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. Sarampo, Rubéola e Enterovírus . Leticia Lourenço Doenças exantemáticas de etiologia viral: ● Sarampo ● Rubéola ● Parvovírus B19 ● Herpesvírus tipo 3 ● Herpesvírus tipo 6 ● Herpesvírus tipo 7 ● Enterovirus ● Dengue ● Chikungunya ● Zika vírus A análise do tipo de lesão, dos sinais e sintomas concomitantes e a epidemiologia permite inferir o diagnóstico etiológico. ➵ Doenças exantemáticas: doenças nas quais as erupções cutâneas (ou "rashes") são uma manifestação proeminente (viral ou bacteriana) Presença de exantema – pele Presença de enantema- mucosas ➵ Sarampo Doença viral, infecciosa aguda potencialmente grave, transmissível, extremamente contagiosa e bastante comum na infância; A viremia provoca uma vasculite generalizada responsável pelo aparecimento das diversas manifestações clínicas. Doença de notificação compulsória, com isolamento hospitalar; O homem é o único hospedeiro; Período de incubação: 10-14 dias, desde a data da exposição até o aparecimento da febre; Longo período de transmissão: 6 dias antes do surgimento do exantema até 4 dias após seu aparecimento., de pessoa-pessoa através de gotículas respiratórias . Sarampo, Rubéola e Enterovírus . Leticia Lourenço Manchas de Koplik São pontos vermelhos brilhantes com centro branco que podem se assemelhar a grãos de areia. Podem se localizar em qualquer parte da boca, muitas vezes precedem o exantema generalizado. ● São patognomônicas do sarampo (característica de uma doença específica) - ordem: Mononegavirales - família: Paramyxoviridae - subfamília: Paramyxovirinae - gênero: Morbillivirus Vírus Envelopado RNAss (-), linear, não segmentado Codifica: 6 proteínas estruturais (P, L, N, H, F e M) e 2 são não estruturais (NSP): V e C. - H (hemaglutinina): liga-se aos receptores; - F : fusão - C, V (Não estruturais)- regulam transcrição, diminuem efeitos dos IFN α e β (evasão). Células gigantes de Warthin-Finkeldey Promove a fusão das células devido a proteína F do vírus, formando assim os sincícios. Facilitando a evasão do SI, pois assim passa de célula a célula e escapando dos anticorpos. A célula infectada começa a expressar a proteína F na membrana para se ligar a célula normal; Replicação Viral 1. Adsorção → receptor-proteína H 2. Função/penetração → Prot.F - Membrana plasmática 3. Desnudamento 4. Biossíntese → ocorre no núcleo . Sarampo, Rubéola e Enterovírus . Leticia Lourenço 5. Liberação → brotamento ou lise Tropismo Hemaglutinina se liga aos receptores : CD46 - expressa em células nucleadas, superfície apical de células epiteliais. ← Entrada CD150 (SLAM signaling lymphocyte activation molecule) - expressa em linfócitos T e B ativados, timócitos imaturos, macrófagos, células dendríticas. ← Disseminação Nectina-4 - proteína de adesão presente em células epiteliais, principalmente em células da placenta e em células da traquéia.← Transmissão Patogênese Vírus é inoculado no trato respiratório → replicação na mucosa do trato respiratório → propagação para os linfonodos: DC e macrófagos infectados levam para os linfonodos regionais → infecção de linfócitos que vão para a corrente sanguínea (viremia primária) → infecção dos tecidos linfóides → caem novamente na corrente sanguínea (viremia secundária) → disseminação para tecidos não linfóides (pele, mucosa, conjuntiva, genital, fígado, SNC..) → resposta imune → doença (eritema) Evolução da doença ocorre em 3 períodos: Período prodrômico: no início da doença surge febre, acompanhada de tosse produtiva, corrimento seromucoso do nariz, conjuntivite e fotofobia. Nos final surgem as manchas de Koplik Período exantemático: acentuação de todos os sintomas e surgimento de exantema maculopapular, de cor avermelhada, que surge na região da face. De 2 a 3 dias depois, estende-se ao tronco e extremidades, persistindo por 5-6dias Período de convalescença: manchas tornam-se escurecidas e surge descamação fina. Resposta Imune Sarampo na gravidez Aborto ou nascimento prematuro. A morbidade e . Sarampo, Rubéola e Enterovírus . Leticia Lourenço mortalidade mais acentuadas durante o 3 o trimestre e o período puerperal, com aumento do risco de pneumonia. Complicações associadas: •Grave em crianças desnutridas •Infecções secundárias (pneumonia, otite média, estomatite) • Ulcerações na boca dificultam a hidratação e alimentação • Ulcerações na córnea- cegueira •Encefalomielite aguda (desmielinização por ação de anticorpos) Diagnóstico clínico O sarampo clássico é de fácil diagnóstico clínico. Manchas de Koplik - aparecem antes do exantema. Definição clínica: exantema maculopapular generalizado por 3 dias ou mais; febre em torno de 38,3°C; tosse, coriza e conjuntivite. Nem todos os sinais e sintomas estão sempre presentes- muitos são comuns a outras doenças !!! Atenção aos Boletins Epidemiológicos – doença de notificação compulsória nacional Diagnóstico laboratorial ELISA – detecção de IgM e IgG RT-PCR – Detecção RNA viral por PCR – importante para conhecer qual o padrão genético circulante no país, diferenciar os casos autóctones (natural de uma determinada região) do Sarampo dos casos importados Coleta: urina e secreção nasofaríngea devem ser coletadas até o 5o a partir do início do exantema, preferencialmente nos 3 primeiros dias. Imunoprevenível A única forma de prevenir é a vacinação, tríplice viral; ➵ Rubéola Doença exantemática aguda, de etiologia viral, que apresenta alta taxa de transmissão e acomete principalmente crianças; Sua importância epidemiológica está relacionada ao risco de abortos, natimortos e malformações congênitas, como cardiopatias, catarata e surdez; Quando a infecção ocorre durante a gestação, o recém-nascido poderá apresentar a síndrome da rubéola congênita (SRC). . Sarampo, Rubéola e Enterovírus . Leticia Lourenço Sinais e sintomas Febre baixa e exantema maculopapular, que se inicia na face, couro cabeludo e pescoço, espalhando-se para tronco e membros. Exantema precedido por linfodenopatia generalizada. Família: Togaviridae Gênero: Rubivirus Espécie: Rubellavirus Envelopado; RNA fita simples positivo (RNAss+); Glicoproteína E1 é a principal estrutura envolvida com a adsorção do vírus à célula e apresenta atividade fusogênica. Transmissão direta: contato com secreções nasofaríngeas de pessoas infectadas. Porta de entrada e sítio inicial de infecção do vírus: mucosa do sistema respiratório superior e os tecidos linfóides da faringe. Período de incubação: 14 a 21 dias, com duração média de 17 dias. A transmissão ocorre entre o 5 e 7 dia antes do início do exantema e de 5 a 7 dias após Patogênese Vírus coloniza o trato respiratório superior → tem tropismo pelas células epiteliais e as em formação-mitose → replicação nas células epiteliais → disseminação viral para os linfonodos (viremia primária) → replicação nos linfonodos (viremia secundária) → resposta Th2 e LB → resposta inflamatória → causa imunocomplexo nos capilares (exantema) ou articulação (artrite) - na viremia secundária também pode atingir em gestantes a placenta e chegar ao embrião → causa efeito antimitótico → malformações → síndrome da rubéola congênita. . Sarampo, Rubéola e Enterovírus . Leticia Lourenço Síndrome da Rubéola Congênita Taxa de infecção: •Primeiro trimestre: 67 a 85% dos recém-nascidos apresentando sequelas graves. •Segundo trimestre: 25 a 35% •Último trimestre: até 10% Condição clínica grave A infecção da placenta e a viremia ocorrem em cerca de 40-60% das mulheres grávidas infectadas Quanto mais precoce é a idade gestacional, mais elevadas são as taxas de malformações congênitas Os principais sinais e sintomas da infecção intra-uterina são aborto espontâneo, prematuridade, baixo peso, malformação congênita de grandes órgãos e sistemas, como olhos (retinopatia, glaucoma e catarata), deficiência auditiva, coração e alterações neurológicas. É possível a ocorrência de formas tardias e leves que se manifestam como surdez parcial, pequenas deficiências cardíacas, dentre outras, só diagnosticadas muitos anos após o nascimento. Resposta Imune Inicial IgMapós 3 semanas, produção de IgG A resposta do tipo IgA na nasofaringe é a principal barreira contra as reinfecções. Exantema cutâneo - resultado da formação de complexo antígeno/anticorpo no endotélio capilar Diagnóstico Clínico, laboratorial e epidemiológico ELISA – detecção de IgM e IgG *Resultados de IgM – não descartam a possibilidade de infecção recente pelo vírus SRC – o feto é capaz de produzir anticorpos específicos IgM e IgG antes do nascimento. A presença de IgM no sangue do recém-nascido é evidência de infecção congênita. Mulheres que desejam engravidar- solicitação do padrão imunológico realizado por pesquisa de anticorpos da classe IgG específicos para o vírus da rubéola. Mulheres não imunes devem ser vacinadas, aguardar de 60 a 90 dias para engravidar . Sarampo, Rubéola e Enterovírus . Leticia Lourenço Prevenção, Controle e Tratamento Vacinação: Tríplice viral (aos 12 meses) e tetravalente viral - Sarampo, Caxumba, Rubéola, Varicela- aos 15 meses. Imunização de mulheres que desejam engravidar. Uso de gamaglobulina hiperimune reduz viremia materna – diminui os riscos para o feto. ➵ Enterovírus Os enterovírus são picornavírus (pico ou vírus pequeno, de RNA). Enterovírus incluem: •Vírus Coxsackie A1 a A21, A24 e B1 a 6 ‘‘pé-mão-boca’’ •Vírus ECHO 1 a 7, 9, 11 a 21, 24 a 27 e 29 a 33 •Enterovírus 68 a 71, 73 a 91 e 100 a 101 •Poliovírus tipos 1 a 3
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