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síndrome dilatação vólvulo gástrica - clínica de pequenos animais

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1 Clínica de pequenos | Prof° Danilo Rodrigues | Medicina Veterinária UFPA 2019 | Alicia de Souza Silva | @drabichinho 
o que e? 
Também conhecida como torção gástrica ou timpanismo, é uma enfermidade aguda e letal, caracterizada pelo aumento do 
tamanho do estômago associado à rotação em seu eixo mesentérico, acometendo cães de raças grandes com tórax profundo.
Etiologia da enfermidade 
• Multifatorial! 
• Superalimentação: animais de grande porte que comem 
bastante apenas 1x por dia e bem rápido → comum em 
cães de guarda 
• Conformação do tórax profundo: ocasiona no 
afrouxamento dos ligamentos hepatogástrico e 
hepatoduodenal → estômago é “solto” e apresenta 
maior mobilidade dentro da cavidade abdominal 
• Êmese e eructação defeituosos: comum nesses animais 
devido à conformação da cárdia e do piloro, dificultando 
a saída de gases 
 
Fisiopatogenia 
• Aumento da pressão intragástrica: distensão das 
camadas musculares e serosa do estômago, enquanto 
que a mucosa e a submucosa se distendem 
naturalmente 
• Riscos de perfuração: parede gástrica se torna mais fina 
e delgada, podendo se romper → peritonite séptica se 
houver rompimento 
• Hemoperitônio: se houver ruptura de vasos que já 
estavam obstruídos e ingurgitados devido à distensão 
do estômago 
• Isquemia do intestino: quando o estomago fica muito 
distendido e comprime o intestino, o qual se torna 
isquêmico e libera toxinas bacterinas 
• Diminuição do débito cardíaco: a diminuição do retorno 
venoso no átrio direito resulta em hipotensão 
• Compressão do diafragma: a dilatação empurra o 
diafragma, reduzindo o espaço na cavidade abdominal, 
comprimindo também os pulmões e grandes vasos 
 
 
Sinais clínicos 
• Inquietação e indisposição → animal sente mal estar 
• Respiração curta e rápida → estômago distendido 
limita o tórax 
• Êmese não produtiva → não vomita 
• Sialorreia abundante → DOR!! 
• Gastralgia → bastante dor na região epigástrica durante 
a palpação 
• Sinais de choque → pulso periférico fraco, taquicardia, 
aumento do TPC, mucosas hipocoradas 
 Exame físico 
• Palpação: dolorosa e uma possível esplenomegalia 
(baço pode estar anatômico ou pendendo para o lado 
direito) 
• Percussão: som timpânico → em animais musculosos 
ou acima do peso, pode dificultar na escuta da 
percussão 
• Aumento do volume abdominal 
 
Diagnóstico 
• Radiografia: deve ser feita somente após a 
descompressão, para não comprometer a função 
cardiorrespiratória do paciente. 
o Projeção: lateral direita e dorsoventral, pois o 
piloro enche de ar e facilita a localização 
o Vantagens: facilita a diferenciação entre dilatação 
gástrica simples e DGV 
o Laudo: 
▪ Estômago distendido 
▪ Piloro preenchido por gás cranial e dorsal ao 
fundo do estomago 
▪ Linha radiopaca dividindo o estomago em 
compartimentos → certeza de rotação!! 
▪ Pode ter esplenomegalia 
 
Radiografia abdominal laterolateral com dilatação gástrica 
demonstrando estômago preenchido com gás 
• Exames laboratoriais: inespecíficos e não fecha 
diagnóstico. É utilizado apenas para avaliar de forma 
sistêmica 
• Diagnóstico diferencial: dilatação gástrica simples, 
vólvulo do ID, torção esplênica primária, hérnia 
diafragmática. 
Resumo da fisiopatogenia 
A rotação gástrica ocorre após a dilatação e o 
estômado distendido reduz o retorno venoso ao 
coração, diminuindo o rendimento cardíaco, causando 
redução da reperfusão tecidual e culminando em 
choque. 
A expansão diafragmática na respiração fica limitada 
devido à distensão gástrica, consequentemente 
aumentando a FR. 
 
2 Clínica de pequenos | Prof° Danilo Rodrigues | Medicina Veterinária UFPA 2019 | Alicia de Souza Silva | @drabichinho 
Tratamento 
• Descompressão: é o primeiro procedimento que deve 
ser feito no paciente, pois visa eliminar gases e melhorar 
o padrão respiratório, aumentando o débito cardíaco. A 
descompressão pode ser feita de 3 formas: 
o Punção com agulha de grande calibre via 
transcutânea: feita no ponto de maior distensão 
da parede abdominal, dando saída para o gás e 
aliviando o quadro de desconforto do animal, 
diminuindo a compressão do diafragma. É 
temporário, pois ainda há fermentação de gás no 
estômago. 
o Passagem de sonda orogástrica: nem sempre 
passa, mas se passar, deve-se fazer uma lavagem 
com solução salina em sistema sifonado ou com 
bomba de sucção → essa ajuda a fazer a 
radiografia 
o Gastrostomia temporária na região paracostal 
direita: método de descompressão alternativo que 
deve ser feito às pressas quando não dá tempo de 
levar o paciente para a cirurgia. 
• Terapia de choque: não deve ser feita se o animal não 
foi descomprimido 
o Fluidoterapia: ringer com lactato 90ml/kg/hora 
o Antibioticoterapia e oxigenioterapia 
o Monitorização cardíaca → lidocaína se houver 
arritminas ventriculares 
o Se paciente estiver em choque, succinato sódico 
de metilprednisolona 30-50mg/kg ou 
dexametasona 2-4mg/kg IV 
• Antibioticoterapia perioperatória: + aconselhados 
o Ampicilina 22mg/kg IV IM SC VO TID ou QID 
o Amoxicilina 22mg/kg VO IM SC BID ou TID 
o Cefalotina 30mg/kg IV IM TID 
o Enrofloxacina 5-10mg/kg VO IV BID 
o Ceftriaxona sódica 30mg/kg IV BID → usada 
sozinha 
o Metronidazol 15mg/kg VO IV BID → associar, com 
exceção da ceftriaxona

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