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apostila Direitos Humanos (1)

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Lei do Direito Autoral nº 9.610, de 19 de Fevereiro de 1998: Proíbe a reprodução total ou parcial desse material ou divulgação com fins 
comerciais ou não, em qualquer meio de comunicação, inclusive na Internet, sem autorização do AlfaCon Concursos Públicos. 
 
 
1º BLOCO ......................................................................................................................................................................................2 
I. Conceito ............................................................................................................................................................................2 
II. História ..............................................................................................................................................................................2 
2º BLOCO ......................................................................................................................................................................................4 
I. Classificação ......................................................................................................................................................................4 
II. Características ...................................................................................................................................................................4 
3º BLOCO ......................................................................................................................................................................................5 
I. Os Direitos Humanos na Constituição Federal de 1988. Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos - Artigo 5º, da 
Constituição Federal ...................................................................................................................................................................5 
4º BLOCO ......................................................................................................................................................................................6 
I. Continuação de Direitos Humanos na Constituição Federal de 1988. Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos - 
Artigo 5º, da Constituição Federal................................................................................................................................................6 
5º BLOCO ......................................................................................................................................................................................8 
I. Exercícios ..........................................................................................................................................................................8 
 
 
Lei do Direito Autoral nº 9.610, de 19 de Fevereiro de 1998: Proíbe a reprodução total ou parcial desse material ou divulgação com fins 
comerciais ou não, em qualquer meio de comunicação, inclusive na Internet, sem autorização do AlfaCon Concursos Públicos. 
 
 
 
I. CONCEITO 
O Direito representa as opções, os valores, os bens que a comunidade humana, as sociedades organizadas, em 
determinados momento e lugar, escolheram como os mais relevantes, para que fossem respeitados por todos e 
protegidos pela própria comunidade e pelo Estado. 
Os Direitos Humanos são aqueles direitos de que são titulares todas as pessoas, pela sua tão só condição de 
serem humanos, e que visam garantir, resguardar um patamar mínimo necessário para uma vida digna. 
São direitos que existem com o objetivo de proteger e promover a dignidade de toda pessoa humana podendo ser 
exigidos, opostos em face do Poder Público, do Estado (eficácia vertical) ou dos particulares, pessoas físicas ou 
jurídicas (eficácia horizontal). 
Eles estão previstos na esfera internacional, escritos em documentos internacionais (tratados, convenções, 
resoluções, etc.), como a Declaração Universal dos Direitos Humanos (DUDH) e a Convenção Americana sobre 
Direitos Humanos (CADH). 
Quando aqueles direitos são transportados para o nosso direito interno e inseridos em nossa Constituição 
Federal, passam a ser chamados de Direitos Fundamentais. Alguns autores nacionais preferem chamá-los de 
“direitos humanos fundamentais”; aqui, no entanto, nós vamos adotar o nome “Direitos Fundamentais”. 
Na Constituição Federal de 1988 foram incorporados diversos Direitos Humanos, distribuídos por todo o texto, 
mas em especial nos artigos 5º a 17, sob o “Título II - Dos Direitos e Garantias Fundamentais”. 
Em nosso direito eles também desempenham a função de garantir patamares mínimos para a manutenção da 
dignidade da pessoa humana. 
A denominação utilizada - Direitos Fundamentais - se deve, segundo Ingo Wolfgang Sarlet, (A eficácia dos 
direitos fundamentais. POA: Livraria do Advogado, 2008. p. 38)“ao seu caráter básico e fundamentador do sistema 
jurídico do Estado de Direito”. São, assim, os direitos básicos, fundamentais desta nossa comunidade jurídica. 
II. HISTÓRIA 
Os Direitos Humanos não surgiram subitamente, a partir de um único evento, de um único fato. Sua formação 
possui diversas origens, diversos fundamentos e vários acontecimentos que marcam a sua longa história. Uma 
história de lutas, conquistas e reconquistas. 
Apenas para fins didáticos e para o objetivo de nosso curso, podemos dividir a história dos Direitos Humanos em 
duas fases: a primeira, situada na Idade Média até meados do século XVIII; a segunda, iniciada com a Declaração de 
Direitos do Bom Povo da Virginia (1776). 
A primeira fase dos Direitos Humanos teve a contribuição teórica da filosofia clássica greco-romana, do 
pensamento cristão primitivo e, mais tarde, da doutrina jusnaturalista. 
Desse período, ressaltamos apenas 02 (dois) marcos importantes: 
 a Magna Carta (Magna Charta Libertatum), 1215 - 1225 (Inglaterra). Assinada pelo Rei João Sem-Terra, ela 
limitava os poderes do monarca, garantindo algumas liberdades a um grupo específico de “homens livres”, a 
nobreza. Dela surgem as bases das liberdades públicas do direito constitucional inglês; 
 a Carta de Direitos (Bill of Rights), 1689 (Inglaterra). Formulada no seio da Revolução Inglesa de 1688, instituiu 
definitivamente a monarquia constitucional subordinada à soberania popular. Ela limitava ainda mais os poderes 
do monarca em face do fortalecimento do Parlamento, representante do povo. 
Na segunda fase tem-se início o processo de introdução dos Direitos Humanos no direito interno dos Estados, 
em declarações de direitos e em especial nas suas Constituições. 
Servem de “fontes de inspiração” nesta fase o pensamento Iluminista, as doutrinas liberais (em especial no campo 
econômico) e mais tarde as doutrinas sociais e o direito humanitário. 
Além da Declaração de Direitos do Bom Povo da Virginia (1776), redigida no contexto da proclamação da 
independência Americana, podemos destacar, ainda, os seguintes marcos: 
 Constituição Americana, 1787 (EUA). Ao texto inicialmente adotado, foram introduzidas 10 (dez) emendas em 
1791, as quais continham, efetivamente, alguns Direitos Humanos, considerados fundamentais; 
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 Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, 1789 (França). Foi escrita durante a Revolução Francesa, 
era influenciada pelos ideais iluministas e possuía caráter individualista, mas “universalizante”. Constitui-se, 
também, como o principal documento na formação do modelo do Estado Liberal; 
 Convenção de Genebra, 1864. Assinada em Genebra, Suíça, em 22 de agosto de 1864, por alguns países 
europeus, visava minorar os efeitos desastrosos das guerras, estabelecendo regras de tratamento aos 
combatentes e às populações civis. É o marco do chamado Direito Humanitário; 
 CartaEncíclica Rerum Novarum, 1891. Elaborada pelo Papa Leão XIII, e publicada em 15 de maio de 1891, 
trata da “condição dos operários” e é considerada um marco do direito do trabalho no mundo; 
 Constituição Mexicana, 1917. Introduziu em seu texto um longo rol de direitos sociais, especificadamente 
direitos fundamentais para os trabalhadores; 
 Constituição Alemã ou Constituição de Weimar, 1919. Também incorporou diversos direitos sociais, 
instituindo as linhas mestras do Estado Democrático Social que serviu de modelo para inúmeros países; 
 Organização Internacional do Trabalho - OIT, 1919. É um organismo internacional, criado logo após o fim da 
Primeira Guerra Mundial, com o objetivo de estabelecer, mundialmente, a melhoria das condições de trabalho; 
 Liga das Nações, 1920. Organismo Internacional criado, também, logo após a Primeira Guerra Mundial com o 
objetivo de estabelecer o diálogo entre os Países, evitar um novo conflito, manter a paz; 
 Organização das Nações Unidas - ONU, 1945. É um organismo internacional criado pelos Estados soberanos a 
partir da aprovação da Carta das Nações Unidas, em 1945, substituindo a Liga das Nações. Dentre seus 
objetivos está a promoção de todos os Direitos Humanos; 
 Declaração Universal dos Direitos Humanos, 1948. Aprovada no âmbito da ONU e veiculada por meio de uma 
Resolução. Apesar de não ter força jurídica vinculante é considerado o principal documento no que se refere à 
proteção internacional dos Direitos Humanos atualmente. 
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I. CLASSIFICAÇÃO 
Dentre as diversas classificações que podemos fazer dos Direitos Humanos, interessa-nos apenas aquela que os 
agrupa (a) segundo o momento histórico em que passaram a ser reconhecidos em documentos nacionais e 
internacionais e (b) segundo algumas características comuns, em dimensões ou gerações. 
Para Ingo Wolfgang Sarlet (A eficácia dos direitos fundamentais. POA: Livraria do Advogado, 2008. p. 52.) a 
expressão “gerações” sugere uma ideia de alternância, de substituição dos Direitos Humanos ao longo de sua 
história. Por outro lado, o termo “dimensões”, dentro do movimento de mutação, transformação dos Direitos 
Humanos, transmite a ideia de um processo cumulativo, de complementaridade, de expansão e de fortalecimento. 
Aqui nos valeremos da segunda expressão, para dividir os Direitos Humanos em: 
 Direitos de Primeira Dimensão, os quais correspondem à fase inicial de afirmação, de reconhecimento dos 
Direitos Humanos em documentos nacionais ou internacionais, situada nos séculos XVIII e XIX. 
São direitos de conteúdo individualista, de defesa do indivíduo em face do Estado. Por isso, são chamados de 
direitos negativos (“direitos de liberdade”), pois exigem do poder constituído uma abstenção, uma não interferência 
na órbita de direitos dos indivíduos. 
Constitui-se de direitos Civis e Políticos, como, por exemplo, o direito à vida, à liberdade, à propriedade privada, à 
igualdade perante a lei, à segurança; 
 Direitos de Segunda Dimensão, cujo surgimento e afirmação se dá a partir do final do século XIX e início do 
século XX. 
Estes direitos possuem dimensão positiva – direitos positivos, prestacionais (“direitos de igualdade”) – impondo ao 
Estado, ao Poder Público um comportamento ativo na realização da justiça social, da igualdade material. 
Constitui-se de direitos Econômicos, Sociais e Culturais como a educação, a saúde, o trabalho, a previdência; 
 Direitos de Terceira Dimensão, os quais surgem a partir da metade do século XX, como resultado do movimento 
de internacionalização dos Direitos Humanos. 
Sua nota distintiva reside no fato de que são direitos, são bens jurídicos que se desligam, desprende-se da figura 
do homem-indivíduo como seu titular, sendo direitos de titularidade coletiva ou difusa (“direitos de fraternidade”). 
São os direitos de Solidariedade e Fraternidade como o direito à paz, à autodeterminação dos povos, ao meio-
ambiente e à sadia qualidade de vida, ao desenvolvimento, à comunicação, ao patrimônio comum da humanidade, à 
democracia participativa. 
II. CARACTERÍSTICAS 
Os Direitos Humanos possuem algumas características jurídicas. Dentre as principais, destacamos: 
a) A Universalidade: todos os indivíduos, todos os seres humanos são deles titulares, sem distinção de qualquer 
espécie; 
b) A Inalienabilidade e a Irrenunciabilidade: são direitos que não possuem conteúdo patrimonial e por isso são 
intransferíveis, inegociáveis. Uma vez conferidos, deles o indivíduo não pode se desfazer e tão pouco pode a 
eles renunciar. Os Direitos Humanos podem não ser exercidos, mas isso não significa que possam ser 
renunciados; 
c) A Imprescritibilidade: justamente porque não possuem conteúdo patrimonial, o seu não exercício no decurso do 
tempo não importa em sua perda, sua inexigibilidade; 
d) A Interdependência ou Indivisibilidade: apesar de estarem escritos em diversos documentos e de terem 
conteúdo distinto, os Direitos Humanos se complementam, são dependentes uns dos outros para a sua 
realização plena. Somente a efetivação integral e completa de todos os Direitos Humanos garante que o respeito 
à dignidade da pessoa humana seja realizado; 
e) A Relatividade: nenhum Direito Humano é absoluto a ponto de afastar, em todas as situações, os demais. 
Havendo “confronto” entre eles, somente na análise do caso concreto, aplicando-se os critérios de 
proporcionalidade e razoabilidade, um deles poderá ser mitigado em relação ao outro. Prevalecerá aquele que, 
no caso concreto, melhor proteja a dignidade da pessoa humana – princípio da primazia da norma mais 
favorável; 
f) A Historicidade: significa que eles nascem, modificam-se, evoluem acompanhando as mudanças da sociedade. 
Não nasceram em um único momento da história ou possuem outra origem que não a dialeticidade da vida em 
sociedade. 
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I. OS DIREITOS HUMANOS NA CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988. DOS DIREITOS E DEVERES 
INDIVIDUAIS E COLETIVOS - ARTIGO 5º, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL 
A Constituição Federal de 1988 incorporou uma série de Direitos Humanos previstos em documentos 
internacionais como a Declaração Universal dos Direitos Humanos (DUDH) e a Convenção Americana sobre Direitos 
Humanos (CADH). 
Na Carta Magna foram reunidos Direitos Humanos das 03 (três) dimensões, os quais receberam o nome de 
Direitos Fundamentais, dado o seu caráter de essenciais, de fundantes de todo o nosso direito. 
No âmbito interno são direitos que também buscam resguardar, assegurar um patamar mínimo necessário para 
a garantia de uma vida digna a todos. 
Os Direitos Fundamentais estão presentes principalmente nos artigos 5º a 17 – é o chamado “catálogo” - sob o 
“Título II - Dos Direitos e Garantias Fundamentais”, em 05 (cinco) Capítulos: “Capítulo I - Dos Direitos e Deveres 
Individuais e Coletivos” (art. 5º), “Capítulo II – Dos Direitos Sociais” (art. 6º a 11), “Capítulo III – Da Nacionalidade” 
(art. 12 e 13), “Capítulo IV – Dos Direitos Políticos” (art. 14 a 16) e “Capítulo V – Dos Partidos Políticos” (art. 17). 
Do Título II devemos fazer uma rápida observação acerca da distinção entre direitos fundamentais e garantias 
fundamentais. 
Os direitos são bens, são valores escolhidos pela sociedade como os mais importantes e que são, então, escritos 
em leis, na Constituição Federal (ex.: a liberdade, a legalidade, a propriedade). 
Apesar de ligadas a determinados valores e bens, as garantias possuem um aspecto instrumental. São 
instituições e mecanismos gerais (MinistérioPúblico, Defensoria Pública, etc.) ou específicos de proteção aos 
Direitos Fundamentais. 
Deste último grupo podemos citar, por exemplo, (a) o Habeas corpus (art. 5º, LXVIII, da CF), (b) o Mandado de 
Segurança (art. 5º, LXIX, da CF), (c) o Habeas data (art. 5º, LXXII, CF), (d) a irretroatividade da lei (art. 5º, XXXVI, 
CF), (e) o acesso ao judiciário (art. 5º, XXXV, da CF), (f) o devido processo legal (art. 5º, LIV, da CF). 
No Capítulo I estão contemplados os “Direitos e Deveres Individuais e Coletivos”, todos relacionados no artigo 
5º, cujo “caput” possui a seguinte redação: “Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, 
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à 
liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes”. 
São direitos predominantemente de primeira dimensão, direitos civis, relacionados à vida, à liberdade, à 
igualdade, à segurança e à propriedade, os quais têm uma redação muito parecida com aquela que lhes é dada 
pelos documentos internacionais de Direitos Humanos. 
Guardadas as peculiaridades de alguns direitos, os quais exigem uma qualidade específica da pessoa, os Direitos 
Fundamentais são garantidos aos brasileiros (natos ou naturalizados) e aos estrangeiros residentes e não 
residentes, como vem entendendo o Supremo Tribunal Federal (STF). 
Os 78 (setenta e oito incisos) do artigo 5º são desdobramentos daqueles direitos básicos mencionados no seu 
“caput”. 
Assim, o direito fundamental à vida e, consequentemente, à integridade física e mental pode ser encontrado no 
inciso III (proibição da tortura, de tratamento desumano ou degradante) e no inciso XLIX (integridade física e 
moral dos presos). 
O direito fundamental à liberdade está expresso no inciso IV (liberdade de manifestação do pensamento), 
inciso VI (liberdade de consciência e de crença), inciso IX (liberdade de expressão da atividade intelectual, 
artística, científica e de comunicação), inciso XIII (liberdade de exercício profissional), inciso XV (liberdade de 
locomoção), inciso XVI (liberdade de reunião), incisos XVII e XX (liberdade de associação). 
O direito fundamental à igualdade - igualdade de todos no tratamento dispensado pela lei - está reproduzido no 
inciso I (igualdade em direitos e obrigações entre homens e mulheres). 
O direito fundamental à segurança pode ser encontrado no inciso XXXIX (legalidade penal), inciso XL 
(irretroatividade da lei penal), inciso XLV (personalidade da pena, intranscendência da pena), inciso LVI 
(inadmissão da prova ilícita), inciso LVII (presunção de inocência). 
Por sua vez, o direito fundamental à propriedade está expresso nos incisos XXII e XXIII (direito de propriedade 
vinculado a sua função social), incisos XXVII e XXIX (propriedade intelectual). 
Além dos direitos, nos incisos do artigo 5º, da Constituição Federal encontramos diversas garantias, diversas ações 
constitucionais – chamadas de “remédios constitucionais” – como o habeas corpus, o habeas data o mandado de 
segurança, o mandado de injunção. 
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I. CONTINUAÇÃO DE DIREITOS HUMANOS NA CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988. DOS DIREITOS E 
DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS - ARTIGO 5º, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL 
Além dos direitos e garantias fundamentais expressos nos incisos, encontramos nos parágrafos do artigo 5º, da 
Constituição Federal, importantes disposições. 
O parágrafo 1º, do artigo 5º, da Constituição Federal prevê que “As normas definidoras dos direitos e 
garantias fundamentais têm aplicação imediata”. 
Apesar do que sua redação possa deixar transparecer, não se deve extrair do dispositivo a conclusão de que toda 
e qualquer norma de Direito Fundamental é direta e plenamente aplicável, ou seja, de que todas possuem imediata 
eficácia jurídica e social. 
Segundo Ingo Wolfgang Sarlet (A eficácia dos direitos fundamentais. POA: Livraria do Advogado, 2008. p. 
288.), citando Robert Alexy, este dispositivo contém uma espécie de “mandado de otimização”, estabelecendo, 
impondo aos órgãos estatais a tarefa de reconhecerem a maior eficácia possível aos Direitos Fundamentais. E, a 
todos eles, não só os constantes do “catálogo”, ou seja, aqueles dos artigos 5º ao 17º, da Constituição Federal. 
Reconhece-se, desta forma, que os Direitos Fundamentais podem ser implementados em “graus distintos” 
conforme as possibilidades fáticas e jurídicas existentes. Ainda assim, devem ser concretizados. 
O parágrafo 1º, do artigo 5º, da Constituição Federal põe o Poder Público na obrigação de tudo fazer no sentido 
de realizar os Direitos Fundamentais. É neste momento que surge a discussão acerca da “reserva do possível” e do 
“mínimo existencial”. 
A “reserva do possível” constitui-se em um limite fático e jurídico comumente utilizado pelo Estado como 
obstáculo à implementação dos Direitos Fundamentais, principalmente os Direitos Sociais, os quais exigem, 
normalmente, substancial utilização de recursos públicos para a sua concretização. A “reserva do possível” não é, no 
entanto, um limite imanente, inseparável, dos Direitos Fundamentais. 
Aceita-se, assim, que em face principalmente da escassez de recursos públicos os Direitos Fundamentais possam 
não ser implementados ou o serem apenas de maneira limitada. 
O Supremo Tribunal Federal entende, contudo (conferir o julgamento da ADPF n. 45/DF, em 29 de abril de 2004), 
que a escassez de recursos deve ser cabalmente provada pelo Poder Público, pois em nome da mesma não se 
pode adiar indefinidamente a concretização dos Direitos Fundamentais. 
Ainda, os limites impostos pela “reserva do possível” não serão obstáculo à implementação de direitos que 
garantam um “mínimo existencial”. 
Apesar de não haver parâmetros legais ou mesmo uniformidade doutrinária e jurisprudencial, podemos dizer que 
o “mínimo existencial” corresponde a um conjunto menor, mais específico de Direitos Fundamentais (ex.: educação, 
saúde e assistência social), essenciais para subsistência de qualquer pessoa. 
O parágrafo 2º, do artigo 5º, da Constituição Federal prevê que “Os direitos e garantias expressos nesta 
Constituição não excluem outros decorrentes do regime e dos princípios por ela adotados, ou dos tratados 
internacionais em que a República Federativa do Brasil seja parte”. 
O dispositivo afirma, em um primeiro momento, que existem Direitos Fundamentais na Constituição Federal e que 
não só aqueles do “catálogo”, ou seja, aqueles que estão escritos no “Titulo II – Dos Direitos e Garantias 
Fundamentais” (art. 5º ao 17). 
Além das disposições constantes do “catálogo” existem direitos fundamentais espalhados por toda a Constituição 
Federal, como, por exemplo, no artigo 201 (previdência social), artigo 203 (assistência social), artigo 205 (educação). 
A leitura deste parágrafo nos faria concluir ainda, pela existência de Direitos Fundamentais em documentos 
internacionais de Direitos Humanos. 
O entendimento do Supremo Tribunal Federal é, no entanto, o de que somente os tratados de Direitos 
Humanos incorporados ao ordenamento jurídico por meio do rito previsto no parágrafo terceiro, do artigo 5º, da 
Constituição Federal é que podem se constituir em nova fonte de Direitos Fundamentais. 
O parágrafo 3º, do artigo 5º, da Constituição Federal prevê que “Os tratados e convenções internacionais 
sobre direitos humanos que forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por 
três quintos dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes às emendas constitucionais”. 
Só os tratados e as convenções firmados e que forem aprovados, agora, sob este novo rito – introduzido na 
Constituição Federal por meio da EC n. 45/2004 - é que passam a ocupar o status de Emenda Constitucional,ou 
seja, serão formal e materialmente constitucionais. 
Lei do Direito Autoral nº 9.610, de 19 de Fevereiro de 1998: Proíbe a reprodução total ou parcial desse material ou divulgação com fins 
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Os únicos documentos internacionais com este status até o presente momento são a Convenção Internacional 
sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência ou Convenção de Nova Iorque e seu Protocolo Facultativo, da 
ONU, assinados em Nova York, em 30 de março de 2007 e promulgados internamente pelo Decreto n. 6.949, de 25 
de agosto de 2009. 
No entanto, a partir do julgamento do R.Ext. n. 466.343/SP, em 01 de dezembro de 2008, em que se discutia a 
possibilidade da prisão do depositário infiel em vista do artigo 7º, parágrafo 7, da CADH, o Supremo Tribunal Federal 
passou a entender que todos os demais tratados e convenções de Direitos Humanos aprovados pelo rito ordinário, 
comum (art. 49, inciso I e 84, incisos IV e VIII, da CF) possuem status “supra legal”. Ou seja, estão abaixo da Carta 
Magna e acima da legislação ordinária. 
Desta forma, apenas os tratados de direitos humanos, já aprovados ou que vierem a ser aprovados pelo rito 
ordinário integram o ordenamento jurídico brasileiro com status de norma “supra legal”. 
Assim, hoje, os tratados e as convenções internacionais com conteúdo de Direitos Humanos ratificados e 
promulgados pelo Brasil, podem possuir apenas os seguintes status: 
 
 
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I. EXERCÍCIOS 
1. Os direitos humanos são irrenunciáveis, de modo que podem até deixar de ser exercidos por seus titulares, os 
quais, no entanto, jamais podem abrir mão de tais direitos. 
2. Inalienáveis são aqueles direitos fundamentais dos quais as pessoas somente podem abrir mão em situações 
muito especiais. 
3. O direito fundamental à vida é hierarquicamente superior a todos os demais direitos humanos, estejam eles 
previstos na Constituição Federal ou na Declaração Universal dos Direitos Humanos. 
4. Na história dos Direitos Humanos, o momento mais importante ocorreu após a 2ª guerra mundial, quando os 
países uniram-se, buscando restabelecer a paz mundial. Assim, no dia 10 de dezembro de 1948, durante 
reunião da Assembleia Geral das Nações Unidas, foi proclamada a Declaração Universal dos Direitos Humanos, 
que, dentre outros tópicos, consagrou diversos direitos sociais, exceto o direito à alimentação e à habitação. 
5. Sobre os direitos humanos, assinale a alternativa correta. 
a) Têm como características a universalidade, a historicidade e a indivisibilidade. 
b) Conceituam-se como posições jurídicas reconhecidas pela ordem jurídico - constitucional de cada Estado 
moderno. 
c) Sob uma perspectiva histórica abrangem apenas os direitos à liberdade, segurança e propriedade. 
d) Compreendem, além dos direitos civis e políticos, os direitos sociais, econômicos e culturais, sendo que os 
últimos não são exigíveis. 
e) Correspondem aos direitos naturais e são protegidos por organismos internacionais. 
6. No Brasil, diversos artigos da Declaração Universal dos Direitos Humanos foram incorporados ao texto 
constitucional, deixando clara a intenção do legislador de atingir, com a maior amplitude possível, a defesa dos 
direitos do homem. 
7. Relativamente à ordem social e aos direitos e garantias fundamentais é correto afirmar que a jurisprudência do 
STF reconhece que os estrangeiros, mesmo os não residentes no país, são destinatários dos direitos 
fundamentais consagrados pela CF, sem distinção de qualquer espécie em relação aos brasileiros. No mesmo 
sentido, as pessoas jurídicas são destinatárias dos direitos e garantias elencados na CF, na mesma proporção 
das pessoas físicas. 
8. As liberdades individuais garantidas na Constituição Federal de 1988 não possuem caráter absoluto. 
9. No tocante aos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos, conforme prevê o artigo 5º da Constituição Federal, a 
prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre não serão comunicados imediatamente à família do preso 
ou à pessoa por ele indicada, cuja comunicação só será realizada após o preso prestar depoimento perante a 
autoridade policial. 
10. O Brasil, por ser um país laico, não tem religião oficial, sendo assegurada constitucionalmente a inviolabilidade 
da liberdade de consciência e de crença, bem como o livre exercício dos cultos religiosos. 
11. Os direitos humanos na CF têm como função a limitação do poder e a promoção da dignidade da pessoa 
humana. Nesse contexto e a respeito dos direitos consagrados na CF é correto afirmar que a interceptação 
telefônica para captação e gravação de conversa telefônica por terceira pessoa, sem o conhecimento de 
quaisquer dos interlocutores ou da justiça, não afronta o texto constitucional. 
12. Abelhudo, cidadão brasileiro, contrai casamento com Abelhudinha, tendo o casal três filhos. Infelizmente, o casal 
resolve divorciar-se, e o varão assume o dever de prestar alimentos à sua ex-esposa e aos seus filhos. Apesar 
de contar com boa remuneração, Abelhudo deixa de pagar várias prestações dos alimentos acordados 
judicialmente, vindo a sofrer processo de cobrança, tendo sua ex-mulher requerido sua prisão caso não solvesse 
a dívida. O varão, apesar de regularmente comunicado do processo, não pagou a dívida nem justificou o não 
pagamento, vindo sua prisão a ser declarada pelo magistrado presidente do processo. A respeito da prisão civil, 
é correto afirmar que é constitucionalmente prevista para homens inadimplentes de alimentos. 
Lei do Direito Autoral nº 9.610, de 19 de Fevereiro de 1998: Proíbe a reprodução total ou parcial desse material ou divulgação com fins 
comerciais ou não, em qualquer meio de comunicação, inclusive na Internet, sem autorização do AlfaCon Concursos Públicos. 
 
 
13. Os direitos e as garantias expressos na Constituição Federal de 1988 excluem outros de caráter constitucional 
decorrentes do regime e dos princípios por ela adotados, uma vez que a enumeração constante no artigo 5º da 
CF é taxativa. 
14. A “reserva do possível” constitui um limite fático, um obstáculo à implementação apenas dos direitos 
fundamentais sociais, direitos prestacionais por excelência. Os direitos civis e políticos, por não demandarem a 
aplicação de recursos públicos não padecem de tais limitações. 
15. Tendo em conta a Emenda Constitucional nº 45, de 2004, em relação à incorporação ao direito interno e à 
respectiva posição hierárquica dos tratados internacionais de direitos humanos ratificados pelo Brasil, é correto 
afirmar: 
a) Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que haviam sido aprovados pelo Congresso 
Nacional previamente à edição da Emenda Constitucional nº 45 foram equiparados às emendas constitucionais. 
b) O Supremo Tribunal Federal firmou jurisprudência entendendo que os tratados internacionais de direitos 
humanos ratificados pelo Brasil previamente à edição da Emenda Constitucional nº 45 possuem natureza 
materialmente constitucional. 
c) Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que vierem a ser aprovados por três quintos dos 
votos dos membros de cada Casa do Congresso Nacional terão força de emendas constitucionais. 
d) Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos ratificados pelo Brasil previamente à edição da 
Emenda Constitucional nº 45 deixaram de integrar o direito interno. 
e) O Supremo Tribunal Federal firmou jurisprudência entendendo que os tratados internacionais de direitos 
humanos ratificados pelo Brasil nos termos da Emenda Constitucional nº 45 possuem natureza supralegal e 
infraconstitucional. 
Gabarito 
1 - CORRETO 
2 - ERRADO 
3 - ERRADO4 - ERRADO 
5 - A 
6 - CORRETO 
7 - ERRADO 
8 - CORRETO 
9 - ERRADO 
10 - CORRETO 
11 - ERRADO 
12 - ERRADO 
13 - ERRADO 
14 - ERRADO 
15 - C 
	1º BLOCO
	I. Conceito
	II. História
	2º BLOCO
	I. Classificação
	II. Características
	3º BLOCO
	I. Os Direitos Humanos na Constituição Federal de 1988. Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos - Artigo 5º, da Constituição Federal
	4º BLOCO
	I. Continuação de Direitos Humanos na Constituição Federal de 1988. Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos - Artigo 5º, da Constituição Federal
	5º BLOCO
	I. Exercícios

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