Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Análise dos rótulos e rotulagem nutricional Definição de rotulagem De acordo com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), rotulagem é toda inscrição, legenda, imagem ou matéria descritiva ou gráfica que esteja escrita, impressa, estampada, gravada em relevo ou litografada. A rotulagem é obrigatória no Brasil desde 1969, a partir do decreto-lei nº 986. Objetivo O principal objetivo do rótulo de alimentos é levar informação ao consumidor, além de tornar possível que se comparem as diferentes marcas de um mesmo produto. Resolução nº259 De acordo com o histórico de evolução da legislação sobre rótulos de alimentos, a Resolução nº259 de 20 de setembro de 2002, da ANVISA/MS, que aprova o regulamento técnico sobre alimentos embalados, trata da obrigatoriedade de informações no rótulo de todos os itens comercializados no país. Os rótulos devem apresentar: Denominação de venda do alimento; Lista de ingredientes; Conteúdo líquido; Identificação de origem; Prazo de validade; Identificação do lote; Origem; Instruções de preparo, quando necessário. Definições dos itens obrigatórios em rotulagem Denominação de venda: descreve em que consiste o produto, independente da marca ou do nome fantasia; Lista de ingredientes: deve conter todos os insumos utilizados na formulação do produto, inclusive os aditivos alimentares. Aparece disposta em ordem decrescente de quantidade; Conteúdo líquido: tem a função de informar sobre a quantidade de produto descontando- se o peso da embalagem; Prazo de validade: impõe o consumo de determinado alimento enquanto ainda é considerado seguro, do ponto de vista microbiológico, e/ou esteja dentro das características sensoriais aceitáveis; Identificação do lote: é o conjunto de produtos de um mesmo tipo, processados pelo mesmo fabricante, em um espaço de tempo determinado, sob condições iguais. Sua identificação é importante, caso haja algum problema no lote fabricado; Identificação de origem: descreve o fabricante ou o importador do alimento e todas as suas formas de contato, sendo elas o endereço completo, telefone, e-mail e SAC; Rotulagem nutricional obrigatória O Brasil passou a adotar a rotulagem nutricional obrigatória em 1998, com a publicação da Portaria nº41, mas apenas para alimentos que se quisesse ressaltar alguma propriedade nutricional. É obrigatória a descrição da quantidade de carboidratos, proteínas, gorduras totais, gorduras saturadas e trans, fibra alimentar e sódio, além do valor energético e do percentual do valor diário (%VD). RDC nº360 A RDC nº360 estabelece que a rotulagem nutricional compreende a declaração obrigatória do valor energético e de nutrientes (carboidratos, proteínas, gorduras totais, saturadas e trans, fibra alimentar e sódio), bem como a informação nutricional complementar, relativa à declaração facultativa de propriedades nutricionais, como vitaminas e minerais. A legislação permite critério de arredondamento e admite uma variabilidade de 20% na informação nutricional, autorizando a obtenção dos dados dos nutrientes por meio de análises físico-químicas ou por meio de cálculos teóricos com base na fórmula do produto. Na tabela a seguir, apresenta-se as informações nutricionais. Na primeira coluna, estão dispostos os nomes dos nutrientes analisados; Na segunda coluna, a quantidade do nutriente para determinada porção de alimento; Na terceira coluna, tem-se o percentual do valor diário (%VD) daquele nutriente, baseando-se em uma dieta de 2.000Kcal. Alimentos com alegação Diet e Light No ano de 1998, a ANVISA publicou a Portaria nº 29, com o padrão de identidade e qualidade para alimentos com fins especiais. Entre esses alimentos, estavam aqueles para dietas com restrição de nutrientes. Essa norma determina que o fabricante descreva a denominação do produto junto com a finalidade a que se destina. O termo diet, se refere ao alimento no qual se retirou totalmente ou tem quantidade insignificante de qualquer ingrediente com relação a formulação original. Ex: açúcar, gordura ou sódio. O termo light, opcionalmente, pode ser utilizado em alimentos produzidos de modo que sua composição reduza em, no mínimo, 25% do valor calórico, e/ou, um dos seguintes nutrientes: açúcares, gordura saturada, gorduras totais, colesterol e sódio. Os primeiros exemplares desse tipo de alimento, foram aqueles destinados a pessoas com restrição do consumo de açúcar. Outras informações importantes Em função da legislação específica, para diminuir o consumo de determinados alimentos por portadores de certas doenças, alguns dados adicionais são obrigatórios no rótulo. Entre eles, deve-se informar sobre o glúten, um proteína de origem vegetal presente em grandes quantidades no trigo e em baixas proporções nos cereais. A doença celíaca é uma patologia autoimune caracterizada pela intolerância ao consumo do glúten. Para evitar o consumo dessa proteína pelos celíacos, a legislação brasileira, por meio da Lei nº 8.543 de 1992, obriga os fabricantes de alimentos a incluírem a inscrição “contém glúten” ou “não contém glúten” no rótulo de todos os alimentos. Com o objetivo de evitar o consumo acidental de alimentos alergênicos por pessoas suscetíveis, é obrigatória a inclusão de “traços de...” ou “pode conter traços de...”, quando o alimento embalado for produzido em equipamentos também utilizados pelo alimento alergênico. Os principais alimentos considerados alergênicos no Brasil são: ovos, peixes, leite, amendoim, frutos do mar, nozes, soja e trigo. De acordo com a Portaria n° 29, de 1998, que dispõe sobre o regulamento técnico para alimentos para fins especiais, a inscrição “contém fenilalanina” também é obrigatória no rótulo de alimentos nos quais houver adição de aspartame. A intenção dessa norma é evitar o consumo desse aminoácido pelos portadores de fenilcetonúria, uma doença caracterizada pela carência da enzima fenilalanina- hidroxilase e, que pode levar a retardo mental irreversível. Nova rotulagem nutricional No dia, 07/10/2020, a ANVISA aprovou a nova rotulagem para alimentos industrializados. Essa legislação entrará em vigor, 24 meses após a publicação da norma. A principal inovação é a presença de um selo na forma de lupa, que deverá ser visível, na frente das embalagens, como um alerta para a presença exagerada de gordura, sal ou açúcar. Além disso, a nova norma exige que as letras do rótulo de informação nutricional dos alimentos sejam pretas, estampadas em fundo branco e com tamanho maior. A quantidade de açúcar total e a informação sobre a quantidade de açúcar adicionado devem ser identificadas. A declaração das quantidades na tabla de informação nutricional, também deve ser padronizada: 100 gramas para sólidos ou semissólidos e 100 mililitros para líquidos.
Compartilhar