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SOI III – APG Duda Campos INTRODUÇÃO • Doença crônica e recidivante que acomete principalmente pacientes da faixa etária pediátrica • Comprometimento da barreira cutânea de alterações imunológicas • Forte correlação da DA com outras condições atópicas como a asma e a rinite alérgica • Aproximadamente 50% dos pacientes com DA desenvolvem as manifestações clínicas no primeiro ano de vida. • A expressão sintomática envolve a interação de: -múltiplos genes -ambiente -sistema imunológico • Alguns agentes provocadores de exacerbações podem ser de origem não alérgica • Eczema atópico • Doença inflamatória crônica da pele • Prurido intenso • Pele seca • Lesões eczematosas • Escoriações • Liquenificação de distribuição típica conforme a faixa etária • Associados à maior suscetibilidade a infecções cutâneas • Curso crônico e recidivante • Períodos de exacerbação e remissão • Condição potencialmente debilitante que pode comprometer a qualidade de vida dos portadores e de seus familiares • Estudos evolutivos têm demonstrado que a persistência da DA está relacionada à idade de início dos sintomas, quanto mais precoce o seu início, mais duradoura será a doença DADOS EPIDEMIOLÓGICOS • A DA acomete indivíduos de todas as idades • Mais frequente na infância • 85% dos casos: antes dos 5 anos • Evolução tende a ser benigna • Maior parte dos pacientes com formas leves da doença evolui para remissão do quadro até a adolescência • A persistência da dermatite atópica durante a vida adulta está relacionada à idade de início e à gravidade dos sintomas -Quanto mais precoce e/ou grave, mais duradoura será a doença -Geralmente primeira manifestação de atopia • Frequentemente precede ou está associada a outras doenças atópicas, como asma, e rinoconjuntivite alérgicas: marcha atópica • 45% das crianças com dermatite atópica no início da vida apresentarão asma em idade mais avançada • Prevalência vem aumentando nas últimas décadas, particularmente nas grandes cidades de países industrializados • 10 a 20% das crianças em idade escolar • 1 a 3% dos adultos • Maior prevalência no sexo masculino durante a infância • Na idade adulta, maior prevalência nas mulheres • Maior incidência em famílias com nível socioeconômico mais elevado • As maiores taxas de prevalência (acima de 15%) foram observadas em centros urbanos da África, Austrália, norte e região oeste da Europa e as menores (abaixo de 5%) na China, no leste Europeu, e na Ásia Central Dermatite Atópica SOI III – APG Duda Campos FATORES DE RISCO • História positiva de eczema materno e/ou paterno • Ter sibilos no último ano • Ter rinite alérgica • Baixa escolaridade materna FATORES HEREDITÁRIOS • Presença de pais e irmãos com atopia • Alguns estudos mostram prevalência no sexo feminino FATORES IMUNOLÓGICOS • Presença de IgE em sangue de cordão • Menor produção de interferon gama em lactentes e crianças maiores de um ano de idade • Produção de interleucinas FATORES AMBIENTAIS • Famílias pequenas • Nível socioeconômico mais elevado • Filhos de mães com maior grau de escolaridade e que vivem em ambientes urbanos • As justificativas para tais achados se relacionam à hipótese da higiene que atribui maior frequência de alergia ao estilo de vida nas cidades ocidentais onde há menor contato com determinados vírus e bactérias, que estimulam setores específicos do sistema imunológico contribuindo para menor intensidade da resposta alérgica, entretanto, não há estudos que confirmem esta hipótese no Brasil MARCHA ATÓPICA • Sensibilização a alérgenos • Predomínio Th2 • Estudos mostram picos de prevalência nos primeiros anos de vida de até 20% e com o passar dos anos há quedas significativas, chegando aos 5% quando os pacientes completam duas décadas • Em geral a DA precede os quadros de asma e rinite e a prevalência de alergias respiratórias é muito maior entre os pacientes que apresentam ou apresentaram DA chegando a 45% • O prognóstico da asma parece ser pior entre os pacientes com DA GENÉTICA • Regiões com genes polimórficos, que afetam a inflamação cutânea e a imunidade, podem ser compartilhados por DA e psoríase, sendo responsáveis por aspectos comuns a ambas doenças ETIOPATOGENIA • Doença complexa • Patogênese não é totalmente esclarecida • Interação de fatores genéticos e ambientais • Disfunções imunes e de barreira epidérmica • Alergia: papel fundamental na fisiopatologia da maior parte dos casos de dermatite atópica CLASSIFICAÇÃO DERMATITE ATÓPICA EXTRÍNSECA OU ALÉRGICA • Sensibilização a alérgenos do meio ambiente • Níveis elevados de IgE • História familiar de atopia • 70 a 80% dos portadores da doença DERMATITE ATÓPICA INTRÍNSECA OU NÃO ALÉRGICA • Ausência dessas características • Menos frequente • De início mais tardio • Genes envolvidos na doença: 5q31-33, 3q21, 1q21 e 17q25 • A presença de atopia nos familiares é um fator de risco para o aparecimento da dermatite atópica, assim como de outras doenças atópicas SOI III – APG Duda Campos • Além da histamina, outros mediadores liberados pelos mastócitos participam do processo • O prurido ocorre em crises desencadeadas por inúmeros fatores: -sudorese -contato com irritantes -alérgenos -estresse • Alterações quantitativas e qualitativas na composição de lípides que resultam em disfunção da barreira cutânea: -maior perda transepidérmica de água -ressecamento e suscetibilidade aumentada a irritantes (hiper-reatividade cutânea) • Diminuição das ceramidas • Produção inadequada de ácidos graxos aumentam a permeabilidade cutânea a antígenos e irritantes, favorece a proliferação bacteriana e contribui para a redução do limiar de prurido, o que torna a pele hiper-reativa a estímulos inespecíficos • Pode ter associação com alergias alimentares BARREIRA CUTÂNEA ALTERAÇÕES DA BARREIRA CUTÂNEA A barreira cutânea é formada por: • Estrato córneo (EC), que é formado por um compartimento duplo, heterogêneo, onde os principais elementos são os corneócitos e os lipídeos extracelulares • Os lipídeos extracelulares do estrato córneo são compostos fundamentalmente de quantidades equimolares de ceramidas (45%- 50%), colesterol (25%) e ácidos graxos livres (10%-15%) • As ceramidas são essenciais para a função de barreira • A XEROSE ou pele seca na DA está relacionada a alterações da diferenciação epidérmica, do metabolismo lipídico da epiderme e ao aumento da perda de água trans-epidérmica • Os corneócitos tendem a se agregar, são menores, com renovação celular reduzida, e contêm menor quantidade de aminoácidos hidrossolúveis derivados da filagrina, que exerce papel importante na perda de água trans- epidérmica. • A composição alterada dos lipídeos do extrato córneo é o defeito básico da DA levando ao aumento da permeabilidade a alérgenos e irritantes • As ceramidas são as principais moléculas de retenção de água no espaço extracelular do envelope cornificado. -Essas ceramidas estão significativamente reduzidas na DA (principalmente as subfrações 1 e 3) -Essa redução pode ser explicada por alterações das enzimas que agem no metabolismo das ceramidas, especialmente a a glucosilceramida- esfingomielina deacilase, a beta- glucocerebrosidase, e a esfingomielinase • Um outro fator são os glicerofosfolipídeos, produtos bacterianos que funcionam como ceramidases, e hidrolisam as ceramidas • O prurido intenso e a escarificação em combinação com a hiper-reatividade cutânea e a redução do limiar ao prurido, são a base do círculo vicioso na DA. • Com o ato de coçar, ocorre estimulação mecânica contínua e liberaçãode citocinas pelos queratinócitos ÁCIDOS GRAXOS • Deficiência de ácidos graxos de cadeia longa por conta de um defeito na enzima delta-6 dessaturase responsável pela conversão do ácido linoleico em ácido di-homogamalinolênico, que participa da síntese de prostaglandina E2, que tem ação inflamatória • A diminuição desses ácidos, junto com a diminuição de ceramidas, comprometem a integridade da barreira cutânea e facilita a perda trans-epitelial de água e perpetuar o processo inflamatório QUERATINÓCITOS • O ato de coçar aumenta o desenvolvimento de lesões cutâneas porque lesa os queratinócitos • Na DA, os queratinócitos não atuam apenas como barreira física uma vez que manifestam anormalidade intrínseca na produção de citocinas e quimiocinas, como a liberação de quantidades aumentadas de GM- CSF (fator de crescimento de colônias de granulócitos), TNFα (fator de necrose alfa) e IL- 1β. • Em resposta a produção de TNFα e IFNγ (interferon gama) ocorre também a liberação da proteína quimioatrativa de monócito 1, RANTES e IL-8, que contribuem para o recrutamento Uma das principais funções da barreira cutânea é o controle da permeabilidade. Quando há perda dessa função, a pele passa a sofrer as consequências de agressões físicas, químicas ou biológicas SOI III – APG Duda Campos de células inflamatórias e perpetuação da resposta inflamatória na pele • A linfopoetina tímica estromal (IL-7) é produzida em grandes quantidades pelos queratinócitos dos pacientes com DA e contribui para a iniciação da cascata alérgica pela indução da migração das células de Langerhans (CL) para os linfonodos. • Esta citocina estimula também a produção de IL- 5, IL-13 e TNFα pelos linfócitos T não diferenciados (LTH0) e de quimiocinas pelas células dendríticas (CDs), o que resulta na quimiotaxia de células do tipo TH2 • A interação das células T e a apoptose dos queratinócitos vão levar à formação da espongiose (edema intercelular) que é uma característica histológica típica da lesão eczematosa • Além disso, os queratinócitos que entram em processo de apoptose vão liberar outros fatores quimiotáticos que recrutam mais células T amplificando o processo inflamatório. ALTERAÇÕES IMUNOLÓGICAS • Fase inicial onde há predomínio de citocinas TH2 e uma fase posterior crônica com predominância TH1 • Os alérgenos que penetram na epiderme em decorrência da diminuição da função da barreira cutânea são capturados pelas moléculas de IgE via receptores de alta e baixa afinidade das CL, que são as principais células apresentadoras de antígenos da epiderme. • Pacientes com DA têm maior quantidade de receptores para IgE na superfície das CL e também nas células mononucleares do sangue periférico • O antígeno é internalizado e processado para então se ligar ao complexo de histocompatibilidade de classe II presente na superfície da CL e posteriormente ser apresentado aos linfócitos • As CL podem apresentar o antígeno para os linfócitos TH2, antígenos específicos que infiltram as lesões cutâneas ou migrar para os linfonodos satélites e apresentá-los a linfócitos não comprometidos (TH0). • Após o contato com o antígeno, o linfócito TH0 será ativado e desencadeará uma expansão clonal com diferenciação dos mesmos. • Este linfócito passa a expressar em sua superfície o antígeno linfocitário cutâneo (ALC), sendo então capaz de migrar seletivamente para a pele onde em um segundo contato com o antígeno, passará a sintetizar citocinas de padrão TH2 (IL-4, IL-5, IL13 e IL-16). • A IL-4 estimulará os linfócitos B a produzirem IgE, enquanto a IL-5 induzirá a síntese e maturação dos eosinófilos • As citocinas de perfil TH2 promovem eosinofilia pela regulação local da produção de IL-5 e de fatores quimiotáticos e pela supressão da produção de IFNγ • A IgE ligada aos mastócitos provoca a sua desgranulação com liberação dos seus mediadores, como a histamina, causando prurido e eritema que são observados na fase aguda da DA • Além disso, as CL ativadas passam a liberar quimocinas, tais como proteína quimiotática para monócitos 1 (MCP1) e IL-16 e os macrófagos liberam também quimocinas que serão responsáveis pelo recrutamento de outras células pró-inflamatórias • As células dendríticas epidérmicas inflamatórias quando são ativadas, sintetizam e liberam IL-12, que promovem a mudança no padrão de citocinas pelos linfócitos T, passando de TH2 para TH1, caracterizando a fase crônica da DA • A eosinofilia tecidual é encontrada tanto da fase aguda como da crônica. • Na DA os níveis elevados de eosinófilos circulantes se relacionam à atividade da doença e diminuem em resposta ao tratamento • Nos tecidos, os eosinófilos podem desgranular, liberando proteínas que promovem lesão tecidual. • Os eosinófilos podem também atuar como células imunorregulatórias pela produção de citocinas como IL-4, IL-5 e IL-13. • Os macrófagos ativados passam a sintetizar e a liberar grandes quantidades de IL-12. • O desenvolvimento de um perfil de resposta TH1 ou TH2 é controlado pela produção relativa de IL-12 e INFγ (TH1) versus IL-4 e IL-10 (TH2). • Como a IL-12 passa a predominar no sítio de inflamação, ocorrerá o favorecimento de uma resposta celular (TH1) FATORES DESENCADEANTES AGENTES INFECCIOSOS • A pele na DA é mais suscetível a infecções ou colonizações por microrganismos • Fator facilitador: deficiência de peptídeos antimicrobianos, que são sintetizados na epiderme e são um componente do sistema imunológico inato necessário ao funcionamento SOI III – APG Duda Campos rápido e efetivo na defesa do hospedeiro contra bactérias, fungos e vírus STAPHYLOCOCCUS AUREUS • Coloniza mais de 90% das lesões dos pacientes com DA, podendo exacerbá-las ou mantê-las • Indicadores de DA infectada: sinais clínicos de aumento da exsudação, fissuras periauriculares ou pequenas pústulas superficiais • A coçadura facilita a colonização bacteriana por acarretar solução de continuidade da barreira cutânea e expor a laminina e a fibronectina. Essas vão fixar as adesinas, que são receptores localizados na parede bacteriana, promovendo maior aderência • O S. aureus secreta toxinas, como as enterotoxinas A e B e a toxina 1 da síndrome do choque tóxico, na superfície da pele, que atuam como superantígenos na DA • Os superantígenos têm a capacidade de penetrar na pele, ligando-se a receptores do MHC e provocando a ativação policlonal de linfócitos T, com consequente liberação de citocinas • Atuam também diretamente nos queratinócitos levando à indução da expressão de moléculas de adesão e liberação do TNF α. • Também atuam como alérgenos, desencadeando uma resposta IgE específica • Aumentam os receptores Beta não funcionantes e podem inibir a ação dos corticosteroides FUNGOS • Principalmente do gênero Malassezia • Pertencem à microbiota normal da pele, mas podem causar dermatoses • A IgE específica à Malassezia é encontrada em até 93% dos pacientes atópicos com mais de doze anos de idade e em até 39% dos mais novos ALÉRGENOS ALIMENTARES • O alimento pode estar envolvido em até 30% dos casos de DA moderada e grave na infância AEROALÉRGENOS • Provocam ou agravam lesões eczematosas • Destacam-se ácaros da poeira domiciliar, animais domésticos, baratas e fungos • O Dermatophagoides pteronyssinus é o principal representante dos aeroalérgenos implicados na expressão de doenças atópicas, incluindo asma, rinite alérgica e DA • A exposição precoce a concentrações elevadas de alérgenos de ácaros na infância, associa-se a maior risco do estabelecimento de DA nos primeiros três anos de vida. • Tem-se demonstrado que a provocação intranasal ou intrabrônquica com aeroalérgenos pode piorar as lesões cutâneas depacientes com DA. • Os alérgenos de D. pteronyssinus podem atravessar a camada córnea e penetrar profundamente na epiderme, fenômeno que na DA é favorecido pelas condições locais da pele lesionada. AUTO-ANTÍGENOS • Há uma possibilidade de reação auto-imune • Estes auto-antígenos são o Hom s 1-5 e DSF70 que tem sido detectados no soro sob a forma de complexos imunes de IgE e parecem atuar como adjuvantes no mecanismo imunológico • Desta forma, a resposta imunológica que é primariamente iniciada por alérgenos SOI III – APG Duda Campos ambientais, pode ser mantida por antígenos endógenos, particularmente na DA grave FATORES NEURO-PSICO-IMUNOLÓGICOS • Estresse emocional pode exacerbar a DA • Pode ser mediado por fatores neuroimunológicos como os neuropeptídios • Na DA, esses neuropeptídeos podem desregular a produção de citocinas e outros fatores que resultam na redução da defesa do hospedeiro • Níveis plasmáticos elevados de NGF (fator de crescimento do nervo) e substância P (SP) podem ser encontrados em pacientes com DA e se relacionam positivamente com a atividade da doença • Alguns dos mediadores neuroimunológicos, como o peptídeo relacionado ao gene da calcitonina (CGRP), são capazes de exercer efeito inibitório na capacidade de apresentação dos antígenos pelas CL e podem estar reduzidos em pacientes com DA • O aumento dos níveis de SP e do CGRP na lesão cutânea pode estimular os queratinócitos a liberarem mediadores inflamatórios, portanto, é possível que esses mecanismos possam contribuir para o intenso prurido na DA. QUADRO CLÍNICO • Pode ter formas leves e localizadas • Com crises frustas (sintomas são atenuados) até acometimento cutâneo grave, disseminado e resistente • Varia desde formas mais leves e localizadas a formas mais graves e disseminadas • LESÃO CLÁSSICA: ECZEMA: epidermo- dermatite, com achados clínicos típicos: -prurido -eritema -pápula -seropápula -vesículas -escamas -crostas -liquenificação achados dermatohistológicos inespecíficos: -espongiose -acantose -paraquetose -infiltrado linfocitário -exocitose • As características clínicas variam de acordo com a faixa etária do paciente FASE INFANTIL • Começa a partir do 3º mês de vida • Lesões na face que poupam o maciço central • Pode ter também na face extensora dos membros e tronco • Eritema • Pápulas • Vesículas às vezes confluentes, muito pruriginosas • A infecção secundária com o aparecimento de exudação e crostas é comum. • Pode ter relação com a dentição, infecções respiratórias, alterações climáticas e fatores emocionais FASE PRÉ-PUBERAL • Lesões localizam-se principalmente nas dobras dos joelhos e dos cotovelos, pescoço, pulsos e tornozelos • As pápulas eritematosas e vesiculosas são substituídas gradualmente por liquenificação (espessamento, escurecimento e acentuação dos sulcos da pele). • 60% dos pacientes apresentam melhora efetiva ou desaparecimento total das lesões nesta fase. SOI III – APG Duda Campos FASE ADULTA • Liquenificação é o achado mais importante • Localizada principalmente nas regiões flexurais dos braços e pernas, pescoço e nas mãos • Eritrodermia ou lesões generalizadas não são raros nessa fase • Geralmente os indivíduos que na infância apresentaram formas graves da doença são candidatos naturais à manutenção da doença na idade adulta • Estes pacientes que permanecem com DA na vida adulta são na maioria aqueles que apresentaram na infância quadros de alterações psicológicas importantes. QUADROS DERMATOLÓGICOS ASSOCIADO S À DA XEROSE – PELE SECA • Manifestação mais comum • Pode sinalizar sub-inflamação da pele sem apresentar características típicas do eczema • Decorrente de defeitos da barreira cutânea e acarreta aumento da perda de água e aumenta da permeabilidade cutânea a fatores irritativos e alérgicos PITIRÍASE ALBA • 40 a 60% • Mais frequente dos 6 a 12 anos de idade • Lesões hipocrômicas com descamação fina • Muitas vezes pioram no verão após exposição solar intensa • Nessas lesões deve-se sempre fazer o diagnóstico diferencial com pitiríase versicolor (causada pelo fungo do gênero Malassezia) por exame micológico direto. ECZEMAS INESPECÍFICOS DE PÉS E MÃOS • Polpites atópicas e dermatite plantar juvenil, que são formas menores e localizadas da DA • Lesões descamativas finas com fissuração poupando as áreas de pressão dos pés • Nos pés, meias sintéticas e sapatos fechados podem agravar o quadro • O diagnóstico diferencial deve ser feito com dermatofitoses e dermatite de contato HIPERLINEARIDADE PALMO -PLANTAT • Acentuação das linhas palmares e plantares associada a xerodermia CERATOSE PILAR • Pápulas hiperceratósicas foliculares assintomáticas • Ocorrem principalmente na face extensora dos membros superiores • Pacientes não-atópicos também podem ter ECZEMA PALPEBRAL • Lesões eritematosas, descamativas e infiltradas nas pálpebras • Muito comum na adolescência • Manifestação da DA • Muitas vezes manifestação de eczema de contato crônico ESCURECIMENTO PERI-ORBITAL • 85% dos pacientes com atopia • Associado a palidez facial • Decorrente da inflamação crônica nesta área • Desencadeada pelo coçar constante ECZEMA DE MAMILOS • Manifestação comum em meninas na puberdade • Ocorre secundariamente ao atrito com roupas • Geralmente bilateral SOI III – APG Duda Campos FISSURAS OU RÁGADES • Ocorrem devido à xerodermia e a microtraumas • Muito comum na região infranasal, retro- auricular e infra-auricular QUEILITES • Inicia com os lábios secos no inverno que ao serem umedecidos constantemente com a saliva vão formando fissuras, queilite angular e eczema perioral • Se for crônico, pode levar à pregas labiais que podem persistir na vida adulta PALIDEZ FACIAL • Inicia cedo na infância • Decorrente de vasoconstrição cutânea HISTÓRIA CLÍNICA • Prurido intenso • Ausência de prurido exclui o diagnóstico de DA • O prurido pode resultar em distúrbio de sono e irritabilidade • A xerose (pele seca) é característica comum da doença: relacionada com a anormalidade na barreira cutânea Eczema: manifestação clínica principal da doença; • Pode apresentar-se de forma aguda com predomínio de eritema, edema, vesículas e exsudação; • Forma subaguda com lesões mais secas, eritema e descamação • Forma crônica com liquenificação e alterações pigmentares • A distribuição varia de acordo com a idade, e podem coexistir, no mesmo paciente, lesões nos 3 estágios EXAME CLÍNICO A DA apresenta distribuição bastante característica das lesões conforma a idade • Fase infantil: (até 2 anos): lesões agudas em face e superfícies extensoras dos membros • Fase pré-puberal: (2 a 12 anos0: lesões em geral são subagudas e localizam-se preferencialmente em dobras flexoras e pescoço • Fase adulta (a partir dos 12 anos): lesões crônicas, que tendem a afetar superfícies flexoras, pescoço e região periorbital, sendo comum o acometimento das mãos Os pacientes podem apresentar uma variedade de sinais, chamados estigmas atópicos, como: • Hiperlinearidade palmar • Prega de Dennie-Morgan (segunda prega infraorbital) • Queratose pilar • Sinal de Hertog (rarefação lateral da sobrancelha) • Ictiose (ressecamento intenso da pele) – excesso de descamação na pele Os fatores desencadeantes das exacerbações da doença variam de paciente para paciente • Importante proceder a uma avaliação individualizada DIAGNÓSTICO • Essencialmente clínico • Não há achados laboratoriais ou histopatológicos específicos da doença • Os critérios de Hanifin e Rajka são os mais utilizados • A presença de três critérios maiores e três menores é necessária para o diagnóstico• Amplo espectro de gravidade • Poucos sinais e sintomas leves até quadros persistentes e exuberantes CLASSIFICAÇÃO: • Leve • Moderada • Grave EXAMES COMPLEMENTARES Em 80% dos pacientes, encontra-se: • Eosinofilia no sangue periférico • IgE total elevada OS TESTES CUTÂNEOS DE LEITURA IMEDIATA, CONHECIDOS COMO PICK TEST : • Utilizados com o objetivo de identificar anticorpos IgE específicos para os alérgenos que podem estar envolvidos na exacerbação dos sintomas da doença • Aplica-se uma gota do extrato de aeroalérgenos e/ou alimentos sobre a superfície volar do antebraço e realiza-se a puntura epidérmica • A leitura é feita após 15 minutos SOI III – APG Duda Campos • O teste é positivo se formar uma pápula de 3mm de diâmetro Dentre os aeroalérgenos, destacam-se: • Ácaros da poeira domiciliar (Dermatophagoides pteronyssinus, Dermatophagoides farinae, Blomia tropicalis e Blomia kulagini.) • Fungos e epitélios de animais (cão e gato) Alimentos mais envolvidos: • Leite de vaca • Ovo • Trigo • Soja • Peixe • Crustáceos Os testes cutâneos tem valor preditivo negativo de 90%, porém seu valor preditivo positivo é de apenas 50%, por conta de muitos falsos-positivos • O resultado deve ser avaliado com base na história clínica e/ou na provocação DOSAGEM IN VITRO (SÉRICA) DOS ANTICORPOS IGE ESPECÍFICOS (RAST) SOI III – APG Duda Campos • Menos sensível do que os outros testes cutâneos para a maioria dos alérgenos • Não sofre alteração pelo uso de anti- histamínicos • Pode ser realizado independentemente da gravidade e da extensão das lesões de pele • Não indicam necessariamente alergia, pois depende da correlação clínica • Pode ser positivo em casos como parasitoses, reações a drogas, alimentos e doenças infecciosas TESTES DE CONTATO PARA ATOPIA • Sensibilização relevante no caso de ausência de IgE específica • A resposta positiva ao APT pode representar a expressão de reação imunológica mediada por linfócitos T ou uma reação de fase tardia mediada por IgE • Identificam fatores desencadeantes de lesões eczematosas, como: -alérgenos de ácaros -animais -fungos -pólens -alimentos • Aplicação epicutânea dos alérgenos suspeitos • Dispositivo que mantém o conato por 48 horas • Leitura feita com 48, 72 e até 96 horas após • Pouco utilizados na prática clínica por conta de padronização dos extratos • O APT é recurso utilizado no diagnóstico das alergias alimentares em crianças com DA. PROVOCAÇÃO ORAL COM ALIMENTOS (DUPLO - CEGO, PLACEBO CONTROLADO) • Padrão ouro no diagnóstico de alergia alimentar em crianças com DA • Depois de dieta com exclusão de alérgenos, os alimentos suspeitos ou placebo são administrados em doses crescentes. • O período de observação de reações depende da história clínica, apontando para reações IgE mediadas ou não IgE mediadas As provocações com alérgenos alimentares têm dois objetivos principais: • Identificar os alérgenos causadores para que sejam evitados • Provar que os alimentos não são responsáveis pelos sintomas apresentados pelas crianças e que, portanto faz-se desnecessária sua restrição dietética. Pacientes com história de reações imediatas graves e sistêmicas à ingestão de alimentos, não devem ser desencadeados por via oral DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL • Extenso por conta de características inespecíficas das lesões Mais frequentes: • Dermatite seborreica • Psoríase • Dermatite de contato • Escabiose • Neurodermatite • Dermatofitoses • Algumas formas de linfoma cutâneo • Síndrome de Wiskott-Aldrich • Síndrome de hiper-IgE COMPLICAÇÕES • Decorrentes da agressão à pele secundária ao prurido, suscetibilidade à infecção ou inerentes ao tratamento • Infecções estafilocócicas ou estreptocócicas são frequentes e associadas à piora do eczema, se manifestando apenas com eritema generalizado de difícil controle • Colonização por S. aureus muito frequente nos pacientes com DA • O S. aureus pode exacerbar a inflamação cutânea pela secreção de superantígenos que estimulam linfócitos T e macrófagos • Infecções virais (herpes simples e molusco contagioso) e fúngicas também ocorrem • Complicações oculares (úlceras de córnea, ceratocone e catarata) DERMATITE SEBORREICA • Acomete lactentes e adultos • Podem apresentar distribuição diferente da DA por acometer região de fraldas e maciço frontal • Pode se instalar muito precocemente nos primeiros meses de vida, acometer couro cabeludo, face e pode se estender até o abdômen. • Pode ser pouco pruriginoso ECZEMA NUMULAR • Pode estar associado a DA • Áreas circulares de 1 a 5cm de diâmetro presentes em membros • Não raras vezes associadas a processos infecciosos ocasionados por S. aureus SOI III – APG Duda Campos DERMATITE DE CONTATO ALÉRGICA OU DERMATITE DE CONTATO IRRITATIVA • Ocasionada ca ou dermatite de contato irritativa: quer ocasionada por irritantes primários como sabonetes ou detergentes ou por sensibilização mediada por linfócitos T como no caso do níquel presente em bijuterias. • Pode ter lesões idênticas às da DA • Sua distribuição relaciona-se mais ao agente causador, como as mãos CRITÉRIOS DE GRAVIDADE • Índices EASI e SCORAD são os mais empregados • O SCORAD, além de incluir a extensão e a gravidade das lesões cutâneas, quantifica o prurido e a perda de sono TRATAMENTO Controle do prurido, xerose e inflamação HIDRATAÇÃO • Medida básica no tratamento • Umectação do estrato córneo • Estabilização da função da barreira epidérmica • Repara as alterações na função de barreira cutânea • Uso diário e frequente de emolientes • Logo após o banho e repetida quantas vezes for necessário • Evitar fórmulas perfumadas e com concentração de ureia ou lactato de amônio acima de 5%, pois podem provocar ardor • Produtos com novos conceitos mimetizam a constituição e a arquitetura dos lipídeos naturais da pele, melhorando a capacidade e o tempo de hidratação. • Banhos rápidos e mornos • Evitar uso de sabões com fragrâncias e corantes • PRINCIPAIS AGRAVANTES DA XEROSE NO ATPÓPICO INCLUEM: • Banhos quentes e prolongados • Uso excessivo de sabonetes • Banhos em piscina clorada • Emolientes inadequados • Ar condicionado • Poluição aérea • Baixa umidade do ar • Fricção • Medicações (retinoides) • Estresse • Produtos químicos • Nutrição (dietas de exclusão) CORTICOTERAPIA • Medicação mais utilizada nas exacerbações da DA • Inibem a atividade das células dendríticas e dos linfócitos e impedem a síntese de ILs • Controlam os sintomas cardinais da DA como o prurido e lesões eczematosas, mas podem apresentar efeitos colaterais, especialmente locais. • Elevada eficácia • Não é isento de efeitos colaterais • Indicado quando se percebe a instalação de lesões eczematosas • Aplicação 2x/dia pelo tempo necessário para controlar o eczema, geralmente de 10 a 15 dias • Os corticoides tópicos são divididos em grupos com base na potência: de I ao VII • O I é o mais potente • Preparação adequada à lesão e ao indivíduo, considerando idade do paciente, localização e a extensão do eczema A prescrição de um corticosteróide tópico sempre deve ser feita: -Esclarecendo o local da aplicação, o número de vezes a ser utilizado (em geral uma a duas vezes ao dia, longe do período de hidratação); - Reforçando a duração do tratamento, que pode ser muito variada. • Os corticosteroides de baixa potência são usados em face, axilas, virilhas, genitais e região SOI III – APG Duda Campos perineal, devendo-se evitar preparações potentes, principalmente na face • Região genital é o local de maior absorção dos corticosteróides tópicos (200 vezes maior que o tronco e extremidades), mas face e regiões de dobrascomo axilas e virilha também apresentam elevadas taxas de absorção. Desta maneira, recomenda-se nestes locais a utilização de corticosteróides de baixa ou média potência. • As preparações muito potentes podem ser necessárias nas palmas e plantas ou em lesões liquenificadas e hipertróficas • Nas lesões agudas ou crônicas moderadas ou graves, deve-se optar por uma terapêutica de moderada potência, pois os resultados serão mais rápidos encurtando-se o tempo de uso. Caso haja uso inadequado da medicação, podem surgir os seguintes efeitos colaterais: -atrofia cutânea, estrias, alterações de pigmentação, fragilidade vascular, e erupção acneiforme Efeitos sistêmicos, como supressão do eixo hipotálamo- hipófise-adrenal, são raramente descritos, mas podem estar presentes quando se utilizam corticosteróides tópicos em áreas extensas por períodos prolongados • O veículo pomada penetra melhor na pele e é mais adequado para as lesões crônicas, secas, espessas e descamativas, contraindicado em flexudas e lesões exsudativas • O creme é preferível para lesões agudas e subagudas, exsudativas e finas • A loção é apropriada para regiões pilosas, como o couro cabeludo Efeitos colaterais dos corticosteroides tópicos podem ser: Locais: • Atrofia • Estria • Telangiectasia • Hipopigmentação • Acne Sistêmicos • Supressão suprarrenal • Catarata • Glaucoma • Déficit de crescimento em crianças A escolha do corticosteroide pode minimizar esses efeitos, considerando: • Idade do paciente • Local a ser aplicado • Extensão da doença • Tipo de preparação • Potência • Tempo de uso • Método de aplicação -Os mais indicados são prednisona ou prednisolona, na dose de 1 a 2mg/kg por via oral, administrados por períodos curtos -O uso de corticosteroides de depósito está contraindicado ANTI-HISTAMÍNICOS • O prurido quando refratário às medidas gerais e de hidratação, pode ser tratado como anti- histamínicos Mais utilizados: • Hidroxizina • Difenidramina • Clemastina O uso prolongado está relacionado à taquifilaxia (rápida diminuição do efeito de um fármaco em doses consecutivas) e podem causar sonolência, gerando dificuldades no aprendizado escolar e na capacidade de trabalhar e dirigir • Nesses casos, pode-se tratar com anti- histamínicos não sedativos -Fexofenadina -Cetirizina -Loratadina Os anti-histamínicos tópicos não apresentam benefício no manejo das lesões de dermatite atópica e existe a possibilidade de sensibilização A utilização e corticosteroides sistêmicos deve ser restrita a casos graves e refratários ao tratamento, em virtude do elevado risco de efeitos colaterais e da possibilidade de agravamento do quadro após a retirada (efeito rebote) A eficácia dos anti-histamínicos no tratamento do prurido é controversa, uma vez que a gênese do prurido na dermatite atópica não se restringe à ação da histamina Os anti-histamínicos têm um papel secundário e o tratamento não deve ser centralizado em seu uso SOI III – APG Duda Campos IMUNOMODULADORES TÓPICOS • Pimecrolimo (a partir dos 3 meses de idade) • Tacrolimo (a partir dos 2 anos de idade) • Atuam inibindo a calcineurina fosfatase, impedindo a transcrição de genes para a secreção de citocinas envolvidas no processo inflamatório da doença • Inibem a ativação de várias células efetoras implicadas na patogênese da dermatite atópica, incluindo linfócitos T, mastócitos, células de Langerhans e queratinócitos • A calcineurina é uma proteína citoplasmática presente em diversas células incluindo linfócitos e células dendríticas e após sua ativação atua como um fator de transcrição de interleucinas inflamatórias tais como IL-2, IL-3, IL-4 e TNF-α • Inibir a calcineurina significa minimizar a ação do linfócito e, logicamente, este processo deve ser feito de maneira bastante controlada para garantir a melhora do quadro alérgico sem comprometer a função imunológica do organismo • Indicados para o controle das exacerbações e como manutenção nos casos persistentes • Maior eficácia quando usados logo no início dos sintomas • Podem ser aplicados em qualquer área do corpo • Devem ser aplicados 2x/dia • Vantagem em relação ao corticoide: segurança terapêutica • Principal efeito colateral: irritação local • A absorção sistêmica extremamente baixa permite o uso no longo prazo sem os efeitos indesejáveis dos corticosteroides IMUNOSSUPRESSORES SISTÊMICOS Ciclosporina: • Macrolídeo imunossupressor • Melhor droga para tratamento sistêmico da dermatite atópica grave refratária à terapia convencional • Indicada nos casos refratários, em doses baixas • 5mg/kg/dia por via oral por 4 a 8 semanas com retirada gradual, embora possa ser mantida por mais tempo • Melhora clínica rápida Principais efeitos colaterais: • Hipertensão arterial • Insuficiência renal • Costumam normalizar após a suspensão do medicamento e devem ser monitorados • Deve-se aferir a PA semanalmente no 1º mês de tratamento e a seguir, mensalmente • Um aumento de até 25% da pres-são arterial basal implica redução da dose, e aumento maior que 25% implica na suspensão • Dosagens de creatinina sérica e exames de urina são úteis para acompanhar a função renal • Um aumento de até 25% da pressão arterial basal implica redução da dose, e aumento maior que 25% implica na suspensão ANTIMICROBIANOS • A pele com DA fica mais vulnerável à colonização por bactérias, vírus e fungos • As infecções secundárias alteram o curso da doença • O uso apropriado de antibióticos, antifúngicos ou antivirais contribui para manter a dermatite atópica estável • Os antibióticos tópicos são indicados para infecções localizadas • A escolha fundamenta-se na ação antiestafilocócica e antiestreptocócica e dentre as drogas disponíveis, destaca-se a mupirocina e o ácido fusídico A administração oral de antibióticos está indicada no tratamento das lesões infectadas extensas A eritromicina é o antibiótico de escolha, porém nos casos de resistência bacteriana ou intolerância, pode-se indicar uma cefalosporina ou a clindamicina FOTOTERAPIA • A fototerapia (UVA, UVB, UVA + UVB) e a fotoquimioterapia (PUVA) resultam em melhora dos sintomas e reduzem a necessidade de corticosteroides são indicadas nos pacientes resistentes à terapia convencional • Os efeitos colaterais no curto prazo incluem eritema, prurido e pigmentação, e no longo prazo, o fotoenvelhecimento e o câncer de pele ANTISSÉPTICOS • Podem ser utilizados para a limpeza das lesões exsudativas, com muitas crostas ou com infecções • Soluções de permanganato de potássio • Solução de Borrow • Água boricada • Sabonetes antissépticos • Pode haver irritação e ressecamento SOI III – APG Duda Campos IMUNOTERAPIA • Indicação de imunoterapia alérgeno-específica para o tratamento da dermatite atópica é controversa • A imunoterapia convencional (subcutânea), eficaz no controle da rinite alérgica e da asma, apresenta um potencial de agravar a evolução dermatite atópica • Na pesquisa clínica, resultados promissores foram obtidos com a dessensibilização a ácaros por via oral PROBIÓTICOS • Alguns trabalhos mostram que a administração dos lactobacilos probióticos está associada à ação profilática em lactentes de alto risco para atopia e melhora do eczema em crianças com dermatite atópica • Diversos fatores interferem nestes resultados, como a espécie dos lactobacilos, a quantidade e a época de administração DIETAS DE RESTRIÇÃO ALIMENTAR • Pacientes com doença grave pode ter como desencadeante uma alergia alimentar associada • A dieta de exclusão do alimento envolvido é importante para se obter o controle adequado da doença • A simples suspeita nãojustifica a restrição do alimento • Alguns pacientes apresentam intolerância a certos alimentos, especialmente os riscos em corantes e conservantes, tendo piora do prurido ELIMINAÇÃO DOS FATORES DESENCADEANTES CONTROLE DE AGENTES IRRITANTES • Vestimentas inadequadas que facilitem a sudorese ou que contenham produtos irritantes, como amaciantes ou tinturas • Sabonetes devem ser utilizados com moderação, devendo-se preferir os neutros e líquidos quando possível. • Buchas e outros produtos que agridam a pele devem ser evitados CONTROLE DOS AGENTES INFECCIOSOS • O estafilococo apresenta papel fundamental na perpetuação do processo inflamatório, e o controle da infecção auxilia no manejo das crises de agudização de DA. • Para tratamento tópico recomenda-se a mupirocina e ácido fusídico, que podem reduzir a colonização bacteriana, mas há dúvidas quanto a eficácia na melhora da lesão. • A antibioticoterapia sistêmica contribui para a melhora clínica nos pacientes que apresentem sinais de infecção bacteriana ou piora do quadro não responsivo à terapêutica para controle da inflamação. CONTROLE DOS AEROALÉRGENOS • A diminuição da população de ácaros pode contribuir para a melhora da exacerbação das lesões cutâneas, especialmente se forem adotadas medidas relacionadas ao ambiente domiciliar, com destaque ao quarto do paciente • Capas impermeáveis aos ácaros nos travesseiros e colchões HOSPITALIZAÇÃO • A internação hospitalar dos casos de DA grave e refratária mostram excelentes resultados, mesmo sem o emprego de medicamentos altamente potentes • Cuidados gerais básicos da pele, orientação psicológica e retirada do doente da sua dinâmica familiar conturbada podem ser suficientes para controlar as crises. CONSIDERAÇÕES FINAIS • DA é uma dermatose de alta prevalência em crianças e adultos jovens, cuja incidência tem aumentado nas últimas décadas • Evolui para remissão na maioria dos casos • Pode persistir na vida adulta, o que é mais frequente nos quadros de maior gravidade • Patogênese ainda não é completamente conhecida • Os fatores ambientais e genéticos interagem levando á disfunção da barreira cutânea e do prurido, que é a principal manifestação da doença • O diagnóstico depende basicamente da história clínica e do exame físico, sendo os exames complementares inespecíficos • A presença de prurido é essencial ao diagnóstico e ao exame, encontram-se lesões eczematosas agudas, subagudas e crônicas de distribuição característica de acordo com a faixa etária do paciente • O tratamento da dermatite atópica é baseado em medidas comportamentais e medicamentosas visando ao controle do prurido, da inflamação e da xerose e à prevenção das complicações concomitantes SOI III – APG Duda Campos SOI III – APG Duda Campos
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