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153 Doença que acomete o feto e o RN devido à incompatibilidade de Rh entre feto e mãe. Pode ser no sistema ABO, sistema Rh ou de antígenos atípicos como Kell, E, C (muito raro). São sinonímias: doença hemolítica do RN, eritroblastose fetal, aloimunização Rh ou doença hemolítica perinatal. Importante causa de morbidade perinatal. No Brasil, de 5 a 6 mulheres são sensibilizadas a cada 1000 gestantes. Isoimunização Rh é a sensibilização da mulher Rh - exposta ao antígeno Rh da superfície da hemácia nas transfusões incompatíveis ou quando grávida de embrião/feto Rh +. Existem dois tipos de teste de Coombs, o indireto (pedido no pré-natal), que observa anticorpos livres no plasma. O Coombs direto vê os anticorpos na superfície das hemácias no feto. O sangue materno não entra em contato com o sangue fetal, só entra se ocorrer algum sangramento durante a gestação ou na hora do parto. São passíveis de sangramento (sangue materno entrando em contato com sangue fetal): placenta prévia, traumatismo abdominal ou uterina, remoção manual da placenta, abortamentos ou ameaças, gestação ectópica, descolamento prematuro de placenta, procedimentos invasivos (amniocentese, cordocentese) e o próprio parto. Desta forma as hemácias do feto entrarão na circulação da mãe, e o Rh é considerado um corpo estranho, produzindo IgM para ele. O IgM não passa pela placenta, mas numa próxima gestação com feto positivo o organismo vai produzir IgG, e IgG passará pela placenta. Os glóbulos vermelhos fetais serão decompostos ou destruídos mais rapidamente do que o normal, causando hemólise no feto e, portanto, anemia hemolítica. Assim, o feto tenta produzir maior quantidade de hemácias, mas o fígado entra em falência pois se sobrecarrega, dessa forma, causa hiperbilirrubinemia, icterícia e morte. A mãe Rh- sempre precisa ter o Coombs indireto feito, se der negativo, o acompanhamento de Coombs deve ser mensal a partir de 24 semanas, fazendo a profilaxia antenatal com 28 semanas, se essa data for perdida, a profilaxia deve ser feita pós-natal. Se o Coombs indireto for positivo, já é necessário encaminhamento para pré- natal de alto risco e não há forma de realizar profilaxia pós-natal, pois ela já foi sensibilizada. Em toda gestação, mesmo que a mãe seja multípara, se ela for Rh- o mesmo processo deve ser feito em todas as gestações. Se o Coombs indireto for feito precocemente por causa de algum sangramento, a imunoglobulina deve ser administrada imediatamente para que ela não se sensibilize, antes mesmo das 28 semanas, com uma nova colheita de Coombs indireto depois de 4 semanas. Se o Coombs depois das 4 semanas vier positivo, quer dizer que a imunoglobulina deu certo. Ele pode continuar positivo por mais 12 semanas. Se depois das 12 semanas o Coombs negativar novamente, a imunoglobulina deve ser novamente administrada nas 28 semanas. Se persistir positivo, não é necessário readministrar a imunoglobulina com 28 semanas. • Antecedentes (transfusões, toxicomania). • História obstétrica: ✓ Leve: história prévia de fototerapia neonatal. ✓ Moderada: hexosanguíneo transfusão em RN termo. ✓ Grave: transfusão intra-útero (TIU), óbito fetal intra-útero (OFIU), hexosanguíneo em RN pré-termo. o Títulos de Ac (Coombs Indireto). o USG e Doppler (associado a outros achados). o Movimentação fetal. o Cardiotocografia fetal. o Paternidade: Mesmo pai? • Ultrassom morfológico: derrame Pericárdico é um dos primeiros sinais de anemia imune. Alterações de ecogenicidade placentária ou ↑ de espessura. Cardiomegalia e ↓ força contrátil cardíaca. Ascite (halo anecóico na bexiga e vesícula biliar e hidrocele). Poli ou oligoâmnio. • Cardiotocografia fetal: padrão sinusoidal Rh- materno → exposição Ag D positivo → produção de IgM e IgG anti-D → hemólise fetal → anemia fetal → estimula medula → eritroblastos na circulação: se a perda de hemácias > produção → eritropoiese extramedular (hepatoesplenomegalia - primeiro sinal visível de anemia) - hipertensão portal, aumento de pressão venosa umbilical, disfunção hepática, hipoproteinemia → hemólise + anemia + hipertensão portal = ascite; hipoalbuminemia + anasarca = hidropsia fetal + ICC; hiperbilirrubinemia = icterícia (kernicterus). Se a produção > perda → compensação - efeito fetal mínimo/ausente (hiperbilirrubinemia neonatal) 154 • Leve (50%): sem anemia e sem icterícia. • Moderada (25%): anemia / hemólise (TIU x Kernicterus) • Grave (25%): hidropsia fetal (< 34ª sem >) I. Determinar grupo sanguíneo, fator RH e Coombs Indireto materno II. Mãe RH negativo, determinar grupo sanguíneo e fator RH pai da criança • Teste de Coombs Indireto: detecta a presença de IgG materna anti-eritrócito. Sensibilidade de 65% - comprometimento fetal ✓ Resultados falso-positivos: contaminação bacteriana das hemácias, sepse, presença de reticulócitos, contaminação por íons metálicos. ✓ Sensibilização: CI ≥ 1/16, anemia grave: CI > 1/128 III. Amplificação do DNA: • Obter sangue fetal: sangue periférico materno, líquido amniótico, biópsia de vilo corial • Identificar tipo sanguíneo fetal por PCR • Sensibilidade: 80%, especificidade: 73% • Indicações: ✓ 1º trimestre ✓ Grávidas já sensibilizadas ✓ Primeira amniocentese – sem história prévia de IsoRh ✓ Qualquer indicação de amniocentese e/ou biópsia de vilo corial IV. Exame de líquido amniótico • Realizado quando Coombs Indireto positivo • Determinar a concentração de bilirrubina no LA (indireta) e avalia o estado hemolítico. • Pelo gráfico: calcula-se a densidade óptica a 450 micrometros (DO450) entre os LA normal e aquele com bilirrubina. • Espectrofotometria do LA: ✓ Zona 1A: Parto deve ser imediato ou realização de transfusão intra-uterina (32 semanas de gestação ou menos). ✓ Zona 1B: Hb fetal < 8g/dl: parto imediato (> 32 s) ou transfusão intra-uterina com menos de 32 semanas de gestação. ✓ Zona 2A: 8g/dl< Hb <10g/dl: parto entre 36 e 37 semanas. ✓ Zona 2B: 11g/dl< Hb <13,9g/dl: parto entre 37 e 39 semanas. ✓ Zona 3: Feto não anêmico: aguardar o termo. V. Ultrassonografia • Pesquisar sinais de suspeita de anemia fetal • Espessamento da placenta e aumento da ecogenicidade • Duplo contorno bexiga, estômago, coração, abdome → ascite • Aumento da hidrocele • Sinais de eritropoiese extra-medular aumentada: ✓ Aumento da circunferência abdominal fetal ✓ Hepatoesplenomegalia fetal ✓ Hidrotórax fetal ✓ Derrame pericárdico fetal ✓ Distensão da via umbilical fetal • Dopplervelocimetria da artéria cerebral média: ✓ Não invasivo ✓ Tão eficiente quanto à amniocentese ✓ Serve tanto para diagnóstico quanto para seguimento do tratamento ✓ Avalia a velocidade sistólica máxima da ACM ✓ Anemia: aumento de pico da velocidade sistólica VI. Cordocentese • Determinar tipo sanguíneo fetal pelo sangue do cordão umbilical • Risco de hemorragia materno-fetal • Risco de perda fetal – 1 a 2%
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