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AULA 3 - DOR ABDOMINAL (DR CARLOS)

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SEMIOLOGIA EM CLÍNICA MÉDICA III DR CARLOS 
LETICIA GRECCO T5 
 
1 
AULA 3 – DOR ABDOMINAL 
TOPOGRAFIA: 
Observar os quadrantes, é importante em qualquer topografia da 
semiologia médica. 
 
VISÃO ANTERIOR: 
Temos dois tipos de divisão: 
(1) 9 Quadrantes: fazemos passando uma linha vertical em cima da Linha 
Hemiclevicular, a qual estendemos para baixo e duas linhas horizontais 
passando pelo Rebordo Costal e pela Crista Ilíaca. 
 Resultando em: Hipocôndrio Direito, Epigástrico, Hipocôndrio Esquerdo, Flanco Direito, 
Mesogástrio, Flanco Esquerdo, Fossa Ilíaca Direita, Hipogástrico (ou Região Suprapúbica) e Fossa 
Ilíaca Esquerda. 
(2) 4 Quadrantes: Passamos dois planos, um horizontal e um vertical sobre a cicatriz umbilical. 
 Resultando em: Quadrante Superior Direito e Esquerdo e Quadrante Inferior Direito e Esquerdo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
VISÃO POSTERIOR: ou região lombar, utilizada frequentemente para avaliação de 
patologias renais e de coluna. Dividida em rebordo costal, região lombar esquerda 
e direita e abaixo as cristas fáceis. 
 
 
 
 
 
 
O exame físico deve ser realizado na seguinte ordem: 
1. INSPEÇÃO; 
2. AUSCULTA; 
3. PERCUSSÃO; 
4. PALPAÇÃO. 
 
Deve-se fazer a ausculta primeiro, antes de colocar a mão no abdome do paciente, porque pode 
influenciar o peristaltismo e a ausculta de fluídos hidroaéreos. 
 
EPIDEMIOLOGIA: 
 
EUA (2011) – dor abdominal 
 1,5 milhão de consultas ambulatoriais; 
 11 milhões de atendimentos em urgência e emergência; 
 
 
Outras queixas comuns associada a dor abdominal são: 
SEMIOLOGIA EM CLÍNICA MÉDICA III DR CARLOS 
LETICIA GRECCO T5 
 
2 
 Diarreia; 
 Constipação; 
 Sangue nas fezes; 
 
Serviços Emergenciais: 
 40 a 45% dos pacientes possuem uma dor abdominal inespecífica, ou seja, não é uma dor que 
semiologicamente nos direciona a alguma patologia. 
 15 a 30% desses pacientes vão precisar de cirurgia. 
 
 A maioria dos casos são simples realmente, porém, temos também uma porcentagem grande de 
pacientes graves, os quais não podemos deixar passar, logo, a dor abdominal muitas vezes 
negligenciada, por ter grandes chances de doenças leves pode fazer com que o médico libere um 
paciente para casa precisando de uma intervenção cirurgia e o paciente volte em uma situação 
pior. 
 Exemplo: isquemia mesentérica (redução da perfusão intestinal) paciente tem uma queixa 
importante, mas o exame físico muito tranquilo, poucos achados no exame físico e nem por isso é 
uma queixa banal, em muitas vezes é uma emergência cirúrgica. Devemos valorizar o que o 
paciente diz. 
 
PADRÕES DE DOR ABDOMINAL: 
DOR VISCERAL: 
 É dito dor visceral quando há estimulo no receptor de dor, chamados viscerosreceptores, que 
acompanham especialmente as fibras do sistema nervoso autônomo, onde quando falamos em 
relação ao trato gastrointestinal, principalmente, o sistema nervoso parassimpático, ela é uma dor 
muito difusa e não tão localizada, logo, é uma dor muito vaga, não bem interpretada pelo sistema 
nervoso central. 
 É uma dor causada principalmente por: 
 Distensão ou estiramento em vísceras ocas (por exemplo, paciente com distensão de alça 
intestinal, por uma obstrução ou por um aumento do conteúdo hidroaéreo); 
 Distensão ou estiramento das cápsulas de vísceras parenquimatosas (por exemplo, fígado, 
quando se distende de forma rápida ou aguda causa dor, por isso é comum ver dor em 
hepatite de fase aguda, distendendo a cápsula hepática); 
 Tração ou estiramento peritoneal; 
 Isquemia mesentérica também pode ser causa, é comum. 
 
 Dor visceral geralmente é próxima a linha média e de difícil localização, paciente não consegue 
apontar ao certo onde dói, é mais difusa. 
 Paciente vai referir em características de corrosão, queimação ou cólica/pontada (a qual é muito 
comum, especialmente, no estiramento das vísceras ocas e das capsulas). Quando muito intensa, 
pode vir acompanhada de sintomas autonômicos como sudorese, palidez, náusea, 
vomito e inquietação. 
 Lembrando que nós temos uma Sistema Nervoso Autônomo, principalmente, o Parassimpático 
atuando de forma bem importante, quando falamos de inervação abdominal. 
 Essa dor é mais referida na linha média, mas pode se localizar também de forma difusa em outros 
lugares: 
 Dor no QSD: Devido a distensão da cápsula do fígado (capsula hepática). 
 Essa dor é muito apresentada em quadros de Hepatites, lembrando que no início 
temos uma inflamação, ou seja, o fígado começa a edemaciar e aumentar de 
tamanho distendendo sua capsula, se cronificar a hepatite e termos morte dos 
hepatócitos ocorrerá diminuição do tamanho e vai evoluir para um quadro cirrótico. 
 Dor periumbilical: É mais referida nos pacientes com Apendicite Aguda. 
 Quando falamos em relação a dor visceral, estamos acostumados a ter ideia daquela 
dor no Quadrante Inferior Direito, que acontece quando palpamos, mas, essa dor 
presente no QID já é uma dor irradiada da dor inicial, que começa na região 
periumbilical. 
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LETICIA GRECCO T5 
 
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 Portanto: A dor inicial da apendicite acontece com uma dor visceral na região 
próxima a cicatriz umbilical e com a piora do quadro ocorre irradiação para o 
quadrante inferior direito, quando chega a essa região já é uma dor parietal por 
inflamação do peritônio parietal naquela topografia. 
 Desproporcional ao exame físico: Se o paciente tiver uma queixa pode ser linha média como 
são a maioria das dores viscerais e tiver um exame físico discrepante com a queixa, por 
exemplo, uma queixa muito importante e, quando fazemos o exame físico ele apresenta-se 
um abdômen mais flácido, discreta distensão abdominal, ou seja, há uma desproporção 
entre exame físico e queixa do paciente, precisamos pensar em: Isquemia Mesentérica. 
 
TIPOS DE DOR VISCERAL: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Quadrante Superior Direito ou no Epigástrico  Proveniente das Vias Biliares e do Fígado. 
 Epigástrica  Proveniente do Estômago, ou Duodeno ou Pâncreas 
 Periumbilical  Proveniente do Intestino Delgado, do Apêndice ou da Parte Proximal do Cólon. 
 Suprapúbica ou Sacral  Proveniente do Reto. 
 Hipogástrica  Proveniente do Colón, da Bexiga Urinária, ou do Útero. 
 
Obs: 
 Dor suprapúbica deve tomar cuidado por se tratar de estruturas mais distais, também de órgãos 
urinários. 
 Dor visceral é causada diretamente por estimulo de vísceroreceptor, não envolve dermátomo. 
Dermátomo é em faixa. 
 
DOR PARIETAL: 
 É causada por inflamação do peritônio parietal (peritonite). 
 Localização mais precisa. Consegue localizar de forma mais precisa a localização do peritônio 
parietal e guiar melhor para a anatomia topográfica. 
 Dor constante e vaga. Geralmente mais intensa do que a visceral, por exemplo na apendicite, o 
paciente passa de visceral para parietal, ele queixa de mais dor. 
 É agravada por movimentos (posição antálgica: pacientes deitados e imóveis, gerando melhora). 
 Localizada no QID (quadrante inferior direito), mais precisamente na FID (fossa ilíaca direita), um 
quadro bastante típico de dor é a evolução da apendicite, para peritonite. 
 
 
DOR REFERIDA: 
 Dor interpretada em território cutâneo (dermátomo). As fibras sensitivas se convergem e entram pela 
raiz dorsal do nervo espinhal, ao chegar ao cérebro é notificada. 
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 Como se tivesse fios que se juntam, gerando um curto circuito, da raiz sensitiva.Convergência de fibras provenientes de diferentes órgãos. 
 Intensificação da dor inicial. Aparenta irradiação a partir do ponto de origem, dor visceral e depois 
começa a interferência nas vias sensitivas de um dermátomo e o paciente começa a falar da dor 
sem o local estar sendo estimulado. 
Exemplos: 
 Pâncreas/duodeno – dorso; 
 Vias biliares - região escapular direita e tórax posterior direito; 
 IAM (Infarto Agudo do Miocárdio) (infarto de parede inferior): pode irradiar para abdome epigástrio. 
Tomar cuidado com esse paciente e ao pensar que é uma epigastralgia, sendo que infarto é uma 
emergência. Notar fatores de risco importantes como diabetes e hipertensão, além de ser indicado 
fazer uma boa investigação coronariana cardíaca, enzimas cardíacas e ECG. 
 
DIGESTÓRIO: 
 
DOR ABDOME SUPERIOR: 
 SEMPRE DETALHAR A DOR (importância de uma anamnese bem feita)! Para distinguir 
se é do sistema digestório ou genitourinário. 
 Tem a mediação do sintoma de dor por alguns neuropeptídios como o 5-
hidroxitriptofano e substância P, isso faz com que haja outras manifestações em 
conjunto com a dor, como por exemplo disfunção intestinal e estresse. São ativados 
por causa x consequência. 
 Dor epigástrica súbita (em facada), com irradiação para o dorso. Típica de Pancreatite. 
 Se essa dor em facada evolui para outros tipos de características, como por exemplo, dor em 
queimação, temos que pensar em: 
 Podemos suspeitar de Doença do Refluxo Gastresofágico. 
 Ulcera Perfurada  Possui dor muito próxima da pancreatite, principalmente, ulceras 
duodenais, então temos que tomar muito cuidado na avaliação do paciente e levar em 
consideração outros dados semiológicos também. 
 Portanto: Se o paciente chega com uma dor epigástrica, especialmente, subida, temos que pensar 
em pancreatite ou perfuração de ulcera, se for em facada, leva em consideração a pancreatite e 
se tiver irradiação para o dorso também. 
 Também não podemos esquecer do IAM. A avaliação não deve ser feita apenas pelo exame físico, 
há necessidade de uma avaliação global. 
 
desconforto, dor em queimação, crônico e recorrente, se dá no abdome superior, 
plenitude pós-prandial (sentir-se cheio ou estufado) e saciedade precoce (come pouco e já se sente 
satisfeito). 
 Esse desconforto, o qual está dentro do conceito de dispepsia, pode incluir (relacionado a 
sintomatologia): náusea, sensação de plenitude e pirose (desconforto ou dor em queimação, 
retroesternal ascendente, agravadas por: bebidas alcoólicas, alimentos (frutas cítricas e cebola) e 
algumas posições (se o paciente inclina para frente ou faz um decúbito dorsal, pelo próprio auxilio 
da gravidade a uma piora no refluxo, logo, a pirose tende a ser pior.). 
 Pirose também pode ser manifestação de IAM. Entra no quadro de dor referida, lembrar que 
patologias não só torácicas, mas também abdominais altas, podem estar associados de infarto da 
parede do miocárdio. 
 
Pirose + Regurgitação mais de 1x na semana= acurácia de DRGE é maior do que 90%, ou seja, a chance de pegarmos 
um paciente com essa sintomatologia e ele ter DREG é muito alta, por isso, é importante conhecermos a 
sintomatologia e detalharmos, pirose é o desconforto que sobe na região torácica e vai ascendente como 
se tivesse saindo do estomago e indo para garganta e juntamente com isso o paciente tem regurgitação. 
 Doença do Refluxo Gastresofágico pode manifestar sinais e sintomas de via aérea, devido a 
conteúdo gástrico entrando no sistema respiratório: dor torácica, tosse, sibilos, crepitações, dor de 
garganta e rouquidão. De forma menos prevalente, mas pode ter. deve tomar cuidado porque o 
paciente pode complicar e ir a óbito por complicação pulmonar. 
 Pode ter risco de paciente aspirar e evoluir para uma pneumonia aspirativa – conteúdo gástrico no 
sistema respiratório. 
 
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 Intolerância a Lactose; 
 Doença Inflamatória Intestinal; 
 Câncer de Ovário (mulheres); 
 
 Para fazer diagnóstico é necessário mais de 3 meses ou desconforto abdominal superior; 
 Sintomatologia da indigestão, MAS SEM: alterações estruturais e ulceras pépticas. 
 
DOR ABDOME INFERIOR: 
SEMPRE DETALHAR A DOR. 
Precisamos lembrar da dor da apendicite, a qual é uma patologia muito comum: 
 Começa na região periumbilical, mas irradia para o Quadrante Inferior Direito, quando tem um 
acometimento do peritônio parietal. 
 Rigidez abdominal. 
Nas mulheres precisamos lembrar: 
 Doenças Inflamatórias Pélvicas (DIP) devido a proximidade da pelve; 
 Ruptura de Folículo Ovariano; 
 Gravidez Ectópica; 
Exames complementares e Tomografia se necessário, no caso da Apendicite utilizamos a TC para 
confirmação. 
 
 Dor em cólica, devemos pensar em Cálculo Renal 
 No quadrante inferior direito pensamos em apendicite, mas não podemos descartar diagnósticos 
diferenciais de patologia gênito-urinária como o cálculo renal. Se for no quadrante inferior esquerdo, 
como não temos a apendicite naquela topografia, levamos em consideração, ainda mais se estiver 
irradiando para a região inguinal, que sejam cálculos renais. 
 Sempre avaliar a presença de Febre, isso não é apenas em relação a dor no Quadrante Inferior 
Esquerdo, e sim desde a dor abdominal difusa, quando estimulamos visceroreceptores, até 
patologias que temos uma sintomatologia mais localiza, porque: 
 Paciente com Dor Quadrante Inferior Direito + Febre  Apendicite 
 Paciente com Dor no Quadrante Inferior Esquerdo + Febre  Devemos pensar em 
Diverticulite, que são dilatações, e o problema é que podem cair especialmente fezes dentro, 
onde evolui para um quadro mais grave. 
 Se a dor abdominal difusa vier acompanhada de distensão abdominal, ruídos hidroaéreos 
aumentado (borborigmo hiperativo agudo), porque o intestino está precisando fazer muito força 
para fazer movimentação do seu conteúdo e o paciente tiver dor a palpação  Pensar em 
Obstrução Intestinal. 
 Se gente sente durante o exame físico uma massa palpável devemos pensar em Neoplasias 
(Tumores), porém, não são apenas os tumores que obstruem o intestino, por exemplo, o vólvulo 
também obstrui, o qual é uma torção da alça intestinal. 
 Já o paciente que tem uma dor abdominal, acompanhada de um silencio abdominal (redução ou 
desaparecimento do ruído hidroaéreo), acompanhado de rigidez da parede abdominal, dor a 
percussão e defesa muscular (quando vamos tocar o paciente já sente a musculatura contraindo) e 
tem uma descompressão brusca e dolorosa  Pensaremos em Peritonite, onde há uma inflamação 
das alças, que diminui a movimentação e diminuindo os ruídos hidroaéreos. 
 Temos até um sinal semiológica for em cima do ponto de McBurney, temos o Sinal de Blumberg, 
característico da Apendicite. 
 A peritonite não tem como causa somente a apendicite, temos que pensar em outras causas, uma 
delas é a Diverticulite, onde o paciente tem uma doença diverticular, e esse divertículo inflama, 
estoura e cai fezes dentro da cavidade abdominal o paciente pode ter um quadro de peritonite, 
apresentando os sintomas característicos. 
 A dor suprapúbica na região mais próxima ao hipogástrio devemos pensar no sistema geniturinário, 
principalmente, se essa dor tiver irradiação para os flancos. 
 
SINAIS E SINTOMAS ASSOCIADOS: 
A dor pode vim com sinais e sintomas associados como: 
 Disfagia: dificuldade para deglutir; 
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 Odinofagia: dor ao deglutir; 
✎ Tomar muito cuidado em pneumonia aspirativa, tem que acompanhar com fonoaudiólogo, fazer 
exercício de deglutição e as vezes sondar. Paciente com tumor de esôfago ele não vai melhorar 
com exercício, não tem muito o que fazer alémde acompanhamento. 
✎ O paciente pode referir a sensação de um bolo na garganta, um globo na garganta em momentos 
em que ele não está comendo, é chamado de Globo Histérico, não é uma disfagia verdadeira, 
geralmente, muito associada a estresse emocional. 
 
Se o paciente chega com uma dor, é necessário investigar alguns sinais e sintomas mais específicos: 
 Anorexia: perda do apetite; 
 Náuseas; 
 Regurgitação (DRGE e estenose esofágica); 
 Febre; 
 Odor fecalóide (vomito); 
 Hematêmese: vomito com sangue; 
 
✎ Na regurgitação atentar-se para: DRGE (regurgitação + pirose) e Estenose esofágica (Tumores do 
esôfago, obstruções, doenças de chagas, etc.) 
✎ No odor fecalóide quer dizer que a obstrução é mais baixa: Obstrução do Intestino Delgado e Fístula 
Gastrocólica (comunicação, quando há uma comunicação direta com intestino e estomago, por 
exemplo, uma aderência do intestino em relação a parede do estomago, essa aderência vira uma 
fistula e começa a entrar fezes no estomago). 
✎ Sempre lembrar na hematêmese especialmente da ruptura de varizes gástricas e esofágicas, por isso 
precisamos de toda anamnese, porque geralmente são aqueles pacientes etilistas e cirróticos, muitas 
vezes é a primeira sintomatologia e precisamos investigar se teve uma ruptura de vasos ou não, se é 
um sangramento tumoral, porém, os mais comuns são rupturas de varizes gástricas/esofágicas e 
ulceras pépticas. 
 
Plenitude e Saciedade Precoce: 
Precisamos ver se o paciente tem essa sintomatologia associada a dor, onde por vim: 
 Gastroparesia diabética  Tem uma base hormonal e nervosa, porem está mais associada a 
alterações de neuropatias, assim, como acomete os nervos periféricos, também acomete os nervos 
viscerais e isso faz com que os movimentos do sistema digestório estão mais reduzidos, porque os 
nervos estão sofrendo com a hiperglicemia e isso evolui para a sensação de plenitude e saciedade 
precoce (isso demora cerca de 5 a 10 anos de estado hiperglicêmico). 
 Medicações anticolinérgicas  afeta o SNParassimpático em relação ao TGI estimula a peristalse, se 
tenho medicações que fazem ao contrário, iremos causar uma paresia evoluindo para plenitude e 
saciedade. 
 Obstrução do Piloro  Não passa alimento com tanta facilidade. 
 Câncer Gástrico  Tumores obstruem a luz intestinal. 
 
✎ Se o paciente tem dor abdominal, acompanhado de medo de comer, porque depois que se 
alimenta a dor piora muito, acompanhado de náuseas, distensão leve e achados mínimos em Exame 
Físico  Temos que pensar em Isquemia Mesentérica. 
✎ Geralmente não chega se tornar crônico, porque isquemia é uma patologia de urgência e 
emergência, o grande ponto é, que quando vamos fazer exame físico desse paciente os achados 
são mínimos, há uma discreta distensão, o abdômen está flácido não está aquele abdômen em 
tabua, ou seja, tem uma discrepância em relação a queixa do paciente e do exame físico, isso é 
muito típica de Isquemia Mesentérica, isso ocorre por obstrução da artéria mesentérica, e as causas 
são diversas, desde de cardíacas até fatores de risco para tromboembólicos (canceres). 
✎ Se caso isso tiver uma ruptura, o paciente terá uns achados físico mais importante, mas isso devido a 
peritonite, ou seja, uma complicação da isquemia. 
 
 
 
 
SEMIOLOGIA EM CLÍNICA MÉDICA III DR CARLOS 
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PRINCIPAIS PATOLOGIAS: 
APENDICITE: 
 Processo inflamatório agudo; 
 Dificuldade de drenagem do conteúdo apendicular; 
 Evolui para Edema; 
 Isquemia  Problema da isquemia é que pode romper também, e extravasamento do conteúdo 
para o liquido abdominal; 
 É um paciente com uma história de uma dor epigástrica ou periumbilical súbita, que começa de 
forma muito vaga; 
 Essa dor depois de algumas horas migra para fossa ilíaca direita (QID), já mostrando um 
acometimento do peritônio, pois essa dor é decorrente da peritonite; 
 Acompanhada de náuseas e vômitos; 
 Geralmente, acompanhada de febre baixa (menor que 38 graus); 
 Dissociação de temperatura retal e axilar, ou seja, uma diferença de temperatura é maior que 0.5°C; 
 
Quando a temperatura retal e axilar possui diferença de 1 grau, isso é um sinal, chamado de “Sinal de 
Lenander”. 
 
NO EXAME FÍSICO: 
 
Ponto de McBurney - Traçamos com a Crista Ilíaca Direita até a região da Cicatriz Umbilical, no limite do 
terço distal com o terço médio temos o Ponto de McBurney, a descompressão é feita com uma palpação 
profunda lenta e soltamos a mão de forma rápida, caso o paciente tenha dor isso é o Sinal de Blumberg, 
que é um sinal semiológico de apendicite. 
 
Sinal de Blumberg - Ir no ponto de McBurney (Fosso Ilíaca Direita) e fazer a manobra semiológica de 
descompressão brusca e essa é dolorosa. 
 
 
Sinal de Rovsing - Paciente sente uma dor 
na Fossa Ilíaca Direita, quando o médico 
faz uma palpação profunda e ascendente 
do colón esquerdo, ou seja, palpamos o 
lado esquerdo de forma ascendente, com 
essa movimentação o paciente irá sentir 
uma dor na fossa ilíaca direita, também é 
um sinal semiológico de apendicite. 
 
Sinal de Lapinski - Dor a compressão da 
fossa ilíaca direita, quando o paciente 
eleva o membro inferior direito. 
Sinal do Íleo-Psoas - Dor a extensa e abdução da coxa direita, quando o paciente está em decúbito lateral 
esquerdo. 
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Sinal do Obturador 
 
NEOPLASIAS: 
Benignas: Podem se malignizar. 
 
Pólipos: 
✎ Tumores benignos que o paciente tem, os quais podem se malignizar; 
✎ Sintomatologia do paciente com pólipo é muito escassa, geralmente, quando apresenta associada 
a dor é o sangramento nas fezes; 
✎ Em pólipos juvenis é muito mais comum o Prolapso Retal; 
 
Câncer de Colón: 
✎ Sintomatologia muito variada; 
✎ Sangramento - Sangue nas fezes, hemorragia digestiva baixa, sangue oculto nas fezes  Temos que 
pensar em tumor; 
✎ Alteração do ritmo intestinal; 
✎ Massa palpável  Massa endurecida; 
✎ Perda de peso; 
 
Palpação abdominal, ausculta com sopro, massa pulsátil - Aneurisma de Aorta 
 
DIVERTICULITE: 
Complicação da doença diverticular, os quais são bolsas que se formam 
no intestino, pode cair fezes, restos alimentares e isso pode evoluir para 
uma inflamação com ruptura, gerando uma peritonite. 
 Abcessos peridiverticulares  Próximos aos divertículos; 
 Pode apresentar sinais e sintomas de peritonite  Se tiver uma 
inflamação do peritônio já tem os sintomas de peritonite; 
 Pode evoluir (quando crônica) para estenoses (obstrução 
intestinal, vai fechando a luz)  Paciente possui uma clínica de 
obstrução intestinal; 
 Orientar não comer muitas sementes, pipoca e afins, pois eles podem impactar dentro dessas 
bolsinhas, causando uma infecção local com peritonite grave. 
 
COLELITÍASE: 
 Pedra da vesícula; 
 Apresenta-se com dor em cólica, de início súbito; 
 Hipocôndrio Direito; 
 Acompanhado de Náuseas e Vômitos; 
 Pode vim acompanhada de Icterícias; 
 
 Dor continua. 
 Pode se irradiar para o ângulo da escapula, porque os viscerosreceptores mandam informação junto 
com o nervo frênico. 
 Pode ter o Sinal de Murphy - Palpação profunda no ponto cístico e peço para o paciente inspirar, 
caso sinta dor durante a inspiração, dizemos que tem Sinal de Murphy positivo, porque quando 
inspiramos ocorre um aumento do volume da caixa intratorácica, rebaixando do diafragma e, 
consequentemente, abaixamento do fígado, quando empurramos o fígado para baixo ele 
comprime a vesícula e o paciente sente dor. 
 
Ponto cístico - borda do reto lateral junto com o rebordo costal, ou podemos pegar uma linha passando 
pela região da crista ilíaca passando pela cicatriz umbilical até o rebordo costal. 
SEMIOLOGIAEM CLÍNICA MÉDICA III DR CARLOS 
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GENITURINÁRIO: 
Quando falamos de patologias do sistema geniturinário, precisamos pensar 
especialmente naqueles pacientes que chegam com outras queixas urinárias 
associados, por exemplo, polaciúria, disúria e dor abdominal. 
 
REGIÃO SUPRAPÚBICA: 
 Manifestação de dor, especialmente de doenças vesicais (infecções), por 
exemplo bexiga, que dá uma dor em aperto. 
 Distensão aguda: dor excruciante. 
 Distensão crônica: paciente geralmente assintomático, por exemplo, o homem tem uma doença de 
próstata, com isso, ocorre uma distensão da bexiga de forma crônica e o paciente chega com uma 
bexiga bastante distendida sem nenhuma dor. 
 Avaliar a irradiação para flanco e região lombar acometimentos de vias urinárias mais baixas, 
geralmente paciente está com cistite ou uretrite e começa a ter uma irradiação para região lombar, 
mostrando um acometimento mais alto dessa infecção 
Sempre chegar à presença de sintomas urinários: polaciúria, disúria, urgência miccional, etc. 
 
PRINCIPAIS PATOLOGIAS: 
CISTITE E URETRITE: 
 Infecção de Trato Urinário Baixo; 
 Dor suprapúbica; 
 Desconforto suprapúbico; 
 Polaciúria; 
 Disúria; 
 Urgência miccional; 
 Piuria - saída de pus na urina (urina mais pastosa); 
 
PIELONEFRITE: 
 Infecção de Trato Urinário Alto; 
 Dor suprapúbica; 
 Irradiação para dor em flanco; 
 Febre Alta; 
 Calafrios; 
 Sinal de Giordano (Punho percussão dolorosa lombar - inflamação da 
loja renal); 
 
 
NA EMERGÊNCIA: 
 
INFLAMAÇÃO DO PERITÔNIO: 
 Dor constante, sobre área inflamada (localizada); 
 Intensidade variável, porém, muito mais intensa que a dor visceral; 
SEMIOLOGIA EM CLÍNICA MÉDICA III DR CARLOS 
LETICIA GRECCO T5 
 
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 Piora com movimentação e palpação - paciente permanece quieto no leito (posição antálgica). 
 
OBSTRUÇÃO DE VÍSCERAS OCAS: 
 Dor intermitente ou em cólica (em pontada); 
 Pode produzir dor constante com exacerbações (piora em certos momentos); 
 Menos localizada - causa distensão de alça intestinal; 
 Em geral, projeta para o mesogástrio (linha média); 
 
DISTÚRBIOS VASCULARES: 
 Dor inicialmente leve e difusa (primeiro é uma dor visceral); 
 Posterior sinais de irritação peritoneal (evolui para dor parietal); 
 Discrepância entre a queixa e o exame físico (queixa muito mais importante do que o exame físico); 
 Ruptura de aneurisma de aorta - dor intensa irradiação sacral, flanco ou genitália; 
 
PAREDE ABDOMINAL: 
 Dor constante e incômoda; 
 Movimento, postura ereta e compressão: fatores de piora; 
 Hematoma de bainha do reto - Abaulamento palpável nos 4drantes inferiores, especialmente em 
pacientes anticoagulados e fica mais no abdome inferior, porque no abdome superior temos mais 
inserções tendinosas, com isso, o sangramento é mais controlável; 
 
DOR REFERIDA: 4drantes superiores  lembrar de patologias torácicas (infarto agudo de parede inferior). 
 
CÓLICA RENAL: 
 Dor de forte intensidade; 
 Topografia: manifesta da região lombar até genital; 
 Tipo cólica (em pontada); 
 
CRISES ABDOMINAIS METABÓLICAS: 
 Causas: DM, uremia, intoxicações (por chumbo, por exemplo) etc. 
 Pode simular qualquer outro tipo de patologia (pode ser qualquer tipo de dor, mas temos que levar 
em consideração que pode ser uma crise abdominal metabólica, principalmente, se já descartamos 
outras patologias). 
 
OUTRAS CAUSAS: Herpes zoster, IAM, etc. (A herpes zoster com uma dor no território cutâneo abdominal, 
pode ser uma manifestação muito comum na região do tronco, que é a herpes zoster, o qual é uma doença 
infecciosa causa pelo vírus da varicela zoster, paciente já teve catapora e o vírus fica inativo, quando tem 
uma queda da imunidade o vírus se reativa causando a dor). 
 
ABDOME AGUDO: 
 Dor abdominal aguda; 
 Súbita; 
 Não traumática; 
 Avaliação e tratamento rápidos, seja cirúrgica ou não; 
 Quando temos esses sintomas temos o que chamamos de Abdome Agudo. 
 Pode ter diversas causas, e dividimos o abdome agudo em 5: Inflamatório, Perfurativo, Obstrutivo, 
Vascular e Hemorrágico.

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