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Doença intestinal em felinos Considerações gerais Síndrome caracterizada por uma resposta imune exacerbada e descontrolada no TGI a uma estimulação antigênica. Pode ocorrer devido a exposição excessiva a antígenos; Responsável por 50% dos sintomas digestivos observados nos gatos: vômitos e diarreia Sem predileção por gênero e raça A idade varia entre 5 a 10 anos Quadro clínico comum Pode acometer intestino delgado, estômago e cólon, além de infiltrados inflamatório em fígado, pâncreas e linfonodos mesentéricos. Muitas vezes está acompanhada da tríade Classificação É classificado de acordo com o tipo de célula inflamatória infiltrada na parede gastrintestinal, podendo ser: Enterite linfocítica plasmocitária (ELP) *70% dos casos Enterite linfocítica Colite linfocítica plasmocitária (CLP) Colite ou gastrenterite eosinofílica Supurativa ou neutrofílica Histiocitária Anatomia e fisiologia Intestino delgado (duodeno, jejuno e íleo) e grosso (ceco, cólon e reto) Funções da mucosa: degradação e absorção de proteínas, lipídeos e carboidratos, redução da penetração de moléculas potencialmente antigênicas (tecido linfoide) Fisiopatogenia Resposta imune aos antígenos ↓ Influxo de células inflamatórias ↓ Processo inflamatório na mucosa ↓ Perda da integridade da mucosa ↓ Alteração da permeabilidade ↓ Pode ocorrer rompimento dessa mucosa, fazendo com que microorganismos e antígenos adentrem na lâmina própria (nas camadas do intestino). Fatores patogênicos Dieta: D Hipersensibilidade alimentar, devido a exposição excessiva a vários antígenos (proteínas) Parasitos: D Giárdia, cryptosporidium, tricomonas e isospora D Causam diarreia crônica D Exames de fezes tradicionais costumam não pegar esses patógenos Infecções bacterianas: D Campylobacter, clostridium Neoplasias: D Linfoma alimentar (mais comum) Histórico clínico Perda de peso progressivo: D > ou = 500 gr em 6 meses, devido à má absorção do intestino e degradação da massa muscular. Diarreia crônica ID D > ou = 3 semanas Hiporexia ou anorexia D Devido a inflamação crônica ocorre o estímulo do centro do vômito, fazendo com que o animal vomite mais. Vômitos crônicos (mais comum) D > ou = 3x mês, 3 meses consecutivos D Sinal clínico e não diagnóstico de nada D *Não é normal gatos vomitarem Letargia/ depressão D Costuma se esconder para não mostrar a fraqueza Polifagia D Come muito mais que o normal, mais continua perdendo peso. Apresentação clínica Sem alteração (apenas apresentando vômitos) Caquexia Desidratação Mucosas hipocoradas Linfadenopatia mesentérica 70% dos animais possuem colangite (fígado) e 30% pancreatopatia. Exames complementares e possíveis alterações Hemograma e leucograma: anemia normocrômica e leucocitose por neutrofilia sem desvio. Proteínas totais de frações: hipoalbuminemia Bioquímico: aumento de enzimas hepáticas, ureia, creatina entre outros. Painel gastrointestinal: D FTLI: Níveis baixos de IPE (insuficiência pancreática exócrina) D FPLI: aumenta em pancreatopatias D Folato b9: baixo, pois é absorvido no intestino delgado proximal (duodeno) Doença intestinal em felinos D Cobalamina B12: absorvida no íleo, precisa de fator intrínseco do pâncreas (animais com DII apresentam B12 a baixo do normal) FIV e FeLV Parasitológico Ultrassonografia Exame de auxilio, pois avalia: Arquitetura e a espessura das alças intestinais Segmentos gastrointestinais acometidos; Se há presença de massa intestinal ou processo obstrutivo secundário; Se há comprometimento de linfonodos e o aspecto dos linfonodos acometidos Se já existe ou não acometimento de outros órgãos abdominais (fígado e pâncreas) Possíveis alterações: alterações de ecogenicidade, espessamento da parede, perda da definição das camadas intestinais e aumento de linfonodos mesentéricos. Histopatológico realizado por biópsia intestinal (Padrão ouro) O histopatológico pode apresentar como resultado enterite atrófica ou linfoma em estágio inicial, sendo indicado o exame Imuno- histoquímica. Se possível, diminuir o uso da medicação antes da biópsia. Pode ser realizado através da: D Endoscopia D Biópsia rápida e minimamente invasiva D Acesso visual da mucosa D Visualização até o duodeno, e a maioria das alterações ocorrem no jejuno D Não permite a coleta de todas as camadas intestinais D Laparotomia D Mais invasiva D Possibilita a coleta de todas as camadas intestinais e outros órgãos (amostras mais fidedignas) D Melhores resultados na avaliação anatomopatológica e boa diferenciação do linfoma D Possível coleta de linfonodos aumentados Imuno-histoquímica Permite detecção de antígenos específicos e imunofenotipagem de tecidos ou agentes infecciosos, conseguindo identificar se são apenas células inflamatórias ou linfoma. Sequência de exames Sangue ↓ Ultrassonografia ↓ Histopatológico da biopsia retirada da lesão ↓ Imuno-histoquímica ↓ Diagnóstico fechado Tratamento Consiste em dois pilares: dieta e medicação Dieta Alimentos industrializados de alta qualidade e balanceado (hipoalergênicas) 30 a 50% dos gatos com DII tem resposta parcial a dieta Em caso de dietas naturais: D Proteínas de alto valor biológico e de preferência que o animal ainda não tenha tido contato D Reduzir o teor de gordura D Limitada em fibras Suplementação Cobalamina (vitamina B12) Ômega 3: atividade anti-inflamatório e modulação da resposta inflamatória Probióticos Medicações Metronidazol D Caso responda reduz 25% da dose a cada 2 semanas até parar Budesonida (glicocorticoide de efeito local) D Em caso de melhora clínica (parar de vomitar e diminuir o espessamento das alças intestinais): reduz 25% a dose a cada 48 horas D Menor toxicidade e pode ser utilizado por gatos diabéticos Prednisolona D Potencial efeito anti-inflamatório e imunomoduladores D Em caso de melhora clínica (parar de vomitar e diminuir o espessamento das Doença intestinal em felinos alças intestinais): reduz 25% a dose a cada 2 semanas D Monitorar efeitos colaterais Casos refratários Clorambucil D Agente alcalinizante, imunossupressor mielossupressor D Hemograma de controle pois pode causar leucopenia Ciclosporina D Inibe a função das células T e a produção de IL-2 D Dosar níveis séricos Em casos com colite Sulfassalazina D Anti-inflamatório potente com inibição dos leucotrienos Antes da utilização de imunossupressores recomenda-se a pesquisa de doenças infecciosas subjacentes como toxoplasmose, FIV e FeLV Cuidados com o uso de corticoides em felinos Ação diabetogênica Aumentam a gliconeogenese hepática Diminuem a captação periférica de glicose Diminuem a sensibilidade a insulina e antagonizam o seu efeito Inibem a secreção de insulina pelas células- beta Favorecem o aumento de ácidos graxos livres com a consequente lipotoxicidade a afetar negativação a função da célula- beta. Diagnostico É realizado com base nos resultados dos exames de ultrassom e Imuno-histoquímica. Prognóstico Variável Boa resposta terapêutica em 80% dos casos Remissão com recidivas Não tem cura, apenas controle Reservado Lesões histopatológicas severas Fibrose da mucosa intestinal Enterite eosinofílica Referências bibliográficas Palestra da Dra. Rochana Rodrigues Palestra da Dra. Bruna Santana https://s3-sa-east-1.amazonaws.com/vetsmart- contents/Documents/DC/TotalAlimentos/Alterac oes_Intestino_Delgado_Gatos.pdf https://www.equalisveterinaria.com.br/wp- content/uploads/2017/06/TCC-DII- Cl%C3%ADnica-M%C3%A9dica-de-felinos- EQUALIS-2016.pdf https://s3-sa-east-1.amazonaws.com/vetsmart-contents/Documents/DC/TotalAlimentos/Alteracoes_Intestino_Delgado_Gatos.pdfhttps://s3-sa-east-1.amazonaws.com/vetsmart-contents/Documents/DC/TotalAlimentos/Alteracoes_Intestino_Delgado_Gatos.pdf https://s3-sa-east-1.amazonaws.com/vetsmart-contents/Documents/DC/TotalAlimentos/Alteracoes_Intestino_Delgado_Gatos.pdf https://www.equalisveterinaria.com.br/wp-content/uploads/2017/06/TCC-DII-Cl%C3%ADnica-M%C3%A9dica-de-felinos-EQUALIS-2016.pdf https://www.equalisveterinaria.com.br/wp-content/uploads/2017/06/TCC-DII-Cl%C3%ADnica-M%C3%A9dica-de-felinos-EQUALIS-2016.pdf https://www.equalisveterinaria.com.br/wp-content/uploads/2017/06/TCC-DII-Cl%C3%ADnica-M%C3%A9dica-de-felinos-EQUALIS-2016.pdf https://www.equalisveterinaria.com.br/wp-content/uploads/2017/06/TCC-DII-Cl%C3%ADnica-M%C3%A9dica-de-felinos-EQUALIS-2016.pdf
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