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Gestão do Conhecimento W B A 0 11 4 _ v2 _ 2 2/247 Gestão do Conhecimento Autoria: Alberto Pirró Ruggiero Como citar este documento: RUGGIERO, Alberto P. Gestão do Conhecimento. Valinhos: 2016. Sumário Apresentação da Disciplina 03 Unidade 1: Gestão do Conhecimento e do Capital Intelectual 05 Unidade 2: Conhecimento Tácito e Explícito 34 Unidade 3: Gestão do Conhecimento e Gestão por Competências 57 Unidade 4: Mensuração do Capital Intelectual 86 2/247 Unidade 5: Balanced Scorecard e a gestão do capital intelectual 116 Unidade 6: Análise das perspectivas do Balanced Scorecard com foco na aprendizagem e crescimento 149 Unidade 7: Práticas de gestão do conhecimento e formação de comunidades de aprendizagem 179 Unidade 8: Elaboração de planos de ação e projetos em gestão do conhecimento 210 3/247 Apresentação da Disciplina Você tem observado e vivenciado nestes tempos atuais situações e ambientes cada vez mais complexos. O impacto das ações humanas no meio ambiente, a instabilidade dos mercados, a sustentabilidade das organi- zações, a velocidade das mudanças, o futuro da educação e tantos outros são dilemas ur- gentes e que demandam o desenvolvimen- to de novas competências e posicionamento das companhias. Esse novo conjunto de referenciais exige atenção especial sobre a importância da ges- tão do conhecimento porque é através dela que as organizações inovam e sobrevivem. Uma organização deve ser percebida como uma entidade viva na qual a “saúde organi- zacional” é influenciada por aspectos subje- tivos e objetivos, valores, clima e cultura e os resultados que consegue alcançar. Dessa forma, assim como um organismo vivo é constituído por órgão e tecidos, formados por células que precisam agir harmoniosa- mente para a manutenção de um corpo sau- dável, uma companhia também é constitu- ída de partes, que são corresponsáveis pela manutenção de sua existência. Para isso, o conhecimento é o valor essencial para as companhias sobreviverem. O conhecimento é um recurso originado em cada pessoa que acaba fazendo parte do co- tidiano da empresa no estabelecimento das relações entre elas. Nessas circunstâncias, o esforço demandado das organizações é o desenvolvimento de políticas e estratégias que possibilitem produzir, reter e difundir o conhecimento. Administrar o conhecimento será visto cada vez mais como um diferencial competitivo no ambiente empresarial. Para 4/247 isso, a gestão do conhecimento organiza- cional deve ser compreendida como um pro- cesso que aumenta o conhecimento criado pelas pessoas, transformando-o em parte da rede de conhecimentos para possibilitar sua sustentabilidade. É disso que trata esta disciplina. 5/247 Unidade 1 Gestão do Conhecimento e do Capital Intelectual Objetivos 1. Mostrar a importância do conhecimen- to e da gestão do conhecimento para as organizações em um mundo sem fron- teiras. 2. Reconhecer e compreender as diferen- ças entre dados, informação e conheci- mento e sua influência no processo de elaboração de estratégias empresariais. 3. Diferenciar gestão do conhecimento de capital intelectual bem como compreen- der sua finalidade para as companhias. Unidade 1 • Gestão do Conhecimento e do Capital Intelectual6/247 Introdução Desde o princípio da humanidade, o conhe- cimento se faz notar como fator essencial da sobrevivência humana. Se isso já era ver- dade no período pré-histórico, como, por exemplo, o conhecimento para fazer fogo, muito mais hoje, na criação e produção de bens de alta tecnologia. As mudanças que vêm ocorrendo há algu- mas décadas têm sido acompanhadas por modificações impactantes em várias áreas. A economia, a sociedade, a política e a tec- nologia tornaram-se diferentes. Todavia, se a informação for introduzida nas empresas de forma isolada, não ajudará a acumular novos conhecimentos. É necessário que a companhia reconheça suas necessidades e compartilhe os conhecimentos obtidos com os colaboradores. Segundo Terra (2010), a conjuntura econô- mica atual atravessa uma mudança, na qual o conhecimento adquire papel fundamental para a competitividade. Porém, nem sempre foi dessa forma porque, no passado, a mão de obra era barata e os recursos financeiros determinavam o desenvolvimento da orga- nização. Da mesma maneira que na Era Industrial os recursos financeiros exerciam papéis fun- damentais no progresso econômico, a in- formação e o conhecimento tornaram-se importantes meios na sociedade atual que é denominada sociedade do conhecimento. Unidade 1 • Gestão do Conhecimento e do Capital Intelectual7/247 Sveiby (1998) discorreu que a utilização do conhecimento favorece a criação e o com- partilhamento de novos conhecimentos. Para o autor, o conhecimento é um recurso ilimitado, sem prazo de validade e sujeito à Para saber mais Período que teve início no século XVIII, a Era In- dustrial foi caracterizada pela mecanização da produção e consequente reformulação da con- cepção de trabalho, já que grande parte do tra- balho exercido pelos operários foi substituída por máquinas. Essa mudança na produção repercutiu na ordem econômica, política e social da época. A Era Industrial marca o início do desenvolvimento do capitalismo industrial, assim como o cresci- mento da produção em massa. multiplicação quando bem empregado por- que é um recurso que não se deprecia. Sendo assim, o conhecimento vem se tor- nando o fator chave para o sucesso e a con- tinuidade das organizações, trazendo uma visão mais extensa da importância da vida profissional, bem como modificando a men- te das pessoas, levando-as a refletir sobre suas crenças. As companhias necessitam aperfeiçoar es- tratégias que idealizem um cenário no qual o conhecimento é o diferencial. É essencial que seja verificado o nível de conhecimen- to dos empregados, se a estrutura física é adequada às necessidades da companhia e se empenhar no desenvolvimento das com- petências e habilidades das pessoas. Unidade 1 • Gestão do Conhecimento e do Capital Intelectual8/247 Atualmente, as organizações precisam es- tar preparadas para absorver a informação, bem como analisá-la, armazená-la, desen- volvê-la e distribuí-la. Esse é o grande de- safio da gestão do conhecimento. 1. Introdução à Gestão do Co- nhecimento A gestão do conhecimento tem sido cada vez mais pesquisada e utilizada como modelo de vantagem competitiva nas organizações deste século. Levando em consideração que a cada dia emergem novos conhecimentos, nos quais as companhias aprendem e rea- prendem novas formas de solucionar pro- blemas, presume-se que a capacitação de novos conhecimentos seja de grande impor- tância para essas companhias. Para entender às modificações que as em- presas têm passado, Stewart (1998) explica que é raro encontrar alguma organização que não tenha se tornado dependente do conhecimento como fonte de atração para clientes. Isso evidencia que o conhecimento e a in- formação sobre um determinado produto, serviço ou mesmo cliente, em dado mo- mento, torna-se um bem valioso para que as Link Vantagem competitiva: os modelos teóricos atu- ais e a convergência entre estratégia e teoria or- ganizacional. Disponível em: <http://www.scie- lo.br/pdf/rae/v40n4/v40n4a03.pdf>. Acesso em: 4 nov. 2016. http://www.scielo.br/pdf/rae/v40n4/v40n4a03.pdf http://www.scielo.br/pdf/rae/v40n4/v40n4a03.pdf Unidade 1 • Gestão do Conhecimento e do Capital Intelectual9/247 companhias desenhem seus planejamentos e estratégias a curto, médio e longo prazos. Para que as estratégias traçadas tenham chance de êxito os funcionários das com- panhias necessitam ser incentivados a diri- gir seus esforços no intuito de maximizar os objetivos e metas instituídos pela empresa, buscando soluções práticas e ágeis para os problemas que surgem no dia a dia. E o que a gestão do conhecimento tem a ver com tudo isso? A gestão do conhecimento é um modelo administrativo voltado às organizações do mundo globalizado,que distinguiram não ser o ideal apenas obter e reter a informação. Informação, dados ou fatos necessitam ser analisados por pessoas que as transformem em conhecimento. Entretanto, a pergunta é: como saber que a empresa sabe? Afinal de contas, as companhias são constituídas por pessoas que sabem ou precisam saber. Para saber mais A gestão do conhecimento, do inglês KM (Know- ledge Management), trata-se de uma área de atu- ação que possui diversas áreas correlacionadas, principalmente a gestão estratégica, teoria das organizações e sistemas de informação. A gestão do conhecimento promove, com visão integrada, o gerenciamento e o compartilhamento de todo ativo possuído pela empresa. Esta informação pode estar em um banco de dados, em um proce- dimento ou documento, bem como nos colabora- dores com suas experiências e habilidades (SVEI- BY, K. E., 1998). Unidade 1 • Gestão do Conhecimento e do Capital Intelectual10/247 A partir dessas evidências a obtenção de uma nova forma de administrar recursos materiais e principalmente humanos tem chegado a níveis nunca antes obtidos an- teriormente. Devido a isso o grande desafio que se impõe neste século é ter em conta a gestão do conhecimento como uma ferra- menta estratégica que auxilie as empresas a sobreviverem a essa nova realidade, bus- cando não apenas aprender a aprender, mas também o aperfeiçoamento de processos, não como na era da Administração Cientí- fica, mas como forma de gerenciar pessoas que se esmerem por eficiência e eficácia. Para falar de gestão do conhecimento, de- vemos abordar conceitos relacionados a ela, tais como: dado, informação e conheci- mento porque é por meio dos dois primeiros que se chega ao conhecimento. Para saber mais A Administração Científica, criada pelo americano Frederick Winslow Taylor, no fim do século XIX e iní- cio do século XX, tinha em sua essência o intuito de aplicar a ciência à administração. Possuía ênfase nas tarefas, buscando a eliminação do desperdício, da ociosidade operária e a redução dos custos de produção, com o objetivo de garantir uma melhor relação custo/benefício aos sistemas produtivos das empresas da época (TAYLOR, 1990). Unidade 1 • Gestão do Conhecimento e do Capital Intelectual11/247 2. Diferenças entre dado, infor- mação e conhecimento Para se aprofundar no entendimento sobre a gestão do conhecimento, é de fundamen- tal importância estabelecer a distinção en- tre dado, informação e conhecimento. Link Elementos intervernientes na tomada de decisão. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/ci/ v32n1/15969.pdf>. Acesso em: 4 nov. 2016. As empresas, de modo geral, dispõem de dados e informações que necessitam ser gerenciados para que sejam transformados em conhecimento, que por sua vez possam ser transformados em ações por meio de estratégias traçadas por elas próprias. “Dados são a coleção de evidências rele- vantes sobre um fato observado” (DE SOR- DI, 2008, pg. 7). Dessa forma, um dado pode ser considerado uma sequência de símbo- los, sejam códigos decifráveis ou não. Um dado não é, necessariamente, o resul- tado da intenção de se registrar algo. O som causado por um fenômeno natural, uma pegada, a sombra de um objeto, podem ser considerados dados. O registro ou sinal não precisa ser físico. Isso significa que uma ima- gem ou valor armazenado na memória de um indivíduo podem ser considerados dados. Porém, dados não são apenas códigos agrupados, podem ser também fonte para a http://www.scielo.br/pdf/ci/v32n1/15969.pdf http://www.scielo.br/pdf/ci/v32n1/15969.pdf Unidade 1 • Gestão do Conhecimento e do Capital Intelectual12/247 constituição de informações. Dados são a base do registro dos aspectos de um fenômeno estu- dado, trazidos por um investigador, e que correspondem a uma anotação direta das observações. Entretanto, trazem consigo pouca elaboração ou tratamento, permitindo apenas a compreen- são dos acontecimentos concretos. Tabela 1: Exemplo de um conjunto de dados L Pr DV M P JN X 10.000 10 6 1866,67 2 Y 10.000 5 6 1792,21 3 Fonte: Desenvolvido pelo autor Por exemplo, a tabela 1 pode ser visualizada apenas como um conjunto de dados, já que somente com ela não há condições de se estabelecer um contexto nem significado. Você pode até imagi- nar alguns significados, porém não há como garantir sua validade. A partir do momento em que são estabelecidos os parâmetros de coleta, pode-se decodificar, organizar e analisar os dados em torno de um objetivo, transformando-os em informação. Se- gundo De Sordi (2008, p. 10), “Informação é a interpretação de um conjunto de dados segundo um propósito relevante e de consenso para o público alvo (leitor)”. Unidade 1 • Gestão do Conhecimento e do Capital Intelectual13/247 Dessa forma, a informação é a leitura da- quilo que o conjunto de dados parece in- dicar, caracterizando-se numa abstração informal para alguém, apresentada sob a forma de textos, imagens, sons ou anima- ção. Apesar de existirem sistemas tecnoló- gicos avançadíssimos baseados em inteli- gência artificial, como as redes neurais, por exemplo, só as pessoas possuem condições de transformar dados em informações através de sua interpretação, já que elas utilizam da combinação da razão, emoção e criatividade. A informação passa a ser uma visão pessoal sobre um conjunto de dados. Neles, as re- lações percebidas os associam a um signifi- cado próprio à medida que são particulares para cada pessoa já que dependem de suas capacidades e experiências anteriores. Isso significa que um mesmo conjunto de dados não produz a mesma informação para dife- rentes indivíduos. Exemplo: na tabela mencionada, se for ex- plicado que se trata de uma comparação entre as condições de venda de um produto nas lojas X e Y, incluindo o preço de venda (Pr), desconto à vista (DV), prazo em meses (M), valor da prestação (P), juro nominal de- clarado (JN) e se esses conceitos fazem sen- tido para você, então passa a ser compre- ensível o contexto e o significado dos dados que se transformam em uma informação. Para alguém que não esteja familiarizado com compras a prazo, os dados podem ter menos sentido, não transmitindo a mesma informação. Unidade 1 • Gestão do Conhecimento e do Capital Intelectual14/247 Quando a informação adquire o caráter de conhecimento, o valor atribuído a ela tende a ser bem maior. “Conhecimento é o novo saber, resultante de análises e reflexões de informações segundo valores e modelo mental daquele que o desenvolve, propor- cionando a este, melhor capacidade adap- tativa às circunstâncias do mundo real” (DE SORDI, 2008, p. 12). O conhecimento representa a capacida- de obtida por um indivíduo, de interpretar e agir sobre um agrupamento de informa- ções. Essa capacidade origina-se a partir das relações que uma pessoa desenvolve sobre o conjunto de informações, e desse conjunto com outros conjuntos conhecidos (incluindo experiências, impressões, valo- res, crenças etc.) que possibilitam entender e chegar a uma decisão sobre ele e a partir dele. Exemplo: com relação à mesma tabela já de- monstrada, se você possui conhecimentos sobre juros e sobre as práticas habituais no comércio a prazo, é capaz de interpretar as informações com maior profundidade, por exemplo, concluindo como cada loja aplica os juros e calculando os juros reais cobrados por cada uma. Unidade 1 • Gestão do Conhecimento e do Capital Intelectual15/247 Tabela 2: Exemplo de Dado x Informação X Conhecimento Dado Informação Conhecimento Valores das vendas hoje Histórico de vendas do mês; Histórico das vendas deste mês e nos últimos anos; Crescimento do mercado; Posição dos concorrentes Estudo do perfil do consumidor; Receptividade do consumidor a novas ofertas e promoções; Retorno de campanhas publicitárias; Estudos de ciclo de vida do produto Fonte: Desenvolvido pelo autor Você geralmente utiliza informação para formatar, selecionar e sintetizar dados como partedo processo de conversão dos mesmos em informação útil, em determinada situação. A partir daí, você interpreta uma dada informação, toma decisões e age. O resultado dessas decisões e ações o auxilia no acúmulo de conhecimento para ser usado nas próximas decisões. Para facilitar o entendimento conceitual, Davenport e Prusak (1998) apresentam uma composi- ção sobre dados, informação e conhecimento, descritos no quadro a seguir: Unidade 1 • Gestão do Conhecimento e do Capital Intelectual16/247 Quadro 1: Dados, informação e conhecimento. Dados Informação Conhecimento - Simples observação sobre o es- tado de alguma coisa. - De fácil estruturação. - Facilmente obtido por meio do uso de máquinas. - Geralmente quantificado. - Facilmente transferível. - Dados constituídos de relevân- cia e propósito. - Demanda unidade de análise. - Requer consenso em relação ao significado. - Demanda intervenção humana. - Contextual. - Intuitivo e é relativo às experiên- cias e valores do usuário. - Informação de grande valor da mente humana. - Compreende reflexão, síntese, contexto. - Difícil sua estruturação. - Complicado de ser obtido por máquinas. - Geralmente não expresso por palavras e de difícil transferência. Fonte: adaptado de Davenport e Prusak (1998) Para Davenport e Prusak (1998, p.3) “o conhecimento deriva da informação da mesma forma que a informação deriva dos dados”. Unidade 1 • Gestão do Conhecimento e do Capital Intelectual17/247 Concluindo, a diferença essencial entre dados, informação e conhecimento é que dados são elementos que descrevem um evento; a informação engloba coleta, clas- sificação e junção de dados para se chegar a determinado objetivo e; o conhecimento é a interpretação de um conjunto de informa- ções logicamente interligadas a fatos. 3. Gestão do Conhecimento e do Capital Intelectual Com a chegada da sociedade do conheci- mento, os recursos intelectuais formados pelo conhecimento, informação, compe- tência e criatividade tiveram mais atenção por parte das empresas porque se torna- ram elementos fundamentais para um de- sempenho aceitável. Se antes o foco era sobre o capital financeiro, matéria-prima, máquinas e ferramentas, atualmente são os recursos intelectuais o principal ponto de atenção das estratégias e políticas em- presariais. Unidade 1 • Gestão do Conhecimento e do Capital Intelectual18/247 Todavia, o processo administrativo dos dados, informações e conhecimento den- tro de uma companhia, não teve início por meio da gestão do conhecimento. A partir da década de 90 do século passado, pro- cessos como a reengenharia e a reconfi- guração de processos empresariais foram sendo retrabalhados, refeitos e incorpora- dos a novos conhecimentos, objetivando seu aperfeiçoamento. Para saber mais A economia baseada em conhecimento, não se refere somente às indústrias de software, compu- tação ou biotecnologia, ou a tecnologias da infor- mação e a internet. Tratam-se também de novas fontes de vantagens competitivas, como a capa- cidade de inovar e criar novos produtos e explorar novos mercados. A economia baseada em conhe- cimento desloca o eixo da riqueza e do desenvol- vimento de setores industriais tradicionais para setores cujos produtos, processos e serviços são intensivos em tecnologia e conhecimento. Link: A sociedade do conhecimento e a política industrial brasileira. Disponível em: <http://www.acade- mia.edu/559579/A_sociedade_do_conhe- cimento_ea_política_industrial_brasileira>. Acesso em: 5 abr. 2017. http://www.academia.edu/559579/A_sociedade_do_conhecimento_ea_política_industrial_brasileira http://www.academia.edu/559579/A_sociedade_do_conhecimento_ea_política_industrial_brasileira http://www.academia.edu/559579/A_sociedade_do_conhecimento_ea_política_industrial_brasileira Unidade 1 • Gestão do Conhecimento e do Capital Intelectual19/247 Pode-se destacar que o que é denomina- do hoje como gestão do conhecimento é o resultado da pesquisa de vários campos de estudo, que vão desde a comunicação até a engenharia. Essa série de estudos propiciou ao tema uma grande diversidade de enten- dimentos. Para Takeushi e Nonaka (2008), a gestão do conhecimento é um processo de criação contínua de novos conhecimentos, difun- dindo-os amplamente através da organi- zação e integrando-os de forma veloz em produtos/serviços, tecnologias e sistemas. A coleta, organização, compartilhamento e disseminação do conhecimento no am- biente de trabalho são utilizados pelas or- ganizações como forma de diferencial com- petitivo. Para saber mais “A reengenharia é um sistema administrativo cria- do no início da década de 90 por Michael Hammer e James Champy. Ela é muito utilizada para manter as empresas competitivas no mercado, manten- do-as com foco no alcance de objetivos e metas, transformando seus processos e atividades de negócio, através do “rompimento” com costumes obsoletos, objetivando o aumento da produtivida- de por meio da redução de custos e do aumento do grau de satisfação do cliente.” Link: Reengenharia – o que é e como funciona? Disponível em: <http:// www.lyfreitas.com.br/ant/pdf/Reengenharia. pdf>. Acesso em: 5 abr. 2017. http://www.lyfreitas.com.br/ant/pdf/Reengenharia.pdf http://www.lyfreitas.com.br/ant/pdf/Reengenharia.pdf http://www.lyfreitas.com.br/ant/pdf/Reengenharia.pdf Unidade 1 • Gestão do Conhecimento e do Capital Intelectual20/247 Para terem condições de usar toda a sua capacidade intelectual, as companhias ne- cessitam realizar ações com o objetivo de conhecer, gerenciar e desenvolver os novos elementos intelectuais responsáveis por gerar valor a elas. Dessa forma, as companhias esforçam-se por encontrar uma gestão estratégica dos recursos fundamentados no capital intelec- tual e no conhecimento, por terem percebi- do que sua sobrevivência é derivada desses elementos. As pesquisas e estudos sobre o capital in- telectual apareceram na tentativa de se en- tender melhor os impactos econômicos ori- ginados pela valorização de elementos até então não considerados no cotidiano eco- nômico-financeiro das empresas. A expressão capital intelectual é muitas vezes usada como sinônimo de conheci- mento. Entretanto, nos estudos sobre o tema, tem-se percebido como constituídos vários elementos, dentre os quais estrutura, pessoas e clientes interagem e influenciam para a formação do capital intelectual. A dificuldade em lidar com o tema reside no fato de estar relacionado a seus aspectos intangíveis encontrados nos indivíduos, tais como: conhecimento, know how, compe- tências, habilidades e outros. Sendo assim, o ponto mais argumentado sobre o capital intelectual equivale ao capital humano, vis- to que “não existe uma maneira simples de medir o que está na cabeça e no coração de gerentes e empregados” (EDVINSSON; MA- Unidade 1 • Gestão do Conhecimento e do Capital Intelectual21/247 LONE, 1998, p. 113). Como toda e qualquer atividade é sujeita a gerar capital intelectual por meio da aplica- ção de todo o conhecimento existente a tal atividade, ele pode, então, ser visto como a soma dos conhecimentos utilizados em qualquer atividade que revertam em resul- tados para as organizações. E a principal substância deste conceito, para gerar co- nhecimento, e posteriormente o capital in- telectual, é a informação. De acordo com Carbone et al. (2005), o capi- tal intelectual é um agrupamento de ativos intangíveis e subjetivos de natureza não fi- nanceira, constituído por capital estrutural (marcas, patentes, direitos autorais, tecno- logia, banco de dados etc.), capital de clien- tes (relação de clientes, grau de satisfação e de fidelização), capital humano (compe- tências dos funcionários, capacitação e de- senvolvimento, satisfação e engajamento e motivação) e por processos de inovação. Para concluir, “capital intelectual é a soma do conhecimento de todos em uma orga- nização, o que lhe proporciona vantagens competitivas; éa capacidade mental cole- tiva, a capacidade de criar continuamente e proporcionar valor de qualidade superior” (SANTOS et al., 2001, p. 35). Unidade 1 • Gestão do Conhecimento e do Capital Intelectual22/247 Glossário Eficiência: virtude ou característica de (alguém ou algo) ser competente, produtivo, de conse- guir o melhor rendimento com o mínimo de erros e/ou dispêndios. Eficácia: é a qualidade daquilo que se cumpre com as metas planejadas, ou seja, uma caracte- rística pertencente às pessoas que alcançam os resultados esperados. Decodificar: converter em linguagem comum e inteligível; decifrar. Intangível: que não possui existência física. Questão reflexão ? para 23/247 Você viu que o processo de organizar informações para gerar co- nhecimento a partir do capital intelectual e disseminá-lo entre a empresa faz com que gere valor para si a partir do momento em que cria riqueza para o cliente. Pensando nisso, reflita sobre os se- guintes pontos: os profissionais da sua organização fornecem ex- plicações completas quando são solicitadas informações? A sua empresa possui uma forma habitual de documentar e compartilhar as informações sobre suas competências? Os meios eletrônicos e físicos nos quais são armazenados o conhecimento da sua com- panhia são atualizados constantemente? Os conhecimentos das várias áreas da empresa são identificados, coletados, classificados, resumidos e disseminados para outras áreas? 24/247 Considerações Finais • O conhecimento adquire papel fundamental para a competitividade empre- sarial; • Nos dias de hoje, as companhias necessitam se preparar para absorver, ana- lisar, armazenar, desenvolver e distribuir as informações; • A gestão do conhecimento é um modelo administrativo que visa responder à questão sobre como as empresas sabem que sabem, ou seja, como utilizam as informações; • Dado, informação e conhecimento são considerados a matéria prima da ges- tão do conhecimento; • O capital intelectual engloba não apenas a somatória dos conhecimentos existentes na organização como também a estrutura, pessoas e clientes. Unidade 1 • Gestão do Conhecimento e do Capital Intelectual25/247 Referências CARBONE P. P.; BRANDÂO, H. P.; LEITE, J. B.; VILHENA, R. M. Gestão por competências e gestão do conhecimento. Rio de Janeiro: Fundação Getúlio Vargas, 2005. DAVENPORT T. H.; PRUSAK, L. Conhecimento empresarial: como as organizações gerenciam seu capital intelectual. Rio de Janeiro: Campus, 1998. DE SORDI, J. O. Administração da informação: fundamentos e práticas para uma nova gestão do conhecimento. São Paulo: Saraiva, 2008. SANTOS, A. R. et al. Gestão do conhecimento. In: capítulo 1 – Gestão do conhecimento como mo- delo empresarial, 2001. Disponível em: <http://www1.serpro.gov.br/publicacoes/gco_site/m_ca- pitulo01.htm>. Acesso em: 3 nov. 2016. EDVINSSON, L.; MALONE, M. S. Capital intelectual. São Paulo: Makron Books, 1998. STEWART, T. A. Capital intelectual: a nova abordagem competitiva nas empresas. Rio de Janeiro: Campus, 1998. SVEIBY, K. E. A nova riqueza das organizações: gerenciando e avaliando patrimônios de conhe- cimento. Rio de Janeiro: Campus, 1998. TAKEUCHI, H.. NONAKA, I. Gestão do conhecimento. Porto Alegre: Bookman, 2008. http://www1.serpro.gov.br/publicacoes/gco_site/m_capitulo01.htm http://www1.serpro.gov.br/publicacoes/gco_site/m_capitulo01.htm Unidade 1 • Gestão do Conhecimento e do Capital Intelectual26/247 TAYLOR, F. W. Princípios de administração científica. São Paulo: Atlas, 1990. TERRA, J. C. C. Gestão do conhecimento: o grande desafio empresarial. Terra fórum consultores, 2010. Disponível em: <http://www.google.com.br/webhp?sourceid=chrome-instant&ion=1&esp v=2&ie=UTF-8#q=gest%C3#A3o20do%conhecimento%20desafio%20empresarial>. Acesso em: 3 nov. 2016. http://www.google.com.br/webhp?sourceid=chrome-instant&ion=1&espv=2&ie=UTF-8#q=gest%C3#A3o20do%conhecimento desafio empresarial http://www.google.com.br/webhp?sourceid=chrome-instant&ion=1&espv=2&ie=UTF-8#q=gest%C3#A3o20do%conhecimento desafio empresarial 27/247 1. A gestão do conhecimento tem sido cada vez mais empregada pelas em- presas do século XXI: a) como modelo estratégico de recursos. b) como modelo de vantagem competitiva. c) como modelo de reengenharia de processos. d) como modelo de coleta e síntese de informações. e) como modelo de geração de lucros. Questão 1 28/247 2. O conhecimento pode ser descrito como: a) a capacidade obtida por uma pessoa de descrever um evento. b) a capacidade obtida por uma pessoa de se chegar a um determinado objetivo. c) a capacidade obtida por uma pessoa de coletar informações. d) a capacidade obtida por uma pessoa de classificar e unir dados. e) a capacidade obtida por uma pessoa de interpretar e agir sobre um conjunto de informações. Questão 2 29/247 3. As organizações têm à sua disposição dados e informações que, por sua vez, necessitam ser transformados em conhecimento para: a) a elaboração de estratégias que culminem na aceitação da diversidade. b) a elaboração de estratégias que culminem em inovação e criatividade. c) a elaboração de estratégias que resultem em disseminação do conhecimento. d) a elaboração de estratégias que resultem em ações a serem tomadas. e) a elaboração de estratégias que alcancem a totalidade da organização. Questão 3 30/247 4. Capital intelectual é o resultado: a) da soma do conhecimento de todas as pessoas de uma organização. b) da soma das competências de todas as pessoas de uma organização. c) da soma de todos os aspectos econômicos e financeiros de uma organização. d) da soma de todas as evidências relevantes sobre um fato observado. e) da soma de todas as estratégias traçadas pelas organizações com o objetivo de maximizar os resultados. Questão 4 31/247 5. O desafio da gestão do conhecimento é fazer com que as companhias: a) estejam preparadas para disseminar a informação. b) estejam preparadas para absorver, analisar, armazenar, desenvolver e distribuir a informa- ção. c) estejam preparadas para coletar dados, informações e transformá-las em conhecimento. d) estejam preparadas para melhorar o clima organizacional entre seus funcionários. e) estejam preparadas para as novas formas de solucionar problemas. Questão 5 32/247 Gabarito 1. Resposta: B. A gestão do conhecimento tem sido cada vez mais pesquisada e utilizada como mo- delo de vantagem competitiva nas organi- zações deste século. 2. Resposta: E. O conhecimento representa a capacidade obtida por um indivíduo de interpretar e agir sobre um agrupamento de informações. 3. Resposta: D. As empresas, de modo geral, dispõem de dados e informações que necessitam ser gerenciados para que sejam transformados em conhecimento, que por sua vez possam ser transformados em ações por meio de estratégias traçadas por elas próprias. 4. Resposta: A. “Capital intelectual é a soma do conheci- mento de todos em uma organização, o que lhe proporciona vantagens competitivas; é a capacidade mental coletiva, a capacida- de de criar continuamente e proporcionar valor de qualidade superior” (SANTOS et al. 2001, p. 35). 5. Resposta: B. Atualmente, as organizações precisam es- tar preparadas para absorver a informação, 33/247 Gabarito bem como analisá-la, armazená-la, desen- volvê-la e distribuí-la. Esse é o grande de- safio da gestão do conhecimento. 34/247 Unidade 2 Conhecimento Tácito e Explícito Objetivos 1. Diferenciar conhecimento tácito de co- nhecimento explícito e sua importância no processo de aprendizagem organizacional. 2. Compreender como se dá a espiral do co- nhecimento, por meio da conversão do co- nhecimento tácito em explícito e vice-ver- sa para a disseminação do conhecimento no âmbito organizacional. 3. Entender as peculiaridades de ativos tan- gíveis e intangíveis e suas relações com o conhecimento no ambiente empresarial. Unidade 2 • Conhecimento Tácito e Explícito35/247 Introdução Segundo Nonaka e Takeuchi (1997), a cria- ção doconhecimento é efetuada pelas pes- soas. Depreende-se que as organizações necessitam das pessoas, das suas experi- ências e intuição no processo de aprendi- zagem e disseminação do conhecimento. Ainda de acordo com os autores, as pesso- as é que são os responsáveis pela criação e propagação do conhecimento no ambiente empresarial. Seguindo essa linha, Drucker (2002) men- ciona que um dos desafios que julga dos mais importantes para as companhias na era do conhecimento é procurar ferramen- tas ou procedimentos sistematizados para gerenciar a transformação. De acordo com o autor, as empresas devem aprender a ge- rar novos conhecimentos através da me- lhoria contínua e o desenvolvimento de novas aplicações baseadas em seus êxitos, e sustentar a inovação contínua objetivan- do responder aos desafios atuais e elevar de forma contínua sua competitividade. A criação do conhecimento envolve a capa- cidade de uma organização criar um novo conhecimento, ter êxito em sua dissemi- Para saber mais A melhoria contínua, também conhecida como Kaizen, “é uma abordagem estruturada e sistê- mica que visa assegurar que os processos da em- presa satisfaçam as necessidades e expectativas dos seus clientes, não apenas no momento atual, mas de forma continuamente melhor ao longo do tempo” (HONDA, A. K.; VIVEIRO, C. T., 1993). Unidade 2 • Conhecimento Tácito e Explícito36/247 nação e integrá-lo a produtos, serviços e sistemas. Para tanto, o compartilhamento de saberes, experiências e a criação de um banco de dados que possibilite o acesso a informações úteis, sistemáticas, claras e exatas, adiciona valor à estrutura empresa- rial assim como ao capital humano. Nos dias de hoje, um dos usos da tecnologia da informação está direcionado à captação do conhecimento tácito e seu processo de conversão em conhecimento explícito. 1. Definição de conhecimento tácito e explícito Um dos problemas que a gestão do conhe- cimento precisa enfrentar é o desenvolvi- mento de processos de exteriorização de conhecimentos, convertendo-os de tácitos para explícitos, sem que haja perda de deta- lhes essenciais durante o processo. Os da- dos são estímulos concebidos pelo ambien- te em situações cotidianas porque aquilo que ocorre está explícito a todos. Por exem- plo, a pesquisa de clima organizacional é uma série de dados já que a opinião isolada de cada funcionário não gera grande repre- sentatividade ao ser transcrita. Precisa de interpretação para se tornar informação. Ordenar e manusear as informações com o intuito de transformá-las em conhecimen- to depende de todos os envolvidos no pro- cesso, não é uma atividade que pertence apenas a uma pessoa. Para a gestão do conhecimento, é essencial distinguir entre conhecimento tácito e co- Unidade 2 • Conhecimento Tácito e Explícito37/247 nhecimento explícito. Nas empresas o co- nhecimento pode ser achado em processos, práticas, documentos, normas estabeleci- das, rotinas assim como pode ser encontra- do nas pessoas. Para Nonaka e Takeuchi (1997), o conhe- cimento pode ser determinado em dois ti- pos: tácito e explícito. Segundo os autores, o conhecimento explícito é o que pode ser Link A gestão do conhecimento como técnica de con- trole: uma abordagem crítica da conversão do conhecimento tácito em explícito. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/cebape/v6n1/ v6n1a03.pdf>. Acesso em: 7 nov. 2016. documentado e se manifesta por meio de linguagem formal, relatórios, planilhas, etc. podendo ser comunicado e difundido de forma mais fácil entre as pessoas. Já o conhecimento tácito é mais difícil de ser formatado e manifestado em linguagem formal porque, além de não estar documen- tado, trata-se de um conhecimento que se encontra na mente de um indivíduo e que é difícil de formalizar e comunicar às outras pessoas. O conhecimento tácito é geralmente utili- zado pelos integrantes de uma companhia para executar o seu trabalho. A dificulda- de de verbalizar, transmitir e compartilhar o conhecimento tácito dá-se pelo fato das habilidades serem manifestadas pela ação, nas experiências de uma pessoa, como tam- http://www.scielo.br/pdf/cebape/v6n1/v6n1a03.pdf http://www.scielo.br/pdf/cebape/v6n1/v6n1a03.pdf Unidade 2 • Conhecimento Tácito e Explícito38/247 bém por meio de seus valores, ideais e emo- ções. É o conhecimento que está guardado na mente dos indivíduos porque cada um é dono de seu conhecimento. Este tipo de conhecimento pode ser sub- dividido em dimensão técnica e dimensão cognitiva. A dimensão técnica está ligada ao conhecimento prático de saber execu- tar uma atividade. A dimensão cognitiva é composta por esquemas, modelos mentais, percepções e crenças que refletem a ima- gem da realidade e a visão de futuro. O conhecimento tácito é fundamental para tornar o conhecimento explícito útil, se- gundo Nonaka e Takeuchi (1997). Para os autores, os dois tipos de conhecimento são complementares e as empresas necessitam aprender a converter conhecimento tácito em explícito porque é daí que advém a ino- vação organizacional. Para Stewart (2002), quase todo o conheci- mento explícito está no domínio do capital estrutural, ao passo que o conhecimento tácito converge mais no capital humano e no capital de clientes. Dessa forma, o capi- tal intelectual é constituído em grande par- te por conhecimentos tácitos. Você verá a seguir como se dá a conversão do conhecimento tácito em explícito e vice- -versa, segundo o modelo de interação de ambos os conhecimentos. 2. A espiral do conhecimento A interação entre o conhecimento tácito e explícito resulta em quatro tipos de conver- Unidade 2 • Conhecimento Tácito e Explícito39/247 são do conhecimento: socialização (do tá- cito em tácito), externalização (do tácito em explícito), combinação (do explícito em ex- plícito) e internalização (do explícito em tá- cito), conforme Nonaka e Takeuchi (1997), conforme apresentado na figura a seguir: Figura 1: Conteúdo do conhecimento criado pelos qua- tro modos de conversão do conhecimento Fonte: NONAKA e TAKEUCHI (1997, pg. 81). A socialização é o método de compartilha- mento de experiências entre as pessoas de um mesmo grupo, ocorrendo, geralmente, por meio de observação, imitação e prá- tica. Sob a ótica organizacional, pode-se Para saber mais As empresas estão o tempo todo criando e con- vertendo conhecimento. A mensagem é: não são Importantes apenas os documentos ou registros! Algumas coisas simples como “conversas de cor- redor sobre o novo fluxograma de trabalho” re- presentam a socialização, por exemplo. O desa- fio consiste em tornar a mecânica de gestão do conhecimento a mais proveitosa possível, sem perder a flexibilidade e o toque pessoal que torna cada conhecimento especial. Unidade 2 • Conhecimento Tácito e Explícito40/247 considerar que o treinamento prático é um exemplo que utiliza os mesmos princípios. As sessões de brainstorming também se enquadram nessa categoria, bem como os processos de interação entre organizações e seus clientes durante a fase de desenvol- vimento de um novo produto, segundo No- naka e Takeuchi (1997). A externalização é o método de estrutu- ração do conhecimento tácito em conhe- cimento explícito por meio da utilização de analogias, figuras de linguagem (me- táforas), hipóteses, conceitos ou modelos. Quando você elabora um relatório para ser apresentado ao seu superior imediato, por exemplo, você está codificando e registran- do seu conhecimento tácito. Dentre as quatro formas de conversão do conhecimento, a externalização é conside- rada chave para a criação do conhecimento porque ajuda a criar conceitos novos e ex- plícitos a partir do conhecimento tácito. A combinação é método de conversão de conceitos em um sistema de conhecimen- to. Essa forma de conversão do conheci- mento abrange a combinação de conjuntos diversos de conhecimento explícito como, por exemplo, classificação, sumarização, pesquisa e categorização das informações,com o emprego da tecnologia da informa- ção, que pode resultar na formação de no- vos conhecimentos. A internalização é o método de assimila- ção do conhecimento explícito ao conheci- mento tácito. Está relacionado ao “aprender Unidade 2 • Conhecimento Tácito e Explícito41/247 fazendo”, ou seja, é o conhecimento que a companhia passa aos seus funcionários. A espiral do conhecimento, proposta por Nonaka e Takeuchi (1997), diz respeito ao conhecimento possuir uma natureza dinâ- mica e interativa, sendo representada na figura a seguir: Figura 2: A espiral do conhecimento Fonte: adaptado de Nonaka e Takeuchi (1997) A espiral revela a dinâmica da interação en- tre o conhecimento tácito e o explícito no ambiente organizacional. A empresa deve colocar em ação o conhecimento tácito criado e acumulado pelas pessoas de for- ma que a transformação do conhecimento ocorra de forma contínua, ampliando-se numa escala cada vez maior, lembrando que a gestão do conhecimento é caracterizada Link Relação dos mecanismos de gestão do conheci- mento com a espiral do conhecimento. Disponí- vel em: <http://www.pucrs.br/edipucrs/XSa- laoIC/Ciencias_Sociais_Aplicadas/Adminis- tracao/70484-CRISTINA_DA_SILVA_TOR- RES.pdf>. Acesso em: 7 nov. 2016. http://www.pucrs.br/edipucrs/XSalaoIC/Ciencias_Sociais_Aplicadas/Administracao/70484-CRISTINA_DA_SILVA_TORRES.pdf http://www.pucrs.br/edipucrs/XSalaoIC/Ciencias_Sociais_Aplicadas/Administracao/70484-CRISTINA_DA_SILVA_TORRES.pdf http://www.pucrs.br/edipucrs/XSalaoIC/Ciencias_Sociais_Aplicadas/Administracao/70484-CRISTINA_DA_SILVA_TORRES.pdf http://www.pucrs.br/edipucrs/XSalaoIC/Ciencias_Sociais_Aplicadas/Administracao/70484-CRISTINA_DA_SILVA_TORRES.pdf Unidade 2 • Conhecimento Tácito e Explícito42/247 por uma série de processos que englobam a criação, a disseminação e a utilização do conhecimento no campo organizacional. Nonaka e Takeuchi (1997) ressaltam que a gestão do conhecimento tem como alvo principal caracterizar o fluxo do conheci- mento na companhia por meio da interação do conhecimento tácito, que é concebido entre os funcionários da empresa, com o conhecimento explícito, que é encontrado na empresa sob a forma de arquivos, docu- mentos, relatórios etc. Dessa forma, a criação do conhecimento está atrelada ao envolvimento dos empre- gados e da empresa em disponibilizar meios, como redes de comunicação, atividades em equipe, estimular a comunicação informal por meio de comunidades de prática, assim como apoiar o aprendizado individual. Segundo os autores mencionados, a princi- pal razão do êxito das companhias japone- sas foi sua competência na estruturação do conhecimento organizacional. Essa estru- turação é obtida quando são constituídos processos sociais capazes de conceber no- vos conhecimentos por meio da conversão do conhecimento tácito em explícito. 3. Ativos tangível e intangível e as relações com o conhecimento As organizações para poderem exercer suas atividades necessitam adquirir máquinas, móveis, imóveis, estoques, dentre outros. O registro da compra dos bens é feita pela Unidade 2 • Conhecimento Tácito e Explícito43/247 contabilidade através de demonstrativos contábeis, e a aplicação dos bens à contabi- lidade recebe o nome de ativo. Segundo Stewart (2002), ativo compõe toda a propriedade de uma companhia que pode ser evidenciada por um valor em dinheiro. Essa denominação leva à compreensão de que os ativos são bens materiais que podem ser controlados. Apesar de gerarem expec- tativas de benefícios futuros e o poder de propriedade que a companhia possui sobre eles, não se pode afirmar que uma compa- nhia possui controle sobre todos os seus bens porque há ainda os ativos denomina- dos intangíveis, que são imateriais e nem sempre podem ser reconhecidos ou mesmo controlados. Os ativos tangíveis são os que possuem existência física, constituídos por bens fí- sicos e materiais, podendo ser mensura- dos. Por sua vez, os ativos intangíveis di- zem respeito aos bens que a organização possui, apesar de serem de difícil mensura- ção. Como exemplos de ativos intangíveis, podem ser citados: ideias, marcas, paten- tes, softwares, direitos autorais, know-how, clientes, pesquisa e desenvolvimento etc. Link Ativos intangíveis, ciclo de vida e criação de va- lor. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/ rac/v10n3/a05v10n3.pdf>. Acesso em: 7 nov. 2016. http://www.scielo.br/pdf/rac/v10n3/a05v10n3.pdf http://www.scielo.br/pdf/rac/v10n3/a05v10n3.pdf Unidade 2 • Conhecimento Tácito e Explícito44/247 Segundo Stewart (2002), compreendendo as companhias como organismos vivos influen- ciados pelo ambiente, o conhecimento não pode ser tratado como de domínio da em- presa, devido ao seu caráter intransferível e também por incluir aspirações pessoais. Para o autor, o conhecimento é pessoal e re- vela o contexto social e individual de cada pessoa. Muitas vezes o conhecimento não pode ser transferido através de conceitos, o que resultaria em conhecimento explícito. Se o conhecimento é uma competência in- dividual, compete aos gestores o gerencia- mento das competências dos funcionários como um fator estratégico, sem que sua de- missão provoque perdas para a companhia. Para saber mais Competência é a qualidade de ser adequado e qualificado física e/ou intelectualmente frente a desafios. É a capacidade de tomar decisões bem informadas e coerentes. Contempla grupos de habilidades, atitudes e conhecimentos necessá- rios para a realização eficaz de tarefas. Refere-se a ações e comportamentos identificados pelas li- deranças como efetivas contribuições na imple- mentação da mudança; estes comportamentos são necessários para um desempenho satisfató- rio ou excelente em qualquer desafio profissional. Link: Uma rápida revisão do conceito de compe- tência em um plano de desenvolvimento indivi- dual. Disponível em: <http://www.carpsi.com. br/Newsletter_16_abr-15.pdf>. Acesso em: 6 abr. 2017. http://www.carpsi.com.br/Newsletter_16_abr-15.pdf http://www.carpsi.com.br/Newsletter_16_abr-15.pdf Unidade 2 • Conhecimento Tácito e Explícito45/247 A vantagem do capital intangível sobre o tangível reside no fato de que o primeiro evidencia uma alta capacidade de se obter valor adicional, já que cada pessoa possui uma capacidade infinita de criar e inovar, desde que o ambiente propicie condições para tal. Partindo da suposição que o conhecimen- to está dentro das companhias por meio de seu capital intelectual, capital humano e ativos intangíveis, gerenciar o conheci- mento nas empresas é criar condições para que este conhecimento seja continuamente produzido, codificado e distribuído por toda a organização. Para Chiavenato (2002), não é o bastan- te reter ativos intangíveis, mas encontrar formas de avaliar e medir estes ativos com o objetivo de gerenciá-los de forma mais efetiva. Ainda segundo o autor, sabendo de seu verdadeiro valor, a organização e os gestores poderão analisar e comandar téc- nicas mais eficazes de criação e manuten- ção destes ativos. Essa nova perspectiva do capital intelectual sinaliza estratégias que considerem: 1. Reter e desenvolver o conhecimen- to; as empresas necessitam oferecer desafios no trabalho, que acumulem continuamente novas experiências e novos conhecimentos aos indivíduos. 2. O conhecimento propiciado pelos empregados e aperfeiçoado pelas or- ganizações consiste na riqueza mais importante das companhias. Unidade 2 • Conhecimento Tácito e Explícito46/247 3. A necessidade das empresas em ela- borar estratégias transparentes de Gestão de Pessoas para poderem ad- quirir, reter e engajar seus talentos. 4. Os empregados que conservam o co- nhecimento em seu poder como os principais contribuintes para o êxito da companhia. 5. A rápida transformação das organiza- ções para a aprendizagem para pode- rem empregar de forma adequada o conhecimento, rentabilizá-lo e alcan- çar retornos. 6. Que para terem sucesso na Erada In- formação, as companhias têm adota- do a perspectiva do conhecimento e investido pesadamente nele por se tratar de uma questão de sobrevivên- cia e de competitividade porque o capital intelectual, e não mais o cap- ital financeiro, é o determinante do valor de mercado de uma companhia. Unidade 2 • Conhecimento Tácito e Explícito47/247 Glossário Brainstorming: técnica de discussão em grupo na qual os participantes contribuem com suas opiniões e ideias a fim de encontrar uma solução para um problema ou conceber um trabalho mais criativo. Sumarizar: fazer sumário de, resumir, sintetizar. Categorizar: dispor, distribuir por categorias; classificar, ordenar. Imaterial: que ou aquilo que não é ou não tem matéria; que não se pode palpar; impalpável. Questão reflexão ? para 48/247 Como você viu neste tema, a espiral do conhecimento é uma forma que as organizações possuem para converter o conhe- cimento tácito (criado e acumulado pelos empregados) em co- nhecimento explícito, disseminando-o por toda a organização. Pensando na empresa em que você trabalha, como ela poderia utilizar a espiral do conhecimento para mapear o conhecimento que as pessoas trazem dentro de si? E como a espiral pode faci- litar e estimular que os colaboradores explicitem o que sabem? Outra questão a ser refletida diz respeito a como a tecnologia da informação poderia ser melhor utilizada para aumentar o co- nhecimento da sua empresa ao invés de apenas acelerar o fluxo de informações. 49/247 Considerações Finais • As pessoas é que são responsáveis pela criação e propagação do co- nhecimento no ambiente empresarial; • Diferenças entre conhecimento tácito e explícito e o desafio no de- senvolvimento de processos que exteriorizem os conhecimentos, convertendo-os de tácitos para explícitos; • A interação entre conhecimento tácito e explícito resulta em quatro tipos de conversão do conhecimento: socialização, externalização, combinação e internalização que dizem respeito à espiral do conhe- cimento; • As organizações são constituídas por bens tangíveis (possuem exis- tência física e são de fácil mensuração) e intangíveis (difícil mensura- ção, pois são imateriais). Unidade 2 • Conhecimento Tácito e Explícito50/247 Referências CHIAVENATO, I. (2002). O capital intelectual. Disponível em: <http://www.administradores.com. br/artigos/negocios/do-capital-intelectual-chiavenato/24237/> Acesso em: 7 nov. 2016. DRUCKER, P. F. Prática da administração de empresas. São Paulo: Editora Pioneira Thomson, 2002. HONDA, A. K.; VIVEIRO, C. T. Qualidade e excelência através da metodologia Kaizen. São Paulo: Editora Érica Ltda. 1993. MASCARENHAS, A. O. Gestão estratégica de pessoas: evolução, teoria e crítica. São Paulo: Cen- gage Learning, 2008. NONAKA, I.; TAKEUCHI, H. Criação de conhecimento na empresa: como as empresas japonesas geram a dinâmica da inovação. Rio de Janeiro: Campus, 1997. STEWART, T. A. A riqueza do conhecimento: o capital intelectual e a nova organização do século XXI. Rio de Janeiro: Campus, 2002. http://www.administradores.com.br/artigos/negocios/do-capital-intelectual-chiavenato/24237/ http://www.administradores.com.br/artigos/negocios/do-capital-intelectual-chiavenato/24237/ 51/247 1. Podem ser considerados exemplos de ativos intangíveis: a) máquinas, estoques, imóveis. b) ideias, estoques, clientes. c) imóveis, pesquisa e desenvolvimento, softwares. d) know-how, clientes, móveis. e) direitos autorais, ideias, marcas. Questão 1 52/247 2. As quatro formas de conversão do conhecimento são: Questão 2 a) externalização, internalização, combinação e mediação. b) socialização, externalização, mediação e combinação. c) externalização, internalização, combinação e socialização. d) socialização, internalização, mediação e externalização. e) externalização, internalização, mediação e socialização. 53/247 3. A gestão do conhecimento é composta pelos conhecimentos: Questão 3 a) tácito e implícito b) explícito e implícito c) tácito e explícito d) implícito e compartilhado e) explícito e compartilhado 54/247 4. Em relação aos quatro modos de conversão de conhecimento, a considerada chave para a criação do conhecimento é a: Questão 4 a) combinação. b) externalização. c) mediação. d) socialização. e) internalização. 55/247 5. Ativo está relacionado a tudo aquilo que uma empresa possui e que pode ser evidenciado por um valor em: Questão 5 a) dinheiro. b) máquinas. c) estoques de matéria-prima e de produtos acabados. d) marcas e patentes. e) móveis e imóveis. 56/247 Gabarito 1. Resposta: E. Os ativos intangíveis dizem respeito aos bens que a organização possui apesar de serem de difícil mensuração. Como exem- plos de ativos intangíveis podem ser citados: ideias, marcas, patentes, softwares, direitos autorais, know-how, clientes, pesquisa e de- senvolvimento etc. 2. Resposta: C. A interação entre o conhecimento tácito e explícito resulta em quatro tipos de conver- são do conhecimento: socialização (do tácito em tácito), externalização (do tácito em ex- plícito), combinação (do explícito em explíci- to) e internalização (do explícito em tácito). 3. Resposta: C. Para Nonaka e Takeuchi (1997), o conheci- mento pode ser determinado em dois tipos: tácito e explícito. 4. Resposta: B. Dentre as quatro formas de conversão do conhecimento, a externalização é conside- rada chave para a criação do conhecimento porque ajuda a criar conceitos novos e ex- plícitos a partir do conhecimento tácito. 5. Resposta: A. Segundo Stewart (2002), ativo compõe toda a propriedade de uma companhia que pode ser evidenciada por um valor em dinheiro. 57/247 Unidade 3 Gestão do Conhecimento e Gestão por Competências Objetivos 1. Compreender a relação entre gestão do conhecimento e aprendizagem or- ganizacional. 2. Entender os conceitos de competência, gestão de competências e sua relevân- cia para a gestão do conhecimento. 3. Perceber as diferenças e similaridades entre a gestão por competências e ges- tão do conhecimento. 4. Saber como se operacionaliza o proces- so de mapeamento de competências. Unidade 3 • Gestão do Conhecimento e Gestão por Competências58/247 Introdução Segundo Fleury e Oliveira Junior (2001), as companhias são estabelecidas atualmente pelo tripé: pessoas, conhecimento e tec- nologia. Diante desse fato, para que o crescimento da companhia tenha possibilidade de ocor- rer, é imprescindível que os modelos de ges- tão administrativa e o de gestão de pessoas estejam direcionados para esse princípio. Os autores salientam que a gestão do co- nhecimento e a gestão por competências aparentam possuir informações conceituais e práticas indispensáveis a esse fim. A gestão efetiva do conhecimento organi- zacional tornou-se necessária para alcan- çar o sucesso competitivo, bem como se constitui em conceito fundamental para os gestores contemporâneos. Estes devem se empenhar em mapear o conjunto do conhe- cimento existente e na determinação de es- tratégias que possibilitem a gestão de todo o fluxo de dados, informação e conhecimen- to, de forma que contribua para o desenvol- vimento das competências essenciais. Unidade 3 • Gestão do Conhecimento e Gestão por Competências59/247 Para saber mais “O autor indiano C. K. Prahalad define competên- cia essencial como um conjunto de habilidades e tecnologias que possibilitam a uma companhia oferecer um determinado benefício aos clientes. Você identifica uma competência essencial quan- do ela gera valor percebido pelo cliente, provoca diferenciação entre concorrentes e possui ca- pacidade de expansão. Qualidade na entrega do produto ou serviço e respostas rápidas no aten- dimento ao cliente não são competências essen- ciais, são atributos obrigatórios para qualquer companhia.” (Fonte: Você sabe o que é compe- tência essencial?. Disponível em: <http://www. administradores.com.br/artigos/tecnolo- gia/voce-sabe-o-que-competencia-essen- cial/63873/>. Acessoem 6 abr. 2017. A gestão por competências possui papel es- sencial em guiar as decisões de uma orga- nização na entrega de resultados com alto valor agregado aos clientes, tendo como suporte suas competências essenciais. Como ressaltam Prahalad e Hamel (1995), as competências empresariais são a origem do desenvolvimento de novos negócios. Elas devem compor o foco da estratégia no nível corporativo. Na essência da nova sociedade, que se dis- tingue pela adaptação e trabalho com o co- nhecimento (DRUCKER, 2001), é complica- do compreender empresas que não estejam organizadas e habilitadas para o desenvol- vimento sustentável através da elaboração de competências que garantam vantagem competitiva. E a vantagem competitiva es- http://www.administradores.com.br/artigos/tecnologia/voce-sabe-o-que-competencia-essencial/63873/ http://www.administradores.com.br/artigos/tecnologia/voce-sabe-o-que-competencia-essencial/63873/ http://www.administradores.com.br/artigos/tecnologia/voce-sabe-o-que-competencia-essencial/63873/ http://www.administradores.com.br/artigos/tecnologia/voce-sabe-o-que-competencia-essencial/63873/ Unidade 3 • Gestão do Conhecimento e Gestão por Competências60/247 tará sob influência da aptidão organizacio- nal em identificar, elaborar e promover no- vas competências (CARBONE et al., 2005). 1. Gestão do conhecimento e aprendizagem organizacional Neste século XXI, a gestão do conhecimen- to e da inovação empresarial tem se mani- festado como um instrumento de essencial importância aos novos modelos de negó- cio, seja para a sobrevivência organizacio- nal, seja para a manutenção da vantagem competitiva sustentável. Para Nonaka e Takeuchi (1997), o concei- to de conhecimento é um agrupamento de experiências, valores, informações e insights que fazem com que um indivíduo assimile e incorpore novas experiências e informações. Para saber mais Vantagem competitiva é a razão pela qual os clien- tes escolhem a oferta de uma determinada empre- sa, e não a de seus concorrentes, justamente por- que a primeira tem algo, a vantagem competitiva que eles procuram, e é única ou melhor do que a oferta dos concorrentes. Ela se torna sustentá- vel quando não puder ser facilmente copiada pela concorrência, ou seja, o diferencial se sustenta por um longo período de tempo fazendo com que a companhia obtenha vantagens no seu ramo. Unidade 3 • Gestão do Conhecimento e Gestão por Competências61/247 Como a gestão do conhecimento é consti- tuída por uma série de ações e políticas que objetivam proteger o patrimônio do conhe- cimento empresarial, pode-se concluir que um dos maiores patrimônios de uma com- panhia é o conhecimento que ela reúne. E é muito importante que num processo de gestão do conhecimento os colaboradores contribuam com o conhecimento, indepen- dentemente de este ser explícito ou tácito. Entretanto, para que se reúna conheci- mento é necessário falar de aprendizagem. Para Freitas e Brandão apud Carbone et al. (2005), a aprendizagem é a ação pela qual se adquire competência, ou seja, o desem- penho do indivíduo no trabalho revela uma demonstração de suas competências, uma expressão do que a pessoa aprendeu ao longo de toda uma vida. Dessa forma, a uti- lização adequada do conhecimento atribui competência às pessoas. As ações de aprendizagem e criação de con- dições para constituição do conhecimento começam no nível individual, ou seja, nas pessoas. Elas são o ponto inicial de apoio para a ação estratégica da companhia. O papel estratégico do conhecimento tem sido cada vez mais disseminado. Para Da- venport e Prusak apud Fleury e Fleury (2001), as empresas passaram a dar mais valor à ex- periência e ao know-how de seus emprega- dos porque desligamentos ou aposentado- rias são ações que podem fazer com que os profissionais levem consigo o conhecimen- to produzido ao longo de suas experiências de trabalho, que é, na verdade, o conheci- mento organizacional. Unidade 3 • Gestão do Conhecimento e Gestão por Competências62/247 2. Gestão por competências A elaboração de um processo de gestão por competências prova ser válido pelo fato de que colaboradores desengajados, com bai- xa remuneração e ou desqualificados em termos técnicos acabam realizando servi- ços de baixa qualidade. Essa é uma das ra- zões pelas quais se tem procurado utilizar a gestão por competências como meio para aperfeiçoar a qualidade e a eficiência dos serviços prestados. Segundo Davenport e Prusak (1998) as companhias passaram a valorizar a experi- ência e o know-how de seus empregados, levando em conta que demissões ou apo- sentadorias são eventos que podem fazer com que os colaboradores levem consigo o conhecimento construído ao longo de suas vivências laborais. Dessa forma, o conheci- mento organizacional, que é somatório do conjunto de conhecimentos, habilidades e atitudes de cada profissional de uma com- panhia, em suma, de suas competências, deve ser compartilhado, apoiado no desen- volvimento e aprimoramento do processo de gestão por competências. A gestão por competências consiste num modelo gerencial baseado na suposição de que o bom desempenho de indivíduos e em- presas tem relação com o domínio de certos recursos. Segundo Fleury e Fleury (2001), esse modelo visa alinhar as competências necessárias à execução da estratégia orga- nizacional com aquelas já presentes na com- panhia, segundo padrões estabelecidos. Unidade 3 • Gestão do Conhecimento e Gestão por Competências63/247 Partindo desse discurso, a gestão por com- petências é uma opção aos modelos geren- ciais até então utilizados, com a sugestão de compreender as competências organi- zacionais primordiais para a empresa, es- tendendo aos seus colaboradores. É uma metodologia de gestão moderna, que tem como ponto principal o mercado, o negócio e o desenvolvimento profissional constante. A competência tem se tornado um dos orientadores dos modernos modelos de gestão empresarial. Prahalad e Hamel (1995) identificaram que as empresas pos- suem competências essenciais, que são indispensáveis para o estabelecimento da vantagem competitiva e o posicionamen- to de mercado. Na visão desses autores, as competências essenciais: • Reforçam o acesso da companhia em uma gama maior de mercados; • Contribuem de forma importante para melhoria da percepção dos clientes sobre o produto final e; • Tornam difícil a imitação dos produtos pelos competidores. Para saber mais Leia o artigo “Construindo o conceito de compe- tência” que tem como objetivo “recuperar o debate teórico a respeito da noção de competência, explici- tando o conceito em seus vários níveis de compre- ensão, relacionando-o à estratégia e aos processos de aprendizagem organizacional”. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/rac/v5nspe/v5ns- pea10.pdf>. Acesso em: 23 mar. 2017. http://www.scielo.br/pdf/rac/v5nspe/v5nspea10.pdf http://www.scielo.br/pdf/rac/v5nspe/v5nspea10.pdf Unidade 3 • Gestão do Conhecimento e Gestão por Competências64/247 É necessário entender que as competências essenciais e a gestão do conhecimento são conectadas de tal forma que, a partir dessa ligação, haverá condições de se obter uma melhor performance empresarial. Em suma, quando se utiliza o termo compe- tência, há alguns pontos a serem destaca- dos: 1. Significa um conjunto de conhecimen- tos, habilidades e atitudes necessárias ao desempenho de uma determinada atividade, objetivando o atingimento dos objetivos da companhia. 2. Representa comportamentos que po- dem ser observados de forma objeti- va no cotidiano de um colaborador da empresa. 3. Expressa capacidades desejadas do colaborador para realização de suas atividades no conjunto da equipe e da empresa. 4. Indica o que cada área espera do cola- borador para alcançar seus objetivos e metas. Essas reflexões revertem em três definições: competências individuais, competências específicas e competências organizacionais. As competências individuaisestão ligadas ao comportamento dos indivíduos como, por exemplo: orientação para resultados, relacionamento pessoal, liderança, iniciati- va, visão sistêmica, foco no cliente, atuação estratégica, negociação, capacidade de de- cisão e criatividade. Unidade 3 • Gestão do Conhecimento e Gestão por Competências65/247 As competências específicas estão ligadas ao conhecimento dos colaboradores. Dessa forma, são obtidas a partir da interação en- tre colaboradores ou pela incorporação por parte destes da informação explícita dispo- nível por meio de livros, relatórios, e-mails etc. Como exemplos, temos: gestão de pes- soas, gestão de processos, orientação para o mercado, inovação e tecnologia de ne- gócios, gestão do relacionamento com os clientes etc. Podem ser até mais específi- cas como: programação java, fluxo de caixa, contabilidade societária etc. As competências específicas estão direta- mente ligadas ao conhecimento e habilida- des que os indivíduos apresentam. As competências organizacionais estão li- gadas às competências que a companhia reconhecidamente possui. Isso significa que ela não depende apenas das pessoas como também da gestão que emprega e da tec- nologia que dá suporte. Isso quer dizer que a companhia só será detentora de certa competência quando houver afinidade dos itens processos, tecnologia e pessoas, com o objetivo de conceber e conservar uma de- terminada competência empresarial reco- nhecida pelos clientes, fornecedores, acio- nistas, sociedade, concorrentes e colabora- dores. As competências organizacionais podem ser descritas como um conjunto de pro- cessos, funções, tecnologias e pessoas que possibilitam a uma organização entregar Unidade 3 • Gestão do Conhecimento e Gestão por Competências66/247 produtos e serviços de alta qualidade, com rapidez, eficiência e um serviço ao cliente de alto nível. Como exemplo, destacamos: • 3M: Gestão da inovação; • Hewlett-Packard: Velocidade de lan- çamento de novos produtos; • Petrobras: Tecnologia de produção em águas profundas; • Eastman-Kodak: Tecnologia de pro- cessamento de imagens fotográficas; • Wal-Mart: Gestão de logística; • Microsoft: Desenvolvimento de sof- tware. As competências organizacionais estão li- gadas à imagem da companhia. Isso signi- fica que, ao elaborar a gestão de seus pro- cessos, tecnologias à disposição e da ges- tão dos talentos, a companhia estará cons- truindo competências que fortalecerão sua imagem institucional no mercado. Se a competência é formada por um conjun- to de conhecimentos que, reunidos, rever- tem em uma ação competente, competên- cias podem ser desenvolvidas pela gestão do conhecimento, devido à característica de compartilhamento que este modelo sus- tenta, isto é, compartilhar e disseminar as melhores práticas e torná-las padrão para as diferentes áreas da organização. Os principais ganhos oriundos da imple- mentação da gestão por competências di- zem respeito a: incremento do desempe- nho; diminuição dos índices de rotativida- de; identificação de necessidades de desen- Unidade 3 • Gestão do Conhecimento e Gestão por Competências67/247 volvimento; alinhamento entre objetivos e metas corporativas nas equipes; maior ob- jetividade relacionada aos processos de se- leção de talentos; aperfeiçoar o relaciona- mento entre líderes e liderados e manuten- ção e incremento do nível de engajamento e motivação organizacional, elevando o compromisso com a empresa. 3. A relação entre gestão do co- nhecimento e gestão por com- petências A relação entre gestão do conhecimento e gestão por competências pode ser entendi- da à medida que se percebem e se analisam seus objetivos. A gestão do conhecimento se preocupa em efetivar políticas e técnicas que têm por objetivo gerenciar o conheci- mento organizacional para que a empresa tenha condições de alcançar a eficiência. A gestão por competências importa-se em gerenciar os insumos que florescem na companhia, de forma que as competências necessárias sejam incorporadas ao alcan- ce dos objetivos empresariais. Como já dito anteriormente, a competência tem sua ori- gem a partir da relação entre indivíduos e conhecimento. Na figura a seguir podemos fazer a seguinte comparação entre ambas: Unidade 3 • Gestão do Conhecimento e Gestão por Competências68/247 Figura 3: Análise comparada entre gestão do conhecimento e gestão por competências Fonte: adaptado de Carbone et. al. (2005). Pode-se assimilar que a gestão do conhecimento e a gestão por competências são semelhan- tes em seus processos. Segundo Carbone et al. (2005), ambas se atentam em: selecionar, classi- ficar, registrar, armazenar, recuperar e disseminar o conhecimento. Unidade 3 • Gestão do Conhecimento e Gestão por Competências69/247 Para o autor, os elementos básicos que orientam as duas abordagens mostram-se parecidos. Seus focos principais podem ser descritos como a competência, o conheci- mento e a inovação, fontes de excelência para a obtenção da vantagem competitiva sustentável. Link Gestão por competências e gestão do conheci- mento: suas características e a área de recursos humanos. Disponível em: <http://www.con- tecsi.fea.usp.br/envio/index.php/contec- si/9contecsi/paper/viewFile/3434/1936>. Acesso em 23 mar. 2017. Sendo assim, os resultados desejados pe- las companhias serão reforçados se forem capazes de refletir e agir sobre essas duas abordagens ao mesmo tempo. 4. Critérios para mapeamento de competências A gestão do conhecimento pode atuar em todos os níveis empresariais, culminando no aperfeiçoamento dos processos, na redução de retrabalho e em melhorias nos produtos, resultando em performance organizacional superior em termos de resultados. A proposta da gestão do conhecimento é que o conhecimento organizacional deve ser reconhecido e, para tal, é necessário se- guir as etapas do mapeamento do conheci- http://www.contecsi.fea.usp.br/envio/index.php/contecsi/9contecsi/paper/viewFile/3434/1936 http://www.contecsi.fea.usp.br/envio/index.php/contecsi/9contecsi/paper/viewFile/3434/1936 http://www.contecsi.fea.usp.br/envio/index.php/contecsi/9contecsi/paper/viewFile/3434/1936 Unidade 3 • Gestão do Conhecimento e Gestão por Competências70/247 mento antes de colocar em execução as di- retrizes de gestão desse ativo. O mapeamento de competências, também denominado diagnóstico de competências, está fundamentado numa metodologia que possibilita organizar um mapa de compe- tências com os perfis profissionais de cada grupo de funções ou cargos. Ela é elaborada com o objetivo de responder às seguintes questões: • Quais competências existem na orga- nização? • Quais são seus tipos? Qual a impor- tância de cada tipo? • Como estão conectadas entre si? • Como se relacionam com as áreas da organização? Para Carbone et al. (2005), o mapeamento de competências possui como finalidade identificar a lacuna de competências, ou seja, a dissonância entre as competências necessárias à realização da estratégia or- ganizacional com as competências internas presentes na companhia. Ainda segundo os autores, o passo inicial do processo de mapeamento de competências equivale a Link Veja: Gestão por competências: métodos e técni- cas para mapeamento de competências. Disponí- vel em: <http://www.spell.org.br/documen- tos/ver/35846/gestao-por-competencias- -metodos-e-tecnicas-par--->. Acesso em 14 nov. 2016. http://www.spell.org.br/documentos/ver/35846/gestao-por-competencias-metodos-e-tecnicas-par- http://www.spell.org.br/documentos/ver/35846/gestao-por-competencias-metodos-e-tecnicas-par- http://www.spell.org.br/documentos/ver/35846/gestao-por-competencias-metodos-e-tecnicas-par- Unidade 3 • Gestão do Conhecimento e Gestão por Competências71/247 identificar as competências (organizaciona- is e profissionais) necessárias à realização dos objetivos da companhia. Guimarães et al. (2006) afirmam que são várias as fontes de informação que podem ser empregadas no processo deidentifi- cação de competências. Além de dados e in- formações conectados com a estratégia da organização, a empresa pode utilizar tam- bém os relatórios de avaliações de desem- penho, pesquisas de satisfação de clientes e até de pesquisas de clima organizacional, bem como análise de documento, dentre outros. Outro fato comum é o uso de ferra- mentas de pesquisa desenvolvidas particu- larmente para identificar competências im- portantes para a companhia. Além da análise documental já mencionada, há outros critérios que também podem ser utilizados para mapear competências, tais como: entrevistas, grupo focal (focus group), observação e a utilização de questionários. Para saber mais “Pesquisa que verifica as reações das pessoas em relação a um assunto. Antes de uma pesquisa mais específica (com perguntas objetivas), preci- sa haver uma noção sobre o assunto pesquisado para se criar foco no levantamento. Reúne-se um grupo de 8 a 12 pessoas escolhidas de acordo com o tema. Elas se reúnem em uma sala e começam a debater sobre o tema proposto sendo que a con- versa é livre para poder se extrair o maior número de informações” (MASCARENHAS, A. O., 2008). Unidade 3 • Gestão do Conhecimento e Gestão por Competências72/247 Na entrevista, mediante a formulação de perguntas, o entrevistador procura con- hecer a percepção do entrevistado sobre a forma como conduz seu trabalho para pod- er cruzar tal percepção com dados obtidos por meio de análise documental, a fim che- gar a um consenso e eliminar inconsistên- cias e imprecisões. O grupo focal (focus group) é uma metodolo- gia de pesquisa cuja orientação é realizada por um moderador que estimula e coordena uma discussão objetiva sobre as competên- cias importantes para a empresa (ou área), com um grupo de participantes que pos- suem conhecimentos mais aprofundados sobre os processos de trabalho da compan- hia e tem por objetivo coletar um número maior de informações. A observação é a análise do registro detal- hado das competências que se destacam acerca do trabalho de um determinado co- laborador. É um método que deve ser uti- lizado com outras técnicas para descrever competências, e tem como finalidade ex- aminar detalhes das competências mani- festadas por colaboradores ou equipes em seu cotidiano de trabalho, principalmente pela verificação de itens que poderiam ser omitidos nas entrevistas ou na aplicação de questionários. O questionário é uma ferramenta de coleta de dados com perguntas lidas e preenchi- das pelos respondentes, sem a interferência de terceiros, possibilitando a coleta de da- dos de um número considerável de colab- oradores. Unidade 3 • Gestão do Conhecimento e Gestão por Competências73/247 Glossário Insight: compreensão intuitiva e repentina dos elementos necessários para compreensão e so- lução de um problema ou situação. Contemporâneo: que é do tempo atual. Performance: ato ou processo de realizar algo; atuação, desempenho. Dissonância: ausência de harmonia, de concordância (entre duas ou mais coisas). Lacuna: espaço não ocupado, falha, falta. Questão reflexão ? para 74/247 Neste tema você se deparou, além de outras coisas, com o conceito de competência, um conjunto de conheci- mentos, habilidades e atitudes que, reunidos, retornam a uma ação competente. Diante desse fato, reflita sobre as questões a seguir, relacionadas ao trabalho que você desenvolve atualmente: • Como você avalia sua capacidade de organizar seu dia, semana e mês de trabalho? • Como é seu relacionamento com os demais colegas de trabalho da sua empresa? Questão reflexão ? para 75/247 • Você consegue se fazer entender mediante sua forma de se comunicar com outros? • Como você tem reagido frente a adversidades rela- cionadas ao trabalho? • Como é que você analisa seu poder de focar suas me- tas e como age diante de um resultado parcialmente ruim? • Como você avalia seu crescimento profissional e pes- soal no que se refere principalmente a conhecimento e preparação para o futuro? 76/247 Considerações Finais (1/2) • O conhecimento é um dos maiores patrimônios de que as organizações dis- põem; • Competências são uma demonstração da aprendizagem, ou seja, do que o indivíduo aprendeu ao logo de toda uma vida; • A gestão por competências parte do pressuposto de que o bom desempe- nho das pessoas e organizações está relacionado ao domínio de determina- dos conhecimentos, habilidades e atitudes; • As competências se subdividem em: individuais, específicas e organizacio- nais; • Tanto a gestão do conhecimento como a gestão por competências têm sua preocupação dirigida a: selecionar, classificar, registrar, armazenar, recupe- rar e disseminar o conhecimento; 77/247 • O mapeamento de competências serve para verificar quais competências existem na empresa, quais os seus tipos e a sua importância, como estão ligadas a outras competências existentes e como se relacionam aos setores da empresa. Considerações Finais (2/2) Unidade 3 • Gestão do Conhecimento e Gestão por Competências78/247 Referências CARBONE P. P.; BRANDÂO, H. P.; LEITE, J. B.; VILHENA, R. M. Gestão por competências e gestão do conhecimento. Rio de Janeiro: Fundação Getúlio Vargas, 2005. DAVENPORT T. H.; PRUSAK, L. Conhecimento empresarial: como as organizações gerenciam seu capital intelectual. Rio de Janeiro: Campus, 1998. DRUCKER, P.F. O melhor de Peter Drucker: o homem. São Paulo: Nobel, 2001. FLEURY, A.; FLEURY, M. T. L. Estratégias empresariais e formação de competências: um caleido- scópio da indústria brasileira. São Paulo: Atlas, 2001. FLEURY, M. T. L.; OLIVEIRA JUNIOR, M. de M. Aprendizagem e gestão do conhecimento. In: FLEURY, M. T. L. (coord.) As pessoas na organização. São Paulo: Gente, 2002. p. 133-146. GUIMARÃES, T. de A.; FARIA-BRUNO, M. de F.; BRANDÃO, H. P. Aspectos metodológicos de di- agnóstico de competências em organizações. In: BORGES-ANDRADE, J. E.; ABBAD, G. (org.) Tre- inamento, desenvolvimento e educação em organizações e trabalho: fundamentos para a gestão de pessoas. Porto Alegre: Artmed, 2006. NONAKA, I.; TAKEUCHI, H. Criação de conhecimento na empresa: como as empresas japonesas geram a dinâmica da inovação. Rio de Janeiro: Campus, 1997. PRAHALAD, C. K.; HAMEL, G. Competindo pelo futuro: estratégias inovadoras para obter o con- trole do seu setor e criar os mercados de amanhã. Rio de Janeiro: Campus, 1995. 79/247 1. Dentre uma das características das competências essenciais, podemos ci- tar: a) dificultam a imitação dos produtos pelos concorrentes. b) comportamentos que podem ser observados de forma objetiva no cotidiano de um colabo- rador da empresa. c) guiam as decisões de uma companhia na entrega de resultados com alto valor agregado aos clientes. d) mapeiam o conjunto do conhecimento existente. e) são constituídas por uma série de ações e políticas que objetivam proteger o patrimônio do conhecimento empresarial. Questão 1 80/247 2. Competência pode ser definida como: a) conjunto de habilidades individuais, específicas e organizacionais indispensáveis para o de- sempenho de uma atividade. b) conjunto de processos, pessoas e tecnologias indispensáveis para o desempenho de uma atividade. c) conjunto de práticas, compartilhamentos e conhecimentos indispensáveis para o desempe- nho de uma atividade. d) conjunto de conhecimentos, habilidades e atitudes indispensáveis para o desempenho de uma atividade. e) conjunto de representações, transformações e incorporações indispensáveis para o desem- penho de uma atividade. Questão 2 81/247 3. As competências organizacionais são constituídas por: a) processos, funções, tecnologias e pessoas. b) funções, tecnologias, pessoas e imagem da empresa. c) tecnologias, máquinas, edifícios e recursos financeiros. d) imagem da empresa, recursos financeiros, máquinas e processos. e) processos, pessoas, produtos e recursos financeiros. Questão 3 82/247 4. O mapeamento de competências
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