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D A T A 2 8 - 0 5 - 2 0 2 1 Antibióticos B-lactâmicos: - Penicilinas Mecanismo de ação: - As bactérias possuem uma camada externa rígida- parede celular. Dano à parede celular ou inibição da sua síntese pode resultar em lise da célula. - Quase todas as bactérias tem proteínas de ligação à membrana celular, chamados de proteínas ligantes de penicilinas (PLP), que são enzimas envolvidas nos estágios terminais da montagem da parede celular durante o crescimento e divisão. - As penicilinas se ligam com alta afinidade as PLPs. Mas outras PLPs atuam como B-lactamases e inativam as penicilinas e cefalosporinas. - As bactérias tem de 3-6 PLP e diferentes PLPs possuem diferentes afinidades por diferentes fármacos. Antib. Beta-Lactâmicos - É possível ter PLPs específicas para penicilinas ou cefalosporinas. Espectro antibacteriano: - O espectro antibacteriano das penicilinas depende da sua estabilidade sobre as B-lactamases bacterianas, bem como a habilidade em alcançar a PLP na membrana celular e sua afinidade de ligação com a PLP-alvo. - Nas bactérias gram negativas, a porção externa da parede celular é um lipopolissacarídeo + bicamada de lipoproteínas que podem impedir a passagem de fármacos através da parede celular. - Todas as penicilinas (ácidas) tendem a ser ionizadas em pH fisiológico, assim elas não irão se difundir através da bicamada de lipoproteica das bactérias gram negativas. - Penicilina G não atua sobre gram negativas, tem dificuldade de acessar as PLPs. - Modificação da estrutura da penicilina G. - A substituição de grupos químicos da penicilina G permite à molécula (ampicilina, amoxicilina) penetrar nesta barreira e ampliar o espectro de ação. - As gram positivas tem uma fina camada externa, que permite os B- lactâmicos penetrar facilmente. - As penicilinas afetam o crescimento das células e tem pouco efeito naquelas que estão dormentes, não devendo ser usadas junto a agentes bacteriostáticos. - A ação antibacteriana da penicilina é maior durante os períodos de rápida multiplicação bacteriana. - Agem nas bactérias que estão se multiplicando. Bactérias já integras com parede celular pronta ela não consegue atuar. - São tempo-dependentes. - O tempo que a bactéria fica em contato do antibiótico é mais importante que a concentração. D A T A 2 8 - 0 5 - 2 0 2 1 Mecanismo de resistência: - Mediada pela produção induzida de B-lactamases. - As B-lactamases são enzimas que hidrolisam o anel B-lactâmico das penicilinas e o tornam inativo. - As B-lactamases são secretadas extracelularmente em grandes quantidades pelas bactérias gram positivas e em pequenas quantidades pelas gram negativas. Resistência - Diferentes bactérias produzem diferentes B-lactamases. - A B-lactamase estafilocócica é dita penicilinase. - A resistência também pode correr pela produção de uma membrana externa impermeável causada por mutação na estrutura da porina. Ex: pseudomonas. - Capazes de alcançar concentrações adequadas para destruir ou inibir bactérias na maioria dos fluidos. - Altas doses são necessárias para ter concentrações adequadas na articulação, cavidades pleural e peritoneal. - São excluídas do SNC, próstata e olhos. - São ionizadas em pH fisiológico e insolúveis em lipídeos, não entram em células vivas. - Mínima biotransformação hepática, exceto ampicilina (que é lipossolúvel e sofre biotransformação hepática). - 60-100% do fármaco é excretado na urina inalterado. - Atravessam lentamente a placenta. Farmacocinética - Nem todas são estáveis em pH gástrico e alimentos podem retardar a absorção (ampicilina e cloxacilina). - Hidrossolúveis – excretadas na urina. D A T A 2 8 - 0 5 - 2 0 2 1 Efeitos Adversos - Reações de hipersensibilidade – menos comum após administração oral. - Se animal é alérgico a uma forma de penicilina, ele irá reagir a outras formas. - Podem causar superinfecção gastrointestinal em espécies onde a fermentação no ceco é importante para o processo digestivo. Nunca usar em cobaias, furões, coelhos e hamsters. - A penicilina G potássica deve ser usada lentamente. - A penicilina procaína IM pode causar ataxia, excitabilidade e convulsões especialmente em eqüinos. *Altos índices terapêuticos de forma geral *SC E IM – formas mais comuns da Penicilina G potássica. Baixo espectro Penicilinas de baixo espectro de ação: Formas de penicilina G: - Cristalina: quando por via SC e IM apresenta latência de 30min para atender níveis terapêuticos e estes se mantém por 4-6h. - Procaína: latência de 1-3h para atingir níveis terapêuticos e estes se mantém por 12-24h. - Benzatina: latência de 8h, com níveis séricos podendo perdurar por 3-30 dias. Uso SC e IM profunda. Possuem o mesmo mecanismo de ação, mas a Cinética diferente. Cristalina: Injetar um animal a cada 6h é ruim. - Geralmente associa-se cristalina e procaína. - São desativadas no estomago pelo suco gástrico. Penicilina V (fenoximetil- penicilina) - Espectro de ação semelhante ao da penicilina G. - É resistente ao pH do estômago, podendo ser administrada via oral. - A eliminação é quase completa após 6h de sua administração. - Apenas a penicilina G cristalina pode ser administrada por via IV. - Penicilinas G procaína e benzatina só devem ser usadas SC e IM. - Possuem curto espectro de ação, atuando principalmente sobre gram positivas. - Streptococcus, Staphylococcus não produtoras de penicilinases, Actinomyces sp., Listeria monocytogenes, Clostridium. - Não atuam sobre pseudonomas, enterobacteriacear e staphylococcus produtora de penicilinase. D A T A 2 8 - 0 5 - 2 0 2 1 Resistência Resistência bacteriana as penicilinas: - Produção de betalactamases pelas bactérias inativam o ATB quebrando o anel betalactâmico. - Redução da penetração através da camada externa da parede celular. - Dificuldade do ATB betalactâmico de atingir o sítio de ligação (PLP). Penicilinas de baixo espectro de ação: Nenhuma atividade em aeróbios gram negativos. Excelente atividade em aeróbios gram positivos e anaeróbios obrigatórios. Infecções anaeróbias Actinomyces spp Bacterioides spp Clostridium spp Eubacterium spp Fusobacterium spp Peptostreptococus spp Porphyromonas spp Infecções anaeróbias em cães e gatos: Baixo suprimento sanguíneo Necrose tecidual Infecção prévia Imunossupressão. - Fazem parte da microbiota normal nas áreas com baixa tensão de oxigênio. Infecção exacerbada por: Geralmente associada com infecções: - Orofaringe, SNC, Espaço subcutâneo, sistema músculo- esquelético, Trato gastrointestinal, fígado, trato genital feminino, animais com pneumonia aspirativa, lobos pulmonares consolidados. Suspeitar de anaeróbios em animais com: - Gengivite, estomatite, rinite, abscessos retrofaríngeos, pneumonia aspiração, piotórax, otite média ou interna, infecção SNC, feridas por mordeduras, feridas abertas, fraturas expostas, ostemieletite, peritonite, hepatite bacteriana. D A T A 2 8 - 0 5 - 2 0 2 1 P. Antiestafilocócicas Staphylococcus Streptococcus Enterococcus Pneumococcus Corynebacterium Clostridium Listeria Gram Positivos: Escherichia Enterobacter Klebsiela Shigella Salmonella Haemophillus Bordetella Vibrio Legionella Helicobacter Pseudomonas Brucella Campylobacter Treponema Gram Negativos: Infecções estafilocócicas na pele de cães. Profilaxia cirúrgica – ortopedia. Tratamento de osteomielite, discoespondilite. Imunosupressão Lesão na pele Penicilinas antiestafilocócicas – penicilinas resistentes às B- lactamases: - Espectro antibacteriano similar às penicilinas G, exceto que são resistentes B-lactamases estafilocócica. - Não agem em gram negativos. - Atividade em anaeróbios é variável. - Uso Via Oral. Representantes: Cloxacilina, dicloxacilina, oxacilina, flucoxacilina, meticilina, nafcilina. Uso clínico: D A T A 2 8 - 0 5 - 2 0 2 1 Aminopenicilinas Aminopenicilinas Representantes: amoxicilina, ampicilina, hetacilina. Espectro antibacteriano: - Pouco menos ativas contra gram positivas e anaeróbias que a penicilina G mas maior atividade contra gram negativas. - Tão sensíveis à hidrólise às B- lactamasesgram positivas ou negativas quanto às penicilinas G. - Não ativos contra Staphylococcus produtores de penicilinases ou bactérias gram negativas produzem B-lactamases. - USO Via oral, Subcutânea, Intramuscular, Intravenosa. - Absorção pode ser afetada por alimento. Usos clínicos: - Infecções de tecidos moles em cães e gatos. - Tratamento de abscessos em gatos. - Infecções não complicadas no TU. - Infecções entéricas. - Associação de amoxicilina, metronidazol e omeprazol usadas no tratamento de gastrite por helicobacter. - Não usar em profilaxia cirúrgica, uma vez que Staphylococcus são patógenos comuns. Antipseudomonas Penicilinas antipseudomonas Representantes: carbenicilina, ticarcilina, azlocilina, mezlocilina, piperacilina. Espectro antibacteriano: atuam em gram negativos, especialmente pseudômonas aeruginosa. - Carbenicilina: Atividade contra pseudonomas aeruginosa e proteus. Uso parenteral. - Ticarcilina: duas vezes mais ativa contra pseudômona. Usada exclusivamente por vias parenterais. Uso dissolvido e usado na orelha para tratar otite externa por Pseudomonas e Infecções graves causadas por gram negativas. D A T A 2 8 - 0 5 - 2 0 2 1 Inibidores B-lactamases Representantes: ácido clavulônico/clavulanato. - Fármaco B-lactâmico que tem pouca atividade antimicrobiana, mas se liga irreversivelmente e inativa muitas B-lactamases diferentes. - Penetra facilmente nas bactérias gram positivas e negativas. - Amplia o espectro de ação de penicilinas como amoxicilina e ticarcilina. - Amoxicilina + clavulanato atua sobre Staphylococcus produtores de penicilinases e tem maior atividade contra gram negativas. - A maioria dos anaeróbios é suscetível. Uso: Amoxicilina + Clavulanato: VO, IM, SC. Ticarcilina + Clavulanato: IV Ampicilina + Sulbactam: IM, SC. Aplicações clínicas: Amoxicilina + clavulanato Primeira escolha no tratamento de infecções de pele, tecidos moles, trato urinário e profilaxia cirúrgica. Ticarcilina + clavulanato Usado no tratamento sistêmico de infecções por Pseudomonas aeruginosa, resistentes a outros antibacterianos. Sulbactam Tazobactam Apresentam características semelhantes ao ácido clavulônico. O sulbactam associado com ampicilina formou um produto com boa absorção por via oral. Tazobactam é associado com piperacilina, ampliando o espectro de ação do antipseudomonas. - Ação antimicrobiana pequena – sozinhos sem capacidade de matar bactéria, mas associados eles são ótimos, ampliando o espectro. - Difunde através da parede de gram positiva e negativa e inibe beta lactamases. - Ácido clavulonico se liga na betalactamase e inativa. - O antibiótico que está junto se liga na PLP e interfere na síntese da parede. D A T A 2 8 - 0 5 - 2 0 2 1 Cefalosporinas - Também betalactâmicos. Mecanismo de ação: - São estruturalmente relacionados à benzilpenicilina e tem um anel B- lactâmico. - Inibem a síntese da parede celular das bactérias. - São resistentes à B-lactamase produzida por Staphylococcus spp. - Também bactericidas. - Destrói o anel betalactâmico da penicilina – mas não destrói da cefalosporina. Antipseudomonas de terceira geração (todas parenterais) Quarta geração (todas parenterais). Terceira geração – atuam especificamente na pseudomonas. - Se usa mais segunda e terceira geração. Mecanismos de resistência das bactérias às cefalosporinas: - Menor permeabilidade, inativação enzimática e ausência de PLP específicas. - Menor permeabilidade – bactéria impede que passe pela parede. - Ausência de PLP específicas onde a cefalosporina iria se ligar. Bactéria deixa de produzir. Primeira geração Segunda geração (todas parenterais) Terceira geração Classificação: Farmacocinética: - Similar aquelas das penicilinas, exceto por cruzarem a placenta. - Podem ser usadas em pacientes hipersensíveis às penicilinas, embora 5% dos pacientes humanos mostrem reação cruzada entre cefalosporinas e penicilinas. - Eliminadas na urina. - Cefalosporinas de uso parenteral podem penetrar no líquido cefalorraquidiano. Cefalosporinas orais - Rapidamente absorvidas VO em cães e gatos, fracamente absorvidas em cavalos e ruminantes. - Amplamente confinadas em fluidos extracelulares e passam fracamente as membranas biológicas, embora a inflamação possa mudar isso. Cefalosporinas parenterais - Rapidamente e bem absorvidas após injeção IM ou SC. D A T A 2 8 - 0 5 - 2 0 2 1 Efeitos Adversos: - São incomuns com as cefalosporinas. - Vômitos e diarréia em monogástricos. - Uso concomitante de cefalosporinas com aminoglicosídeos ou anfotericina B podem causar nefrotoxicidade (efeito aditivo). - Algumas cefalosporinas parenterais (ceftazidima) podem causar dor quando usadas IM ou SC. Cefalosporinas de primeira geração Parenteral: cefacetrila, cefalotina, cefapirina, cefazolina, cefradrina. Oral: cefradroxil, cefalexina, cefaloglicina, cefradrina. Oftálmico: cefalônio. Espectro antibacteriano de cefalosporinas de primeira geração: - Excelente atividade em aeróbios gram positivos e staphylococcus produtores de penicilinase. - Atividade moderada em anaeróbios e anaeróbios gram negativos. Aplicações clínicas das cefalosporinas de primeira geração: - Infecções de pele causadas por Staphylococcus. - Infecções de tecidos moles. - Infecções do trato urinário (não na próstata) - Osteomielite - Discoespondilite. - Conjuntivite bacteriana. Cefalosporinas de segunda geração Cefaclor, cefoxotina, cefuroxima, cefamandol. - Todas de uso parenteral. Espectro de ação: - Boa atividade contra gram positiva, gram negativa, anaeróbios. - Excelente atividade contra staphylococcus produtores de penicilinase. Aplicação clínica similar às de primeira geração. - Amplo espectro Cefalosporinas de terceira geração Parenteral: cefmenoxima, cefotaxima, ceftiofur, ceftizoxima, cevovecina. Oral: cefetamet, cefixima, cefpodoxima. - Moderada atividade em aeróbios gram positivos. - Boa atividade em anaeróbios e Staphylococcus produtores de penicilinases. D A T A 2 8 - 0 5 - 2 0 2 1 - Excelente atividade em aeróbios gram negativos. - Devem ser usadas e reservadas para tratar infecções severas causadas por bactérias gram negativas e anaeróbias facultativas (enterobacteriaceae). - Infecções de trato urinário. - Tratamento da doença de Lyme (ceftriaxona) - Ceftiofur usado em grandes animais para tratar pneumonia aguda bovina, septicemia neonatal em bezerros, infecções respiratórias e sistêmicas em suínos e para controlar Escherichia em aves domésticas. Bactérias gram negativas suscetíveis incluem: Escherichia, Klebsiella, Proteus, Pasteurella, Haemophilus, Actinobacillus, salmonella. Cefalosporinas antipseudonomas de terceira geração Cefoperazona, cefsulodina, ceftazidima. - Somente em uso parenteral, usado em humanos para tratar septicemia causada por pseudonomas. - Em med. Vet. pode ser usado para tratar infecções severas causadas por P. aeruginosa. Cefalosporinas de quarta geração Cefepima, cefpiroma. - Atividade gram positiva e negativa aumentada. - Atividade moderada contra Pseudomonas aeruginosa. - Somente em uso parenteral. - Usado somente em humanos para tratar infecções graves do trato respiratório inferior, meningite bacteriana e infecções do trato urinário. - Quanto mais usar mais aumenta o índice de resistência. Outros betalactâmicos – Carbapenêmicos Imipenem, meropenem, ertapenem. - Antibacterianos B-lactâmicos que tem atividade mais ampla de todos os antibacterianos individuais. - Ativos contra quase todos os cocos e bastonetes aeróbios e anaeróbios gram positivos e gram negativos. - Usados em medicina humana para tratar infecções hospitalares causadas por gram positivas multirresistentes. - Uso veterinário é raro. - Uso IV. - Caríssimos. Outros D A T A 2 8 - 0 5 - 2 0 2 1
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