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HAM IV ADULTO Duda Campos DERMATITE SEBORREICA Pode ser chamada de: • Eczema seborreico • Eczemátide CARACTERÍSTICAS • Afecção crônica • Frequente • Recorrente • Não contagiosa • Ocorre em regiões cutâneas ricas em glândulas sebáceas, às vezes em algumas áreas intertriginosas • Pode haver predisposição familiar e discreta predominância no sexo masculino • O Pityrosporum orbiculare pode ser um fator desencadeante ou agravante • Em lactentes, é frequente o encontro da Candida albicans • Tensão emocional pode agravar • Podem apresentar dermatite seborreica: siringomielia, poliomielite, lesões do trigêmeo e doenças de Parkinson • Dermatite seborreica de forma extensa e resistente ao tratamento ocorre com frequência em HIV-positivos • Psoríase e dermatite seborreica são afecções distintas. Há, porém, quadros que se iniciam como a segunda e evoluem para a primeira ou com lesões de ambas. Para essas formas de passagem, pode-se usar a expressão híbrida “seboríase”. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS DERMATITE SEBORREICA DO LACTENTE • Surgem precocemente no neonato ou nos primeiros meses de vida do lactente • Escamas gordurosas e aderentes, sobre base eritematosa no couro cabelo • Não afeta os cabelos • “crosta láctea” • Ocorrem manchas eritematoescamosas na face, no tronco, em áreas de dobras e nas regiões intertriginosas como pescoço, nuca, axilas e nas inguinal e genitoanal (área da fralda) • São frequentes infecções secundárias por bactérias, particularmente Staphylococcus aureus ou por levedura, em geral Candida albicans, ou até por dermatófito. • Prurido discreto e decurso crônico, melhorando gradualmente • Eventualmente, as lesões seborreicas podem ser a manifestação inicial de um quadro grave, eritrodérmico, a doença de Leiner ou eritrodermia esfoliativa do infante. • A erupção cutânea é acompanhada de diarreia, vômitos, anemia e febre. • Deficiência de C5, causando perturbação na função leucocitária, é considerada a responsável por esse quadro. DERMATITE SEBORREICA DO ADULTO • Lesões eritematoescamosas • Atingem o couro cabeludo, face, sulco nasogeniano e glabela, área retroauricular, regiões pubiana e axilar Doenças Eritematoescamosas HAM IV ADULTO Duda Campos Nas porções medianas do tórax: • As lesões podem ser figuradas, circinadas ou arcadas, constituindo a chamada dermatite médio torácica No couro cabeludo, na forma descamativa mínima, é a pitiríase esteatoide ou capitis (caspa) Em crianças e jovens: • Escamas aderentes • Espessas • Difíceis de destacar • “pseudotinha” Blefarite e eczema do conduto auditivo externo são manifestações de dermatite seborreica O quadro tem curso crônico, com fases de acalmia e de recaída Calor, perspiração, fricção, ingestão excessiva de hidratos de carbono, alimentos condimentados, álcool e tensões podem agravar o quadro Em áreas de dobra, são frequentes as infecções secundárias por bactérias ou candidose Há formas disseminadas de dermatite seborreica com lesões isoladas ou com grandes placas eritematoescamosas-secretantes Em virtude de tratamentos irritantes ou sensibilizantes, podem surgir quadros eritrodérmicos DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL PSORÍASE HAM IV ADULTO Duda Campos • Escamas são secas e há lesões típicas nos cotovelos e joelhos • No couro cabeludo, a dermatite seborreica é difusa, enquanto a psoríase apresenta placas circunscritas PITIRÍASE RÓSEA • Quadro eruptivo • Atinge particularmente o tronco • Múltiplas lesões ovaladas ou papulosas • Prurido ausente ou discreto • Não acomete o couro cabeludo • Sem localização preferencial nas áreas seborreicas ECZEMA ATÓPICO • No lactente, inicia-se mais tardiamente • Lesões papulovesiculosas-secretantes • O comprometimento das dobras anterior do cotovelo e posterior do joelho e outras manifestações de atopia, asma e rinita identicam a afecção CANDIDOSE E DERMATOFITOSE • Infecção secundária por levedura do gênero Candida, em geral C. albicans, • É comum nas dobras, particularmente em lactentes • Pode ser primitiva • Característico: lesões satélites em colarete • A dermatofitose pode apresentar lesões circinadas, simulando a dermatite seborreica figurada. A erupção é vista em áreas não seborreicas DOENÇA DE LETTERER-SIWE • Histocitose • Em crianças apresenta quadro cutâneo de lesões eritematoescamosas que lembram dermatite seborreica • Há um componente púrpurico nas lesões TRATAMENTO DERMATITE SEBORREICA DO LACTENTE COURO CABELUDO • Remover as escamas com óleo mineral ligeiramente aquecido, limpando com solução de Burow a 1:30, ou com solução de permanganato de potássio a 1:10.000, ou com água boricada • Utilizar creme de corticoide de baixa ou média potência, eventualmente com um antibacteriano ou antifúngico • Sabonete ou xampus antisseborreicos podem ser indicados TRONCO E ÁREAS INTERTRIGINOSAS • Realizar limpeza com água boricada, solução aquosa de Burow diluída a 1:30 ou de permanganato de potássio diluída a 1:10.000 • Empregar creme de corticoides associado com antibacteriano e antimicótico quando houver eritema intenso, somente por alguns dias • Em seguida, utilizar cremes ou pastas protetoras à base de óxido de zinco associado, eventualmente, com uma droga antisséptica, como cetrimida MEDIDAS GERAIS • Evitar o excesso de roupas e de aquecimento • Somente usar roupas de algodão ou linho • Fraldas devem ser trocadas frequentemente, e nos casos mais graves, eliminadas até melhora clínica TERAPIA SISTÊMICA • Em geral não é necessária • Nos casos mais intensos, é possível usar prednisona por tempo limitado, iniciando com 0,5 a 1mg/kg/dia e com redução gradual • Quando houver infecção bacteriana, antibióticos são necessários ERITRODERMIA DESCAMATIVA (DOENÇA DE LEINER) • Tratamento com internação • Antibioticoterapia sistêmica, transfusão de plasma ou sangue total e manutenção do estado geral • Aplicar ultravioleta em doses suberitematosas • Fazer banhos de permanganato e potássio a 1:30.000 • Cremes de corticoides, preferivelmente hidrocortisona, alternativamente em áreas diversas, pela possibilidade de absorção e efeito sistêmico DERMATITE SEBORREICA DO ADULTO TRATAMENTO TÓPICO COURO CABELUDO • Diversas substâncias em sabonetes ou xampus são usadas com resultados variáveis • Sabonetes com ácido salicílico (3%) e enxofre precipitado (10%). • Utilizar xampus com zinco-piridiona (1%), sulfeto de selênio (1 ou 2,5%) – que pode HAM IV ADULTO Duda Campos descolorir os cabelos –, cetoconazol (2%) e ciclopiroxolamina 1%. • Nas formas mais discretas, obtém-se, em geral, o controle do quadro • Loções capilares com corticoides são úteis como terapia tópica única ou complementar ao uso de sabonete ou xampus referidos • Nas formas mais resistentes, usar xampu de coaltar (4 a 5%) e creme ou pomada de corticoide – pode ser usado em curativo oclusivo durante a noite • Lavar pela manhã e passar creme ou loção de corticoide • Em caso de crostas espessas e aderentes, a solução de propilenoglicol em água (50%), eventualmente com ácido salicílico a 3%, aplicada em curativo oclusivo por algumas horas, é recurso eficaz, previamente ao uso do creme de corticoide FACE • Creme de corticoide não fluorado, preferivelmte de hidrocortisona a 1%, que pode ser alternado com creme de cetoconazol a 2% • Sabonetes com enxofre e ácido salicílico são úteis, ainda que eventualmente irritantes • Aplicações de ultravioleta B são indicadas nos casos resistentes • Nas blefarites, cremes ou pomadas oftalmológicas com hidrocortisona e um antibiótico TRONCO • Pomadas de corticoide, isoladasou em conjunto com ácido salicílico • Sabonete de enxofre e ácido salicílico é útil para controle da recidiva ÁREAS INTERTRIGINOSAS • Realizar exame micológico direto para exclusão de candidose ou dermatofitose, sempre que necessário • Usar cremes ou pomadas de corticoide com antibacteriano e antifúngico por tempo limitado • Limpar com água boricada e fazer manutenção com pasta de zinco com antibacteriano e antifúngico FOTOTERAPIA • Ultravioleta B pode ser efetivo em formas resistentes de dermatite seborreica • Em formas eritrodérmicas, o PUVA tem dado resultados ANÁLOGOS DA VITAMINA D3 • Calcipitrol e calcitriol podem ser usados em formas resistentes e na seboríase TACROLIMO • Usado com resultados de bons a excelentes TRATAMENTO SISTÊMICO • Quando ocorrer infecção bacteriana ou fúngica, administrar antibiótico ou antifúngico • Em formas disseminadas ou exacerbadas, indica- se prednisona, dose inicial de 1mg/kg/dia • Em casos resistentes, pode ser experimentada a tetraciclina, na dose de 500mg, duas vezes ao dia, por dez dias, e 500mg, uma vez por dia, por 20 dias • A isotretinoína, na dose de 1mg/kg/dia, é indicação para casos graves e resistentes PSORÍASE • Dermatose crônica • Lesões eritematoescamosas • Acomete igualmente ambos os sexos • Pode aparecer em qualquer idade • Mais frequente na terceira idade e 4ª década da vida • Ocorrência universal • Na américa do sul e Brasil, incidência 1% • Menos frequente nos descendentes afro- americanos • Inexistente na população indígena americana PATOGENIA • Causa desconhecida • Predisposição geneticamente determinada • Modo de herança multifatorial Fatores do desencadeamento ou exacerbação; • Trauma cutâneo: físico, químico, elétrico, cirúrgico, inflamatório • O trauma pode determinar o aparecimento de lesão em área não comprometida – fenômeno isomórfico ou reação de Koebner • Papel do estreptococo beta-hemolítico no desencadeamento da psoríase aguda, em gotas • Doentes com HIV apresentam exacerbação importante da moléstia • Certas drogas como lítio, betabloqueadores, antimaláricos e anti-inflamatórios não hormonais agravam a doença • A administração e interrupção do corticoide sistêmico pode resultar no agravamento da condição ou desenvolvimento de forma grave da psoríase eritrodérmica e psoríase pustulosa HAM IV ADULTO Duda Campos generalizada, que também pode ser desencadeada por hipocalcemia • Estresse emocional é, muitas vezes, relacionado, pelo doente, ao desencadeamento ou exacerbação da enfermidade MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS PSORÍASE EM PLACAS (OU PSORÍASE VULGAR) • Forma mais comum – 90% • Placas eritematoescamosas bem delimitadas, de tamanhos variados, afetando, geralmente de forma simétrica, a face de extensão dos membros, particularmente joelhos e cotovelos, couro cabeludo e região sacral • Número de lesões é variável, de uma a centenas, podendo acometer qualquer outra área da pele • Com menor frequência, pode atingir as dobras flexurais (psoríase invertida) quando a descamação se torna menos evidente pela sudorese e por maceração locais • Podem ser afetadas as semimucosas genitais ou dos lábios • Em algumas lesões, predomínio do eritema, e em outras, a descamação, formada por escamas secas, branco-prateadas, aderentes e estratificadas • Sempre há uniformidade no aspecto clínico das lesões • O comprometimento das unhas é frequente, com estrias ou pequenas depressões (unha em dedal), além de “manchas de óleo” • Pode haver também onicólise e hiperqueratose • Pode ocorrer prurido e queimação, que varia de acordo com o estado emocional do doente • Evolução crônica, com períodos de exacerbação e de acalmia, quando podem ser observadas lesões anulares, características do quadro em remissão Na curetagem metódica (raspagem da lesão): Sinal da vela: pela raspagem da lesão, destacam-se escamas esbranquiçadas, semelhantes à raspagem de uma vela Sinal do orvalho sangrento ou de Auspitz: quando, pela continuação da raspagem, após a retirada das escamas, surge uma superfície vermelho brilhante com pontos hemorrágicos HAM IV ADULTO Duda Campos PSORÍASE EM GOTAS • Mais comum em crianças, adolescentes e adultos jovens • Aparecimento súbito de pequenas pápulas eritematodescamativas de 0,5 a 1cm de diâmetro, geralmente localizadas no tronco • Em geral, precedida de infecção estreptocócica, comumente de vias aéreas superiores e em alguns casos pode ser resolvida espontaneamente de 2 a 3 meses • As lesões podem persistir, aumentar de tamanho, tomando características da psoríase em placas PSORÍASE ERITRODÉRMICA • Eritema intenso, de caráter universal • Descamação discreta • A eritrodermia pode ocorrer no curso evolutivo da doença • Mais frequentemente é desencadeada por terapias intempestivas, por administração e posterior interrupção de corticoide sistêmico, podendo corresponder à exacerbação da enfermidade em doente com Aids • Predomina o eritema • Perda excessiva de calor pela vasodilatação generalizada, levando à hipotermia • Perda da função da barreira da pele: pode ocorrer bacteriemia e septicemia, além do aumento de perda de água transepidérmica • Nos casos de longa evolução, é possível haver diminuição do débito cardíaco e até mesmo comprometimento da função hepática e renal HAM IV ADULTO Duda Campos PSORÍASE PUSTULOSA FORMA GENERALIZADA • Lesões eritematoescamosas e pustulosas generalizadas • Psoríase de Von Zumbusch • Pode ser desencadeada, em um doente com psoríase vulgar, por interrupção de corticoide sistêmico, por hipocalcemia, por infecções ou mesmo por irritantes locais • Geralmente, há comprometimento do estado geral, febre e leucocitose • A erupção persiste por poucas semanas, revertendo ao quadro anterior ou se transformando em psoríase eritrodérmica FORMA LOCALIZADA • 3 subformas: uma, com lesão única ou algumas lesões com pústulas que, em geral, não evolui para a forma generalizada • Outras, com lesões nas extremidades dos dedos das mãos e/ou artelhos, conhecida no passado pela denominação de acrodermatite contínua de Hallopeau, e a terceira é formada por pustulose palmoplantar, PPP, abacteriana. • Manifesta-se por áreas bem definidas de eritema, descamação e pústulas, geralmente bilaterais e simétricas nas palmas e/ou cavos plantares PSORÍASE ARTROPÁTICA • Ocorre em 10 a 15% dos doentes de psoríase, em geral naqueles com lesões cutâneas disseminadas • Forma mais frequente é uma mono ou oligoartrite assimétrica de fácil controle e bom prognóstico, que afeta particularmente as articulações interfalangianas distais ou proximais • Velocidade de hemossedimentação está aumentada • O fator reumatoide e os fatores antinucleares estão ausentes FORMAS ATÍPICAS PSORÍASE NA CRIANÇA • Apresenta-se eventualmente com aspectos insólitos • Placas eritematosas ligeiramente descamativas • Localizadas somente em uma área, como a região orbitária ou genital • Placa descamativa no couro cabeludo pode ser indistinguível na dermatite seborreica PSORÍASE NO IDOSO • Ocorre principalmente nos membros inferiores • Em formas mínimas caracterizadas por lesões discretamente eritematosas e descamativas, possíveis de confusão com dermatite asteatósica QUERATODERMA PALMOPLANTAR PSORIÁSICO • Uma forma de psoríase • Pode atingir parcial ou integralmente a palma e/ou planta • Tem nítida delimitação • O comprometimento das unhas ou eventuais lesões em outras regiões confirmam a diagnose PSORÍASE UNGEAL • As unhas são frequentemente afetadas na psoríase • Existência de depressões gotadas, cupuliformes – unhas em dedal • Essas depressões, com alargamentodas bordas da unha, são sugestivas de psoríase • Estriações transversais, onicorrexe, hiperqueratose subungueal são outras alterações das unhas psoriáticas • Pode preceder o aparecimento das lesões cutâneas e ser, durante anos, a única manifestação da afecção • Para confirmar, sempre excluir a onicomicose pelo exame micológico • Registrar a possibilidade de infecção fúngica estar associada à psoríase, considerando que a unha lesada é mais facilmente contaminada por dermatófitos HAM IV ADULTO Duda Campos DIAGNÓSTICO • Eminentemente clínico em face do tipo e da distribuição das lesões A sífilis pode, no período secundário, apresentar lesões psoriasiformes, porém outros achados, como adenopatia, placas mucosas e a sorologia específica confirmam a infecção As lesões de psoríase no couro cabeludo costumam ser placas bem delimitadas, o que as diferencia das lesões de dermatite seborreica A delimitação das lesões é também critério para distinguir a dermatite seborreica da psoríase invertida A curetagem metódica geralmente permite diferenciar a psoríase em gotas da pitiríase liquenoide, em que a descamação não é estratificada A psoríase eirtrodérmica deve ser distinguida das eritrodermias encontradas em atópicos, nas erupções medicamentosas e nos linfomas A histopatologia pode ser necessária para a diagnose A pustulose palmoplantar deve ser diferenciada da disidrose, que se localiza, em geral, somente nas mãos, com vesículas em vários estádios e prurido variável A diagnose com dermatofitose não é difícil em virtude da presença de lesões descamativas e intertriginosas e do exame micológico direto HISTOPATOLOGIA • Alongamento das cristas epiteliais • Afinamento na porção suprapapilar • As papilas estão alargadas e edemaciadas • Na epiderme, ocorrem paraqueratose, desaparecimento da camada granulosa e presença de agrupamentos de neutrófilos – os microabscessos de Munro • Podem ocorrer, particularmente na psoríase pustulosa, cavidades contendo neutrófilos – as pústulas espongiformes de Kogoj TRATAMENTO • Esclarecer para o paciente que se trata de uma doença cutânea, não contagiosa, sem comprometimento sistêmico e de evolução imprevisível HAM IV ADULTO Duda Campos • Excepcionalmente, há comprometimento articular • Não há medicamento para cura definitiva • Os recursos terapêuticos possibilitam o controle • O tratamento depende do tipo de psoríase, da extensão do quadro e de fatores como idade, ocupação, condições gerais de saúde, nível intelectual e socioeconômico do doente MEDICAÇÕES TÓPICAS CORTICOSTEROIDES TÓPICOS • Empregados como loções, no couro cabeludo, creme, para a face e áreas intertriginosas, e pomadas para lesões no tronco e membros • Uma das desvantagens é a taquifilaxia, em que o doente necessita de preparados cada vez mais potentes para o clareamento das lesões • A longo prazo, o uso de corticoides potentes especialmente em áreas intertriginosas ou se utilizam sob oclusão, pode causar atrofia da pele, com o aparecimento de telangiectasias, víbices e púrpura • Deve-se utilizar o corticoide em associação com outras medicações, prevenindo seu uso exagerado e as consequências da medicação COALTAR • Preparações seguras, raramente ocorrendo efeitos colaterais • Diluído em cremes, emulsões, pomadas MÉTODO DE GOECKERMAN • Indicado para psoríase disseminada, não eritrodérmica • Coaltar + radiação ultravioleta B • Aplica-se a pomada de coaltar e o doente deve permanecer com ela o maior tempo possível • O ultravioleta é empregado em doses crescentes, diariamente ou em dias alternados, com a remoção parcial da pomada • Depois da irradiação, banho para retirar as escamas e reaplicação da pomada • A resposta costuma ocorres após 20 a 30 aplicações • A pomada de coaltar, pelo odor e por manchar e sujar roupas, dificulta ANTRALINA OU DITRANOL • Empregada em lesões localizadas ou disseminadas • Pode ser utilizada em baixas concentrações durante 24h ou altas concentrações com aplicações de 15 a 30 minutos • O clareamento ocorre entre 3 a 4 semanas • Substância irritante, deve ser evitada em áreas intertriginosas e próximo aos olhos e às mucosas • A pele ao redor da lesão deve ser protegida pois pode ocorrer pigmentação perilesional • Poe manchar roupas também • Pode ser associada ao ultravioleta ANÁLOGOS DA VITAMINA D • Eficácia moderada semelhante à da maioria dos corticoides potentes • Podem provocar irritação da pele e fotossensibilidade, especialmente da face, onde devem ser evitados • Lavar as mãos após aplicar a pomada em qualquer outra área • Associação com corticoide tópico tem melhor resultado terapêutico MEDICAÇÃO TÓPICO-SISTÊMICA • Quando a erupção não pode ser controlada por medicação tópica ou quando a extensão/gravidade do quadro exigir • PUVA: Drogas fotoativas + exposição à radiação ultravioleta de ondas longas, UVA • O método PUVA é altamente eficaz na psoríase • A pele e a retina ficam sensíveis à radiação ultraviolenta por cerca de 12 horas após a ingestão de drogas fotoativas • Recomendar o uso de óculos escuros e proteção contra a luz solar por 24 horas após a tomada da medicação • Efeitos colaterais: náusea, eritema, prurido e queimaduras • A longo prazo, ocorrem bronzeamento da pele, envelhecimento precoce, maior potencial de desenvolvimento de carcinomas e catarata • Não deve ser recomendado em crianças, reservando-se para casos selecionados MEDICAÇÕES SISTÊMICAS AMETOPTERINA (METOTREXATO) • Droga hepatotóxica • Antagonista do ácido fólico • Ação na hiperproliferação celular • Indica-se em casos extensos e resistentes que impedem as atividades dos doentes • Particularmente recomendado na psoríase artropática e eritrodérmica • Pode ser útil também na psoríase pustulosa generalizada • Mais indicado: administração via oral de 15mg/semana, 5mg a cada 12 horas, em três tomadas HAM IV ADULTO Duda Campos • Com o controle do quadro, pode reduzir a medicação pra 7,5mg/semana ou aumentar o intervalo de administração para cada duas ou 3 a 4 semanas • Não usar em pacientes com hepatopatias, comprometimento da função renal, doenças hematológicas e outras doenças sistêmicas • Devem ser feitos controles hematológicos, no início, semanais e, posteriormente, mais espaçadas • Necessidade de provas funcionais hepáticas periódicas • Indicada biópsia hepática após 4g de dose total da medicação • Sinais precoces de intolerância: aparecimento de erosões aftoides na mucosa oral, geralmente traduzindo leucopenia importante • Efeito colateral mais comum: desconforto gástrico nos dias da tomada do medicamento ACITRETINA • Retinoide • Derivado da vitamina A • Ativo em alterações da queratinização e na psoríase • Dose de 0,5 a 1mg/kg/dia • Indicada na psoríase pustulosa generalizada • Na psoríase em placas generalizadas e na psoríase eritrodérmica, é possível melhora significativa após 3 a 4 meses de tratamento • Pode associar com UVB ou PUVA para quadros mais resistentes • Efeitos colaterais: queilite leve ou moderada, dose-dependentem, em 100% dos casos tratados, epistaxe e mais raramente, conjuntivite, paroníquia, alopecia e prurido são também comuns • Efeito colateral mais grave: teratogenia • Pode persistir no organismo até 2 anos após sua interrupção • Contraindicada para mulheres grávidas como nas com risco potencial de gravidez • Contraindicada para doentes com comprometimento da função hepática • Responsável por aumento dos lipídeos séricos em cerca de metade dos doentes • Monitoramento, emprego de dietas e de medicações • Nos casos controláveis não é necessária a suspensão da medicação• Pode ser considerada medicamento seguro desde que seja excluída a possibilidade de gravidez • Pode ser associada com ultravioleta B, com o método PUVA ou Goeckerman para formas resistentes CICLOSPORINA A • Inibe os linfócitos T auxiliadores CDA ativados • Impedindo a produção de IL-2 e outras linfoquinas • Dose inicial de 3 a 5mg/kg/dia • Altamente eficaz na psoríase e a melhora do quadro é observada a partir da 6ª semana de tratamento • Medicação mais eficiente para a psoríase eritrodérmica • Pode comprometer a função renal • Mandatória a monitorização da creatinina sérica a cada 2 semanas no início do tratamento e a cada 4 a 6 semanas, se a função renal estiver estável • Se ocorrer aumento da creatinina de mais de 30% dos níveis basais, a medicação precisa ser reduzida • Com aumento de mais de 50%, precisa ser suspensa • Outros efeitos colaterais: hipertensão, náusea, sensações parestésicas, Hipertricose, sendo possível o comprometimento da vigilância imunológica, com maior facilidade de aparecer infecções e neoplasias malignas, sobretudo linfomas MEDICAMENTOS BIOLÓGICOS • Drogas com ação específica, antilinfocitárias, bem como drogas anti-TNFalfa, citocina ativa na lesão • Proteínas de fus]ao ou anticorpos monoclonais, indicados especialmente para doentes resistentes aos tratamentos convencionais ou que já apresentam restrição a eles pelo desenvolvimento de efeitos colaterais – comprometimwnto de função hepática e/ou renal • Os anti-TNFalfa atuam tanto na pele como no quadro articular da psoríase artropática e podem ser responsáveis por comprometimento da vigilância imunológica a infecções e neoplasias • Os antilinfocitários (alefacepte e efalizumabe) não atuam no quadro artropático e parecem não ter ação importante na vigilância imunológica. • O uso dessas medicações deve ser monitorado com raio X de tórax, PPD, controle de infecções e neoplasias, especialmente linfomas. PITIRÍASE RÓSEA • Afecção inflamatória subaguda frequente • Lesões eritematoescamosas disseminadas, sucessivas e progressivas, com regressão posterior e cura HAM IV ADULTO Duda Campos • Mais observada no outono e verão • Ocorre em ambos os sexos e é mais frequente dos 20 aos 30 anos MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS • Se inicia com típica lesão ovalada ou arredondada • Eritematoescamosa • Chamada de medalhão • Bordas ligeiramente elevadas e de centro amarelado descamativo • Uma a duas semanas após essa primeira erupção, novas lesões, com as mesmas características, mas menores, surgem, em grande número. • Essas lesões têm o longo eixo paralelo às linhas de clivagem da pele e se localizam, via de regra, em áreas cobertas da pele – tronco, raiz dos membros e pescoço • Raramente atingem a face, as mãos e os pés • O couro cabeludo é sempre respeitado • O prurido, quando ocorre, é discreto • Mais intenso em pacientes emotivos ou quando a dermatose é irritada por medicações intempestivas como antifúngicos ou antizooparasitários • O tempo de evolução é de 4 a 8 semanas, com regressão total DIAGNOSE • Clínica • Pode ser diferenciada da dermatite seborreica, pela localização, e da psoríase, pelo tipo de lesão e localização • A placa inicial pode ser confundida com dermatofitose, e em dúvida, deve ser feito exame micológico • A roséola da sífilis secundária não tem as lesões ovalares características, pode atingir as regiões palmoplantares, apresentar placas mucosas e ter polimicroadenopatias • Em dúvida, a sorologia esclarece a diagnose. TRATAMENTO • Em regra, não é necessário, já que evolui para cura em 4 a 8 semanas • Quando há prurido, usar hidrocortisona • Uso de ultravioleta em doses suberitematosas, para abreviar o decurso evolutivo, o que é questionável e, inclusive, pode ter ação irritante • Nos casos eczematizados por tratamentos imtempestivos, usar cremes de corticoides, anti- histamínicos e eventualmente, corticoides sistêmicos PARAPSORÍASE • Afecções caracterizadas por lesões eritematoescamosas, não pruriginosas ou com discreto prurido, de evolução crônica e que se assemelham à psoríase Duas afecções: a parapsoríase em grandes placas, e a parapsoríase em pequenas placas A pitiríase liquenoide aguda ou crônica, denominada também parapsoríase em gotas, é quadro inteiramente diverso, incluído nas vasculites Algumas formas representam um tipo de reação inflamatória na pele, sem causa conhecida. Outras são quadros iniciais de micose fungoide ou de linfomas malignos da pele. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS • EM GRANDES PLACAS: Lesões, geralmente em áreas cobertas, eritematosas no início, discretamente escamosas, que podem evoluir para um aspecto poiquilodérmico, de cor róseo- castanha, com superfície mosqueada, antes denominado parapsoríase liquenoide ou variegata • EM PEQUENAS PLACAS: Lesões eritematoescamosas, de cor rósea a castanho- amarelada, com discreta ou nenhuma infiltração; ocorrem geralmente no tronco e nas coxas e são persistentes • Há uma variante digitiforme, muito característica. O aparecimento de infiltração é indício de evolução para linfoma HISTOPATOLOGIA HAM IV ADULTO Duda Campos • Processo inflamatório inespecífico • Pode ser necessário exames sucessivos para exclusão de micose fungoide • Quando ocorre a evolução para micose fungoide, a infiltração linfocitária torna-se atípica com exocitose e eventual aparecimento de microabscessos de Pautrier. DIAGNOSE • As lesões eritematoescamosas, liquenoides, poiquilodérmicas ou em placas são sugestivas para a diagnose, sendo indispensável a confirmação histopatológica Diagnóstico diferencial: PSORÍASE • Não apresenta dificuldade, pela simetria das lesões, pela localização nos cotovelos e joelhos, pelo comprometimento do couro cabeludo e das unhas e sinais da vela e de Auspitz SÍFILIS SECUNDÁRIA • A história e a evolução são de sífilis subaguda, com lesões morbiliformes, adenopatias e lesões nas mucosas • Para confirmação, solicitar sorologia HANSENÍASE • As lesões em placa têm semelhança com as manchas da hanseníase indeterminada ou tuberculoide. • É fundamental a pesquisa da sensibilidade • Se não houver anestesia ou hipoestesia, a hanseníase pode ser excluída MICOSE FUNGOIDE • A parapsoríase pode ser o quadro inicial da micose fungoide. • Por esse motivo, o exame histopatológico é indispensável. • Quando for necessário, fazer seguimento clínico e histopatológico. Evitar tratamentos agressivos. Utilizar cremes ou pomadas de corticoides. Eventualmente, realizar infiltração de corticoides. Aplicação de ultravioleta B ou PUVA podem clarear as lesões. A evolução é crônica e prolongada por anos. A parapsoríase pode ser, ab initio, micose fungoide ou evoluir para este quadro após período variável. ERITRODERMIA ESFOLIATIVA • Síndrome • Eritema generalizado e persistente • Acompanhado de descamação e prurido com intensidade variável • Decurso subagudo ou crônico Pode surgir por 3 grupos de causas; • Evolução ou pelo agravamento de dermatoses preexistentes • Reações a drogas • Pode constituir causa inicial de linfoma, particularmente micose fungoide e síndrome de Sézary Dermatoses em que a eritrodermia esfoliativa é parte da evolução do quadro clínico: • Pênfigo foliáceo HAM IV ADULTO Duda Campos • Pitiríase rubra pilar • Eritrodermia ictiosiforme congênita Afecções em que pode surgir por agravamento do quadro, por uso de terapias intempestivas: • Psoríase • Dermatites seborreica • Dermatite atópica, de contato e de estase • Líquen plano Nas erupções por drogas, eram bastante frequentes as eritrodermias desencadeadas por preparados arsenicais, bismuto, ouro, anestésicos e sulfamídicos. Atualmente, os sulfamídicoscontinuam a ser implicados, mas muitas outras drogas podem ser responsáveis pelo quadro, especialmente antibióticos e drogas de uso neurológico MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS • Aparecimento súbito ou insidioso de eritema generalizado • Descamação e prurido variável • Escamas podem ser furfuráceas ou foliáceas • Pode ocorrer alopecia discreta ou intensa • Sintomas gerais como anorexia, sensação de frio e febre • O quadro evolui com exacerbações e remissões e tende a persistir por meses e anos, surgindo, então, liquenificações e enfartamento de linfonodos. • Esse enfartamento pode ser uma reação inespecífica (linfadenopatia dermopática) ou constituir processo linfomatoso do linfonodo • Aparecimento de placas infiltrativas, nódulos tumorais, indica linfoma, provavelmente micose fungoide • A síndrome de Sézary inicia-se por quadro eritrodérmico, inicialmente inespecífico (síndrome pré-Sézary), posteriormente surgindo células de Sézary no sangue • O quadro é crônico, possibilitando infecção, septicemia ou outra complicação sistêmica com eventual êxito letal. • O exame histopatológico varia de acordo com a causa da síndrome. • Enseja elementos para esclarecimento ou permite a conclusão diagnóstica na eritrodermia ictiosiforme, no pênfigo foliáceo e nos linfomas. DIAGNOSE • Aspecto clínico e na história da evolução do quadro, de dermatose preexistente e de drogas de uso sistêmico ou tópico TRATAMENTO • Orientado de acordo com a causa • Banhos sedativos e cremes com corticoides de baixa potência. • Deve-se administrar, via sistêmica, antibióticos e corticoides, quando indicados. • Anti-histamínicos e sedativos no alívio do prurido. • Manutenção do equilíbrio eletrolítico. • Hospitalização nos casos graves. PITIRÍASE LIQUENOIDE Há duas formas: aguda e crônica • Etiologia não é conhecida • Ocorre preferencialmente em adultos jovens • Podem involuir em meses ou perdurar por longos períodos QUADRO CLÍNICO • Pode ser precedida por sintomas discretos como febre, cefaleia e mal-estar • Surtos de lesões cutâneas em diferentes fases evolutivas • Na PLA, no início, pápulas eritematosas que evoluem com uma vesiculação central e necrose hemorrágica • A necrose é superficial com crosta acastanhada que se destaca e deixa cicatriz deprimida • As lesões ocorrem nos troncos e membros, especialmente em superfícies flexoras. • Eventualmente, ocorrem bolhas e ulcerações necróticas hemorrágicas. • Na PLC, há pápulas liquenoides eritêmato- acastanhadas recobertas por crostas acinzentadas. HAM IV ADULTO Duda Campos • Em 3 a 4 semanas, as pápulas se achatam e as escamas destacam-se, deixando máculas pigmentadas. • As escamas podem ser retiradas, in totum, por curetagem. • Não há sintomas gerais e lesões necróticas e cicatriciais são raras. • Ambas as formas podem deixar uma hipocromia, em geral, transitória. HISTOPATOLOGIA • Na epiderme, há espongiose, acantose discreta e pararaquetose • Já na derme, tem infiltrado linfocitário predominantemente perivascular • Capilares dilatados e extravasamento de hematias • Na PLA, predominam as células CD8 e na PLC, CD8 ou CD4 • Podem ser encontrados depósitos de IgG e C na ZMB e nas paredes vasculares DIAGNOSE • Clínica, com confirmação histopatológica • Diagnóstico diferencial: psoríase gutata, líquen plano e à sífilis secundária TRATAMENTO • Não há terapia eletiva Primeiras opções: • Corticoide tópico • Fototerapia com UVB ou UVA em doses progressivas, que pode ser associada ao psoralênico • Tetraciclina ou eritromicina, duas doses de 500 mg/dia por 6 a 8 semanas Outros recursos; • Tópico: tracolimo • Via oral: prednisona 1 a 0,5mg/kg/dia; ciclosporina 2,5 a 4mg/kg/dia, em duas doses/dia; retinoide: acitretina (25 a 50mg/dia) ou isotretinoína (0.5 a 1mg/kg/dia) HAM IV ADULTO Duda Campos
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