema urinário inferior, estendendo-se desde os cálices menores do rim até a porção proximal da uretra. O urotélio é um epitélio estratificado com características morfológicas específicas que possibilitam a sua distensão.
Nomes específicos são dados ao epitélio em certas localizações:
O endotélio é o revestimento epitelial dos vasos sanguíneos e linfáticos
O endocárdio é o revestimento epitelial dos ventrículos e átrios do coração
O mesotélio é o epitélio que reveste as paredes e cobre o conteúdo das cavidades fechadas do corpo (i. e., cavidades abdominal, pericárdica e pleural; Prancha 1, página 153).
Obs: Tanto o endotélio quanto o endocárdio, bem como o mesotélio, são quase sempre epitélios simples pavimentosos.
Um determinado epitélio pode desempenhar uma ou mais funções, dependendo da atividade dos tipos celulares que estão presentes:
Secreção, como no epitélio colunar do estômago e das glândulas gástricas
Absorção, como no epitélio colunar do intestino e dos túbulos contornados proximais dos rins
Transporte, como no transporte de materiais ou células ao longo da superfície de um epitélio pelos cílios móveis (transporte de partículas de poeira na árvore brônquica) ou no transporte de materiais por meio de um epitélio(pinocitose ou endocitose) para dentro e para fora do tecido conjuntivo
Proteção mecânica, como no epitélio estratificado pavimentoso da pele (epiderme) e o epitélio de transição da bexiga urinária
Função receptora, para receber e traduzir os estímulos externos, como nos botões gustativos da língua, no epitélio olfatório da mucosa nasal e na retina do olho.
POLARIDADE DA CÉLULA 
As células epiteliais exibem polaridade distinta. Apresentam um domínio apical, um domínio lateral e um domínio basal. As características bioquímicas específicas estão associadas a cada superfície celular.
O domínio livre ou apical está sempre direcionado para a superfície exterior ou para o lúmen de uma cavidade ou um tubo fechado. O domínio lateral comunicas-se com as células adjacentes e caracteriza-se por áreas de ligações especializadas. O domínio basal repousa sobre a lâmina basal, fixando a célula ao tecido conjuntivo subjacente.
O mecanismo molecular responsável por estabelecer a polaridade nas células epiteliais é necessário para criar, em primeiro lugar, uma barreira totalmente funcional entre as células adjacentes.
→Domínio apical 
o domínio apical pode conter enzimas específicas (p. ex., hidrolases), canais iônicos e proteínas carreadoras (ex., transportadores de glicose). As modificações estruturais da superfície incluem: Microvilosidades, prolongamentos citoplasmáticos contendo um núcleo de filamentos de actina
Estereocílios (estereovilosidades), microvilosidades de comprimento incomum
Cílios, prolongamentos citoplasmáticos contendo feixes de microtúbulos.
*Microvilosidades
o número e o formato das microvilosidades de determinado tipo celular correlacionam-se com a capacidade absortiva da célula
Nas células absortivas intestinais, essa estrutura superficial foi originalmente denominada borda estriada; nas células dos túbulos uriníferos, é denominada borda em escova.
Os filamentos de actina no interior da microvilosidade são unidos por ligações cruzadas em intervalos de 10 nm por meio de outras proteínas formadoras de feixe de actina, como fascina (57 kDa), espina (30 kDa) e fimbrina (68 kDa). Essa ligação cruzada proporciona suporte e confere rigidez às microvilosidades. Além disso, o núcleo de filamentos de actina está associado à miosina I, uma molécula que liga os filamentos de actina à membrana plasmática da microvilosidade.
A trama terminal é composta de filamentos de actina estabilizados pela espectrina (468 kDa), que também ancora a trama terminal na membrana celular apical (Figura 5.3 B). A existência de miosina II e de tropomiosina na trama terminal explica sua capacidade contrátil; essas proteínas diminuem o diâmetro do ápice da célula, fazendo com que as microvilosidades, cujos núcleos de actina rígidos estão ancorados dentro da trama terminal, se afastem umas das outras, aumentando o espaço intermicroviloso.
*Estereocilios 
Os estereocílios são microvilosidades longas e imóveis estão limitados ao epidídimo, parte proximal do ducto deferente do sistema reprodutor masculino, e às células sensoriais (pilosas) da orelha interna
Assim como as microvilosidades, os estereocílios são sustentados por feixes internos de filamentos de actina que estão unidos por ligações cruzadas pela fimbrina.
Os estereocílios se desenvolvem a partir das microvilosidades pela adição lateral dos filamentos de actina ao feixe de actina, bem como pelo alongamento dos filamentos de actina.
Diferentemente das microvilosidades, uma proteína ligante de actina de 80 kDa, a ezrina, intimamente associada à membrana plasmática dos estereocílios, ancora os filamentos de actina na membrana plasmática. A porção da haste do estereocílio e a protrusão celular apicalcontêm a molécula formadora de ponte cruzada, a α-actinina (Figura 5.4 B). Uma diferença marcante entre as microvilosidades e os estereocílios, além do tamanho e da existência de ezrina, é a ausência de vitilina na extremidade do estereocílio
Os estereocílios do epitélio sensorial da orelha também derivam das microvilosidades. São extremamente sensíveis à vibração mecânica e servem como mecanorreceptores sensoriais, em vez de estruturas absortivas.
Sua estrutura interna caracteriza-se pela alta densidade de filamentos de actina, exibindo extensa ligação cruzada pela espina, que é fundamental para a estrutura e a função normais dos estereocílios. Os estereocílios dos epitélios sensoriais são desprovidos de ezrina e de αactinina.
*Cílios
São extensões semelhantes a pelos da membrana plasmática apical contendo um axonema, uma estrutura interna constituída por microtúbulos. O axonema estende-se a partir do corpúsculo basal, um centro organizador de microtúbulos derivado do centríolo, localizado na região apical de uma célula ciliada. Os corpúsculos basais estão associados a diversas estruturas acessórias que os ajudam a se ancorar dentro do citoplasma celular. Os cílios, incluindo os corpúsculos basais e as estruturas associadas aos corpúsculos basais formam o aparelho ciliar da célula.
os cílios são classificados em três categorias básicas:
Os cílios móveis são encontrados em grande número de domínio apical de muitas células epiteliais. Os cílios móveis e suas contrapartes, os flagelos, contêm uma organização axonemal de 9 + 2 típica, com proteínas motoras associadas aos microtúbulos que são necessárias para a geração de forças imprescindíveis para induzir a motilidade. Os cílios móveis são capazes de mover líquido e partículas ao longo das superfícies epiteliais.
Os cílios primários (monocílios) são projeções solitárias encontradas em quase todas as células eucarióticas. O termo monocílios significa que costuma existir apenas um único cílio por célula. Os cílios primários são imóveis, devido aos diferentes arranjos dos microtúbulos no axonema e à ausência de proteínas motoras associadas aos microtúbulos. Funcionam como quimiossensores, osmossensores e mecanossensores e medeiam a percepção de toque leve, odores e sons em vários órgãos do corpo. 
São imóveis e encurvados passivamente pelo fluxo de líquido; não têm proteínas motoras associadas aos microtúbulos necessárias para gerar a força motriz; o par central de microtúbulos está ausente; o axonema originas-se de um corpúsculo basal, 
A formação do cílio primário é sincronizada com a progressão do ciclo celular e os eventos de duplicação do centrossomo.
Os cílios nodais são encontrados no embrião do disco embrionário bilaminar por ocasião da gastrulação. Estão concentrados na área que circunda o nó primitivo, sendo denominados cílios nodais. Apresentam uma arquitetura interna axonemal semelhante à dos cílios primários; no entanto, são distintos quanto à capacidade de realizar movimento rotacional. Desempenham um importante papel no desenvolvimento embrionário inicial.
Os corpúsculos basais e as estruturas associadas aos corpúsculos basais ancoram firmemente os cílios no citoplasma apical da célula.
O arranjo 9 + 2 dos microtúbulos estendes-se da extremidade do cílio até sua base, enquanto os microtúbulos dos pares externos unem-se ao corpúsculo basal externo. O corpúsculo basal é um centríolo modificado.
Os corpúsculos basais estão associados a diversas estruturas associadas ao corpúsculo basal, tais como lâminas alares (fibras de transição), pés basais e radículas estriadas (Figuras 5.7 e 5.8).
A lâmina alar (fibra de transição) é uma extensão semelhante a um colarinho entre a zona de transição do corpúsculo basal e a membrana plasmática. Origina-se próximo da extremidade superior do microtúbulo C do corpúsculo basal e se insere dentro do domínio citoplasmático da membrana plasmática; prende o corpúsculo basal à membrana plasmática apical (Figura 5.7)
O pé basal é uma estrutura acessória geralmente encontrada na região média do corpúsculo basal (Figura 5.8). Como nas células epiteliais ciliadas típicas todos os pés basais estão orientados na mesma direção (Figura 5.9), levantou-se a hipótese de que eles funcionem na coordenação do movimento ciliar. Estão mais provavelmente envolvidos no ajuste dos corpúsculos por rodá-los até a posição desejada. 
A radícula estriada é composta de protofilamentos alinhados longitudinalmente contendo radiculina (uma proteína de 220 kDa). A radícula estriada projetas-se profundamente dentro do citoplasma e ancora firmemente o corpúsculo basal dentro do citoplasma apical da célula (ver Figura 5.8).
O movimento dos cílios origina-se a partir do deslizamento das duplas de microtúbulos, que é gerado pela atividade da ATPase dos braços de dineína.
Devido a essa fase dependente de ATP, um cílio que permanece rígido exibe um movimento rápido para a frente, denominado golpe efetivo. Os cílios, então, tornam-se flexíveis e curvam-se lateralmente no movimento de retorno mais lento, o golpe de recuperação.
Os cílios batem em um padrão sincrônico.
Os cílios móveis com um padrão 9 + 2 demonstram um movimento de ondulação preciso e sincrônico. Os cílios em fileiras
sucessivas começam o seu batimento de modo que cada fileira esteja ligeiramente mais avançada em seu ciclo do que a fileira seguinte, criando, assim, uma onda que varre através do epitélio. Conforme discutido anteriormente, os pés basais dos corpúsculos basais são mais provavelmente responsáveis pela sincronização do movimento ciliar. Durante o processo de formação de cílios, todos os pés basais tornaram-se orientados na mesma direção do bloco efetivo por rodarem os
corpúsculos basais. Essa orientação possibilita aos cílios alcançar um ritmo metacrômico, responsável por mover o muco sobre as superfícies epiteliais ou por facilitar o fluxo do líquido e outras substâncias através dos ductos e órgãos tubulares
→Domínio lateral 
O domínio lateral das células epiteliais está em contato íntimo com os domínios laterais opostos das células vizinhas. À semelhança dos outros domínios, o domínio lateral caracteriza-se pela existência de proteínas únicas – nesse caso, as moléculas de adesão celular que constituem parte das especializações juncionais.. Além disso, a membrana da superfície lateral da célula em alguns epitélios pode formar pregas e prolongamentos, invaginações e evaginações, que criam margens machofêmea interdigitadas e intercaladas entre as células vizinhas.
Os componentes estruturais específicos que constituem a barreira e o dispositivo de fixação são prontamente identificados com o ME e, em conjunto, são denominados complexo juncional (Quadro 5.4). Esses complexos são responsáveis pela união de uma célula à outra. Existem três tipos de complexos juncionais (Figura 5.14 B):
As junções de oclusão são impermeáveis e possibilitam que as células epiteliais funcionem como uma barreira. também denominadas junções firmes, formam a principal barreira de difusão intercelular entre células adjacentes. Pela sua capacidade de limitar o movimento de água e de outras moléculas através do espaço intercelular, elas mantêm a separação físicoquímica dos compartimentos teciduais. Como estão localizadas no ponto mais apical entre as células epiteliais adjacentes, as junções de oclusão impedem a migração de lipídios e de proteínas especializadas da membrana entre as superfícies apical e lateral, mantendo, assim, a integridade desses dois domínios. Além disso, as junções de oclusão recrutam várias moléculas sinalizadoras para a superfície celular e as ligam aos filamentos de actina do citoesqueleto da célula
As junções de adesão fornecem estabilidade mecânica às células epiteliais por ligarem o citoesqueleto da célula adjacente. Tais junções são importantes para criar e manter a unidade estrutural do epitélio; elas interagem tanto com os filamentos de actina quanto com os filamentos intermediários e podem ser encontradas não apenas na superfície lateral da célula, mas também nodomínio basal da célula epitelial. Por meio de sua capacidade de transdução de sinal, as junções de adesão também desempenham um importante papel no reconhecimento intercelular, na morfogênese e na diferenciação
As junções comunicantes possibilitam a comunicação direta entre células adjacentes por difusão de pequenas moléculas (p. ex., íons, aminoácidos, açúcares, nucleotídios, segundos mensageiros, metabólitos). Esse tipo de comunicação intercelular possibilita a atividade celular coordenada que é importante para manter a homeostasia dos órgãos.
*Junções de oclusão 
A zônula de oclusão representa o componente mais apical do complexo juncional entre as células apicais.
A zônula de oclusão é criada através da selagem localizada da membrana plasmática de células adjacentes.
revela uma região estreita onde as membranas plasmáticas das células adjacentes entram em contato íntimo para selar o espaço intercelular. Em alta resolução, a zônula de oclusão não aparece como um selo contínuo, mas como uma série de fusões focais entre as células. Tais fusões são criadas por proteínas transmembrana de células adjacentes que se unem no espaço intercelular. 
Os filamentos da zônula de oclusão correspondem à localização das fileiras de proteínas transmembrana. Três grupos principais de proteínas transmembrana são encontrados na zônula de oclusão:
A ocludina, uma proteína que participa na manutenção da barreira entre as células adjacentes, bem como da barreira entre os domínios apical e lateral, e está presente na maioria das junções de oclusão.
As claudinas constituem uma família de proteínas 
formam a estrutura de cada filamento; além disso,
as claudinas são capazes de formar canais aquosos extracelulares para a passagem paracelular de íons e de outras moléculas pequenas.
A molécula de adesão juncional é uma proteína de 40 kDa que pertence à superfamília das imunoglobulinas (SFIg). A JAM, por si só, não forma um filamento da zônula de oclusão, mas está associada às claudinas; está envolvida na formação das junções de oclusão nas células endoteliais, bem como entre as células endoteliais e os monócitos que migram do espaço vascular para o tecido conjuntivo.
As porções extracelulares dessas proteínas transmembrana funcionam como um zíper e selam o espaço intercelular entre duas células adjacentes, criando, assim, uma barreira contra a difusão paracelular. As porções citoplasmáticas de todas as três proteínas contêm uma sequência de aminoácidos única que atrai proteínas reguladoras e sinalizadoras, denominadas proteínas de domínio PDZ. Tais proteínas incluem as proteínas da zônula de oclusão ZO1, ZO2 e ZO3
capacidade dos epitélios de criar uma barreira de difusão é controlada por duas vias distintas
para transporte de substâncias através dos epitélios (Figura 5.17 A):
A via transcelular ocorre por meio da membrana plasmática da célula epitelial. Na maioria dessas vias, o transporte é ativo e requer proteínas de transporte de membrana e canais especializados dependentes de energia. Essas proteínas e canais movem substâncias selecionadas através da membrana plasmática apical para dentro do citoplasma e, em seguida, através da membrana lateral abaixo do nível da junção de oclusão para dentro do compartimento intracelular
A via paracelular ocorre por meio da zônula de oclusão entre duas células epiteliais. A quantidade de água, eletrólitos e outras moléculas pequenas transportadas por essa via depende da tensão da zônula de oclusão. A permeabilidade de uma junção de oclusão depende da composição molecular dos filamentos da zônula de oclusão e, portanto, do número de canais aquosos ativos na selagem. Em condições fisiológicas, substâncias transportadas por meio dessa via podem ser reguladas ou acopladas ao transporte transcelular.
A zônula de oclusão estabelece domínios funcionais na membrana plasmática.
Por ser uma junção, a zônula de oclusão controla não apenas a passagem de substâncias através da camada epitelial, mas também o movimento das balsas lipídicas contendo proteínas específicas dentro da própria membrana plasmática. A célula
é capaz de segregar certas proteínas internas da membrana na superfície apical (livre) e restringir outras às superfícies laterais ou basal. 
*Junção de adesão
As junções de adesão fornecem adesões laterais entre as células epiteliais, usando proteínas que se ligam dentro do citoesqueleto de células adjacentes. Dois tipos de junções de adesão intercelulares podem ser identificados na superfície lateral da célula:
A zônula de adesão, que interage com a rede de filamentos de actina no interior da célula
A mácula de adesão ou desmossomo, que interage com os filamentos intermediários.
Além disso, dois outros tipos de junções de adesão podem ser encontrados onde as células epiteliais repousam na matriz de tecido conjuntivo. Essas adesões focais (contatos focais) e os hemidesmossomos são discutidos na seção sobre
domínio basal
As proteínas transmembrana conhecidas como moléculas de adesão celular (CAM) formam uma parte essencial de toda junção de adesão tanto na superfície lateral quanto na basal da célula. Os domínios extracelulares das CAM interagem com domínios semelhantes pertencentes às CAM das células vizinhas. Caso a ligação ocorra entre diferentes tipos de CAM, é descrita como ligação heterotípica; a ligação homotípica ocorre entre as CAM do mesmo tipo (Figura 5.18). As CAM têm uma adesividade seletiva de resistência baixa, o que possibilita a fácil união e a dissociação das células.
Os domínios citoplasmáticos estão ligados por meio de várias proteínas intracelulares a componentes do citoesqueleto da célula. Por meio de sua conexão com o citoesqueleto, as CAM são capazes de controlar e regular diversos processos
intracelulares associados à adesão celular, à proliferação celular e à migração das células. Além disso, as CAM estão implicadas em muitas outras funções celulares, como as comunicações intercelulares e intracelulares, o reconhecimento
celular, a regulação da barreira de difusão intercelular, a geração de respostas imunes e a apoptose.
quatro famílias principais: caderinas, integrinas, selectinas e a superfamília das imunoglobulinas
As caderinas são representadas pelas CAM transmembrana dependentes de Ca2+ localizadas principalmente dentro da zônula de adesão. Nesses locais, as caderinas mantêm interações homotípicas com proteínas semelhantes das células vizinhas. Estão associadas a um grupo de proteínas intracelulares (as cateninas) que ligam as moléculas de caderina aos filamentos de actina do citoesqueleto celular. Por meio dessa interação, as caderinas transmitem sinais que regulam mecanismos de crescimento e de diferenciação celulares. As caderinas controlam as interações intercelulares e participam no reconhecimento celular e na migração das células embrionárias. A E-caderina, mantém a junção da zônula de adesão entre as células epiteliais; além disso, atua como importante supressor de células tumorais epiteliais
As integrinas são representadas por duas subunidades de glicoproteínas transmembrana, que consistem em 15 cadeias α e 9 cadeias β. Essa composição possibilita a formação de diferentes combinações de moléculas de integrina, que são
capazes de interagir com várias proteínas (interações heterotípicas). As integrinas interagem com as moléculas da matriz extracelular (como colágenos, laminina e fibronectina) e com os filamentos de actina e filamentos intermediários
do citoesqueleto celular. Por meio dessas interações, as integrinas regulam a adesão celular, controlam o movimento e o formato da célula e participam no crescimento e diferenciação celulares
As selectinas são expressas nos leucócitos e nas células endoteliais e medeiam o reconhecimento entre neutrófilos e célula endotelial. Essa ligação heterotípica inicia a migração de neutrófilos através do endotélio dos vasos sanguíneos
para dentro da matriz extracelular. As selectinas também estão envolvidas no direcionamento de linfócitos para dentro dos acúmulos de tecido linfático 
Superfamília das imunoglobulinas(SFIg)
Trata- se de uma das maiores famílias de genes no
genoma humano, e suas glicoproteínas desempenham uma ampla variedade de funções biológicas importantes. Os membros da SFIg medeiam as adesões intercelulares homotípicas e são representados pela molécula de adesão celular
intercelular (ICAM) pela molécula de adesão (CCAM), pela molécula de adesão da célula vascular (VCAM), pela molécula de adesão celular da síndrome de Down (DSCAM)
pelas moléculas de adesão de plaquetas – células endoteliais (PECAM) pelas moléculas de adesão juncional (JAM) e muitas outras. Essas proteínas desempenham papéis essenciais na adesão e diferenciação celulares, no câncer e nas metástases tumorais, na angiogênese (formação
de novos vasos), na inflamação, nas respostas imunes e na fixação microbiana, bem como em muitas outras funções.
De modo semelhante à zônula de oclusão, esse dispositivo de adesão lateral ocorre em uma configuração semelhante a um cinto ou banda contínua ao redor da célula. Por conseguinte, a junção de adesão é designada como zônula de adesão.
A mácula de adesão (desmossomo) fornece uma junção localizada, semelhante a um ponto, entre as células epiteliais.
A mácula de adesão representa uma importante junção de fixação intercelular, que propicia uma
ligação particularmente forte. 
Essas junções estão localizadas no domínio lateral da célula, de maneira muito semelhante a uma série de pontos de soldagem e medeiam o contato intercelular direto ao propiciar locais de ancoragem para os filamentos intermediários. além de sua função estrutural, participa na morfogênese e na diferenciação dos tecidos.
Como a mácula de adesão ocupa pequenos sítios
localizados na superfície lateral da célula, não é uma estrutura contínua ao redor da célula como a zônula de adesão. 
Na área da mácula de adesão, as desmogleínas e as desmocolinas fornecem a ligação entre as membranas plasmáticas de células adjacentes
No lado citoplasmático da membrana
plasmática de cada célula adjacente, há uma estrutura discoide que consiste em material muito denso, denominado placa de fixação desmossômica. Essa estrutura e ancora os filamentos intermediários. Os filamentos parecem fazer uma alça através das placas de fixação e estendem-se de volta ao citoplasma.
Em nível molecular, cada placa de fixação é composta de várias proteínas constitutivas, principalmente desmoplaquinas e
placoglobinas, que são capazes de ancorar os filamentos intermediários
O espaço intercelular da mácula de adesão é visivelmente mais largo que o da zônula de adesão, e é ocupado por uma faixa medial densa, a linha intermediária. Essa linha representa porções extracelulares das glicoproteínas
transmembrana, as desmogleínas e desmocolinas, que são membros da família das caderinas das moléculas de adesão celular dependentes de Ca2+. Quando há Ca2+, as porções extracelulares das desmogleínas e desmocolinas ligam-se a moléculas idênticas adjacentes de células vizinhas (ligação homotípica). 
As porções citoplasmáticas das desmogleínas e das desmocolinas são componentes integrantes da placa de fixação desmossômica. Elas interagem com as placoglobinas e as desmoplaquinas que estão envolvidas na montagem do desmossomo e na ancoragem dos filamentos intermediários.
*Junções comunicantes 
As junções comunicantes, também denominadas junções gap ou nexos, são as únicas estruturas celulares conhecidas que possibilitam a passagem direta de moléculas sinalizadoras de uma célula para outra. 
As junções comunicantes são importantes nos tecidos nos quais as atividades das células adjacentes devem ser coordenadas, como epitélios envolvidos no transporte de líquidos e eletrólitos, músculo liso vascular e intestinal ou músculo cardíaco. Uma junção comunicante consiste em um acúmulo de canais ou poros transmembrana em um arranjo firmemente acondicionado; possibilita a troca de íons, moléculas reguladoras e pequenos metabólitos das células através dos poros. O número de poros em uma junção
comunicante pode variar amplamente, assim como o número de junções comunicantes entre as células adjacentes.
As junções comunicantes são formadas por 12 subunidades da família da proteína conexina.
grupos de canais firmemente acondicionados, cada um formado por duas metades de canais, sendo denominados conexons, inseridos nas membranas
voltadas uma para a outra. Esses canais são representados por pares de conexons que fazem uma ponte sobre o espaço extracelular entre as células adjacentes. O conexon em uma membrana celular está exatamente alinhado com um conexon
correspondente na membrana de uma célula adjacente e, portanto, como o próprio nome sugere, possibilita a comunicação entre as células.
Cada conexon contém seis subunidades simétricas de uma proteína integrante da membrana, denominada conexina (Cx), que está emparelhada com uma estrutura semelhante da membrana adjacente. Consequentemente, todo o canal consiste em 12 subunidades. 
→Domínio basal 
O domínio basal das células epiteliais caracteriza-se por vários aspectos
A membrana basal é uma estrutura especializada localizada próximo ao domínio basal das células epiteliais e do estroma do tecido conjuntivo subjacente
As junções entre a célula e a matriz extracelular ancoram a célula à matriz extracelular; são representadas por adesões focais e hemidesmossomos
Os pregueamentos da membrana basal aumentam a área de superfície e facilitam as interações morfológicas entre células adjacentes e as proteínas da matriz extracelular.
Estrutura e funções da membrana basal
O termo membrana basal foi conferido a uma camada densa e amorfa de espessura variável na
superfície basal dos epitélios. 
A lâmina basal constitui o local de fixação estrutural para as células epiteliais suprajacentes e o tecido conjuntivo subjacente.
O exame do local das membranas basais epiteliais com o microscópio eletrônico (ME) revela uma
camada distinta de material de matriz elétrondenso, de 40 a 60 nm de espessura, entre o epitélio e o tecido conjuntivo adjacente denominada lâmina basal ou, algumas vezes, lâmina densa. Quando observada em alta resolução, essa camada exibe uma rede de filamentos finos, de 3 a 4 nm, compostos de lamininas, uma molécula de colágeno tipo IV, e vários proteoglicanos e glicoproteínas associados. Entre a lâmina basal e a célula, há uma área relativamente clara ou elétrontransparente,
a lâmina lúcida (também com cerca de 40 nm de largura). A área delineada pela lâmina lúcida contém porções extracelulares de CAM, principalmente receptores de fibronectina e de laminina. Esses receptores são membros da
família de integrinas de proteínas transmembrana.
A lâmina basal contém moléculas que se reúnem para formar uma estrutura semelhante a uma lâmina.
Colágenos. Pelo menos três tipos de colágeno estão presentes na lâmina basal; 
O principal componente, que compreende 50% de todas as proteínas da lâmina basal, é o colágeno do tipo IVA existência de diferentes isoformas do
colágeno do tipo IV confere especificidade à lâmina basal associada aos diferentes tecidos. Dois tipos não fibrilares de colágeno, o colágeno do tipo XV e o colágeno do tipo XVIII, também são encontrados na lâmina basal. O colágeno do
tipo XV desempenha um importante papel na estabilização da estrutura da lâmina externa nas células musculares
esqueléticas e células musculares cardíacas, enquanto o colágeno do tipo XVIII está principalmente nas lâminas basais do endotélio (epitélio dos vasos sanguíneos), e acredita-se
que atue na angiogênese. Além disso, o colágeno do tipo VII forma fibrilas de fixação que ligam a lâmina basal à lâmina reticular subjacente 
Lamininas. Essas moléculas de glicoproteína em formato de cruz (140 a 400 kDa) são compostas de três cadeias polipeptídicas. São essenciais na iniciação do processo de montagem da lâmina basal. As lamininas contêm sítios de ligação para diferentes receptores de integrina situados no domínio basal das células epiteliais suprajacentes. Estão envolvidas em muitas interações da célula com a matriz extracelular. Além disso, desempenhamum importante papel no desenvolvimento, na diferenciação e na remodelação do epitélio. 
Entactina/nidogênio. Essa pequena glicoproteína sulfatada em formato de bastonete atua como ligação entre a laminina e a rede de colágeno do tipo IV em quase todas as lâminas basais. Cada molécula de entactina está organizada em domínios distintos que se ligam ao cálcio, sustentam a adesão celular
Os proteoglicanos consistem em um eixo de proteína ao qual se ligam cadeias laterais de glicosaminglicanos. Em virtude de
seu caráter altamente aniônico, essas moléculas são altamente hidratadas. Além disso, apresentam alta carga negativa; essa qualidade sugere que os proteoglicanos atuem na regulação da passagem de íons através da lâmina basal. O proteoglicano de heparam sulfato mais comumente encontrado em todas as lâminas basais é o perlecam.
Trata-se de um grande proteoglicano de múltiplos domínios. Esse proteoglicano fornece ligações cruzadas adicionais à lâmina basal por meio de sua ligação à laminina, ao colágeno do tipo IV e à entactina/nidogênio. 
A estrutura molecular do colágeno do tipo IV é determinante para a formação da supraestrutura da rede da lâmina basal.
A automontagem da lâmina basal é iniciada pela polimerização das lamininas no domínio basal da célula e pela interação com a supraestrutura de colágeno do tipo IV.
Os constituintes da lâmina basal se reúnem em um processo de automontagem para formar uma estrutura semelhante a uma lâmina. Esse processo é iniciado tanto pelo colágeno do tipo IV quanto pelas lamininas. A sequência primária dessas
moléculas contém informações sobre a sua automontagem. A primeira etapa no processo de automontagem da lâmina basal consiste na polimerização dependente de cálcio das moléculas de laminina sobre o domínio basal da superfície celular. Esse processo é auxiliado pelas CAM (integrinas). Ao mesmo tempo, a supraestrutura de colágeno do tipo IV torna-se associada aos polímeros de laminina. Essas duas estruturas são
reunidas principalmente por pontes de entactina/nidogênio e são adicionalmente fixadas por outras proteínas. A estrutura do colágeno do tipo IV e das lamininas proporciona o local de interação de outras moléculas da lâmina basal e formação da lâmina basal totalmente funcional.
Vários mecanismos proporcionam a fixação da lâmina basal ao tecido conjuntivo adjacente:
As fibrilas de fixação (colágeno do tipo VII) são geralmente encontradas em estreita associação a hemidesmossomos. Estendem-se a partir da lâmina basal para as estruturas denominadas placas de fixação na matriz do tecido conjuntivo
ou formam alças que retornam à lâmina basal. As fibrilas de fixação (colágeno tipo VII) prendem fibras colágenas do tipo III (reticulares) no tecido conjuntivo subjacente, assegurando uma fixação epitelial sólida. As fibrilas de fixação são de importância crítica para a função das junções de fixação.
As microfibrilas de fibrilina têm 10 a 12 nm de diâmetro e fixam a lâmina densa às fibras elásticas. As microfibrilas de fibrilina são conhecidas por terem propriedades elásticas.
várias funções à lâmina basal:
Fixação estrutural. a lâmina basal atua como estrutura intermediária na fixação de células ao tecido conjuntivo adjacente. As células epiteliais são ancoradas na lâmina basal por junções entre a célula e a matriz extracelular, e a lâmina basal é fixada ao tecido conjuntivo subjacente por fibrilas de fixação e microfibrilas de fibrilina
Compartimentalização. as lâminas basal e externa separam e isolam o tecido conjuntivo
dos epitélios, do tecido nervoso e do tecido muscular. O tecido conjuntivo – incluindo todos os seus tecidos especializados, como o osso e a cartilagem (com exceção do tecido adiposo, visto que suas células têm uma lâmina externa) – pode ser entendido como um único compartimento contínuo. Em contrapartida, os epitélios, os músculos e os nervos são separados do tecido conjuntivo adjacente por lâminas basais ou externas intervenientes. Para que qualquer substância se movimente de um tecido para outro (p. ex., de um compartimento para outro), ela precisa cruzar a lâmina basal.
Filtração. O movimento de substâncias para dentro e para fora do tecido conjuntivo é regulado, em parte, pela lâmina basal, principalmente por meio de cargas iônicas e espaços integrados. 
Suporte tecidual. A lâmina basal atua como guia ou suporte durante a regeneração. As células recém formadas ou os prolongamentos em crescimento de uma célula utilizam a lâmina basal, que permanece após a perda das células,
ajudando, assim, a manter a arquitetura original do tecido. 
Regulação e sinalização. Muitas moléculas que residem na lâmina basal interagem com os receptores de superfície celular, influenciando o comportamento das células epiteliais durante a morfogênese, o desenvolvimento fetal e a
cicatrização de feridas, regulando o formato, a proliferação, a diferenciação e a motilidade da célula, bem como a expressão gênica e a apoptose. 
Junções entre a célula e a matriz extracelular 
As junções de adesão mantêm a integridade morfológica da interface epitélio-tecido conjuntivo. As duas principais junções de adesão são:
As adesões focais, que ancoram os filamentos de actina do citoesqueleto na membrana basal
Os hemidesmossomos, que ancoram os filamentos intermediários do citoesqueleto na membrana basal.
Além disso, as proteínas transmembrana localizadas no domínio basal da célula interagem com a lâmina basal.
As adesões focais criam uma ligação dinâmica entre o citoesqueleto de actina e as proteínas da matriz extracelular
São responsáveis pela fixação dos feixes longos de filamentos de actina (fibras de estresse) na lâmina basal.
Em geral, as adesões focais consistem em uma face citoplasmática, à qual estão ligados filamentos de actina, região de conexão transmembrana, e uma face extracelular que se liga às proteínas da matriz extracelular. A principal família de proteínas transmembrana envolvida nas adesões focais é a família das integrinas.
Na face citoplasmática, as integrinas interagem com proteínas ligantes da actina, bem como com muitas proteínas reguladoras, como a quinase ou tirosinoquinase da adesão focal. No lado extracelular, as integrinas ligam-se às glicoproteínas da matriz extracelular, geralmente laminina e fibronectina.
As adesões focais desempenham um importante papel na percepção e transmissão de sinais do meio extracelular para o interior da célula.
As adesões focais também constituem importantes locais de detecção e transdução de sinais. São capazes de detectar forças contráteis ou alterações mecânicas na matriz extracelular e convertê-las
em sinais bioquímicos. Esse fenômeno,
conhecido como mecanossensibilidade, faz com que as células sejam capazes de alterar suas funções mediadas por adesão em resposta a estímulos mecânicos externos. As integrinas transmitem esses sinais para o interior da célula, onde afetam a migração, a diferenciação e o crescimento celulares.
Os hemidesmossomos ocorrem nos epitélios que necessitam de uma adesão forte e estável ao tecido conjuntivo.
Uma variante da junção de fixação semelhante ao desmossomo é encontrada em certos epitélios sujeitos à abrasão e a forças de cisalhamento mecânicas, que tenderiam a separar o epitélio do tecido conjuntivo subjacente
Nesses locais, aparece como se houvesse metade de um desmossomo, daí a designação de hemidesmossomo. Os hemidesmossomos são encontrados na superfície basal da célula, onde fornecem maior adesão à lâmina basal. Quando observado ao ME, o hemidesmossomo exibe uma placa de fixação intracelular no lado citoplasmático da membrana plasmática basal. A
composição proteica dessa estrutura assemelha-se
àquela da placa desmossômica, visto que contém uma família de proteínas semelhantes à desmoplaquina, que têm a capacidade de ancorar os filamentos intermediários do citoesqueleto.
Foram identificadas três proteínas principais na placa:
A plectina (450 kDa) atua como ligação cruzada dos filamentos intermediários, ligando-os à placa de fixação hemidesmossômica. Estudos recentes indicamque a plectina também interage com microtúbulos, filamentos de actina e miosina II. Por conseguinte, a plectina estabelece ligações cruzadas e integra todos os elementos do citoesqueleto
A BP 230 (230 kDa) fixa os filamentos intermediários à placa de fixação intercelular. 
A erbina (180 kDa) medeia a associação da BP 230 às integrinas. Diferentemente do desmossomo, cujas proteínas transmembrana pertencem à família das caderinas, a maioria das proteínas transmembrana encontradas no hemidesmossomo pertence à classe de
receptores da matriz extracelular, as integrinas. Essa família de proteínas inclui:
A integrina α4β6, uma molécula heterodimérica formada por duas cadeias polipeptídicas. Seu domínio extracelular entra na lâmina basal e interage com a supraestrutura de colágeno do tipo IV contendo laminina332, entactina/nidogênio ou
perlecam. Na superfície extracelular do hemidesmossomo, as moléculas de laminina formam filamentos de fixação filiformes, que se estendem das moléculas de integrina até a estrutura da membrana basal. A interação
entre a laminina332 e a integrina α6β4 estabiliza os hemidesmossomos e é essencial para a formação destes e para a manutenção da adesão epitelial. 
Os filamentos de fixação são formados principalmente por moléculas de laminina e de colágeno do tipo XVII e fixam a membrana celular basal das células epiteliais na lâmina basal subjacente. As fibrilas de fixação são formadas por colágeno do tipo VII e fixam a lâmina basal às fibras reticulares subjacentes
Muitas células que transportam líquidos apresentam pregueamentos na superfície basal da célula, os quais aumentam significativamente a área de superfície do domínio basal da célula, possibilitando que haja mais proteínas de transporte e canais.
GLANDULAS 
Em geral, as glândulas são classificadas em dois grupos principais, de acordo com o modo pelo qual seus produtos são liberados:
As glândulas exócrinas secretam seus produtos diretamente ou através de ductos ou tubos epiteliais que estão conectados a uma superfície. Os ductos podem transportar o material secretado em sua forma inalterada, ou podem modificar a secreção, concentrando-a, adicionando ou reabsorvendo substâncias constituintes
As glândulas endócrinas carecem de sistema de ductos. Secretam seus produtos no tecido conjuntivo, a partir do qual entram na corrente sanguínea para alcançar as células-alvo. Os produtos das glândulas endócrinas são denominados hormônios.
Em alguns epitélios, as células individuais secretam substâncias que não alcançam a corrente sanguínea, mas que afetam outras células de localização próxima. Essa atividade secretora é designada como sinalização parácrina (ver Figura 5.38). As células que produzem substâncias parácrinas as liberam na matriz extracelular subjacente. A secreção parácrina tem uma amplitude de sinalização muito limitada – alcança as célulasalvo por difusão. Por exemplo, as células endoteliais dos vasos sanguíneos têm impacto nas células musculares lisas vasculares por meio da liberação de múltiplos fatores, que provocam contração ou relaxamento da parede vascular.
Além disso, muitas células secretam moléculas que se ligam a receptores localizados na mesma célula que as libera. Esse tipo de automensagem é denominado sinalização autócrina (ver Figura 5.38). Em muitos casos, as moléculas de
sinalização (autócrinas) iniciam vias de retroalimentação negativa para modular a sua própria secreção. Esse mecanismo de sinalização é frequentemente utilizado por células do sistema imune e envolve a família de moléculas sinalizadoras de interleucinas.
As células das glândulas exócrinas contêm três mecanismos básicos de liberação dos produtos secretores:
Secreção merócrina. Este produto secretor é transportado em vesículas envoltas por membrana até a superfície apical da célula. Neste local, as vesículas sofrem fusão com a membrana plasmática e liberam o seu conteúdo por exocitose.
Trata-se do mecanismo mais comum de secreção, que é encontrado, por exemplo, nas células acinosas do pâncreas
Secreção apócrina. O produto de secreção é liberado na porção apical da célula, circundado por uma fina camada de citoplasma envolta por membrana plasmática. Esse mecanismo de secreção é encontrado na glândula mamária em
lactação, onde é responsável pela liberação de grandes gotículas de lipídios no leite
Secreção holócrina. O produto de secreção em maturação acumula-se dentro da célula que, simultaneamente, sofre destruição coordenada por vias de morte celular programada. Tanto os produtos de secreção quanto os restos celulares
são liberados no lúmen da glândula. Esse mecanismo é encontrado nas glândulas sebáceas da pele e nas glândulas tarsais (de Meibômio) da pálpebra.
As glândulas exócrinas são classificadas em unicelulares ou multicelulares.
As glândulas unicelulares são as que apresentam estrutura mais simples. Nas glândulas exócrinas unicelulares, o componente secretor consiste em células isoladas distribuídas entre outras células não secretoras. Um exemplo típico é a célula caliciforme, uma célula secretora de muco posicionada entre outras células colunares não secretoras.
As glândulas multicelulares são compostas de mais de uma célula e exibem graus variados de complexidade. Sua organização estrutural possibilita a sua subclassificação de acordo com o arranjo das células secretoras (parênquima) e a
ocorrência ou não de ramificação dos elementos ductais. O arranjo mais simples de uma glândula multicelular consiste em uma lâmina celular em que cada célula da superfície é uma célula secretora. 
Outras glândulas multicelulares formam invaginações tubulares a partir da superfície. As porções terminais da glândula contêm as células secretoras, enquanto a porção da glândula que conecta as células secretoras com a superfície atua como ducto. Se o ducto não for ramificado, a glândula é denominada simples; se for ramificado, é denominada composta. Se a porção secretora tiver o formato de um túbulo, a glândula é designada como tubular; quando apresenta um formato semelhante a um frasco ou cacho, a glândula é alveolar ou acinosa; se o tubo terminar em uma dilatação sacular, a glândula é designada como tubuloalveolar. As porções secretoras tubulares podem ser retas, ramificadas ou espiraladas; as porções alveolares podem ser simples ou ramificadas. 
As glândulas mucosas e serosas são assim denominadas devido ao tipo de secreção produzida
As secreções mucosas são viscosas e pegajosas, enquanto as secreções serosas são aquosas. 
As células caliciformes, as células secretoras das glândulas salivares sublinguais e as células superficiais do estômago fornecem exemplos de
células secretoras de muco. A natureza mucosa da secreção resulta da extensa glicosilação das proteínas constituintes com oligossacarídios aniônicos. Os grânulos de mucinogênio, o produto secretor dentro da célula.
Outro aspecto característico de uma célula mucosa é o fato de que o seu núcleo geralmente está achatado contra a base da célula pelo acúmulo do produto secretor.
Diferentemente das células secretoras de muco, as células serosas produzem secreções proteicas pouco ou não glicosiladas. Em geral, o núcleo é esférico ou oval. O citoplasma perinuclear frequentemente aparece basófilo, devido ao extenso retículo endoplasmático rugoso, uma característica das células que sintetizam proteína.
Os ácinos que contêm células serosas são encontrados na glândula parótida e no pâncreas. Os ácinos de algumas glândulas, como a glândula submandibular, contêm células tanto mucosas quanto serosas.

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