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Ceratoconjuntivite Seca CCS

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CERATOCONJUNTIVITE SECA EM CÃES (CCS) 
KERATOCONJUNCTIVITIS SICCA IN DOGS (KCS) 
1- PIOLA, N. X. 
1- Discente do 8º semestre de Medicina Veterinária da Pontifícia Universitária Católica (PUC - MINAS), Poços de Caldas/MG - Brasil. 
Endereço para contato: nataliaxavierpiola@hotmail.com 
RESUMO
A Ceratoconjuntivite Seca (CCS) é um distúrbio linfoplasmocitário das glândulas lacrimais com consequência redução da produção e/ou da qualidade lacrimal acarretando em sinais clínicos como hiperemia conjuntival, conjuntivite, aspecto seco nos olhos, oftalmorréia e em alguns casos ceratite ulcerativa. É classificada mediante as deficiências em relação a lágrima produzida que podem ser qualitativas (desordens dos componentes lipídicos e mucosos) ou quantitativas (redução da parte aquosa). A espécie acometida é a canina, afetando principalmente pacientes fêmeas adultas. Ainda a etiologia da CCS não é completamente estabelecida, mas acredita-se que esteja intimamente relacionada com raças específicas e de origem multifatorial. O diagnóstico é feito por meio do Teste da Lágrima de Schrimer (TLS), teste do tempo de ruptura do filme lacrimal com a solução de fluoresceína e utilização de corante vitais como Rosa Bengala e de lissamina. Tratamento pode ser terapêutico ou cirúrgico irá depender do caso. Porém, de início o indicado é começar com o tratamento medicamentoso e se não houver resposta instituir o tratamento cirúrgico. 
Palavras-chave: ceratoconjuntivite seca, conjuntiva, córnea, olho
ABSTRACT 
Keratoconjunctivitis Seca (KCS) is a lymphoplasmacytic disorder of the lacrimal glands with a consequence of reduced production and/or quality of tears, resulting in clinical signs such as conjunctival hyperemia, conjunctivitis, dry appearance in the eyes, ophthalmorrhea and, in some cases, ulcerative keratitis. It is evaluated according to deficiencies in relation to useful tears, which can be qualitative (disorders of the lipid and mucous components) or quantitative (reduction of the watery part). An affected species is a canine, affecting mainly adult patients. Yet the etiology of KCS is not completely known, but it is believed to be closely related to specific races and of multifactorial origin. Diagnosis is made using Schrimer Tear Test (STT), tear film break-up time test with fluorescein solution and use of vital dyes such as Rose Bengal and lissamine. Treatment can be therapeutic or surgical will depending on the case. However, the recommended start is to start with drug treatment and if there is no response, institute surgical treatment.
Keywords: conjunctiva, keratoconjunctivitis sicca, cornea, eye
INTRODUÇÃO 
A ceratoconjuntivite seca ou também conhecida como xeroftalmia ou olho seco trata-se de um distúrbio ocular comum dentro da clínica de pequenos animais com o foco especial para a espécie canina (DEFANTE JUNIOR, 2006; PIGATTO et al., 2009). Pode ser causada tanto por uma deficiência quantitativa quanto pela deficiência qualitativa da lágrima. Sendo a primeira, envolvendo a porção aquosa do filme lacrimal e a segunda pela evaporação excessiva da lágrima. Essas insuficiências resultam em uma produção desajustada da camada lipídica do filme lacrimal e consequentemente ocasiona reações inflamatórias de graus variados em região de córnea e conjuntiva podendo levar a cegueira. (RIBEIRO et al., 2008).
 O filme lacrimal pré corneano é composto por 3 camadas sendo a lâmina lipídica a mais externa que é secretada principalmente pelas glândulas tarsais, a parte da mucosa e a camada mais interna que é produzida pelas células caliciformes da conjuntiva (BARNET; SANSOM, 1985). Ocorre com maior frequência nas raças denominadas: Shihtzu, Buldog Inglês, Yorkshire Terrier, Lhasa Apso, Pug, West Highland White Terrier, Pequinês, Cocker Spaniel Americano e Schanauzer miniatura (DEFANTE JUNIOR, 2006; PIGATTO et al., 2009).
 
ETIOLOGIA 
A determinação da causa ou origem da ceratoconjuntivite seca, ainda é desconhecida, mas acredita-se que seja por origem multifatorial. No entanto, temos como possíveis causas: traumas na região ocular, infecções que podem ser locais ou sistêmicas, inflamação crônica da glândula lacrimal, efeitos colaterais tóxicos do uso de determinadas drogas, anomalias congênitas, origem nervosa, idiopática ou processos autoimunes com relação genética (BERANCK, 2006).
Causas primárias podem ser decorrentes da ausência de atividade lacrimal, ausência da glândula ou atrofia glandular. Além dessas, também pode ocorrer pelo fato da quebra do filme lacrimal devido a composição anormal desta (DEFANTE JUNIOR, 2006; ROSA, 2011). 
Causas secundárias são descritas na literatura por comorbidades sistêmicas tais como a cinomose, erliquiose, toxoplasmose, diabetes (DEFANTE JUNIOR, 2006), hiperadrenocorticismo e leishmaniose. Além de doenças oculares (distiquíase, entrópio, ectrópio e protusão da glândula de terceira pálpebra) (RIBEIRO, 2015), traumas em região do ducto nasolacrimal, das glândulas lacrimais ou de inervações próximas a base da orelha, impacto cirúrgico em nervos de suprimento nervoso dos ductos e glândulas lacrimais, remoção cirúrgica da glândula da 3ª pálpebra e hipossecreção provisória em animais senis que foram submetidos à cirurgia. Casos por intoxicação por beladona, botulismo e astrágalo. Fármacos da classe das sulfonamidas, fenazopiridina, medicações tópicas, e atropina. Deficiências nutricionais como hipovitaminose A. Doenças degenerativas: síndrome de disautonomia e Sjögren. E por fim, neoplasias. (DEFANTE JUNIOR, 2006). 
Apesar de sua causa ser multifatorial temos a mais incidente por consequência destruição de múltiplas glândulas de origem inflamatória envolvendo possivelmente reações imunomediadas. Acomete com maior frequência cães adultos sendo 60% dos casos bilateral e aproximadamente 65% em pacientes fêmeas. Até 30% dos casos de CCS idiopática teremos como etiologia possível a destruição das glândulas lacrimais e da glândula de terceira pálpebra, onde nessas iremos encontrar infiltrados inflamatórios de linfócitos (HERRERA et al., 2007). 
SINAIS CLÍNICOS
As manifestações clínicas irão depender das seguintes condições, se a CCS for uni ou bilateral, de caráter aguda ou crônica, recorrente ou não e se é inespecífica. Na grande maioria dos casos, encontraremos antecedentes de CCS crônica, recorrente e inespecífica (HERRERA, 2008). O aparecimento, na maioria das vezes é gradual e a gravidade vai aumentando com o passar do tempo. A princípio o paciente irá apresentar olhos avermelhados e inflamados com uma secreção mucopurulenta que cessa e recomeça por intervalos (RORIG, 2009). O que caracteriza a comorbidade é a presença de secreções na mucosa ocular que se assemelha a uma conjuntivite bacteriana, sendo essa um subdiagnóstico da CCS (HERRERA, 2008). 
A oftalmia resulta em dor e desconforto na qual, são causados por meio da deficiência do filme lacrimal. O Blefarospasmo juntamente com enoftalmia geralmente é o primeiro sinal clínico aparente da CCS (RIBEIRO et al., 2008).
A CCS costuma aparecer de modo gradual. A medida em que vai intensificando a sua gravidade a superfície do globo ocular perde o brilho característico e gera a hiperemia da conjuntiva com persistência de secreção mucopurulenta. Devido a tais sinais podemos ter opacificação/perfuração da córnea que podem ser secundárias a mesma com consequente cegueira ou a redução de nitidez visual do paciente (RORIG, 2009). Quadros que não são tratados, predispõem a ceratite progressiva com melanose em região de córnea e com a presença de neovascularização com ou não presença de úlceras de córnea (SLATTER, 2005). 
DIAGNÓSTICO 
Para realizar o diagnóstico temos como exame o Teste da Lágrima de Schrimer (TLS), sendo esse utilizados para aferir a quantidade da produção de lágrima em um tempo de 60 segundos. Posto que, resultados abaixo de 15 mim/minutos atrelados aos sinais clínicos diagnostica a afecção. Vale considerar que quando esse for entre 10 e 15 mm/minuto são sugestivos de quadros subclínico. A raça denominada Shetland Sheepdogspodem apresentar como resultado do TLS de 13 a 15 mm/minutos sem ao menos apresentar a doença (RIBEIRO, 2015).
O diagnóstico confirmatório por meio da TLS consiste em um método semiquantitativo para medir a produção do filme lacrimal pré-corneano. Implica em colocar de um papel estéril absorvente na região de terço médio do saco conjuntivas inferior por 60 segundos (SLATTER, 2005). 
Outro método de diagnóstico é a utilização de uma solução oftalmológica denominada fluoresceína de coloração amarelo-esverdeado para detectar se há ou não descontinuidade do epitélio corneano, além de avaliar o tempo de ruptura lacrimal (SLATTER, 2005). O tempo médio após a instilação do líquido é por volta de 15 a 20 segundos e é importante ressaltar que durante este tempo as pálpebras do animal devem permanecer abertas (HERRERA, 2008). 
E por fim, utilização de corante vitais como Rosa Bengala e de lissamina que vão avaliar e diagnosticar se há comorbidades que afetam a superfície do globo ocular cujo causadas principalmente por deficiência da parte aquosa da lágrima ou de mucina na do filme lacrimal (TALIERI et al., 2006). Sendo as principais funções desses: detectar células desvitalizadas, averiguar se há defeitos no epitélio em regiões de córnea e conjuntiva de modo agudo. Inclusive, verificar a presença de filamentos de muco aderido nesses locais (SLATTER, 2005). 
TRATAMENTO 
O tratamento na grande maioria dos casos, será medicamentoso. Variando entre as causas pré determinadas. Consiste na utilização de lacrimogênicos, lacrimomiméticos, mucolíticos e antibacterianos tópicos (PIGATTO et al., 2009).
O tratamento cirúrgico implica na transposição do ducto parotídeo da cavidade oral ao saco conjuntival inferior. Utilizado em casos que não respondem ao tratamento medicamentoso (PIGATTO et al., 2009).
Quando o diagnóstico da CCS for por etiologia auto-imune recomenda-se a utilização da Ciclosporina A para estimular a produção lacrimal (PIGATTO et al., 2009).
A utilização de antibióticos é visando um controle bacteriano advindo de limpezas inadequadas da superfície ocular (GELLAT, 2003).
O prognóstico será denominado desfavorável quando o TLS for abaixo de 2 mm/minuto, reservado entre 2 a 5 mm/minuto e bom quando for acima de 7 mm/minuto. No entanto, casos de alácrima de origem congênita teremos sempre um prognóstico desfavorável para o paciente (RIBEIRO, 2015). 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
A Ceratoconjuntivite seca é uma enfermidade frequente dentro da oftalmologia veterinária. Apesar de instituído o tratamento adequado a falha dos tutores em abordar o mesmo de maneira frequente e consistente é a principal causa de insucesso terapêutico. Tendo isso em mente, é de fundamental importância o médico veterinário estabelecer com o proprietário o custo, o processo medicativo, propósitos além de possíveis alternativas dentro deste contexto. 
REFERÊNCIAS
BARNET, K. C. & SANSOM, J. 1985. Dry eye in the dog and its treatment. Transactions of the ophthalmological societies of the United Kingdom. 104: 462-466.
BERANCK, F. Keratoconjunctivis sicca. Introduction and case reports. World Congress WSAVA/FECAVA/CSAVA. 2006. 
DEFANTE JUNIOR, A. Ceratoconjuntivite Seca Em Cães. 2006. Monografia (Pós-graduação) - Universidade Castelo Branco Pró-Reitoria De Pesquisa E Pós-Graduação, Campo Grande, 2006. Disponível em: <https://docplayer.com.br/4317770Ceratoconjuntivite-seca-em-caes.html> Acesso em 26 out. 2021.
GELLAT, N.K. Manual de Oftalmologia Veterinária. 3.ed. Sao Paulo: Manole: 594p, 2003.
HERRERA, H. D. et al. Severe, unilateral, unresponsive keratoconjunctivitis sicca in 16 juvenile Yorkshire Terriers. Veterinary Ophthalmology, Osney Mead, v. 10, n. 5, p. 285-288, 2007.
HERRERA, D. Oftalmologia Clínica em Animais de Companhia. 1ª Ed, Editora Medvet, p. 111-140, São Paulo, 2008.
PIGATTO, J. A. T. et al. Ceratoconjuntivite seca em cães e gatos. Acta Scientiae Veterinariae. v. 35, n. 2, p. 250-251, 2009. Disponível em:<http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/13319/000643988.pdf?sequence=1> Acesso em 07 jul. 2021.
PIGATTO, J. A. T.; PEREIRA, F. Q.; ALMEIDA, A. C. V. R.; REDAELI, R.; FAGANELLO, C. S.; FRANZEN. Â. A. Ceratoconjuntivite seca em cães e gatos. Acta Scientiae Veterinariae. 35 (Supl. 2): s250-s251. 2007.
RIBEIRO, A.P., BRITO, F.L.C., MARTINS, B.C., MAMEDE, F., LAUS, J.L. Qualitative and quantitative tear film abnormalities in dogs. Ciência Rural, v. 38, n.2, mar-abr; 2008.
RIBEIRO, A. P. Oftalmologia. In: BORIN-CRIVELLENTI, S.; CRIVELLENTI, L. Z. Casos de rotina em medicina veterinária de pequenos animais. ed. 2. São Paulo – SP: MedVet, 2015. Cap. 11, p. 690-691.
ROSA, A. S. Utilização do etil-cianoacrilato no tratamento da ceratoconjuntivite seca através da obstrução do ducto nasolacrimal de cães. 2011. 65f. Dissertação (Mestrado em Medicina Veterinária, Ciências Clínicas) - Instituto de Veterinária, Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Seropédica, RJ, 2011.
RORIG, M.C.L., WOUK, A.F.P.F. Uso de pimecrolimus 0,5% no tratamento da ceratoconjuntivite seca em cães. Tese (Pós Graduação). Curitiba 2009.
SLATTER, D. Terceira pálpebra. In: ______. Fundamentos de oftalmologia veterinária. 3. ed. São Paulo: Roca, 2005. cap. 9, p. 247- 282.
TALIERI, I. V.; BRUNELLI, A. T. J.; ORIÁ, A. P.; LAUS, J. L. Exame Oftálmico em Cães e Gatos. Clínica Veterinária, vol.11, n◦ 61, p.42-54, 2006.

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