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Gastroenterologia em felinos

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@veterinariando_ 
 
Doença intestinal 
inflamatória 
 A doença intestinal inflamatória (DII) 
constituem um grupo de infecções de 
TGI que é caracterizado pela 
persistência ou recorrência de 
sintomas digestórios 
 Não há etiologia definida, sendo 
considerada idiopática 
 É um condições que ocorrem devido a 
resposta exacerbado do TGI diante 
da estimulação antigênica normal 
 Nos gatos o ducto pancreático e o 
ducto biliar, converge diretamente 
para o lúmen duodenal, logo essa 
característica predispões esses 
animais ao desenvolvimento de lesões 
conjuntas nos sistemas pancreáticos 
e hepatobiliar 
 
→ A classificação é feia de acordo com a 
localização anatômica 
 Enterite (intestino delgado) 
 Enterocolite (intestino grosso) 
→ Dependendo da celularidade, podem 
ser descritas como: linfoplasmocítica, 
neutrofílica ou eosinofílica 
→ A doença inflamatório eosinofílica é 
mais grave do que a 
linfoplasmocítica, podendo se 
apresentar no intestino ou em 
diversos órgãos (fígado, baço e TGI) 
→ Classificação das lesões 
 Leves → perda da arquitetura 
da mucosa, necrose glandular 
ou fibrose da lâmina própria 
 Graves → distorção da 
arquitetura da mucosa, 
erosões, necrose ou hiperplasia 
glandular, atrofia das 
vilosidades e fibrose da lâmina 
própria 
 
→ A mucosa intestinal é desafiada por 
estímulos locais que resultam em 
influxo de células inflamatórias 
(linfócitos T e B, plasmócitos, 
eosinófilos, neutrófilos e macrófagos) 
→ Outros elementos como células 
dendríticas, neurônios secretores e 
motores, citocinas e interleucinas e 
mediadores inflamatório, compõe a 
resposta inflamatória 
→ Entre as possíveis causas estão: 
hipersensibilidade a constituintes 
luminais normais como antígenos 
alimentares e agentes microbianos 
→ A dieta deve ter atenção especial 
para gatos portadores de DII, 
preconizando dietas menos 
imunogênicas 
→ O processo inflamatório tem como 
consequência o espessamento da 
parede intestinal, com alterações 
funcionais e de permeabilidade 
 
→ De forma geral é mais comum 
acometer gatos com média de idade 
de cerca de 8 anos 
→ Exame físico → perda de peso 
aparente, alças intestinais 
espessadas durante a palpação 
abdominal, avaliação dos lobos 
tireoidianos (devido ocorrência em 
gatos >5 anos de enteropatia por 
tireotoxicose 
→ Sintomas 
 Êmese que pode ser crônico ou 
intermitente com evolução de 
semanas, meses ou anos. Pode 
ser observado hematêmese na 
presença de lesões ulcerativas 
no estômago ou duodeno 
 Diarreia ocorre normalmente 
em estágio mais avançados da 
doença. Normalmente as fezes 
são características de 
condições que ocorrem no 
intestino delgado (maior 
volume, consistência aquosa 
em associação ou não com a 
perda de peso), porém pode 
haver ocorrência simultânea 
de colite condição de intestino 
grosso (aumento de urgência 
para defecar, tenesmo, muco 
ou hematoquezia) 
 Um ponto importante no 
histórico desses pacientes é: 
ausência de resposta de forma 
total ou parcial à terapia 
dietética, ausência de resposta 
a eliminação de parasitos e 
aos tratamento 
antimicrobianos 
 Pode haver: perda de peso, 
disorexia (anorexia e polifagia) 
e letargia 
 Diagnósticos diferenciais → 
doenças sistêmicas, 
parasitismo crônico, reações 
de sensibilidade alimentar, 
doenças infecciosas, linfoma 
alimentar, hipertireoidismo e 
menos comum a insuficiência 
pancreática exócrina 
 
→ Ocorre por exclusão, em situações em 
que o agente etiológico não tenha 
sido identificado 
→ Importante verificar qualquer 
possibilidade que possa resultar na 
presença de infiltrado inflamatório 
no TGI, disorexia, vômito, diarreia e 
perda de peso crônicos 
→ Diagnósticos diferenciais 
 Neoplasias → linfoma 
alimentar, adenocarcinoma 
 Manifestações de sensibilidade 
ao alimento → alergia ou 
intolerância 
 Infecções por protozoários → 
giárdia e tricomonas 
 Infecções bacterianas → 
supercrescimento bacteriano, 
E. coli, Helicobacter spp. 
 Infecções virais → FiV, FeLV e 
PIF 
 Infecções fúngicas → 
Histoplasma sp. 
 Enfermidades endócrinas → 
hipertireoidismo, 
hipotireoidismo, diabetes 
mellitus 
→ Para o diagnóstico definitivo é 
necessário identificar os fatores 
preditores da doença, por meio de 
biopsia intestinal e análise 
histopatológica 
→ Ultrassom → na DII é possível 
observar espessamento de mucosa e 
submucosa intestinais, sem perda da 
estratificação das camadas 
intestinais. Ainda é possível avaliar 
envolvimento de outros órgãos, fazer 
punção aspirativa e avaliar o melhor 
método de biopsia (endoscopia ou 
laparotomia) 
→ Endoscopia → visualização de 
alterações na mucosa e obtenção de 
amostras (os fragmentos coletados 
são apenas da camada mucosa) 
→ Laparotomia → obtenção de 
amostras transmurais de todas as 
áreas de interesse, além de 
fragmentos de outros órgãos 
(linfonodos regionais, pâncreas e 
fígado) 
→ Exames laboratoriais → de forma 
geral são inespecíficos, mas podem 
indicar necessidade de maiores 
investigações. Pode haver aumento 
de atividade sérica das 
transaminases ou de outras enzimas 
hepáticas que pode ser indicativo de 
comprometimento hepatobiliar 
→ Processo inflamatório primário → 
pode resultar em infecções 
ascendentes de ducto biliar e 
pancreático → tríade felina (doença 
intestinal 
inflamatória/pancreatite/colangite) 
→ Perdas proteicas e hipoproteinemia 
→ decorrentes de alterações 
absortivas e deficiência nutricional, 
processo hemorrágicos e ulcerativos 
e de diarreia exsudativas (sinais de 
quadros raros e graves) 
→ Processo inflamatório crônico e ativo 
→ Hipofosfatemia e anemia discreta, 
podendo apresentar leucocitose com 
desvio a esquerda 
 
 
 Gatos com DII crônica → menor 
ingestão de alimentos → menor 
capacidade absortiva → animal 
nutricionalmente debilitado 
 A dieta tem como objetivo, além do 
fator terapêutico e diagnóstico, de 
ofertar os nutrientes adequados 
para a manutenção da condição 
corporal do animal e da integridade 
das microvilosidade intestinais 
 São prescritas as dietas de 
eliminação (gato ainda não 
sensibilizado) por um período de 8-
12 semanas → opção de 
oferecimento de dietas 
hipoalergênicas ou alimentação 
caseira balanceada 
 Após remissão clínica, há uma nova 
exposição à dieta anterior (realizada 
com o objetivo de eliminar a 
possibilidade de hipersensibilidade ou 
alergia) → diagnóstico confirmado 
em situações onde o animal 
apresente recidiva dos sintomas 
gastrointestinais (poucos dias após a 
reintrodução do fator alérgeno) 
 É recomendado uso de: 
 Pré-bióticos → responsáveis 
pela síntese de substâncias 
anti-inflamatórias e de 
bactericinas (inibem bactérias 
patogênicas), e promovem 
inibição e adesão de patógenos 
em células intestinais, 
modulam a reação do sistema 
imune intestinal e reduzem a 
produção de citocinas 
inflamatórias 
 Probióticos → são 
ingredientes que são digeridos 
e são capazes de influenciar a 
composição da microbiota do 
TGI, estimulando a proliferação 
de bactérias boas e inibindo o 
crescimento de bactérias 
patogênicas 
 
 
CORTICOIDES 
 Prednisolona (1-2mg/kg VO 2x por 
dia) → fármaco eleito para induzir 
tratamento. Medicação deve ser 
administrada por 2-4semans 
(dependendo da gravidade) → 
desmame gradual (em 50% da dose) a 
cada 2-3 semanas 
 Inflamações leves – boa 
resposta com dosagens baixas, 
administradas em dias 
alternados por 3 dias, 
alcançam remissão entre 3-6 
meses 
 Inflamações graves – doses 
mais altas (2-4 mg/kg VO 2x 
por dia) nas primeiras 4 
semanas. Redução da dose (1-
2mg/kg VO 1x por dia) durante 
a manutenção (duração de 
meses ou anos) 
 Acetato de metilprednisolona 
(20mg/kg SC ou IM) pode ser 
administrado para animais aversivos 
a administração VO ou que não 
apresentem resposta a prednisolona. 
Deve ser administrado a cada 2 
semanas por 6 ciclos, alterando 
posteriormente a administração 
para mensal até o controle total da 
doença 
 Dexametasona (0,5mg/kg VO 1x 
pordia) → fármaco 
alternativo 
 
 
 
METRONIDAZOL 
 Dose (10-20mg/kg 2x por dia) → 
efeito imunomodulador, anti-
inflamatório, bactericida contra 
anaeróbios e tem ação contra 
protozoários 
 Efetivo em inflamações leves 
 Efetivo em associação com corticoides 
ou sulfassalazina em inflamações 
moderas a grave 
 
AZATIOPRINA 
 Dose (0,3-0,5mg/kg a cada 48h, 
durante 3-5 semanas) – utilizada em 
animais refratários aos outros 
tratamento, por ser um 
imunossupressor mais potente 
 
OUTROS FÁRMACOS 
 Tilosina (40-80 mg/kg VO 2-3x por 
dia) 
 Clorambucila (2mg/gato VO por 28h 
por 3-5 semanas) 
 Ciclosporina (5mg/kg VO 1-2x por dia)

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