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Mensagens, Ensinamentos e Preces da Doutrina Espírita 1 1. PREFÁCIO1. PREFÁCIO1. PREFÁCIO1. PREFÁCIO Gostaríamos primeiramente de esclarecer alguns aspectos quanto à elaboração deste documento aos amigos leitores. Todos as Preces, Ensinamentos e Mensagens contidas aqui foram frutos de pesquisas em diversos livros e folhetos sobre a Doutrina Espírita bem como através de pesquisas nas páginas da Internet. Logicamente, ele contem muito pouco, comparado aos infinitos e gratificantes ensinamentos que a Doutrina Espírita nos proporciona, mas, procuramos reunir alguns desses valiosos conteúdos, esperando que o amigo possa usufruir um pouco desta maravilhosa Doutrina, que no nosso dia a dia, nos orienta, nos apoia, nos estimula e consola, mostrando-nos o quanto somos pequenos e insignificantes nesse nosso mundo. Esperamos, sinceramente, que esta coletânea seja como bálsamo na vida de todos e sirva para que possamos, pelo menos, tentar nos modificar diante dos acontecimentos diários e refletir conscientes no relacionamento com o próximo. Um grande abraço e que a Paz de Jesus esteja sempre presente em suas vidas. Hélio Marcos Júnior Mensagens, Ensinamentos e Preces da Doutrina Espírita 2 ÍNDICES (Links) voltar Assuntos Diversos e Ensinamentos da Doutrina Por que o Espiritismo ? Alguns Esclarecimentos da Doutrina espírita Algumas Frases de Allan Kardec Princípios da Doutrina Espírita Perguntas e Respostas da Doutrina Espírita Mensagens Psicografadas Em seu benefício Irmãos em Perigo Socorre Remorso Abre a Porta Não Confundas Auxílio Eficiente Vencerás Não Esmoreças Paz e Boa Vontade Aqueles que Ferem Mensagem De Amigo Nos Momentos Difíceis Salário Jesus e Nós Se Não Tens Fé Esperança Vitórias Confraternização Quando Puderes Mediunidade Com Jesus Oferta Nos Caminhos da Vida Crê e Serve Importante Recorda Jesus Clara Solução Posses A Resposta Erros Pequeninos Algo Mais no Natal Siga Feliz Deus te Abençoe Hoje é o Tempo Alcance a Paz Teu Livro Promoção Cura Espiritual Ação da Prece Mensagens, Ensinamentos e Preces da Doutrina Espírita 3 Identificação Espírita Recado de Deus Tranquilidade Regras de Saúde Mensagem de André Luiz Nosso Pai Caridade da Palavra Tensão Emocional Saúde e Consciência Paz e Compreensão Conta com Deus Não Perca Valor de um Sorriso Renovação Remédios Que Pedes Acalma-te Mais e Menos Na Hora da Irritação Uma Simples Palavra Caridade Aprendizado de amor A Tua Vida Partir o Pão Ao Levantar-se Receita de Paz Destinos Espera e Confia Consulte o Bem Senda de Perfeição Regressão da Memória Tudo Certo Cultura de Graça Caridade, Doce Irmã Dinheiro Presença de Amor Sexo e Amor Pode Acreditar Luz em Ti Vontade de Deus Oração e Cura A Paciência Perto de Nós Aviso do Tempo Ilação Espírita Espera e Ama Sempre Sinônimos Donativos Menosprezados O Espantalho Mensagem do Homem Triste Sejamos Simples Mensagem ao Semeador Nossa Vida Mental A Melhor Vingança é o Perdão Nem Tudo Com o Dinheiro Você Pode Comprar Freqüência Espiritual O Poder da Prece Anotações de Paz Compadece-te e Ora Juízo Mensagens, Ensinamentos e Preces da Doutrina Espírita 4 Mal Bases Provas Agradece Recomeço O Evangelho no Coração Com Paciência Texto Antidepressivo Cólera Rogativa do Servo Começo de Tarefa Em favor de você mesmo Se você puder Se te encontras angustiado Bilhete Breve O Dia Começa ao Amanhecer Pensamento Religioso não é ilusão Servindo Vencerás Aviso Abençoa e Segue Amizade Onde Passes Confia Sempre Prece da Criança que Ainda não Nasceu Você Mesmo Sempre Noite de Natal Abrigo Intimo Acidentados da Alma Aflições Reencarnação Palavras de Esperança Problemas Escrínio de Luz Entre Cônjuges Esnobismo Esquece Lembrando Amor, alimento das almas Em Silêncio Com Amor Multidões Marcas Levantai os Olhos Não Confundas Preces da Doutrina Espírita Prece das Mãos Prece de Joana de Angelis Nas Aflições da Vida Oração da Criança Prece de Cáritas Prece proferida por Aniceto no livro “ Os Mensageiros “ Oração do Tempo Prece de Gratidão Oração à Mulher Prece de Emmanuel Mensagens, Ensinamentos e Preces da Doutrina Espírita 5 2. AO AMIGO LEITOR2. AO AMIGO LEITOR2. AO AMIGO LEITOR2. AO AMIGO LEITOR Por que o Espiritismo ? Todas as religiões são parcelas da verdade. Todas as religiões – caminhos para Deus – são bênçãos e luzes da Humanidade para a Humanidade. Então, indagar-se-á : Por que o Espiritismo ? Tentemos esclarecer, porém, que as religiões tradicionais, embora veneráveis, jazem comprometidas com preconceitos de dogmas que, até certo ponto, lhe são necessários à função e à estrutura. No âmbito delas, a criatura se satisfaz, até que a indagação lhe exija vôos para além das constrições impostas pela autoridade humana ou até que a dor estilhace o invólucro de crenças úteis, mas superficiais, no qual se acomoda à estreitezas de vistas. Desde o século XIX a ciência experimental e filosofia especulativa partiram para novos empreendimentos, multiplicando descobertas e invenções que mudaram completamente a face externa dos povos. Entretanto, por outro lado, o sofrimento e a morte continuam os mesmos. Impõe-se demonstrarão homem que todos os avanços de que dispõe para senhorear a natureza exterior, não o exoneram do autoconhecimento. Para conhecer-nos, porém, com o devido proveito, necessitamos de religião que nos integra na responsabilidade de viver e agir, porquanto, sem religião, o homem não passa da condição de animal aperfeiçoado, impelido a cair no mesmo nível dos animais inferiores. A Doutrina Espírita é aquele Consolador prometido às criaturas pelo Divino Mestre, consagrado a explicar-lhes, em momento oportuno, as verdades eternas; e, pelas verdades eternas que o Espiritismo nos descortina, sabemos positivamente que não há morte e que a Justiça da Vida funciona acima de tudo, na consciência de cada um. Deus é amor. A vida é imperecível. O espírito é imortal. A Terra é um dos múltiplos lares da imensidade cósmica. A Humanidade é só uma família. Cada criatura é responsável por si e cada um de nós é artífice do próprio destino. Devemos a nós mesmos o bem ou o mal, a vitória ou a derrota que nos assinalem os dias. Temos, assim, na Doutrina Espírita, Religião da Sabedoria do Amor, vigentes em quaisquer plagas do Universo, a restabelecer o nosso reencontro com o Evangelho de Jesus. De posse dela, qualquer de nós está habilitado a acertar, regenerar, construir, melhorar e aperfeiçoar com o bem, onde, como e quanto quiser. Na porta da luz da Nova Revelação, estamos defrontados pela presença renovadora do Cristo de Deus. Sigamos adiante com Ele e, segundo a promessa d’Ele próprio, o amor guiar-nos-á para a luz e a verdade nos fará livres Emmanuel (página recebida pelo Médium Francisco Cândido Xavier) voltar Mensagens, Ensinamentos e Preces da Doutrina Espírita 6 Os problemas nos assolam em todos os tempos de nossa existência terrestre, uma palavra amiga é sempre bem-vinda... é sempre uma benção nos momentos difíceis, de aflição. As mensagens que nos trazem os amigos espirituais nos auxiliam, nos confortam, renovando-nos a fortaleza de ânimo. 3. Alguns Esclarecimentos da Doutrina espírita3. Alguns Esclarecimentos da Doutrina espírita3. Alguns Esclarecimentos da Doutrina espírita3. Alguns Esclarecimentos da Doutrina espírita DOUTRINA ESPÍRITA OU ESPIRITISMO O que é Espiritismo É o conjunto de princípios e leis, revelados pelos Espíritos Superiores, contidos nas obras de Allan Kardec, que constituem a Codificação Espírita: O Livro dos Espíritos, O Livro dos Médiuns, O Evangelho Segundo o Espiritismo, O Céu e o Infernoe A Gênese. É o Consolador prometido, que veio, no devido tempo, recordar e complementar o que Jesus ensinou, "restabelecendo todas as coisas no seu verdadeiro sentido", trazendo, assim, à Humanidade as bases reais para sua espiritualização. O que revela Revela conceitos novos e mais aprofundados a respeito de Deus, do Universo, dos Homens, dos Espíritos e das Leis que regem a vida. Revela, ainda, o que somos, de onde viemos, para onde vamos, qual o objetivo da existência terrena e qual a razão da dor e do sofrimento. Qual a sua abrangência Trazendo conceitos novos sobre o homem e tudo o que o cerca, o Espiritismo toca em todas as áreas do conhecimento, das atividades e do comportamento humanos. Pode e deve ser estudado, analisado e praticado em todos os aspectos fundamentais da vida, tais como: científico, filosófico, religioso, ético, moral, educacional, social. O que o Espiritismo ensina (pontos fundamentais): Deus é a inteligência suprema e causa primária de todas as coisas. É eterno, imutável, imaterial, único, onipotente, soberanamente justo e bom. O Universo é criação de Deus. Abrange todos os seres racionais e irracionais, animados e inanimados, materiais e imateriais. Além do mundo corporal, habitação dos Espíritos encarnados (Homens), existe o mundo espiritual, habitação dos Espíritos desencarnados. No Universo há outros mundos habitados, com seres de diferentes graus de evolução: iguais, mais evoluídos e menos evoluídos que os homens. Todas as leis da Natureza são leis divinas, pois que Deus é o seu autor. Abrangem tanto as leis físicas como as leis morais. O homem é um Espírito encarnado em um corpo material. O perispírito é o corpo semi- material que une o Espírito ao corpo material. Os Espíritos são os seres inteligentes da criação. Constituem o mundo dos Espíritos, que preexiste e sobrevive a tudo. Os Espíritos são criados simples e ignorantes, evoluem intelectual e moralmente, passando de uma ordem inferior para outra mais elevada, até a perfeição, onde gozam de inalterável felicidade. Os Espíritos preservam sua individualidade, antes, durante e depois de cada encarnação. Mensagens, Ensinamentos e Preces da Doutrina Espírita 7 Os Espíritos reencarnam tantas vezes quantas forem necessárias ao seu próprio aprimoramento. Os Espíritos evoluem sempre. Em suas múltiplas existências corpóreas podem estacionar, mas nunca regridem. A rapidez do seu progresso, intelectual e moral, depende dos esforços que faça para chegar à perfeição. Os Espíritos pertencem a diferentes ordens, conforme o grau de perfeição a que tenham alcançado: Espíritos Puros, que atingiram a perfeição máxima; Bons Espíritos, nos quais o desejo do bem é o que predomina; Espíritos imperfeitos, caracterizados pela ignorância, pelo desejo do mal e pelas paixões inferiores. As relações dos Espíritos com os homens são constantes, e sempre existiram. Os bons Espíritos nos atraem para o bem, nos sustentam nas provas da vida e nos ajudam a suportá-las com coragem e resignação. Os imperfeitos nos impelem para o mal. Jesus é o guia e modelo para toda a Humanidade. E a Doutrina que ensinou e exemplificou é a expressão mais pura da Lei de Deus. A moral do Cristo, contida no Evangelho, é o roteiro para a evolução segura de todos os homens, e a sua prática é a solução para todos os problemas humanos e o objetivo a ser atingido pela humanidade. O homem tem o livre-arbítrio para agir, mas responde pelas conseqüências de suas ações. A vida futura reserva aos homens penas e gozos compatíveis com o procedimento de respeito ou não à Lei de Deus. A prece é um ato de adoração a Deus. Está na lei natural, e é o resultado de um sentimento inato do homem, assim como é inata a idéia da existência do Criador. A prece torna melhor o homem. Aquele que ora com fervor e confiança se faz mais forte contra as tentações do mal e Deus lhe envia bons Espíritos para assisti-lo. É este um socorro que jamais se lhe recusa, quando pedido com sinceridade. Prática Espírita Toda a prática espírita é gratuita, dentro do princípio do Evangelho: "Dai de graça o que de graça recebestes". A prática espírita é realizada sem nenhum culto exterior, dentro do princípio cristão de que Deus deve ser adorado em espírito e verdade. O Espiritismo não tem corpo sacerdotal e não adota e nem usa em suas reuniões e em suas práticas: paramentos, bebidas alcóolicas, incenso, fumo, altares, imagens, andores, velas, procissões, talismãs, amuletos, sacramentos, concessões de indulgência, horóscopos, cartomancia, pirâmides, cristais, búzios, rituais, ou quaisquer outras formas de culto exterior. O Espiritismo não impõe os seus princípios. Convida os interessados em conhecê-lo a submeter os seus ensinos ao crivo da razão antes de aceitá-los. A mediunidade, que permite a comunicação dos Espíritos com os homens, é um dom que muitas pessoas trazem consigo ao nascer, independentemente da diretriz doutrinária de vida que adote. Prática mediúnica espírita só é aquela que é exercida com base nos princípios da Doutrina Espírita e dentro da moral cristã. O Espiritismo respeita todas as religiões, valoriza todos os esforços para a prática do bem, trabalha pela confraternização entre todos os homens independentemente de sua raça, cor, nacionalidade, crença ou nível cultural e social, e reconhece que "o verdadeiro homem de bem é o que cumpre a lei de justiça, de amor e de caridade, na sua maior pureza". "Nascer, morrer, renascer, ainda, e progredir sempre, tal é a lei." "Fé inabalável só o é a que pode encarar frente a frente a razão, em todas as épocas da Humanidade". "Fora da caridade não há salvação". O MOVIMENTO ESPÍRITA Mensagens, Ensinamentos e Preces da Doutrina Espírita 8 O que é O Movimento Espírita é o conjunto das atividades que tem por objetivo colocar a Doutrina Espírita ao alcance e a serviço de toda a Humanidade, através do seu estudo, da sua prática e da sua divulgação. O CENTRO ESPÍRITA O que é É escola de formação espiritual e moral, baseada no Espiritismo. É posto de atendimento fraternal a todos os que o procuram com o propósito de obter orientação, esclarecimento, ajuda ou consolação. É núcleo de estudo, de fraternidade, de oração e de trabalho, com base no Evangelho de Jesus, à luz da Doutrina Espírita. É casa onde as crianças, os jovens, os adultos e os idosos tenham oportunidade de conviver, estudar e trabalhar, dentro dos princípios espíritas. É oficina de trabalho que proporciona aos seus freqüentadores oportunidade de exercitar o aprimoramento íntimo, pela vivência do Evangelho em suas atividades. É recanto de paz construtiva, propiciando a união de seus freqüentadores na vivência da recomendação de Jesus: “Amai-vos uns aos outros”. Caracteriza-se pela simplicidade própria das primeiras Casas do Cristianismo nascente na prática da caridade, na total ausência de imagens, paramentos, símbolos, rituais, sacramentos ou outras quaisquer manifestações exteriores. É a unidade fundamental do Movimento Espírita. Seus Objetivos Promover o Estudo, a Difusão e a Prática da Doutrina Espírita, atendendo e ajudando as pessoas: que buscam orientação e amparo para seus problemas espirituais e materiais; que querem conhecer e estudar a Doutrina Espírita; que querem exercitar e praticar a Doutrina Espírita, em todas as suas áreas de ação. Sua atividades básicas 1. Estudo da Doutrina Espírita: Em toda a sua abrangência e sob todos os aspectos; Para pessoas de todas as idades; Para pessoas de todos os níveis culturais e sociais; Por todas as formas e meios adequados, principalmente de forma programada, metódica e sistematizada. 2. Assistência espiritual (orientação e ajuda às pessoas com necessidades espirituais): Atendimento fraterno, explanação e estudo do Evangelho à luz da Doutrina Espírita,passes e atividade mediúnica. 3. Assistência e promoção social (orientação e ajuda às pessoas com necessidades materiais): Assistência através da distribuição de alimento, roupa e remédio, e promoção através de cursos de orientação, ensino e formação profissional. 4. Divulgação da Doutrina Espírita (por todas as formas e meios compatíveis com os princípios doutrinários): Mensagens, Ensinamentos e Preces da Doutrina Espírita 9 Difusão de livros e periódicos, programas de rádio e TV, palestras. O Trabalho do Centro Espírita Para um melhor conhecimento das atividades do Centro Espírita faz-se necessário o estudo aprofundado dos documentos aprovados pelo Conselho Federativo Nacional: "A adequação do Centro Espírita para o melhor atendimento de suas finalidades", de nov/1977 e "Orientação ao Centro Espírita", de julho/1980, que integram o opúsculo "Orientação ao Centro Espírita"- Ed. FEB, e que destacam: Como entender o Centro Espírita; O que cabe a ele realizar; Como executar suas tarefas; A importância do Centro Espírita, como unidade fundamental do Movimento Espírita. O TRABALHO DE UNIFICAÇÃO DO MOVIMENTO ESPÍRITA O que é O trabalho de Unificação do Movimento Espírita é uma atividade-meio que tem por objetivo fortalecer e facilitar a ação do Movimento Espírita na sua atividade-fim, que é a de promover o estudo, a difusão e a prática da Doutrina. Como se estrutura Estrutura-se através da união dos Centros e demais Instituições Espíritas que, preservando a sua autonomia e liberdade de ação, conjugam esforços e somam experiências, objetivando o permanente fortalecimento e aprimoramento de suas atividades e do Movimento Espírita em geral. “Esses grupos, correspondendo-se entre si, visitando-se, permutando observações, podem, desde já, formar o núcleo da grande família espírita, que um dia consorciará todas as opiniões e unirá os homens por um único sentimento: o da fraternidade, trazendo o cunho da caridade cristã.” (Retirado de “O Livro dos Médiuns”- Cap.XXIX - Item 334 - Allan Kardec) Diretrizes do trabalho de Unificação 1. O trabalho de Unificação do Movimento Espírita e de União das sociedades e dos próprios espíritas assenta-se nos princípios de fraternidade, liberdade e responsabilidade que a Doutrina Espírita preconiza. "Onde está o Espírito do Senhor, aí há liberdade." Paulo - II Co, 3:17 2. Caracteriza-se por oferecer sem exigir compensações, ajudar sem criar condicionamentos, expor sem impor resultados e unir sem tolher iniciativas, preservando os valores e as características individuais tanto dos homens como das sociedades. "A tarefa da unificação é paulatina; a tarefa da união é imediata, enquanto a tarefa do trabalho é incessante, (...)." Bezerra de Menezes 3. A integração e a participação dos Centros Espíritas e das Entidades Federativas nas atividades de Unificação do Movimento Espírita são sempre voluntárias e conscientes, com pleno respeito à autonomia administrativa de que desfrutam. "O serviço da unificação em nossas fileiras é urgente mas não apressado. Uma afirmativa parece destruir a outra. Mas não é assim. É urgente porque define o objetivo a que devemos todos visar; mas não apressado, porquanto não nos compete violentar consciência alguma." Bezerra de Menezes Mensagens, Ensinamentos e Preces da Doutrina Espírita 10 4. Os programas de colaboração e apoio são colocados à disposição das Entidades Espíritas, simplesmente como subsídio ao trabalho por elas desenvolvido. "Senhor Jesus! (...) Faze-nos observar, por misericórdia, que Deus não nos cria pelo sistema de produção em massa e que por isto mesmo cada qual de nós enxerga a vida e os processos da evolução de maneira diferente." Emmanuel 5. Em todas as atividades de Unificação do Movimento Espírita deve ser sempre estimulado o estudo metódico, constante e aprofundado das obras de Allan Kardec, enfatizando-se as bases em que a Doutrina Espírita se assenta. "Allan Kardec, nos estudos, nas cogitações, nas atividades, nas obras, a fim de que a nossa fé não se faça hipnose, pela qual o domínio da sombra se estabelece sobre as mentes mais fracas, acorrentando-as a séculos de ilusão e sofrimento." Bezerra de Menezes 6. Todas as atividades de Unificação do Movimento Espírita têm por objetivo maior colocar, com simplicidade e clareza, a mensagem consoladora e orientadora da Doutrina Espírita ao alcance e a serviço de todos, por meio do estudo, da oração e do trabalho. "Em cada templo, o mais forte deve ser escudo para o mais fraco, o mais esclarecido a luz para o menos esclarecido, e sempre e sempre seja o sofredor o mais protegido e o mais auxiliado, como entre os que menos sofram seja o maior aquele que se fizer o servidor de todos, conforme a observação do Mentor Divino." Bezerra de Menezes 7. Em todas as atividades de Unificação do Movimento Espírita deve ser sempre preservado, aos que dela participam, o natural direito de pensar, de criar e de agir que a Doutrina Espírita preconiza, assentando-se, todavia, todo e qualquer trabalho, nas obras da Codificação Kardequiana. "Que ninguém seja cerceado em seus anseios de construção e produção. Quem se afeiçoe à ciência que a cultive em sua dignidade, quem se devote à filosofia que lhe engrandeça os postulados e quem se consagre à religião que lhe divinize as aspirações, mas que a base Kardequiana permaneça em tudo e todos, para que não venhamos a perder o equilíbrio sobre os alicerces em que se nos levanta a organização." Bezerra de Menezes "Seja Allan Kardec, não apenas crido ou sentido, apregoado ou manifestado, a nossa bandeira, mas suficientemente vivido, sofrido, chorado e realizado em nossas próprias vidas. Sem essa base é difícil forjar o caráter espírita-cristão que o mundo conturbado espera de nós pela Unificação." Bezerra de Menezes Atividades Federativas Para um melhor conhecimento das atividades federativas, faz-se necessário o estudo aprofundado do documento aprovado pelo Conselho Federativo Nacional, "Diretrizes da Dinamização das Atividades Espíritas", de nov./1983, que integra o opúsculo "Orientação ao Centro Espírita"- Ed. FEB, que destaca: A importância da difusão da Doutrina Espírita, especialmente na fase de transição pela qual a Humanidade está passando; A importância do trabalho de união dos espíritas e de Unificação do Movimento Espírita, para a tarefa da difusão doutrinária; A importância das Entidades Federativas nas tarefas de unificação e de difusão da Doutrina; A necessidade da união de todos em torno dos Centros e das Entidades Federativas, para que se possa atingir os objetivos da difusão doutrinária; Sugestões de atividades de Unificação do Movimento Espírita, especialmente nas tarefas de apoio aos Centros Espíritas; Observações quanto à filosofia de trabalho que norteia o serviço de Unificação do Movimento Espírita. Mensagens, Ensinamentos e Preces da Doutrina Espírita 11 OS OBREIROS DO SENHOR Aproxima-se o tempo em que se cumprirão as coisas anunciadas para a transformação da Humanidade. Ditosos serão os que houverem trabalhado no campo do Senhor, com desinteresse e sem outro móvel, senão a caridade! Seus dias de trabalho serão pagos pelo cêntuplo do que tiverem esperado. Ditosos os que hajam dito a seus irmãos: “Trabalhemos juntos e unamos os nossos esforços, a fim de que o Senhor ao chegar, encontre acabada a obra”, porquanto o Senhor lhes dirá: “Vinde a mim, vós que sois bons servidores, vós que soubestes impor silêncio aos vossos ciúmes e às vossas discórdias, a fim de que daí não viesse dano para a obra!” Mas, ai daqueles que, por efeito das suas dissensões, houverem retardado a hora da colheita, pois a tempestade virá e eles serão levados no turbilhão! Clamarão: “Graça! graça!” O Senhor, porém, lhes dirá: “Como implorais graças, vós que não tivestes piedade dos vossos irmãos e que vos negastes a estender-lhesas mãos, que esmagastes o fraco, em vez de o amparardes? Como suplicais graças, vós que buscastes a vossa recompensa nos gozos da Terra e na satisfação do vosso orgulho? Já recebestes a vossa recompensa, tal qual a quisestes. Nada mais vos cabe pedir; as recompensas celestes são para os que não tenham buscado as recompensas da Terra.” Deus procede, neste momento, ao censo dos seus servidores fiéis e já marcou com o dedo aqueles cujo devotamento é apenas aparente, a fim de que não usurpem o salário dos servidores animosos, pois aos que não recuarem diante de suas tarefas é que ele vai confiar os postos mais difíceis na grande obra da regeneração pelo Espiritismo. Cumprir-se-ão estas palavras: “Os primeiros serão os últimos e os últimos serão os primeiros no reino dos céus.”- O Espírito de Verdade. (Paris, 1862.) (Retirado de "O Evangelho Segundo o Espiritismo"- Capítulo XX. - Allan Kardec) voltar Mensagens, Ensinamentos e Preces da Doutrina Espírita 12 Algumas Frases de Allan Kardec "Fé inabalável é somente aquela que pode encarar a razão face a face, em todas as épocas da humanidade." "Nascer, Morrer, Renascer ainda e Progredir sem cessar, tal é a Lei." "Todo efeito tem uma causa; todo efeito inteligente tem uma causa inteligente; a potência de uma causa está na razão da grandeza do efeito." "Sejam quais forem os prodígios realizados pela inteligência humana, esta inteligência tem também uma causa primária. É a inteligência superior a causa primária de todas as coisas, qualquer que seja o nome pelo qual o homem a designe." "Reconhece-se a qualidade dos Espíritos pela sua linguagem; a dos Espíritos verdadeiramente bons e superiores é sempre digna, nobre, lógica, isenta de contradições; respira a sabedoria, a benevolência, a modéstia e a moral mais pura; é concisa e sem palavras inúteis. Nos Espíritos inferiores, ignorantes, ou orgulhosos, o vazio das idéias é quase sempre compensado pela abundância de palavras. Todo pensamento evidentemente falso, toda máxima contrária à sã moral, todo conselho ridículo, toda expressão grosseira, trivial ou simplesmente frívola, enfim, toda marca de malevolência, de presunção ou de arrogância, são sinais incontestáveis de inferioridade num Espírito." "Reconhece-se o verdadeiro espírita pela sua transformação moral, e pelos esforços que faz para domar as suas más inclinações" "Caminhando de par com o progresso, o Espiritismo jamais será ultrapassado, porque, se novas descobertas lhe demonstrassem estar em erro acerca de um ponto qualquer, ele se modificaria nesse ponto. Se uma verdade nova se revelar, ela a aceitará." "Melhorados os homens, não fornecerão ao mundo invisível senão bons espíritos; estes, encarnando-se, por sua vez só fornecerão à Humanidade corporal elementos aperfeiçoados. A Terra deixará, então, de ser um mundo expiatório e os homens não sofrerão mais as misérias decorrentes das suas imperfeições." "Onde quer que as minhas obras penetraram e servem de guia, o Espiritismo é visto sob o seu verdadeiro aspecto, isto é, sob um caráter exclusivamente moral" "Pelo espiritismo a humanidade deve entrar em uma nova fase, a do progresso moral, que é a sua conseqüência inevitável". voltar Mensagens, Ensinamentos e Preces da Doutrina Espírita 13 Princípios da Doutrina Espírita : A imortalidade da alma; A natureza dos espíritos e as relações com o homem; A lei moral; A vida atual, a vida futura, e o destino da raça humana; voltar Mensagens, Ensinamentos e Preces da Doutrina Espírita 14 4. Perguntas e Respostas da Doutrina Espírita4. Perguntas e Respostas da Doutrina Espírita4. Perguntas e Respostas da Doutrina Espírita4. Perguntas e Respostas da Doutrina Espírita Perguntas e Respostas retiradas da Home Page Espíritas “NOVA VOZ” do Grupo Espírita “Bezerra de Menezes” site : www.novavoz.org.br Deus, o criador do Universo O que é Deus? Como sabemos se ele existe? É a causa primária de todas as coisas, inteligência suprema que a tudo criou. Conhecemos Deus através da sua criação, observando a natureza e a perfeição existente nas leis naturais, no encadeamento lógico de tudo o que existe. Espírito e perispírito O que é Espírito? O Espírito é o princípio inteligente da Criação. São criados todos da mesma forma, simples e ignorantes, sujeitos à Lei da Evolução. Progridem em tempo que varia conforme as condições e necessidades de cada um, dentro de uma trajetória que vai das sensações à angelitude, passando pelos caminhos do instinto, inteligência e razão. Através de milhares de encarnações no plano físico, a evolução do Espírito se consolida no campo da sabedoria e da moralidade. Nos estágios inferiores, são conhecidos como demônios ou diabos. No estágio de pureza, que adquirem depois de inúmeras reencarnações, são os anjos, os arcanjos e os serafins. O que é perispírito? É o corpo astral do Espírito, para usarmos uma linguagem mais popular. É o elo que liga o Espírito (ser abstrato) à matéria. Deriva do fluido universal e sua textura varia de acordo com o ambiente do planeta onde o Espírito habita. É o intermediário entre o corpo e o Espírito. Morfologicamente seria como uma cópia do corpo físico, só que menos denso, pois feito de uma matéria diferente, imponderável e imperceptível aos nossos sentidos físicos normais. O apóstolo Paulo chamou-o "corpo espiritual". Quanto mais evoluído for o Espírito, mais etéreo será o corpo espiritual. O que é um Espírito errante? É o Espírito que permanece no mundo espiritual, no intervalo entre uma encarnação e outra, aprendendo e se preparando para novas experiências. O tempo de erraticidade depende do grau evolutivo do Espírito e de suas necessidades de aprendizado. Só os Espíritos puros não são errantes, pois não mais necessitam reencarnar. Podemos ser influenciados pelos Espíritos? Sim, podemos. A Doutrina Espírita nos instrui que somos guiados pelos Espíritos muito mais do que podemos supor. Uns nos inspiram a seguir o caminho do Bem e das boas realizações. Outros, nos influenciam sugestionando-nos para o mal. Pela nossa vontade e livre arbítrio podemos resistir ou ceder a essas influências. Entendendo a dinâmica da relação entre os fluidos espirituais e nosso corpo espiritual, podemos compreender como se dá essa influenciação. O que é e como se procede uma lavagem do perispírito? O conceito desse procedimento está expresso no livro "Consciência" de Luiz Sérgio. Mensagens, Ensinamentos e Preces da Doutrina Espírita 15 Conceitos estranhos podem ser encontrados em muitos livros psicografados, por isso torna-se necessário que se proceda ao estudo sério das obras de Allan Kardec, que traduziu os pensamentos dos Espíritos superiores, a fim de que não se absorvam ensinamentos falsos e fantasiosos. O perispírito é o corpo astral do Espírito e varia segundo a moralidade deste. Pode-se energizar o perispírito de alguém, derramando sobre ele fluidos salutares, o que o tornará mais limpo. Porém, tal procedimento é apenas passageiro. A única forma de "limpar" o perispírito definitivamente é moralizando o Espírito, tornando o seu envoltório mais leve e diáfano, à medida que atinge estágios mais avançados de evolução. Como é a constituição do perispírito em função da moralidade do Espírito? O perispírito é uma condensação do fluido cósmico universal em torno de um foco de inteligência ou alma. É formado pelos fluidos ambientais, sendo, portanto, diferentes de acordo com os mundos habitados. Nos mundos mais atrasados o perispírito é mais grosseiro e denso; nos mundos mais adiantados ele é mais leve e etéreo, pois habitam ali Espíritos mais evoluídos, favorecendo, evidentemente, ambiente energéticomelhor e mais purificado. Percebe-se, então, que a natureza do corpo espiritual está sempre em relação com o grau de adiantamento moral do Espírito, sendo mais grosseiro nos atrasados e mais diáfano nos adiantados. Será tanto mais tênue quanto mais elevado for o Espírito. Uma alma que atingiu a perfeição não volta a reencarnar? Nesse estado tem perispírito? Os Espíritos que atingem a perfeição são os chamados Espíritos Puros. Eles reencarnam apenas em missão, com o objetivo de fazer progredir a humanidade. Segundo Allan Kardec, são os mensageiros e os ministros de Deus, cujas ordens executam, para a manutenção da harmonia universal. O perispírito, como sabemos, é o envoltório da alma. É a forma de manifestação do Espírito e sua natureza fluídica está sempre em relação com o grau de adiantamento moral do Espírito. Portanto, os Espíritos puros possuem perispírito, mas de uma matéria tão etérea que, para nós que habitamos os planos mais próximo da matéria, é como se não existisse. Onde está a memória do Espírito? Alguns livros dizem que é no perispírito. O que diz a Codificação? A sede da memória, ou seja o patrimônio adquirido pela individualidade, não pode estar no perispírito e sim na Alma ou Espírito. O perispírito também é matéria, embora de uma natureza diferente da que conhecemos. É o corpo do Espírito e por onde ele se manifesta em plenitude. Cada perispírito é formada das substâncias fluídicas do ambiente onde o indivíduo habita. Portanto, o Espírito ao mudar de mundo também muda de perispírito, como se trocasse de roupa. Se admitíssemos que a sede da memória estivesse no perispírito, neste ato toda experiência acumulada ficaria no mundo anterior, o que certamente a razão repudia. Portanto, a sede da memória, ou seja, toda a história e patrimônio moral e intelectual do ser encontra-se no “sensorium comune” do Espírito, como um arquivo de onde o indivíduo retira de lá os dotes acumulados durante toda a sua trajetória evolutiva. Relata o espírito "André Luiz" em um dos livros psicografados por Chico Xavier, que após período de trabalho na Terra, retorna à colônia Nosso Lar e, em repouso deixa seu corpo (perispiritual), indo ao encontro de sua Genitora. Pergunta-se: Com que corpo? O Espírito tem mais de um perispírito? É necessário levar em consideração que a tese abordada pelo Espírito André Luiz não recebeu a chancela do Controle Universal dos Espíritos, mecanismo que, segundo Allan Kardec, deveria aferir as novas revelações vindas da Espiritualidade. Por alguns equívocos dos espíritas, tal mecanismo nunca foi criado. A projeção astral de André Luiz a um plano superior ao que se encontrava, durante o repouso, fundamenta- se na hipótese de que o corpo de manifestação do Espírito no mundo exterior se divide em sete camadas. A mais interior seria o próprio Espírito e a exterior, o corpo carnal. Desse modo, estando estacionado nas regiões onde os Espíritos estariam de posse do seu sexto veículo fluídico, André teria se projetado num plano onde as entidades espirituais (mais desmaterializadas) usariam seu quinto corpo astral. Ambas as revelações, no entanto, só devem ser admitidas como hipóteses de estudos, até que possam se submetida ao Controle Universal dos Espíritos, se é que ele um dia Mensagens, Ensinamentos e Preces da Doutrina Espírita 16 vai.ser.criado. O mundo espírita Há inferno, céu e purgatório? O céu ou o inferno, como lugar circunscrito, não existe. Allan Kardec, em "O Céu e o Inferno", nos diz que o céu, o purgatório e o inferno são estados de consciências e não um lugar físico. Evidente que através das afinidades de pensamentos, os Espíritos agrupam-se em determinadas regiões do mundo astral, dando origem a ambientes agradáveis, de sofrimento ou conturbados, que caracterizaram e deram origem aos termos usados no catolicismo. Existem anjos e demônios? Deus que é soberanamente justo e bom, não poderia ter criado criaturas destinadas infinitamente a permanecer no mal, como também ter criado Espíritos perfeitos desde sua origem, sem que eles fizessem nenhum esforço para isso. Todos os Espíritos são criados simples e ignorantes e, através das experiências, vai adquirindo saber e moralidade até atingir a perfeição. Em sua trajetória evolutiva permanece na ignorância por algum tempo, vivendo as experiências do bem e do mal, dependendo de seu livre arbítrio. Os demônios é a denominação que foi dada para Espíritos que ainda não evoluíram moralmente, e que se comprazem no mal, mas que um dia perceberão seus erros. Os anjos são Espíritos puros, que já evoluíram moral e intelectualmente, através de seus esforços desde a sua criação. Só assim se explica a bondade e a justiça de Deus. Os Espíritos, que não necessitam mais da matéria continuam com o perispírito no plano espiritual? Sim, continuam a necessitar dele. Aprendemos com a Doutrina Espírita que o corpo espiritual se eteriza na medida em que o Espírito evolui na senda do progresso. O perispírito é necessário à manifestação da individualidade no mundo espiritual. Na encarnação é elo entre o Espírito e matéria. Quando desencarnados podemos dizer que é o próprio Espírito se manifestando plenamente. Mais subsídios podem ser encontrados em A Gênese, capítulo XIV, itens 7 a 12. Como os Espíritos se locomovem? Os Espíritos esclarecidos se locomovem através do pensamento. Movimentam-se mais ou menos rápido dependendo da evolução de cada um. Os Espíritos pouco adiantados se movem no mundo invisível, como o fazem os homens na Terra. Os Espíritos podem nos visitar? Freqüentemente o fazem. Nunca estamos sozinhos. Os bons Espíritos procuram nos ajudar através da intuição, e os maus nos trazem influências que nos perturbam o equilíbrio (obsessões). O hábito da oração e vigilância constantes nos faz menos sujeitos às más influências. O que acontece com o nosso Espírito quando dormimos? No descanso do corpo físico, o Espírito desprende-se e aproveita para retomar parcialmente sua relativa liberdade, permanecendo ligado ao corpo físico por um cordão fluídico/energético. Dependendo de seus interesses e evolução poderá aproveitar estes momentos para visitar outras esferas espirituais onde terá oportunidade de aprender e trocar idéias com seres que com ele se afinizam. Pode também visitar amigos que estão no plano físico ou no plano espiritual. Se são Espíritos excessivamente apegados a Mensagens, Ensinamentos e Preces da Doutrina Espírita 17 matéria, poderão buscar ambientes mundanos para se satisfazerem. Se ao despertar sentimos paz e alegria, é que estivemos em boas companhias, mas se acordamos de mau humor, cansados e oprimidos, é porque estivemos com Espíritos ignorantes. Portanto devemos ter como hábito, antes de dormir, orar a Deus e aos bons Espíritos para que, durante o sono, nossa Alma possa estar em sintonia com os planos elevados da Criação. Os Espíritos ao desencarnarem conservariam intacta suas auras externas ? Seriam ainda emanações de seu perispírito? Aura é um termo utilizado no meio espírita, originada do esoterismo, e se refere à atmosfera fluídica criada em torno da pessoa pelas emanações energéticas do seu corpo espiritual. Allan Kardec não deu atenção a isso na Codificação, por se tratar de assunto de pouca importância para a compreensão da ciência dos fluidos. A "aura" nada mais é do que um efeito, causado pela irradiação íntima do Espírito. Não, a "aura" não é uma emanação do perispírito que, por si mesmo, nada é, a não ser uma massa fluídica estruturada pelo Espírito com sua projeção interior, para se manifestar no mundo exterior. Quando desencarnamos, sendo levados para as colônias socorristas, teria como nossos entes queridos ficarem sabendo em qual delas nos encontramos? Se forem entes desencarnados, isso dependerá da afinidade espiritual existente entre o nosso Espírito e os deles. Também se deverá levar em conta a condição evolutiva de cada um.Se são pessoas muito diferentes em moralidade, certamente irão para lugares distintos. Os mais atrasados podem desconhecer onde estão os mais adiantados. Os que nos precederam, dependendo de suas condições espirituais, poderão nos amparar no momento do desencarne e, evidentemente, saber para onde vamos. Se a informação refere-se aos entes que ficaram no mundo material, eles poderão saber as condições do Espírito desencarnado, ou o lugar onde se encontra, evocando-o numa sessão prática de Espiritismo feita por grupos sérios. O que acontece ao nosso anjo da guarda quando desencarnamos? O anjo de guarda é um Espírito protetor de uma ordem elevada que Deus, por sua imensa bondade, coloca ao nosso lado, para nos proteger, nos aconselhar e nos sustentar nas lutas da vida. Cumprem uma missão que pode ser prazerosa para uns e penosa para outros, quando seus protegidos não os ouvem seus conselhos. Quando desencarnamos, ele também nos ampara e freqüentemente o reconhecemos, pois, na verdade, o conhecemos antes de mergulhar na carne. Claro que tudo depende da condição evolutiva da pessoa em questão. O anjo da guarda poderá também nos guiar em outras experiências, por muitos e muitos tempos. Como o Espírito recém desencarnado recebe um novo envolvimento amoroso de sua esposa, ainda encarnada no mundo material? Ele não o aceita? Poderá interferir nessa relação? Há um tempo de espera, para que o cônjuge encarnado possa ter novo relacionamento sem magoar quem já desencarnou? Quando o Espírito se desprende da carne, ele entra em uma outra dimensão de vida que é a vida espiritual. Lá, terá um nova percepção das coisas, tendo um raciocínio mais livre, mais pleno, pois não está mais confinado aos limites da matéria. Compreende que viverá outros aprendizados e que os afetos deixados na vida terrena igualmente terão também experiências necessárias ao progresso individual e coletivo. Entretanto, se ele for um Espírito pouco adiantado, permanecerá preso ao seu mundo mental, vivenciando as situações que vivia quando em vida, principalmente se cultivou paixões e sentimentos de posse exacerbados. Poderá com isso sofrer, se seus entes queridos agem com desinteresse afetivo por ele, se entram em disputa por heranças ou mesmo se seus “amores” interessam-se por outras pessoas. Poderá interferir na vida das pessoas, muitas vezes originando processos obsessivos. Mensagens, Ensinamentos e Preces da Doutrina Espírita 18 Neste caso, deve-se procurar ajuda espiritual numa casa espírita kardecista, para que o problema seja devidamente equacionado. Claro, essas situações de perturbações são de exceção. Normalmente o que se observa é a compreensão por parte de quem partiu. Não há um tempo específico que seja adequado para que se tenha novo envolvimento amoroso. Vai depender da situação de cada criatura. Nas relações verdadeiras, sinceras e duradouras, geralmente quando um parte o outro permanece um bom tempo sem que encontre substituição em seu coração, quando não opta por permanecer sozinho. Entretanto, nas relações difíceis, que são maioria esmagadora no planeta, a perda não se constitui em problema. Todas essas coisas são regidas pelos sentimentos. O tempo, neste caso, é o que menos importa. Vida em outros mundos Existe vida fora da Terra? "Há muitas moradas na casa de Meu Pai", disse Jesus no Evangelho de João, 14: 1 a 3, e assim é. Deus não criaria o Universo para povoar somente um pequeno e atrasado planeta que é a Terra. Há mundos habitados em vários graus de evolução e, segundo os Espíritos Superiores, a Terra está em segundo lugar na categoria dos mundos, que varia de mundos primitivos até mundos divinos, sendo nosso planeta um mundo de provas e expiações. Que tem o mundo espiritual a dizer sobre os seres extraterrestres? Eles existem? Um dos princípios da Doutrina Espírita é a pluralidade dos mundos, portanto nada mais natural que existam seres extraterrestres. Mas é preciso tratar do assunto com certa reserva. A vida se manifesta por princípios lógicos e racionais. As leis orgânicas observadas na Terra são as mesmas em qualquer lugar do Universo. Portanto, não há razão para se acreditar em seres constituídos por outra matéria diferente daquela que encontramos no nosso pequeno mundo. A Criação é a mesma em qualquer quadrante que estiver o observador, assim como o mar é o mesmo em todos os pontos onde for examinado. Pode-se supor, no entanto, que futuramente teremos contatos com seres humanos de outros mundos, de feições mais delicadas que as nossas, mas nunca os "monstrinhos" que a imaginação fértil dos produtores de filmes tem apresentado à humanidade. Também não dá para se admitir que aconteçam "guerras nas estrelas". As civilizações mais adiantadas tecnologicamente e que viajam pelo Universo, são moralmente elevadas e não possuem armas bélicas. Guerra é um procedimento de planetas primários como o nosso. Se os extraterrenos estiveram na Terra em algum período, não se sabe. Supõem-se que sim. Se vão estar no futuro, também não se tem certeza. Se estão entre nós, devem ter motivos para se manter em silêncio. Mas o assunto ainda está em aberto para ser estudado por quem se interessa por ele. De concreto, ainda não se viu nada que convença qualquer uma destas hipóteses. Sexo na Espiritualidade Os Espíritos fazem sexo após a morte? Eles conservam suas vontades sexuais? Normalmente não há relação sexual após a morte, pois este é um ato ligado à experiência no plano carnal. O que pode acontecer no mundo invisível, é que o Espírito desencarnado ainda obcecado pelo sexo, envolva-se com outros da sua mesma natureza e se mantenham alimentando-se mentalmente dos hábitos e costumes que cultivaram em vida. É comum ligarem-se a pessoas encarnadas, cujas tendências lhes são afins, para satisfazerem suas necessidades sexuais. Nos planos espirituais onde habitam os Espíritos esclarecidos não há qualquer atividade no campo da sexualidade. Existem almas gêmeas? Não existem almas gêmeas no sentido que normalmente se dá a esse termo. Não há um homem criado especialmente para uma mulher ou vice-versa. Essa idéia, usada Mensagens, Ensinamentos e Preces da Doutrina Espírita 19 para justificar paixões transitórias, é puramente humana e nada tem a ver com as informações dadas pelos Espíritos superiores que revelaram a Doutrina Espírita. O objetivo de todos os Espíritos é atingir a perfeição e nesse estado todos se reconhecerão como verdadeiros irmãos. A mediunidade Todos somos médiuns? Todos somos portadores da mediunidade natural que é o canal psíquico pelo qual recebemos as influências boas ou ruins que estimulam as experiências do Espírito na vida terrena. Porém, nem todos somos médiuns, conforme denominou Allan Kardec. Então o que é um médium? Segundo Allan Kardec, médium é todo aquele que sente a presença ostensiva dos Espíritos, seria aquele que serviria de ponte entre o mundo visível e o invisível. A prática da mediunidade é o intercâmbio entre o mundo físico e o mundo espiritual. A faculdade mediúnica liga-se a uma disposição orgânica, porém o uso que se faz dela depende da moralidade do médium e de seus conhecimentos espirituais. Que são fluidos? Os fluidos são o veículo do pensamento dos Espíritos, tanto encarnados quanto desencarnados. Todos estamos mergulhados no fluido cósmico universal, substância básica da Criação, que varia da imponderabilidade até a ponderabilidade. Os fluidos espirituais estão impregnados dos pensamentos dos Espíritos, portanto varia de qualidade ao infinito. A atmosfera fluídica é formada pela qualidade dos pensamentos nela predominantes. Podemos nos comunicar com outros Espíritos? Sim. Todos somos Espíritos vivendo em planos diferentes da vida e estamos mergulhados na atmosfera fluídica que nos rodeia e serve de elemento de contato. Portanto, podemos nos comunicar com o mundo espiritual freqüentemente, seja através da mediunidadeostensiva consciente, dos fenômenos inconscientes, das preces ou intuições que recebemos constantemente do mundo espiritual. Existe a incorporação de Espíritos? No sentido semântico do termo não existe incorporação, pois nenhum Espírito conseguiria tomar o corpo de outra pessoa, assumindo o lugar da sua Alma. O que ocorre é que o médium e o Espírito se comunicam de perispírito a perispírito, ou seja mente a mente, dando a impressão de que o médium está incorporado. Na mediunidade equilibrada, o médium tem um maior controle de sua faculdade e o fenômeno mediúnico acontece mais a nível mental. Nos processos obsessivos graves (doenças mórbidas causadas por Espíritos inferiores), onde a mediunidade está perturbada, podem ocorrer crises nervosas. Observadores de pouco conhecimento podem achar que um Espírito mau apoderou-se do corpo do enfermo. Foi esse fenômeno que deu origem às práticas de exorcismo. Tenho bastante dificuldade para definir a diferença entre Clarividência, Vidência, Audiência, Clariaudiência, Dupla vista. A vidência e a clarividência são essencialmente anímicas. Trata-se da visão que o próprio Espírito encarnado tem do mundo invisível. Não há interferência de Espíritos e por isso não deveria (segundo Allan Kardec), ser considerada mediunidade. Mas, para fins.de.classificação,.ele.é.tida.como sendo uma mediunidade. Mesmo nos casos em que um Espírito amigo mostra um quadro projetado no ambiente astral, ainda assim, é o médium quem vê. Há ajuda na formação do quadro, mas não na visão propriamente dita. Mensagens, Ensinamentos e Preces da Doutrina Espírita 20 Vidência é a faculdade superficial. Clarividência, a mesma faculdade, mas com alcance mais profundo, podendo estender-se no espaço e (em alguns casos) no tempo. A dupla-vista é a clarividência, acompanhada da projeção do Espírito no mundo astral. Trata-se do chamado “desdobramento”. Entendemos a mediunidade de audiência como aquela em que a voz aparece na intimidade do ser. A clariaudiência é diferente, por tratar-se de uma voz clara, exterior. Como sabemos se somos médiuns? E se formos, o que devemos fazer? Allan Kardec diz que todos somos mais ou menos médiuns, pois todos possuem a mediunidade natural, canal psíquico através do qual somos estimulados ao crescimento. Entretanto, médiuns propriamente ditos são aqueles que recebem manifestações ostensivas dos Espíritos. A única forma de sabermos se temos ou não mediunidade ostensiva é nos colocando como servidores sinceros da causa de Jesus. Ou seja, deveremos primeiro fazer parte da equipe de trabalhadores de uma casa espírita e lá, através dos estudos sérios e da disciplina interior, procurarmos entender antes as nuanças do contato com os Espíritos. Allan Kardec diz em O Livro dos Médiuns, que não se deve nunca iniciar um trabalho de intercâmbio espiritual sem estudar a mediunidade. Existem algumas pessoas que sentem influências dos Espíritos, em diversos graus de intensidade, e acham que, por isso, estão prontas para trabalhar nesse campo. Geralmente não aceitam a idéia de que precisam se instruir mais e mais. Vão às casas espíritas somente para trabalhar com mediunidade e se não a aceitam naquela, buscam outra, e assim permanecem por toda a.vida. Isto pode acarretar algum problema para as pessoas? Sim, pode. Desde perturbações leves, até obsessões graves, o que infelizmente não é pouco freqüente, pela forma com que a mediunidade é tratada no Brasil. Todos somos suscetíveis às más influências devido às imperfeições próprias dos Espíritos que habitam os planetas de provas e expiações. Em muito maior escala são os médiuns que, se não cuidam do estudo e do preparo moral, funcionam como verdadeiras antenas e situam-se como focos freqüentes de perturbações espirituais. Se os médiuns não tiverem os cuidados necessários com a sua edificação e se colocarem a serviço do intercâmbio sem o devido preparo, poderão cair presas de Espíritos pouco adiantados de que está cheia a atmosfera do planeta. O que é ideoplastia? Ideoplastia é um fenômeno de transfiguração que pode acontecer durante as manifestações dos Espíritos. Quando a influência do desencarnado é muito intensa junto do campo psicossomático do médium ele poderá assumir algumas feições do comunicante. Existe o processo de incorporação? Como ele se processa? Em caso negativo, como médiuns dão passividade a Espíritos menos esclarecidos, tomando formas físicas diferentes, falando com voz alterada. Isto seria charlatanismo? O processo de incorporação tal qual essa palavra exprime não existe, pois ninguém pode “entrar” no corpo de outro. Mas o Espírito pode, e é isso o que normalmente faz, agir no campo mental através de sintonia (e por afinidade fluídica), assumindo a personalidade e a vontade do indivíduo. Nos casos de subjugação, por exemplo, o domínio é tão intenso que dá a impressão que o Espírito toma posse do corpo da pessoa. Na prática da mediunidade, quanto maior o esclarecimento do médium menor o domínio que o Espírito terá sobre ele. Se tem pouco esclarecimento sobre essa faculdade, certamente deixará que Espíritos pouco adiantados a usem da forma que bem entenderem. No que diz respeito a mudança de fisionomia, Allan Kardec instrui que trata-se do fenômeno da transfiguração, coisa mais comum nas manifestações dos Espíritos inferiores, podendo, sem dúvida acontecer também com os superiores. Mensagens, Ensinamentos e Preces da Doutrina Espírita 21 A prática da Mediunidade Devemos acreditar em tudo o que os Espíritos dizem? Os Espíritos desencarnados são almas de homens que já viveram na Terra. Portanto podem ser portadores dos defeitos e qualidades que tinham quando encarnados. Podemos acreditar nas palavras dos homens bons, mas não devemos dar crédito aos conselhos daqueles de má índole. Da mesma forma deveremos proceder com o mundo dos Espíritos. Devemos analisar cada comunicação dada pelos Espíritos, qualquer que seja o nome que assinem. Os bons trazem mensagens edificantes e com algum fim útil e querem sempre o bem da humanidade. Os atrasados ou maus podem nos enganar com palavras belas e melífluas, podendo tomar emprestado nomes de pessoas conhecidas ou Espíritos iluminados para nos impressionar. Desses devemos nos precaver, conforme nos ensina Allan Kardec em O Livro dos Médiuns. Alguém pode ser obrigado a desenvolver sua mediunidade? Ninguém é obrigado a desenvolver a mediunidade. É errada a idéia de que a mediunidade é a causa de sofrimentos e desajustes das pessoas. Geralmente, sofre-se por ignorância e por falta de cuidados com a vida no plano material. Aqueles que quiserem dedicar-se à tarefa mediúnica deverão trabalhar para vencer suas imperfeições, além de ter que estudar a Doutrina Espírita com seriedade e disciplina. Um médium que não toma esses cuidados, poderá permanecer sob a influência dos Espíritos maus. Quem for médium e não quiser praticar sua mediunidade, deverá pelo menos esforçar-se para sua melhoria moral, procurando libertar-se dos vícios mais grosseiros (cigarro, bebida e drogas). Todos os Espíritos podem se comunicar logo após sua morte? Sim, pelo menos teoricamente, todos os Espíritos podem se comunicar após a morte do corpo físico. Porém, a Doutrina Espírita nos ensina que o Espírito sofre uma espécie de perturbação (que nada tem ver com desequilíbrio) que pode demorar de horas até anos, dependendo do tipo de vida que tenha tido na Terra e do gênero de sua morte. Os Espíritos que são desprendidos da matéria desde a vida terrena, tomam consciência de que estão fazendo parte da vida espírita bem cedo, porém aqueles que viveram preocupados apenas com seu lado material permanecem no estado de ignorância por longo tempo. Dado o pouco adiantamento espiritual dos habitantes do planeta, pode-se concluir que as mensagens mediúnicas creditadas a pessoas famosas que desencarnam precocemente, não merecem credibilidade. As cirurgiasespirituais são realmente feitas por Espíritos? Nesse caso, como pode um Espírito elevado ser antiético, exercendo ilegalmente a medicina? Sim, as cirurgias espirituais são feitas por Espíritos de médicos que atuam no corpo perispiritual, utilizando de técnicas ligadas à ciência médica, usando fluidos humanos e espirituais, nada fazendo nesse campo que fira as leis humanas. Um Espírito elevado jamais transgride qualquer lei. As curas realizadas em nome do Espiritismo praticado com seriedade, são feitas utilizando apenas a fluidoterapia. As cirurgias mediúnicas feitas com instrumentos cortantes, podem ser feitas por Espíritos superiores, mas não são consideradas trabalhos espíritas. Em alguns casos de cirurgias de corte, como os de José Pedro de Freitas (Arigó) e Edson Queiroz, existia uma missão a ser cumprida e visava chamar a atenção da comunidade científica para a realidade da vida espiritual. E parece que conseguiu, porém sem maiores conseqüências pelo próprio atraso do homem para a compreensão das coisas do Espírito. Pelo lado prático, no entanto, as cirurgias mediúnicas com instrumentos cortantes não devem ser praticadas em centros espíritas orientados pela doutrina de Allan Kardec, justamente por ferir a legislação vigente e não tratar-se de uma prática que possa ser exercitada por qualquer pessoa. As curas no Espiritismo são feitas exclusivamente com a imposição de mãos. Mensagens, Ensinamentos e Preces da Doutrina Espírita 22 É possível uma pessoa que está estudando kardecismo não poder ajudar por não ter dons mediúnicos. E no caso, o que as pessoas devem fazer para saber se têm dons ou não? Qualquer pessoa pode ajudar no centro espírita, desde que disponha de boa vontade e preparo moral e doutrinário adequados. Isso se consegue com estudo e boa dose de seriedade, dedicação, abnegação e disciplina. Não é necessário ter dons mediúnicos para servir. Existem inúmeras frentes de trabalho nas casas espíritas onde se pode desempenhar tarefas que não dependem da mediunidade. Para se saber dos possíveis dons mediúnicos, Allan Kardec nos diz que devemos testar as pessoas. Não existe uma fórmula e nem podemos adivinhar quem tem ou não. Os melhores servidores nesta área são aqueles formados dentro das casas espíritas que tratam o estudo da Doutrina Espírita com seriedade. Aqui entra a grande responsabilidade do dirigente que teoricamente deveria estar apto a conduzir as pessoas de forma equilibrada ao desenvolvimento e exercício desta nobre tarefa. Os médiuns ostensivos, que já demonstram algum dom desde cedo, devem ser submetidos igualmente ao estudo disciplinado e à orientação de alguém experiente dentro do centro espírita que possa dar-lhe direcionamento seguro de sua faculdade. Caso contrário, poderá desequilibrar-se. É certo o procedimento que alguns centros espíritas têm de colocar pessoas, que estão indo pela primeira vez à casa, em trabalhos mediúnicos? Allan Kardec diz que não se deve lidar com a mediunidade sem conhecê-la. O bom senso e a razão nos falam a mesma coisa. Em todos os departamentos da vida o homem busca aperfeiçoar-se para servir melhor. Sem conhecer o seu ofício não poderá desempenhar a tarefa a que se propõe com conhecimento de causa. Portanto, colocar pessoas para lidar com Espíritos sem se preparar para isso é o mesmo que realizar experiências químicas sem conhecer as leis da química, diz o Codificador. Seria uma insensatez. Os medianeiros devem ser preparados com muita cautela para servir nesse campo. Primeiro devem estar inseridos nos trabalhos habituais da casa, servindo com dedicação e seriedade, transformando-se em trabalhadores. Devem ser instruídos nas aulas sobre a Doutrina Espírita e depois, então, poderão ser experimentados no ministério da mediunidade. A pessoa que chega à casa espírita pela primeira vez com a intenção de servir apenas no campo da mediunidade, não entendeu ainda o papel do Espiritismo em sua vida, muito menos a oportunidade que está tendo de servir com equilíbrio no campo do Bem. Necessita de instrução nesse ponto. Se for sincero o seu desejo de servir, permanecerá no aprendizado. Se não, procurará outra casa que lhe dê o que deseja. Há algum impedimento de mulheres grávidas participarem de reuniões mediúnicas? Não é aconselhável. O processo reencarnatório do Espírito é uma experiência delicada que envolve muitos aspectos energéticos e psíquicos. Um deles é o estado psicológico da mãe que, sem sombra de dúvidas, se altera por alguns meses, enquanto aguarda a chegada do Espírito que lhe foi encaminhado como filho. Ela necessita de tranqüilidade, descanso e não deve se submeter a atividades que lhe exijam grandes perdas de energias de qualquer natureza. Sabe-se que, nas atividades de intercâmbio espiritual, há toda uma movimentação de fluidos energizados, podendo haver gastos que poderá ser prejudicial para a mulher em estado de gravidez. Além disso, há o aspecto do reencarnante. É sabido pela ciência oficial da extrema importância do equilíbrio e interação mãe-filho desde o ventre. Por conta disso é prudente que se isente a mulher grávida das tarefas da mediunidade. O melhor que ela poderá fazer será cuidar de ter seu bebê em paz. Ao faze-lo, estará praticando a caridade maior, que é a de dar vida a um novo ser. Quando puder, retornará às suas atividades mediúnicas normalmente. Existem milagres? O milagre é fenômeno que não se consegue explicação racional e nos parece sobrenatural. Na verdade é apenas a manifestação intencional (provocada por agentes conscientes) ou espontâneas (causadas por agentes inconscientes) de determinadas leis da natureza, ainda desconhecidas pelo homem. Deus criou leis perfeitas e imutáveis. Se o milagre existisse seria uma transgressão a estas leis. O que existe é a ignorância dos Mensagens, Ensinamentos e Preces da Doutrina Espírita 23 princípios que regem as leis de Deus. O que pode parecer milagre para uns, é perfeitamente explicável para outros. Por exemplo um índio selvagem que visse um eclipse do sol, acharia aquilo um milagre, mas estudando astronomia, percebe que um astro se sobrepõe a outro com um fenômeno natural. A ciência ajuda na desmistificação dos milagres. Chegará o dia que em todos conhecerão as leis que regem os fluidos, a mediunidade, a influência do mundo espiritual sobre o mundo físico, a ação dos Espíritos sobre a matéria etc. Por que fechar o vaso que contém a água a ser fluidificada? O frasco que contém a água a ser fluidificada tanto pode estar aberto quanto fechado. Por uma questão de higiene certamente que será muito melhor que ele esteja com tampa. Isto não influi no resultado da magnetização, pois as substâncias colocadas na água pelos Espíritos que trabalham na fluidoterapia, através da imposição das mãos dos encarnados, atravessam os campos da matéria tangível com facilidade. O espírita deve buscar na sua reforma íntima mudar a alimentação, evitando ou eliminando as carnes de seu cardápio? O consumo de carne prejudica o exercício mediunidade? O objetivo da Doutrina Espírita é modificar moralmente o homem, fazendo-o melhor em todos os sentidos. A idéia de que o "não comer carne" contribui para a purificação do Espírito vem das doutrinas esotéricas. Isso não tem qualquer fundamento lógico e contraria as orientações dos Espíritos superiores a respeito do assunto. O que acontece é que a carne vermelha tem uma metabolização mais difícil que as carnes brancas ou alguns vegetais, tendo o organismo que despender maior gasto energético para concretizá-la. O hábito alimentar ocidental é cheio de vícios e temos que nos disciplinar para conter os excessos alimentares, que como todo excesso, faz mal para a saúde do corpo. Um corpo em desequilíbrio traz conseqüências danosas ao Espírito e vice-versa. Portanto, é prudente alimentar-se com moderação sempre. Nos dias de atividades mediúnicas, aconselha-se o consumo de alimentação mais leve para evitardesgastes energéticos com a digestão e facilitar a tarefa de intercâmbio, já que em tudo há a movimentação de energias. O consumo de carne em nada prejudica o exercício da mediunidade. O que o afeta profundamente são os vícios morais, esses um tanto mais difíceis de serem erradicados, do que o simples costume de se comer carne. O público pode freqüentar as reuniões mediúnicas do Centro Espírita? As reuniões mediúnicas são atividades íntimas da casa espírita e só devem ser freqüentadas por pessoas habilitadas para a tarefa. Allan Kardec ensina que: "a concentração e a comunhão de pensamentos sendo as condições necessárias de toda reunião séria, compreende-se que o grande número de assistentes é uma das causas mais contrárias à homogeneidade". Portanto, as reuniões mediúnicas devem ser realizadas apenas pela equipe da casa, formada por médiuns, doutrinadores, passistas e secretário. O hábito de realizar reuniões mediúnicas na presença de pessoas obsediadas ou do público estranho ao quadro de trabalhadores é completamente inadequado e não atende aos propósitos kardequianos dessa atividade. Além de não resolver nenhum problema na área desobsessiva, ainda coloca as pessoas sob risco do desequilíbrio. Quantas reuniões mediúnicas podem existir numa Casa Espírita? A quantidade de reuniões mediúnicas de um Centro Espírita fica a critério de cada casa, de acordo com a necessidade apresentada. Entretanto, via de regra, deveria ter, no mínimo, três sessões: uma reunião de desenvolvimento ou educação da mediunidade, uma de desobsessão e uma de psicografia. Quais os pré-requisitos para participar de reuniões mediúnicas? E quando a pessoa que participa não se encontra bem (ex: transtorno do pânico), como proceder? A primeira condição a ser considerada é se a pessoa faz parte do quadro de trabalhadores do centro espírita. Não se pode admitir ninguém em um trabalho dessa Mensagens, Ensinamentos e Preces da Doutrina Espírita 24 natureza se não fizer parte da equipe de tarefeiros, estando integrada nos ideais da casa. O simples fato de ser médium não credencia ninguém a trabalhar nas sessões espíritas de intercâmbio espiritual. Sendo trabalhador do centro espírita, ela deve estar inserida nas reuniões de estudo das Obras Básicas para que possa se instruir sobre a doutrina que professa. O trabalhador que não estuda não se instrui, estando, portanto, despreparado para desempenhar tão grave tarefa. Deve trabalhar incessantemente pela sua melhoria a fim de merecer a assistência dos bons Espíritos. Precisa participar ativamente dos trabalhos da casa, inclusive no campo da assistência social, desenvolvendo assim o sentimento de amor ao próximo, quando em contato com o sofrimento dos irmãos necessitados. Se a pessoa, quando no exercício da mediunidade, não se encontra bem psiquicamente, deve ser afastada das atividades práticas, submetendo-se à assistência dos Espíritos no tratamento que a casa espírita deve oferecer. Os transtornos do pânico são ligados a processos obsessivos e como tal devem ser tratados. As comunicações vindas de um médium sob o império da obsessão não devem ser consideradas, diz Allan Kardec. Todo trabalho mediúnico deve ser pautado pela disciplina dos trabalhadores com relação à assiduidade e ao comprometimento com a tarefa abraçada. Quais seriam os melhores procedimentos a serem adotados no caso de trabalhadores que faltam com alguma freqüência? Todo trabalho da casa espírita deveria ser pautado em normas que norteassem uma disciplina, o que facilitaria sobremaneira a tarefa de todos os integrantes da equipe. Entretanto, existe no movimento uma estranha aversão à disciplina devido à mentalidade de que no centro espírita tudo pode ser feito por todo mundo, bastando para isso que tenham boa vontade, mesmo que não se tenha preparo ou maturidade para a tarefa. Dizem que fazer o contrário é falta de caridade. Este procedimento tem trazido imensos prejuízos para o crescimento das casas espíritas como um todo. A tarefa mediúnica deve, mais que qualquer outra, obedecer a critérios de admissão que são os mecanismos de segurança de que fala Allan Kardec, em o Livro dos Médiuns, capítulo 29, quando trata da questões das reuniões e sociedades. Trabalhadores que faltam a um trabalho dessa natureza devem ser avaliados para analisar as razões pelas quais estão faltando. Caso sejam problemas temporários, que possam ser resolvidos em breve tempo, devem ser afastados da atividade até que se organize de forma a cumprir com dedicação e afinco sua responsabilidade. Quando resolverem, voltarão para suas atividades. Se forem razões que não atendam a uma justificativa aceitável, ou seja, cada dia é por um motivo, sem uma razão específica, demonstra que esse trabalhador ainda não compreendeu a gravidade da tarefa com a qual se comprometeu. Geralmente são pessoas que acham estar fazendo uma grande caridade e que a casa espírita necessita dela, quando é o contrário. Devem ser afastadas da atividade de intercâmbio espiritual, pois causam mais prejuízos para o equilíbrio vibratório das reuniões que qualquer outra coisa. Como estabelecer regras num trabalho de desobsessão? As regras para um trabalho dessa natureza começam na organização da casa espírita com um todo. Passa pela admissão da pessoa como trabalhador da casa, pela sua instrução quando entra nos cursos oferecidos pela casa, e pela sua moralização que é a razão de ser do Espiritismo. Portanto não se pode falar em regras em um trabalho mediúnico sem observar essas condições básicas antes. Uma vez obedecidos esses critérios, o médium é admitido na tarefa para experiência, sabendo que poderá ser afastado se não adequar-se às normas, que são basicamente: estudo, seriedade, regularidade nas reuniões bem como nas outras atividades da casa espírita e trabalho incessante para vencer suas más inclinações. Quando um grupo de estudo, com o tempo, transforma-se num grupo de trabalho mediúnico, trabalhando há mais de 7 anos atendendo Espíritos sofredores, suicidas, endurecidos e com ódio, fazendo o trabalho de orientação, doutrinação e passe, esse seria um grupo de desobsessão ou um grupo de desenvolvimento e educação da mediunidade? Mensagens, Ensinamentos e Preces da Doutrina Espírita 25 O trabalho de desobsessão tem o objetivo preciso de trabalhar para atender os casos de obsessão atendidos na casa espírita. Tem método e desenvolvimento próprios e só trabalham médiuns já educados, com certa experiência, que certamente já passaram pela reunião de educação da mediunidade. Não é aconselhável atender entidades endurecidas e com ódio nas reuniões de desenvolvimento, pelos danos psíquicos que poderão causar ao médium novato por conta de sua natural inexperiência e insegurança. Certamente que esse critério e controle fica a cargo do dirigente da reunião, que é o responsável por tudo o que ali acontece. Geralmente na desobsessão atendem-se às evocações dos casos graves de obsessão, os Espíritos maus inimigos da casa e da Causa e as manifestações espontâneas, onde os mentores trazem aqueles.que.julgarem.necessários. O que vem a ser educação e desenvolvimento mediúnico e qual a diferença da desobsessão ? O termo educação e desenvolvimento da mediunidade são usados para o mesmo fim. Nós preferimos desenvolvimento, pois na verdade no trabalho que é feito nessas reuniões, a mediunidade vai se desenvolvendo na medida do esforço e da característica pessoal do médium. O termo educação pressupõe que a pessoa já tem uma mediunidade ostensiva e vai apenas educá-la, o que na maioria das vezes não é verdade. Mas isso é uma questão de forma. O que se deve saber é que nas reuniões de desenvolvimento estamos trabalhando o dom para servir mais e melhor, ou seja desenvolvendo e disciplinando um tarefeiro de intercâmbio espiritual, para desempenhar suas atividades servindo a Jesus no amparo dos necessitados da alma. Quando estiver seguro e madurona compressão do que se propõe, bem como se sua mediunidade for de fato produtiva, o médium passará a realizar sua tarefa nas reuniões de desobsessão, se lá houver necessidade dela. Nas reuniões de desenvolvimento ou educação da mediunidade deve-se trabalhar com Espíritos sofredores de uma forma geral. Os Espíritos maus, devem ser instruídos e doutrinados nas reuniões de desobsessão, pois eles caracterizam manifestações que necessitam de médiuns mais maduros e experientes para o serviço. Como proceder em relação ao desenvolvimento mediúnico e de que forma coordenar esse trabalho? Quando o médium estaria apto para vencer essa etapa de "desenvolvimento" e iniciar o trabalho na desobsessão? Na verdade o trabalho mediúnico é toda uma ciência prática, que deve estar amplamente fundamentada na teoria kardequiana e nas mãos do dirigente da reunião, que por sua vez deve ser pessoa séria, disciplinada, dedicada ao ideal do Cristo e com autoridade moral sobre o grupo com quem trabalha. Deve ter uma vida de exemplos, se quiser realizar um trabalho que produza no campo do Bem. Visto isto, ele forma sua equipe, sempre tendo em mente que vai fazer experiências com algumas pessoas no campo da mediunidade. Deve ficar bem claro que se a pessoa não produzir bem, será afastada da tarefa e irá servir em outra área da casa. Dentro da própria reunião pode ser aproveitado no trabalho de passes ou do secretariado, funções igualmente sérias e importantes. Este procedimento só poderá ser feito se houver um perfeito intercâmbio entre o dirigente e os membros da equipe, com inteira confiança entre eles, o que necessariamente depende do tipo de organização e administração que tem a casa espírita. Casas espíritas desorganizadas e que não tenham muito critério na admissão de trabalhadores e consequentemente na composição do quadro de médiuns, esse tipo de norma é quase impossível de ser implementado, por conta dos melindres que são filhos do orgulho e da vaidade. Se for criado um laço de compromisso eterno entre o médium e o dirigente, certamente será quase impossível afastar uma pessoa improdutiva da reunião, permanecendo alguns indivíduos, às vezes, por anos a fio nas sessões, sem produzirem absolutamente nada. Dormem por todo o tempo e ainda encontram explicações de que “são médiuns excelentes doadores de fluidos”. O médium poderá ser experimentado no trabalho de desobsessão quando já tenha segurança ou potencial mediúnico confiável. Ele estará pronto quando der mostras de sua maturidade espiritual (seriedade, disciplina, dedicação, abnegação etc) e se sua Mensagens, Ensinamentos e Preces da Doutrina Espírita 26 mediunidade for produtiva. Ou seja, se der comunicações fáceis, variadas, sem floreios e fantasias. Médiuns imaturos costumam fantasiar muito, acham-se especiais, rejeitam quaisquer observações, são por demais suscetíveis, resistem à qualquer mudança de planos, melindram-se por tudo e não aceitam orientação. Esses não deveriam servir no ministério da mediunidade, pois ainda não compreenderam que o dom é de Deus e que a Ele devemos servir sem barreiras. Como se dá, em regras gerais, a rotina do trabalho mediúnico? Qual a experiência do Grupo responsável pela seção Perguntas e Respostas? Buscamos trabalhar dentro da racionalidade kardequiana, abraçando o trabalho com a seriedade devida, com o recolhimento necessário, exercendo a mediunidade de forma religiosa, como nos adverte Allan Kardec, no Evangelho Segundo o Espiritismo. Inicia-se com uma prece, depois faz-se 1 (uma) hora de estudo do Evangelho, ou então 30 minutos de Evangelho e 30 minutos de O Livro dos Médiuns, caso não tenha outro dia dedicado ao exame desse Livro, na casa. Depois disso, inicia-se a parte prática que deve durar cerca de 1 hora. Na parte prática propriamente dita, inicia-se com manifestação de um instrutor e depois abre-se espaço para as comunicações espontâneas de sofredores. Pode-se também, evocar Espíritos sofredores de determinada faixa vibratória, como suicidas, acidentados etc. Esta prática ajuda muito no desenvolvimento dos médiuns, bem como serve para aferir o grau de confiabilidade da mediunidade de quem já está há mais tempo na tarefa. Por fim, abre-se espaço para as manifestações de instrutores ou guias espirituais dos médiuns, para as considerações finais. Encerra-se com uma prece. Nas reuniões de desobsessão, segue-me o mesmo roteiro, com a diferença de que ao final, antes das manifestações do Benfeitores, evoca-se os casos graves de obsessão, que estão sendo tratados na casa. Além, é claro, das manifestações espontâneas dos casos trazidos pelos mentores espirituais do trabalho. Como formar e coordenar um grupo de pessoas novas, para "desenvolvimento" e educação mediúnica? Só se deve formar novos grupos de médiuns na casa, se houver necessidade de aumentar o quadro de trabalhadores dessa área. A mediunidade não deve ser exercida para atender a necessidade do médium, como comumente se vê, mas para trabalhar em prol de uma causa. O médium disciplinado pode trabalhar em qualquer das frentes de serviço da casa, sem prejuízo nenhum para si, desde que o faça com o verdadeiro sentimento de amor ao próximo. Se a casa já tem sua equipe de desenvolvimento e sua equipe de desobsessão, deverá zelar delas com carinho, tratando de faze-las crescer para produzirem cada vez mais. Cerca de 10 médiuns em cada reunião é mais do que suficiente para atender as necessidades de uma casa espírita que tenha uma freqüência de mais ou menos 500 pessoas por semana. Se for um casa menor, pode-se ter uma reunião com a metade desse número e funciona muito bem, desde que se guie por métodos e deixe de lado o empirismo, as longas conversas com Espíritos endurecidos, as intermináveis comunicações de "guias" e por aí afora. Não se deve esquecer que a maioria dos casos de obsessão encontrados na população podem ser tratados apenas com a correta instrução ministrada nas palestras públicas, com a ajuda da fluidoterapia. Portanto, que não sejam criados novos grupos apenas para "formar" médiuns se a casa já tem sua equipe formada. Se porventura aparecer alguém do grupo de trabalhadores que tenha uma mediunidade muito ostensiva, coloque-o na reunião de desenvolvimento para observar seu comportamento mediúnico por algumas semanas, não sem antes submetê-la a um tratamento espiritual, pois devemos sempre desconfiar das "mediunidades que começam prontas para servirem”. Tenhamos cautela com isso, diz Allan Kardec. O ideal em uma casa espírita é que tenha 3 reuniões mediúnicas na semana: uma de Desenvolvimento, uma de Desobsessão e uma de Psicografia. Gostaria de saber se Allan Kardec fez alguma alusão à prática de doutrinação, ou seja, se podemos doutrinar mais de um Espírito ao mesmo tempo. Mensagens, Ensinamentos e Preces da Doutrina Espírita 27 Há uma grande polêmica sobre esta questão. Algumas figuras do movimento instruem que não se deve colocar barreiras para as manifestações dos Espíritos nas reuniões de intercâmbio, pois isso seria faltar com a caridade. E defendem a prática das manifestações simultâneas, deixando a mercê dos médiuns, e evidentemente do mundo espiritual, toda a rotina do trabalho mediúnico. Se o que se quer é quantidade de manifestações, esta prática serve, mas se o que se almeja é o auxílio aos irmãos necessitados que são trazidos nas reuniões, deve-se mudar o rumo das coisas. Allan Kardec, na Revista Espírita, instrui incansavelmente sobre a forma de conversar com os Espíritos, e certamente conversava com um de cada vez. Para analisar com racionalidade a questão basta que apliquemos a dúvida em nossa vida prática: consegue-se conversar com duas ou três pessoas ao mesmo tempo? Em assembléias onde muitas pessoas falam simultaneamente logo se estabelece a confusão. Nas reuniões mediúnicas isso deve ser muito mais considerado, pois necessita de um clima vibratório propício de calma e recolhimento, o que
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