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. Hemorragia e Infarto . Leticia Lourenço ➵ Hemorragia Hemorragia ou sangramento é o distúrbio da circulação caracterizada pela saída de sangue do compartimento vascular ou das câmaras cardíacas para o meio externo, para o interstício ou para as cavidades pré-formadas. Distúrbios hemorrágico Estímulo hemorrágico >> mecanismo hemostático ● Leves- condição de estresse hemorrágico (ex: cirurgias, traumas) ● Moderados- distúrbios na síntese ou ativação dos fatores de coagulação (ex: hemofilia) ● Intenso- rupturas de grandes casos como a artéria aorta ou coração (ex: aneurisma) Etiologias Hereditárias: hemofilia A ( baixa VIII), hemofilia B (baixa IX) e Doença de Von Willebrand. Adquiridas: deficiência de vitamina K(cofator da cascata de coagulação), insuficiência hepática(produção de fator de coagulação) , uso de fármacos: anticoagulantes e AINES Lesões vasculares Terminologia: a extensão do sangramento na superfície corpórea ou na intimidade dos órgãos que definem. Hemorragias puntiformes ou petéquias: são áreas hemorrágicas diminutivas (até 3 mm de diâmetro), geralmente múltiplas. A maioria das vezes, resultam de defeitos qualitativos ou quantitativos de plaquetas. Púrpura: lesão superficial um pouco maior que as petéquias, geralmente na pele, múltipla, plana ou discretamente elevada, podendo atingir até 1 cm de diâmetro. Equimose: hemorragia que aparece como mancha azulada ou arroxeada, mais extensa do que a púrpura e pode provocar aumento discreto no local. São frequentes em traumatismos. . Hemorragia e Infarto . Leticia Lourenço Hematoma: consiste em hemorragia em que o sangue se acumula como tumoração. Frequente após ação de agentes mecânicos Hemotórax Hematossalpinge Hemoperitônio . Hemorragia e Infarto . Leticia Lourenço Patogênese da Hemorragia a. Hemorragia por lesão da parede vascular O sangramento por comprimento da parede do vaso ocorre por ruptura ou por diapedese. - Rexe ou ruptura: saída do sangue pelo rompimento do vaso ex: traumatismo mecânico, crescimento tumoral com compressão e ruptura vascular (aneurisma). - Diabrose: saída de sangue pela corrosão da parede vascular. ex: lesão química vascular (digestão enzimática, exposição a agentes corrosivos). - Diapedese: saída de sangue através de espaço entre as células endoteliais. ex: processo inflamatório ou hiperemia passiva com aumento da pressão intravascular. Hemorragia por distúrbios na hemorragia primária → Plaquetas Adesão plaquetária (colágeno e fator de Von Willebrand); Ativação plaquetária (mudanças na forma e eliminação de grânulos com ADP e TXA2); Formação do tampão plaquetário. Trombocitopenia: redução do número de plaquetas. Trombocitopenia: alterações funcionais de plaquetas Estão relacionados com hemorragias, especialmente como petéquias ou púrpuras ● Congênita (raras) Trombastenia de Glanzmann: ocorre a deficiência ou mutação inativada no gene fsd glicoproteínas gpIIb e gpIIIa na Síndrome de Bernard Soulier. Tendência hemorrágica grave, pois não ocorre adesão plaquetária Doenças de Von Willebrand, ocorre a deficiência no fator de Von Willebrand, fazendo assim que não ocorra adesão e ativação plaquetária. ● Adquirida Disfunção hepática (deficiência na trombopoetina que estimula megacariócitos), uso de medicamentos como AINES e anticoagulantes em excesso (inibem a COX ciclo-oxigenase, diminuindo a produção de tromboxano que contribui para a agregação e ativação plasmática). ● Trombocitopenia: Outras causas, aplasia da medula óssea e síndrome mielodisplásica . Hemorragia e Infarto . Leticia Lourenço Hemorragia por distúrbio na hemostasia secundária Defeito na cascata de coagulação; Tampão não é estabilizado pela formação de fibrina, que depende dos fatores plasmáticos da coagulação. Manifestação de sangramento em tecido moles e articulações (hemartrose), em pele e tecidos subcutâneos (equimoses) e hemorragias em cavidades. ● Congênita Deficiência congênita de fatores de coagulação Hemofilia A (deficiência do fator VIII- via intrínseca) e Hemofilia B (deficiência do fator IX-via extrínseca). ● Adquiridas Deficiência de vitamina K (doença carencial) e doenças hepáticas (deficiência do fator de coagulação II, VII, IX e X) Coagulopatia de consumo, uso de anticoagulantes em excesso contribuem para a hemorragia , na fibrinólise exagerada e ação de inibidores de fatores de coagulação. Consequências Perda sanguínea por hemorragia tem consequências variadas, depende do volume perdido , do local do sangramento e da velocidade da perda Perda rápida de até 20 % do volume sanguíneo pode ter pouco impacto em um adulto; Perdas maiores pode causar choque hemorrágico (hipovolêmico); Pode causar anemia por falta de ferro em perdas pequenas. ➵ Infarto É uma área tecidual de necrose isquêmica causada por obstrução, seja do suprimento arterial ou da drenagem venosa. . Hemorragia e Infarto . Leticia Lourenço Isquemia (falta de Oxigênio) ● Infarto branco: É o infarto onde a região afetada fica mais clara (branca ou amarelada) do que a cor normal do órgão, é causada por obstrução arterial em território com escassa circulação colateral. Em órgãos com circulação terminal ou com poucos ramos colaterais, obstrução arterial, especialmente em situação de aumento da demanda de oxigênio, queda abrupta da pressão arterial, choque ou anemia que resulta em infarto branco. ex: coração, encéfalo, nos rins e baço. ● Infarto vermelho: A região comprometida adquire coloração vermelha em razão da hemorragia que se forma na área afetada. Infarto vermelho pode ser causado por obstrução arterial ou venosa, ocorre em órgãos com estroma frouxo e/ou com circulação dupla ou com rica rede de vasos colaterais. Não ocorre necrose isquêmica, pois a obstrução de uma artéria tem os ramos colaterais para manter o suprimento sanguíneo. . Hemorragia e Infarto . Leticia Lourenço Transformação do infarto branco em vermelho Obstrução arterial → infarto branco → obstrução removida → espontânea ou terapêutica → fluxo estabelecido → sangue internaliza a região afetada → infarto secundariamente vermelho Aspectos morfológicos Em geral, os infartos apresentam-se como lesão de forma piramidal (ou em cone), o vértice em correspondência com o local de obstrução e a base na região mais periférica. Microscopicamente, nos infartos acha necrose isquêmica do tipo de necrose por coagulação. Se o indivíduo sobreviver , nos dias ou semanas surgem os mecanismos de reparo por cicatrização. - Infarto branco: tem cor mais pálida, as margens são mais nítidas e apresenta um halo de hiperemia, com a cicatrização total a região se retrai, fica reduzida em cicatriz piramidal com retração da superfície . No sistema nervoso, os infartos branco são conhecidos por áreas de amolecidas devido a necrose por liquefação. Esses infartos curam por reabsorção de material necrótico pelos macrofagos que tornam aspecto espumoso por fagocitose da mielina, a reparação é feita pela proliferação dos astrócitos que ocupam o lugar necrosado (gliose). - O infarto vermelho: nos pulmões têm forma piramidal e no intestino é irregular, o material necrótico tem cor vermelho-escura pela mistura de restos celulares e sangue extravasado. . Hemorragia e Infarto . Leticia Lourenço Fatores que influenciam o desenvolvimento do infarto: a. anatomia do suprimento vascular; b. tempo de desenvolvimento da oclusão; c. vulnerabilidade intrínseca do tecido afetado a lesão isquêmica; d. conteúdo de oxigênio no sangue.
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