Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
PEDAGOGIA OS DESAFIOS E AS POSSIBILIDADES DO USO DAS FERRAMENTAS TECNOLÓGICAS NO CONTEXTO DA PANDEMIA EM INSTITUIÇÕES ESCOLARES Uberlândia - MG 2021 1 OS DESAFIOS E AS POSSIBILIDADES DO USO DAS FERRAMENTAS TECNOLÓGICAS NO CONTEXTO DA PANDEMIA EM INSTITUIÇÕES ESCOLARES Trabalho apresentado à Anhanguera como requisito parcial à aprovação no 4º semestre do curso de Pedagogia. para a obtenção de média bimestral para as disciplinas: Ed Cultura Digital, Educação a distância Educação e Diversidade, Educação Inclusiva, Inovação Educacional, Libras – Língua Brasileira de Sinais, Sociedade Brasileira e Cidadania Tutor à Distância: Crisangela Biassi de Almeida Uberlândia - MG 2021 2 SUMÁRIO 1- INTRODUÇÃO 3 2- DESENVOLVIMENTO 4 3- CONSIDERAÇÕES FINAIS 8 4- REFERÊNCIAS 9 3 INTRODUÇÃO Diante da Pandemia do novo Coronavírus (Covid-19) no primeiro semestre de 2020, todas as escolas escolas foram obrigadas a fecharem suas portas e a buscarem meios alternativos para a continuidade das aulas à vista do asseguramento do direito constitucional à educação, cujo objetivo é o pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho (BRASIL, 1988). Diante do novo contexto de impedimento das aulas presenciais, o uso das tecnologias se tornaram uma possibilidade da continuidade e prosseguimento do ano letivo evitando maiores perdas para o desenvolvimento dos alunos. No entanto, diversos desafios esbarram nas novas possibilidades promovidas pelo uso dos recursos tecnológicos. Perante o exposto, várias medidas foram tomadas em forma de Pareceres pelo Conselho Nacional de Educação, a fim de subsidiar as redes de ensino e suas respectivas escolas na implementação do ensino remoto para conter a contaminação ocasionada pela pandemia do novo Coronavírus (COVID-19), dentre elas, podemos citar o Parecer CNE/CP n. 05/2020, que tratou da reorganização do calendário escolar e da possibilidade de cômputo de atividades não presenciais para fins de cumprimento da carga horária mínima anual; o Parecer CNE/CP n. 09/2020, que se trata de um reexame do parecer anterior e o Parecer CNE/CP n. 11/2020, que definiu as orientações educacionais para a realização de aulas e atividades pedagógicas presenciais ou não no contexto da pandemia. Além desses esforços iniciais por parte do CNE, a Lei de Diretrizes e bases da Educação Nacional (LDBN) já previa a possibilidade de ensino a distância em casos emergenciais, em seu artigo 32, § 4º, a LDB afirma que “o Ensino Fundamental será presencial, sendo o ensino a distância utilizado como complementação da aprendizagem ou em situações emergenciais”. (BRASIL, 1996). Á visto disso, a internet e a aparelhagem tecnológica se tornaram importantes instrumentos possibilitadores das aulas remotas. No entanto, o ensino à distância na Educação básica vem encontrando dificuldades no que tange a adesão dos alunos as plataformas de ensino por falta de acesso a internet, altas taxas de evasão escolar, dificuldades de aprendizagens que não podem ser acompanhadas de perto pelos professores, agravação das desigualdades sociais, falta de formação adequada para os professores que encontram dificuldades em manusear as tecnologias em favor de suas aulas, 4 dificuldade dos alunos público-alvo da educação especial em acompanhar as aulas online, entre outros inúmeros problemas que esbarram no acesso e na permanência dos alunos na escola. DESENVOLVIMENTO Ainda nos primeiros semestres de 2020 por conta das suspensão das aulas presenciais devido a pandemia de covid-19, as instituições escolares se viram diante de desafios inéditos no que tange ao ensino e ao aprendizado dos alunos. O retorno às aulas presenciais foi discutido amplamente em todas as esferas da sociedade, culminando com diversas tentativas de retomada do cotidiano escolar normalmente, pois as primeiras pesquisas apontavam que as crianças contraiam formas menos graves da doença e transmitiam menos o vírus. No entanto, novos estudos alertavam para uma nova variante capaz de atingir com maior gravidade crianças e jovens. Os estados que haviam flexibilizado as normas de contenção social, inclusive com o retorno das aulas de forma escalada e\ou através do ensino híbrido enfrentaram grandes ondas de contaminação, chegando a estarem na bandeira vermelha e com o sistema público e privado de saúde colapsado. Devido a este contexto, o retorno às aulas presenciais se apresenta inviável e novas questões e demandas surgiram provocando inquietações em gestores, professores, pais e alunos de todas as escolas em nível nacional. Devido ao contexto apresentado, emerge da escola a necessidade de sua reorganização e atualização, juntamente com várias questões que afloram no seio do processo de escolarização de crianças e adolescentes. Como a instituição tem vivido esse processo? Quais são os conhecimentos e recursos materiais que possui, ou deveria possuir, para que suas atividades possibilitem formas legítimas de ação? Diante da adoção do ensino remoto pelas redes, está a escola dando continuidade a um processo educacional ou exacerbando já conhecidos movimentos de desigualdade e exclusão? (ALMEIDA E DALBEN, p. 02, 2020) 5 Adiante, a pandemia ocasionada pelo Covid-19 foi responsável por afetar a educação em várias esferas, dentre elas, podemos destacar o agravamento da desigualdade social que impacta diretamente na trajetória escolar dos alunos do país. Apontamos por exemplo, a falta de acesso a aparelhagem tecnológica e a pacote de dados ou serviços de wi-fi que possibilitem a participação e a realização das atividades e aulas propostas pela escola. Segundo ALMEIDA E DALBEN (p. 03, 2020) “Diante desse dilema, em contraponto a nada fazer, coube aos profissionais buscar formas de se reinventar para manter seu exercício docente.” Dito isso, a escola se vê diante de uma oportunidade de se reconfigurar a fim de possibilitar a continuidade do ano letivo contribuindo para que o direito à educação e o direito à vida sejam preservados e garantidos simultaneamente. Dentre as possibilidades oportunizadas pelo uso da tecnologia, destacamos a implementação do ensino remoto via plataformas digitais com atividades síncronas e assíncronas planejadas pela equipe pedagógica da escola a fim de manter o processo de escolarização ativo dos alunos. Diante disso, as escolas buscam caminhos alternativos para atingir todos os estudantes e suas particularidades sociais e culturais, visando driblar as desigualdades sociais no campo educacional, estendendo as aulas online para canais abertos de tv e fornecendo as atividades através de apostilas fornecidas pela própria escola. Essas reinvenção de ações e práticas pedagógicas são necessárias, pois como afirmam ALMEIDA E BALBEN (2020) a interação e a comunicação podem podem ser mediadas através dos recursos tecnológicos, entretanto não podemos nos furtar de reconhecer que ainda não houve democratização nesse aspecto. Além disso, outro exemplo da reorganização do trabalho pedagógico durante a quarentena são as políticas de formação adotadas pelas redes de ensino num aspecto macro e pelas escolas num aspecto micro, com os objetivos de promover o aprimoramento das interações entre alunos e professores. Essas formações concebidas no seio das escolas, são frutos da reflexão direta da equipe escolar sobre o ensino remoto e seus desafios enfrentados pelos alunos e professores, e buscam atualizar o corpo docente no que tange a utilização eficaz dos recursos disponíveis para as aulas onlines, visando o compromisso com a aprendizagem dos estudantes. Ademais, outra ação realizada pelas escolas, consiste no acompanhamento de perto da frequência das turmas e no estabelecimento de contato direto com a família via telefone, whatsapp ou outras 6 redes sociais com o intuito de converter o baixo número de acessos às aulas pelos alunos. Essas são apenas alguns desafios e possibilidades da organização do trabalhopedagógico em tempos de pandemia que adentraram nas instituições escolares, ainda há muitas outras que precisam ser refletidas coletivamente pela docência a fim de garantir uma educação de qualidade referenciada publicamente. Dito isso, é irrefutável afirmar de que a tecnologia promove grandes contribuições empregadas no processo de ensino-aprendizagem ...se empregada de forma consciente, coerente e responsável, contribui significativamente para o processo de ensino-aprendizagem e para o desenvolvimento coletivo da sociedade humana. (p. 921, ARAUJO, VIEIRA, KLEM, KRESCIGLOVA, 2017). A função da tecnologia é de transpor barreiras e de auxiliar a sociedade a pensar, refletir sobre suas ações, planejar, executar, produzir e desenvolver o conhecimento com a finalidade de transformar o espaço em que estamos inseridos a fim de promover uma qualidade de vida. Além disso, apesar do termo tecnologia ser empregado usualmente como referência apenas a equipamentos e aparelhos eletrônicos, é importante frisar que tudo o que se produz é considerado tecnologia. Dito isso, os mais variados recursos didáticos construídos e utilizados pelos professores, são considerados tecnologia na medida que compõem meios de facilitação da aprendizagem. No ambiente virtual, por meio das aulas à distância, esses recursos didáticos e tecnológicos também fazem parte do planejamento escolar, o uso de jogos, músicas, vídeos, imagens e outros recursos interativos tornam as aulas mais atrativas, promovem a motivação dos alunos e facilitam o processo de ensino e aprendizagem. A verificação dessa premissa se concretiza quando vemos uma situação semelhante, visto que, de acordo com ARAÚJO et al. (2017) o primeiro computador é um instrumento utilizado pelos povos primitivos e teve seu uso convertido em um recurso pedagógico muito utilizado até os dias de hoje: o ábaco, um instrumento cuja a finalidade é de auxiliar a contagem. É claro que, com o passar do tempo, os instrumentos foram evoluindo e se aprimorando até chegarmos nos aparelhos sofisticados de hoje, como os notebooks e desktops. Com 7 isso, o uso do computador e da internet na escola para fins educacionais se configura num passo importante para a evolução dos processos educativos, pois os alunos de hoje não são mais os mesmos alunos das gerações anteriores, tendo assim, outras demandas que a escola precisa atender. É por isso que, as crianças da atualidade são conhecidas como “nativas digitais”, em razão de já nascerem numa era propriamente marcada pelo uso difundido da tecnologia. Por conseguinte, é imprescindível que a escola comece a inserir ferramentas que lhe auxilie na formação pautada numa perspectiva integral, mais reflexiva do ser humano como um cidadão ativo na construção de um mundo melhor. No entanto, é necessário cautela com as concepções salvacionistas que permeiam a temática, pois a tecnologia não é a resposta para sanar todos os males da educação brasileira, e sim uma valiosa e potente ferramenta que ao ser utilizada de forma consciente, será capaz de promover benefícios a professores e alunos ao longo do percurso escolar durante e após a suspensão das aulas ocasionadas pela pandemia do covid 19. Diante da importância do uso tecnológico na educação no contexto atual, as reflexões recaem sobre um outro grupo mais específico de estudantes: os alunos público-alvo da educação especial, que demandam mais atenção da equipe pedagógica da escola por conta de suas particularidades inerentes ao aprendizado. Além dos desafios e potencialidades citados anteriormente, entram em questão os recursos pedagógicos e metodologias responsáveis por promover a apropriação dos conhecimentos científicos através de um atendimento pautado nas singularidades dos alunos com os objetivos de proporcionar uma educação inclusiva. Nesse cenário, as tecnologias assistivas podem ser facilitadoras nos processos de inclusão. Segundo FACHINETTI e CARNEIRO (2017), as tecnologias assistivas são consideradas um elemento chave na promoção dos direitos das pessoas com deficiência. Essas tecnologias são compostas por diferentes métodos, materiais, recursos, produtos, práticas e serviços e constitui-se num caráter interdisciplinar, sendo utilizado por médicos, fonoaudiólogos, terapeutas e educadores com objetivo de proporcionar o desenvolvimento completo e por conseguinte a independência dos usuários desse recurso. Nessa perspectiva do ensino remoto, podemos citar como exemplos, o aplicativo gratuito Hand Talk que converte textos em portugues para a língua brasileira de sinais (LIBRAS), possibilitando o acesso aos textos e livros 8 enviados pelos professores. Adiante, também vale destacar o sistema operacional gratuito DOSVOX, criado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro e que oportuniza pessoas com deficiência visual a usarem normalmente computadores convencionais, propiciando a participação do aluno nas aulas síncronas ofertadas pela escola. Além disso, Os recursos TA disponível na escola podem ser os recursos de acessibilidade computacional que facilitam o processamento de informações e conteúdos escolares agindo como um facilitador de aprendizagem; os recursos de comunicação alternativa que são utilizados para estudantes que apresentam comprometimentos severos de fala; auxílios de mobilidade; adequação postural, além de adaptações de recursos escolares que tenham a finalidade de otimizar a funcionalidade do aluno. (FACHINETTI e CARNEIRO, p. 1591, 2017) Essas são apenas algumas possibilidades entre tantas outras que podem ser utilizadas de acordo com as especificidades de cada aluno público-alvo da educação especial, e que deverão ser escolhidas através do olhar sensível dos professores regentes em conjunto com os professores especializados da Educação Especial e da reflexão sobre a prática pedagógica a fim de efetivar a escolarização das crianças com deficiência. CONCLUSÃO Por todos os aspectos mencionados ao longo deste estudo, foi possível refletir criticamente sobre os desafios e as possibilidades do uso das ferramentas tecnológicas no contexto da pandemia em instituições escolares, no entanto, as contribuições deste trabalho se estendem para um contexto de retomada as aulas presenciais, pois a reflexão aqui apresentada se faz necessária entre estudantes de licenciaturas, docentes e demais integrantes da comunidade escolar, uma vez que, os recursos tecnológicos quando usados de forma consciente e responsável pode auxiliar nos processos de ensino aprendizagem dos alunos da educação básica, estabelecendo a ponte necessária entre escola e alunos num momento de reclusão social, a fim de conter os altos índices de contaminação pelo novo coronavírus. Além 9 disso, através de recursos didáticos pedagógicos, os professores podem motivar os alunos tornando as aulas mais atrativas, ao mesmo tempo que, promove a participação ativa dos alunos nas aulas. No que tange a educação inclusiva, as tecnologias assistivas apresentam inúmeras possibilidades para o trabalho educativo, pois são responsáveis por promover acessibilidade e maior independência para as pessoas com deficiência. Entretanto, para que as tecnologias sejam empregadas em todas as suas potencialidades, é preciso que haja condições necessárias para tal, desde o acesso tanto da escola, quanto dos alunos a aparelhagem tecnológica e redes que forneçam internet, à formação continuada de professores e a oferta de recursos financeiros físicos, tecnológicos e humanos que possibilitem a efetivação da aprendizagem, principal finalidade da educação. Portanto, através deste estudo, foi possível alinhar teoria e prática através da relação dos conteúdos desenvolvidos nas disciplinas deste semestre e da situação problema geradora desta pesquisa. REFERÊNCIAS ARAUJO, S. P., VIEIRA, V. D., KLEM, S. C. S; KRESCIGLOVA, S. B. Tecnologia na educação: contexto histórico, papel e diversidade. In: IV Jornada de Didática III Seminário de Pesquisado CEMAD. UEL, 2017. Disponível em: https://bityli.com/345JF. Acesso em: 15 dez. 2020. BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF: Senado Federal: Centro Gráfico, 1988. BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, LDB. 9394/1996. BRASIL. ALMEIDA, L. C. DALBEN, A. (re)organizar o trabalho pedagógico em tempo de Covid-19: no limiar do (im)possível. Revista Educação e Sociedade. Campinas. v. 41. n. 02. p. 01-20. 2020. Disponível em: https://www.scielo.br/pdf/es/v41/1678-4626- es-41-e239688.pdf Acesso em: 15. dez. 2020. FACHINETTI, T. A., CARNEIRO, R. U. C. A tecnologia assistiva como facilitadora no processo de inclusão: das políticas públicas a literatura. Revista de Política e Gestão Educacional. Araraquara, v.21, n.3, p. 1588-1597, dez., 2017. Disponível em: https://periodicos.fclar.unesp.br/rpge/article/view/10093/7162.%20%20Acesso%20e m:%2018.%20 dez.%202020 . Acesso em 17. dez. 2020.
Compartilhar