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PATOLOGIAS RELACIONADAS AO COLÁGENO Colágeno e suas alterações: • O colágeno é a proteína mais abundante do interstício e corresponde à 25% das proteínas do organismo. • A molécula de colágeno é formada por três cadeias polipeptídicas do tipo cadeia alfa, enroladas de modo semelhante ao de uma corda torcida. • Existem cerca de 20 tipos de cadeias alfa diferentes capazes de formar até 1.000 diferentes tipos de colágeno, dos quais 11 tipos já foram identificados. Os mais bem definidos são os tipos I, II, III e IV. • Os colágenos dos tipos I, II, III, V, VI e XI capazes de agregar-se e formar fibrilas longas que podem ser vistas ao microscópio eletrônico. EX: colágeno do tipo V nos tecidos musculares liso (colágeno pericelular) e estriado (endomísio). • O colágeno do tipo VI também é fibrilar e forma fibrilas finas com nódulos globulares, que se interpõem entre feixes de fibrilas colágenas dos tipos I e III, associando-as. • O colágeno do tipo 4 associa-se de forma a criar uma espécie de rede • O colágeno do tipo VII forma fibrilas finas e curtas que ligam a membrana basal ao tecido conjuntivo subjacente (fibras de ancoragem). EX: encontrado nas fibrilas que ancoram as fibras de colágeno tipo I na lâmina basal. • Os colágenos dos tipos VIII, IX, X e XI são encontrados em cartilagens, tendões e entre outros... Alterações de fibras colágenas. • Modificações em fibras colágenas podem ocorrer devido a: 1. defeitos genéticos que comprometem a estrutura, a síntese ou a degradação do colágeno; 2. alterações adquiridas • Alterações do colágeno por defeitos genéticos são raras, tanto em humanos como em outros mamíferos. São conhecidas mutações em genes que codfiicam as cadeias alfas ou em genes que controlam as modificações pós- translacionais da molécula e sua degradação. • As doenças resultantes são geralmente complexas e manfiestam-se na: 1. Pele (elasticidade e resistência alteradas), 2. Vasos sanguníeos (aneurismas, porque alguns defeitos são comuns às fibras elásticas) 3. Intestino. 4. No globo ocular (a esclerótica é rica em colágeno) 5. Nos ossos (onde o colágeno é constituinte importante da matriz) • Defeitos adquiridos do colágeno decorrem de agressões que perturbam os mecanismos pós-transcricionais de sua síntese, sendo as principais: 1. Carência de vitamina C: leva a hidroxilação deficiente do colágeno, o que compromete também a glicosilação e a formação de ligações cruzadas. EX: escorbuto, em que há alterações da membrana basal por modificações no colágeno do tipo IV, deixando ocapilar fraco 2. A semente da ervilha-de-cheiro contém inibidores da lisil oxidase. Ingestão dessa semente causa a doença conhecida como latirismo, que se manifesta por deformidades ósseas e aneurismas, pois nela a elastina também está alterada 3. Medicações: devem ser evitadas durante a gravidez, pois seu uso pode trazer consequências nas estruturas de fibras colágenas do feto. o Hidralazina inibem a prolina hidroxilase o Penicilamina: impedem a formação de ligações cruzadas. 4. Liberação de colagenases por células fagocitárias causando uma degradação excessiva de colágeno. Síndrome de Marfan • É distúrbio do tecido conjuntivo de herança autossômica dominante que se dá pela mutação do gene FBN1 localizado no cromossomo 15q21. é o responsável por codificar a proteína fibrilina-1, a qual é considerada como componente essencial das microfibrilas presentes na matriz extracelular. • Se dá por mutações que afetam a fibrilina ( principal componente de microfibrilas encontradas na matriz extracelular). As microfibrilas servem como sustentáculo para o depósito de tropoelastina, um componente integral das fibras elásticas. • São encontradas na pele, pulmões, rins, vasos sanguíneos, cartilagem, tendões, músculos, córnea, e zona ciliar particularmente abundantes na aorta, nos ligamentos e nas zônulas ciliares que sustentam o cristalino ocular; • foram encontradas mais de 600 mutações causadoras distintas no gene FBN1. • A fibrilina regula o crescimento dos tecidos, pois ela sequestra o fator de crescimento beta (TGF-beta), o qual é responsável por estimular o crescimento dos tecidos. Então ela age diminuindo a disponibilidade desse fator. Já na Sindrome de Marfan teremos uma anormalidade na formação dessas fibrilinas, com isso ela não vai sequestrar o (TGF-beta) ocasionando no crescimento dos tecidos. Sindrome de Ehlers-Danlos • são um grupo de doenças caracterizadas por defeitos na síntese ou na estrutura do colágeno (tipo I, III ou V). • Pelo menos seis variantes clinicas e genéticas da EDS são reconhecidas. Como o colágeno defeituoso é a base desses distúrbios. • As 3 variantes mais comuns são: o Deficiência da enzima lisil hidroxilase. A menor hidroxilação de resíduos de lisil nos colágenos tipos I e III interfere na formação de ligações transversais entre as moléculas de colágeno. é herdada como distúrbio austossômico recessivo. o Síntese deficiente de colágeno tipo III decorrente de mutações que afetam o gene COL3A1. Essa variante, o tipo vascular, é um distúrbio autossômico dominante e é caracterizada pela fraqueza de tecidos ricos em colágeno tipo III (p. ex., vasos sanguíneos, parede intestinal), predispondo-os a ruptura. o Síntese deficiente de colágeno tipo V em virtude de mutações em COL5A1 e COL5A2, herdadas como distúrbio austossômico dominante e resultando na EDS clássica. manifestações clinicas das principais patologias relacionadas ao colágeno: Sindrome de Marfan: • Deslocamento do cristalino pela hipotonia de seus ligamentos suspensórios • Aumento da estatura com membros e dedos longos. • Peito de pombo • Curvatura anormal da coluna vertebral. • Prolapso valvular • Pneumotórax espontâneo • Dilatação dos seios de valsalva. Sindrome de Ehlers-Danlos • Como as fibras de colágeno anormais carecem de força elástica adequada, as articulações são hipermóveis e a pele se torna hiperextensível , extremamente frágil e vulnerável a traumatismos. • pode levar a complicações internas graves, incluindo ruptura do cólon e das grandes artérias • fragilidade ocular, com ruptura da córnea e descolamento da retina Diagnóstico das alterações relacionadas ao colágeno: Os testes para se detectarem tais defeitos são complexos e incluem: • Sinais e sintomas de doenças que fazem se pensar em sindromes relacionadas ao colágeno • Estudos genéticos e históricos familiares, pelo fato de grande quantidade dessas doenças serem hereditárias. • Chega-se á um diagnóstico fazendo exames complementares com os disturbios em orgâos alvos desses defeitos, como por exemplo: o Exame oftalmológico o Ecocardiografia para identificar distúrbios cardiacos o Rx de tórax e entre outros... • Biópsias da pele: que auxilia na quantificação de diferentes tipos de colágenos e suas proporções. • Exame de determinação da solubilidade do colágeno e seu comportamento diante da ação de colagenases; • Exame de urina: avalia o metabolismo do colágeno, medindo a excreção de hidroxiprolina (Um aminoácido não essencial que faz parte da composição do colágeno cerca de 10%). • Análise morfológica das fibras colágenas ao ML e ao ME; • Estudo da função de fibroblastos do paciente em cultura, o que possibilita o conhecimento da atividade de enzimas que participam do processo de síntese da proteína.
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