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Microeconomia para a Anpec Theo Cotrim Martins E-mail: theocm@gmail.com mailto:theocm@gmail.com Aula 11 EQUILÍBRIO GERAL E BEM ESTAR N-Cap. 13; V-Caps. 31, 32 e 33 Agenda • Equilíbrio Geral e Caixa de Edgeworth • Fronteira de Possibilidades de Produção • Taxa de Transformação do Produto • Preços de Equilíbrio • Progresso Tecnológico • Mercado Externo • Questões Anpec Equilíbrio Geral • Até agora vimos como se dá o equilíbrio em cada mercado individualmente, ou seja, equilíbrio parcial. • Mas, os mercados são normalmente relacionados: o que acontece em um mercado afeta os demais mercados. • Disto trata um modelo de equilíbrio geral. Sistema de Preços Perfeitamente Competitivo i. Grande número de consumidores consumindo os bens produzidos pela economia. ii. Grande número de produtores produzindo bens em concorrência perfeita (preço é “dado” e maximizam lucro). iii. Os consumidores também consideram os preços como dados e maximizam utilidade. iv. Estes consumidores também são ofertantes de mão de obra em mercados competitivos. Equilíbrio Geral • Para simplificar nossa análise trabalharemos com somente dois bens, 𝑥 e 𝑦. • Assumiremos também que todos os indivíduos tem preferências idênticas. • A hipótese de preferências idênticas facilita muito a análise, uma vez que podemos trabalhar diretamente com um consumidor representativo. Caixa de Edgeworth • A Fronteira de Possibilidades de Produção (FPP) pode ser usada para mostrar como produto e insumos estão relacionados. • Para construir a FPP para x e y começamos com a hipótese de que as quantidades de k e l são fixas. • A Caixa de Edgeworth na produção mostra todas as maneiras que k e l podem ser utilizados para produzir x e y. Ox Oy Trabalho Total C ap it al T o ta l A C ap it al p ar a x C ap it al p ar a y Trabalho para y Trabalho para x Capital na Produção de y Capital na produção de x Trabalho na produção de y Trabalho na produção de x Caixa de Edgeworth Caixa de Edgeworth • A caixa de Edgeworth mostra as diferentes combinações de dois insumos (k e l) possíveis para a produção de dois bens (x e y). • Muitos pontos na caixa de Edgeworth mostram pontos de produção ineficientes. Os pontos de ineficiência dependem das tecnologias utilizadas. Caixa de Edgeworth • Iremos utilizar o mapa de isoquantas para os dois bens. – as isoquantas para o bem x utilizam Ox como origem. – as isoquantas para o bem y utilizam Oy como origem. • As alocações eficientes ocorrem quando as isoquantas são tangentes entre si. Ox Oy Trabalho Total C ap it al T o ta l x2 x1 y1 y2 A O ponto A é ineficiente, é possível aumentar a produção de x e y apenas realocando os insumos. Caixa de Edgeworth Ox Oy Trabalho Total C ap it al T o ta l Nos pontos eficientes, a TMST é igual na produção de 𝑥 e de 𝑦. x2 x1 x4 x3 y1 y2 y3 y4 p4 p3 p2 p1 Caixa de Edgeworth Fronteira de Possibilidades de Produção • Os pontos eficientes de produção mostram a produção máxima de 𝑦 que pode ser produzida a cada nível de 𝑥. • A partir desta curva podemos construir a FPP. Quantidade de x Quantidade de y p4 p3 p2 p1 y1 y2 y3 y4 x1 x2 x3 x4 Ox Oy Cada ponto eficiente na produção se torna um ponto da FPP. Fronteira de Possibilidades de Produção Taxa de Transformação do Produto • A Taxa de Transformação do Produto (RPT), ou Taxa Marginal de Transformação (TMT), mostra a taxa em que a produção de 𝑦 pode ser trocada pela produção de 𝑥. • A RPT é a inclinação negativa da FPP: 𝑅𝑃𝑇 = − 𝑑𝑦 𝑑𝑥 • A RPT também é igual a 𝐶𝑀𝑔𝑥 𝐶𝑀𝑔𝑦 • Prova: 𝑑𝐶𝑇 = 𝜕𝐶𝑇 𝜕𝑥 𝑑𝑥 + 𝜕𝐶𝑇 𝜕𝑦 𝑑𝑦 𝑑𝐶𝑇 = 0 − 𝑑𝑦 𝑑𝑥 = 𝐶𝑀𝑔𝑥 𝐶𝑀𝑔𝑦 Taxa de Transformação do Produto Taxa de Transformação do Produto • Porque a RPT é crescente? (ou: porque a FPP é côncava?) Três possíveis explicações... i. Retornos decrescentes de escala (CMg é crescente). ii. Insumos especializados (melhor para produzir um dos bens). iii. Insumos utilizados em diferentes proporções. Custo de Oportunidade • A FPP mostra também o custo de oportunidade de se produzir mais x (ou y) em termos de y (ou x): i. O custo de oportunidade de 𝒙 em qualquer ponto da FPP é a RPT naquele ponto. ii. O custo de oportunidade de 𝒚 em qualquer ponto da FPP é 1/RPT naquele ponto. Determinação dos Preços de Equilíbrio • Podemos utilizar a FPP juntamente com curvas de indiferença para mostrar como os equilíbrios de preços são determinados. Quantidade de x Quantidade de y U1 U2 U3 y1 x1 A produção será x1, y1. Se os preços de equilíbrio para x e y são px e py, a restrição orçamentária da sociedade é C. y x p p inclinação C C Indivíduos demandarão x1’, y1’. x1’ y1’ Determinação dos Preços de Equilíbrio Quantidade de x Quantidade de y y1 x1 U1 U2 U3 y x p p inclinação C C O preço de x subirá e o preço de y cairá. x1’ y1’ Neste caso teremos excesso de demanda para x e excesso de oferta para y. Excesso de oferta Excesso de demanda Determinação dos Preços de Equilíbrio Quantidade de x Quantidade de y y1 x1 U1 U2 U3 y x p p inclinação C C x1’ y1’ As produções de equilíbrio serão x1* e y1*. y1* x1* Os preços de equilíbrio serão px* e py*. C* C* * * inclinação y x p p Determinação dos Preços de Equilíbrio Determinação dos Preços de Equilíbrio • No equilíbrio temos que a TMS = RPT. • Se houver uma mudança nas preferências dos indivíduos ou na tecnologia de produção, nos moveremos para um novo equilíbrio de preços relativos e de produção/consumo, no qual a TMS = RPT. Progresso Tecnológico na Produção de x Quantidade de x Quantidade de y U1 U2 U3 x1* O preço relativo de x irá cair. Mais x será consumido. x2* Progresso tecnológico na produção de x irá ampliar a FPP. Exemplo • Suponha que: 𝑥 = 𝑓 𝑙𝑥 = 𝑙𝑥 0.5 e, 𝑦 = 𝑓 𝑙𝑦 = 𝑙𝑦 0.5 𝐿 = 𝑙𝑥 + 𝑙𝑦 = 100 • Além disso, as preferências daquela comunidade possam ser representadas por: 𝑈 𝑥, 𝑦 = 𝑥0.5𝑦0.5 • Encontre a quantidade produzida de 𝑥 e 𝑦. Mercado Externo • Restrições ao comércio reduzem o bem estar de um País. • A abertura do País ao mercado externo pode fazer com que consumo seja um ponto fora da FPP. • Para isso, os preços relativos externos têm que ser diferentes dos preços relativos internos. Mercado Externo Quantidade de x Quantidade de y U1 U2 x0 Sem mercado externo, a produção e o consumo serão x0 e y0. y0 Os preços de equilíbrio serão px* e py*. * * inclinação y x p p Quantidade x Quantidade de y y1 x0 U1 U2 x1 y0 ' ' inclinação y x p p x1’ y1’ Com a abertura do mercado, os preços internos têm que se igualar aos preços externos. Importação de x No equilíbrio, o País importará x e exportará y, aumentando a utilidade. exportação de y Mercado Externo Existência de um Equilíbrio Geral de Preços • Investigações iniciadas por Leon Walras no século 19, examinavam se existiria um conjunto de preços que equilibraria todos os mercados simultaneamente. • Ou seja, dados n bens, existe um equilíbrio, para um conjunto de preços P, tal que: 𝐷𝑖 𝑃 ∗ = 𝑆𝑖(𝑃 ∗) ...para todos os valores de i (i =1,…,n)? Funções de Excesso de Demanda • A função Excesso de Demanda (ED) para qualquer bem i dado qualquer conjunto de preços (P) é definida por: 𝐸𝐷𝑖 𝑃 = 𝐷𝑖 𝑃 − 𝑆𝑖 • Isto significa que no equilíbrio (ou eq. Walrasiano): 𝐸𝐷𝑖 𝑃 ∗ = 𝐷𝑖 𝑃 ∗ − 𝑆𝑖 = 0 Lei de Walras • A observação feita por Walras é que as n equações de excesso de demanda não são independentes entre si. • A Lei de Walrasmostra que o valor total do excesso de demanda das n equações é zero para qualquer conjunto de preços. 𝑃𝑖 ∗ 𝐸𝐷𝑖(𝑃) 𝑛 𝑖=1 = 0 • Desta forma, se n-1 mercados estão em equilíbrio, o n- ésimo também estará. • Podemos igualar um dos preços a 1 (“numerário”). Equilíbrio Walrasiano • É um vetor de preços 𝑃∗ tal que 𝐸𝐷𝑖 𝑃 ∗ = 0, ∀𝑖 • Pressuposto crucial para a existência de 𝑃∗: a função de demanda excedente agregada deve ser contínua (pequenas alterações nos preços não deveriam resultar em “saltos” da quantidade demandada). • Existem 2 tipos de condições que garantirão a continuidade: – Demanda individual contínua (consumidores com preferencias convexas); – Mesmo que consumidores tenham um comportamento de demanda descontínuo, que eles sejam pequenos em relação ao tamanho do mercado. Anpec 2014 – Q09 Suponha uma fronteira de possibilidade de produção para os bens X e Y que é representada pela equação 𝑋2 + 𝑌2 = 100. Considere ainda que é possível definir uma função utilidade da coletividade dada por 𝑈 𝑋, 𝑌 = 𝑋𝑌. Nessas condições é adequado afirmar: 0. Em mercados competitivos o ponto de lucro máximo ocorre quando as firmas igualam os custos marginais relativos aos preços relativos 𝑃𝑋 𝑃𝑌 ; 1. Nessa economia a quantidade de X no equilíbrio será 𝑋2 = 4𝑌2; 2. A razão de preços de equilíbrio será de 𝑃𝑋 𝑃𝑌 = 1 3 ; 3. Os níveis de produção de equilíbrio dos dois bens é dado por 𝑋∗ = 7,07 e 𝑌∗ = 3,54; 4. Se uma mudança repentina muda o formato da função utilidade da comunidade para 𝑈 𝑋, 𝑌 = 𝑋 3 4𝑌 1 4 , induziria um aumento no preço do bem Y. Anpec 2003 – Q10 Respostas • Q09 – 2014: V V F V F • Q10 – 2003: V F F V V