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54 Útero é constituído quase exclusivamente de fibras musculares – contração • Primeiros meses: são pouco frequentes, porém de grande intensidade, devido grande espessura da parede • Com evolução: pequena quantidade e pouca intensidade • Parto: aumento da pressão interior do útero, para distender o segmento inferior, dilatar o colo, expulsar o feto e diminui o sangramento do puerpério Fatores hormonais: estrógeno, progesterona, adrenalina Fatores mecânicos: distensão Fatores orgânicos: da fibra muscular e eletrólitos (qualquer troca de contração tem eletrólitos). • Fibras musculares – proteínas: actina (mais delgados – banda I, deslizam sobre miosina) \ miosina (mais grossos – banda A, não se encurtam) • A actina desliza sobre a miosina e o músculo contrai. • Energia provém principalmente do trifosfato de adenosina (ATP) e do fosfato de creatinina. • O número dos estímulos e sua intensidade seriam responsáveis pela duração e intensidade da contração (Na, K, Cl) • Muitas vezes a paciente chega em trabalho de parto desidratando, não tendo a troca de eletrólitos adequada. As principais causas de morte materna são hipertensão, infecção e hemorragia. A mulher de melhor condição socioeconômica tem reserva proteica melhor para sobreviver a uma cirurgia devido à alimentação. • Ocitocina: tem a mais poderosa ação estimuladora, atua tanto na intensidade, quanto na frequência e na duração. Quando indicada é colocada para correr junto com o soro. Indicações para administrar ocitocina na mulher: ✓ Conduzir o trabalho de parto (quando a paciente já está em trabalho de parto, ou seja, já tem contração, mas ela não é eficiente). ✓ Induzir o trabalho de parto. OBS: Estímulo mamário contrai o útero pela liberação de ocitocina (paciente pode sentir dor durante a amamentação). • Prostaglandinas E2 e F2α, aumentadas no líquido amniótico e plasma nas mulheres em parto e abortos espontâneos. ✓ Eleva o limiar de excitabilidade da fibra miometrial e aumenta a permeabilidade da membrana celular aumentando Ca2+ intracelular • Raras até 28° semana, mais frequentes a partir 30ª (principalmente 32ª) semana (avisar a paciente). • A princípio são indolores (paciente sente mais o incômodo do útero endurecido) – massagem intra-uterina para o feto. • Aumentam gradativamente, provocando distensão do segmento inferior, encurtamento canal cervical. • Queixa da paciente: “barriga dura” – é preciso orientar para que ela não precise ficar procurando o médico sempre, somente se for muito recorrente, assim evitando visitas e exposição desnecessárias São contrações eficazes que levam a modificação do colo do útero (não quer dizer obrigatoriamente dilatação do útero; durante o trabalho de parto, o colo do útero fica mais fino, mais amolecido, dilatado e mais anteriorizado). • Fase ativa: 2 a 3 em 10 minutos 55 • Período expulsivo (dilatação total com bebê insinuado): 5 em 10 minutos • Taquissistolia: uma contração atrás da outra (ocorre por administração de dose alta de ocitocina ou por irritação da parede uterina por mecônio). O bebê precisa do intervalo entre as contrações para se nutrir e oxigenar. Em taquissistolia, o bebê pode entrar em anóxia. Devemos entrar com hidratação, podemos dar remédios para diminuir as contrações e se tiver dando ocitocina, suspender na hora. Avaliação intensidade Ao mesmo tempo em que sentimos a intensidade, marcaremos o tempo entre as contrações. • Leve (consistência de bola de borracha): partes fetais facilmente identificadas. • Moderada (consistência de bola de tênis): ainda percebe-se as partes fetais. • Intensa (consistência de tábua): não se identificam partes fetais. Tríplice gradiente descendente: • Cima para baixo • Mais intensa no corpo e fundo uterino do que segmento uterino • Mais duradoura na região fúndica. Contração uterina no puerpério: • Indolor • Serve para a dequitação placentária e para o útero voltar para seu tamanho original • Miotamponamento (Globo de segurança de Pinard – exame físico; no miotamponamento há contração uterina, parecendo uma bolinha/globo) • Nas primeiras 12 horas: 1 contração a cada 10 minutos • Amamentação • A ocitocina é usada no pós-parto para prevenir hemorragia Resumo da contratilidade miometrial: • Contração depende da interação actina-miosina (músculo) • Interação actina-miosina é controlada pela fosforilação da cadeia leve de miosina, depende da quinase, que é ativada quando associada à calmodulina. • Complexo cadeia leve miosina – calmodulina, necessita de cálcio (reservado no retículo sarcoplasmático) • Movimentação do Cálcio depende processo enzimático mediado pelo ATP. • Semanas antes das contrações • Colagenólise (quebra das fibras colágenas) em virtude de uma franca resposta inflamatória • Macrófagos • Neutrófilos • Eosinófilos • IL-8 • Prostaglandinas (quando internamos para induzir o trabalho de parto, podemos usar prostaglandina para mãe, mas não se usa mais anti-inflamatório em gestante a partir da 32° semana, pois causa fechamento do canal arterial do bebê). Fase 0 – relaxamento: progesterona e comunicação materno fetal. • Progesterona: essencial para manutenção da gravidez, pois atua principalmente na decídua, inibindo produção/liberação de prostaglandinas. • Estrógeno: aumenta a síntese de prostaglandinas • O feto, através do sistema comunicação paracrine, impede a produção e/ou liberação substâncias bioativas que desencadeiam trabalho de parto (bebês com malformação do SNC demoram mais para entrar em trabalho de parto, pois esse sistema não funciona tão bem) Fase 1 – Preparação • Uterotoninas: são agentes biológicos, formam-se no interior do útero, exceto ocitocina (ocitocina não é formada no interior do útero). No início ficam concentrados no líquido amniótico. • GAPS (falhas juncionais): expansões plasmáticas das miocélulas, facilitando trocas metabólicas entre as células do miométrio. 56 ✓ Estradiol acelera e progesterona retarda sua formação • Receptores Ocitocina: aumento no miométrio. ✓ Níveis de ocitocina somente se elevam na fase mais acelerada de dilatação cervical e período expulsivo (quando aumenta o ritmo de contração) • Esvaecimento cervical (colo mais fino/amolecido): – quebra e redisposição das fibras colágeno e redistribuição glicoaminoglicanos. ✓ Aumento de prostaglandinas PGE2: determinam esvaecimento cervical ✓ PGE2: origem no âmnio e corio. ✓ Estímulo para aumento da produção da PGE2 vem da urina fetal (fator crescimento epidérmico e fator crescimento derivado do rim) Fase 2 – Trabalho de Parto Ativo: • Uterotoninas: prostaglandinas, ocitocina, fator de ativação plaquetária, endotelina-1, lipídeos, citocinas (interleucinas) e endotelina. ✓ Produzidos pelas células deciduais ou fagócitos que invadem a bolsa das águas • Concentração máxima 36° semana • Aumenta no final do trabalho de parto • Antes parto: aumento de receptores miometriais de ocitocina • Circulação sanguínea: ocitocinase (ajuda a produzir a ocitocina) • Resumindo: o aumento da expressão de receptores e o aumento da ocitocinase desencadearia o trabalho de parto. • Estiramento miometrial progressivo • Inativação pela progesterona ✓ Não há queda de progesterona até o parto ✓ Modificação de receptores de progesterona • Ovelhas: eixo hipotálamo-hipófise-adrenal fetal = aumento de cortisol ⇨ aumenta estrogênio e diminui a progesterona • Humana: ✓ Não há aumento de cortisol ✓ Não existe queda progesterona antes trabalho de parto • Modificações locais da membrana • Malformações do SNC fetal atrasam o parto • No humano não se sabe quando o feto atua no desencadear do trabalho de parto.
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