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IVANETE DE JESUS SANTOS MATOS APLICAÇÃO DO MÉTODO SALA DE AULA INVERTIDA EM UMA TURMA DE EJA DO COLÉGIO JORGE AMADO EM IUIU-BA: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA Guanambi-BA 2021 CENTRO UNIVERSITÁRIO UNIFG PÓS-GRADUAÇÃO EM METODOLOGIAS ATIVAS E INOVAÇÃO EM APRENDIZAGEM 2 IVANETE DE JESUS SANTOS MATOS APLICAÇÃO DO MÉTODO SALA DE AULA INVERTIDA EM UMA TURMA DE EJA DO COLÉGIO JORGE AMADO EM IUIU-BA: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA Relato de Experiência apresentado ao Curso de Especialização em Metodologias Ativas, como parte dos requisitos necessários à obtenção do título de Especialista. Guanambi-BA 2021 PÓS-GRADUAÇÃO EM METODOLOGIAS ATIVAS E INOVAÇÃO EM APRENDIZAGEM 3 APLICAÇÃO DO MÉTODO SALA DE AULA INVERTIDA EM UMA TURMA DE EJA DO COLÉGIO JORGE AMADO EM IUIU-BA: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA RESUMO A educação vem sentindo algumas mudanças no decorrer dos anos, principalmente porque o público-alvo vem mudando a cada época, assim é interessante que a escola também evolua. As metodologias Ativas, podem ser consideradas parte dessa evolução, pois seus pressupostos coloca o aluno como protagonista do conhecimento e uma educação contextualizada que realmente faça sentido para o aluno e que ele possa ser um sujeito crítico e reflexivo. Pensando nisso, o presente trabalho vem apresentar um relato de experiência da aplicação do método Sala de Aula Invertida em uma turma de EJA do Colégio Estadual Jorge Amado, situado na cidade de Iuiu/ Ba, durante a I unidade nas aulas de Língua Inglesa. Esse método consiste em primeiro mandar o material para que o aluno faça a leitura e também as atividades e depois ele tem a aula sobre aquele conteúdo. O objetivo é que o aluno desenvolva a sua autonomia, e se sinta como parte do processo da sua aprendizagem. Dessa forma, percebemos que os alunos se sentem mais acolhidos e motivados o que despertará o interesse deles. A Aprendizagem centrada no aluno é o nosso foco para uma aula contextualizada e significativa. Assim, trabalhar com Sala de Aula Invertida no ensino médio em uma turma de EJA, possibilitará uma reflexão, interpretação e interação por parte dos alunos. Além disso, este relatório vem refletir também sobre a atualidade desse método apresentado, e uma reflexão sobre essa estratégia. Também apresentaremos as referências bibliográficas, que respaldou este plano, as metodologias utilizadas e as nossas considerações finais sobre esta proposta. Palaras- chave: Sala de Aula Invertida, Metodologias Ativas, Eja, Andragogia 4 APPLICATION OF THE FLIPPED CLASSROOM IN A EJA CLASS OF JORGE AMADO COLLEGE IN IUIU-BA: AN EXPERIENCE REPORT ABSTRACT Education has been experiencing some changes over the years, mainly because the target audience has been changing every time, so it is interesting that the school also evolves. Actives methodologies can be assessed as part of this evolution, as their assumptions place the student as the protagonist of knowledge and a contextualized education that really does it for the student and that he can be a critical and reflective subject. With this in mind, the present work presents an experience report of the application of the Flipped Classroom method in an EJA(youth and adult education), class at the Colégio Estadual Jorge Amado, located in the city of Iuiu / Ba, during the English Language classes. This method consists of first sending the material for the student to read and also the activities and then he has the class on that content. The objective is that the student develops his autonomy, and feels as part of the process of his learning. In this way, we realize that students feel more welcomed and motivated which will arouse their interest. Student- centered learning is our focus for a contextualized and meaningful class. Thus, working with an Flipped Classroom in high school in an EJA class, will allow students to reflect, interpret and interact. In addition, this report also reflects on the timeliness of this method presented, and a reflection on this strategy. We also present the bibliographic references, which supported this plan, the methodologies used and our final considerations on this proposal. Keywords: Flipped Classroom, Active Methodology, EJA(youth and adult education), Andragogy 5 Lista de ilustrações Tabela 1................................................................................11 Figura 1................................................................................13 Figura 2................................................................................13 Figura 3................................................................................14 Figura 4................................................................................15 6 SUMÁRIO 1. Introdução........................................................................................07 2. Apontamentos teóricos....................................................................07 3. Delineamentos metodológicos.........................................................09 4. Construindo um relato nas aulas da EJA.........................................11 5. Resultado e discussões.....................................................................16 6. Considerações finais........................................................................17 7. Referências......................................................................................18 7 1. INTRODUÇÃO As metodologias Ativas não é um modelo novo, mas é algo que começou a ser colocada em prática há pouco tempo. A maioria dos professores preferiam trabalhar com o ensino tradicional, que de certa forma dava menos trabalho. No entanto, na atual conjuntura em que vivemos, somente este tipo de ensino não dá conta de suprir as necessidades dos alunos atuais. Por isso uma grande parte dos professores tem buscado nas metodologias ativas, a alternativa que precisava para lecionar para os alunos de hoje. Principalmente nesse modelo de aula online, que pegou todos de surpresa nesse momento de Pandemia. As Metodologias Ativas, tem como princípio o aluno como centro de todo o processo, alguém capaz de pensar, questionar e construir o seu conhecimento a partir do que lhe foi oferecido. E o professor agora tem outra função, não mais a de depositar conhecimento, mas sim de mediar e construí-lo junto com o aluno, de uma forma contextualizada e reflexiva. Nesse meio não podemos nos esquecer da EJA (Educação de Jovens e adultos) no tocante que se trata de um público delicado que precisa de atenção especial. E as vezes precisamos nos perguntar o quanto estamos sendo bem-sucedidos como professores da EJA, se as nossas metodologias estão sendo adequadas a esse público, se a forma de trabalharmos está atingindo de forma satisfatória esses estudantes, ou se apenas estamos cumprindo nosso papel de estar nas salas de aula sem analisar os benefícios de nossa trajetória lá. Nesse relato vamos tocar em alguns pontos que podem nos fazer repensar nossas metodologias e até mesmo nos ajudar a compreender como nos posicionar diante de uma sala de aula em que nosso alvo é a EJA. 2. APONTAMENTOS TEÓRICOS Observa-se que houve nos últimos anos um aumento pela procura da modalidade (EJA) Educação de Jovens e Adultos pelas pessoas que de alguma forma não conseguiram completar seus estudos no período escolar adequado. Com isso estudos buscam metodologias que se adequam a esta modalidade, no intuito de haver melhorias na prática do ensino da EJA. Compreende-se que é necessáriovoltar a atenção para essa modalidade de ensino, no sentido de haver uma prática pedagógica que se adapte aos contornos da EJA, que exige do educador uma formação que atenda os anseios desses alunos adultos. 8 Nesse sentido, a Andragogia termo popularizado por Malcon Knowles como a arte e a ciência de orientar os adultos a aprender que ele traz em seu livro The modern practice of adult educacion (1970), abriu nuances para se pensar a melhoria do ensino aprendizagem da EJA e ao mesmo tempo mostra a importância de inserir a Andragogia na formação docente. Segundo Osório (2003), o termo Andragogia surgiu em 1926 no contexto Anglo – Saxão, com a publicação do livro “The meaning of adult education” escrito por Lindeman, este foi o grande impulsionador da educação de adultos, e defendia que educação é vida e que a educação de adultos deveria ser focada nas situações de vida tendo como recursos principais as experiências vividas por esses alunos. Mais tarde Knowles vem fincar de vez a Andragogia como disciplina para educação de adultos. Este ainda defendia que apesar da pedagogia se aplicar também ao ensino aprendizagem do adulto, era preciso levar em consideração que o adulto tem responsabilidades, função social, aplicabilidades da vida diferentes da vida das crianças, pensando nisso era preciso ponderar na formação de uma nova disciplina que voltasse para o ensino de adulto e que diferenciasse da pedagogia em si. (OSÓRIO,2003). Segundo Osório (2003), a Andragogia é, a arte e a ciência de ajudar os adultos a aprender, por oposição a pedagogia como arte e ciência de ensinar as crianças. A Andragogia baseia-se noutros pressupostos de aprendizagem e de ação com os adultos, portanto é necessário um salto qualitativo no momento de estudar, compreender e praticar a educação de adultos. Para a Andragogia o aprendizado do aluno adulto é baseado em seus interesses, ou seja, este alvo é um ser com vivencia e consciência, o ensino aprendizado dele deve ter uma aplicabilidade em sua vida diária, ele busca algo que o ajude a enfrentar seus problemas reais em sua vida profissional e pessoal. O mediador (professor) deve ter em mente que está mediando o aprendizado de um adulto, sendo assim, esse ensino deve ser caracterizado por um ambiente adulto, ou seja, ali há dois adultos trocando experiências entre si. Isso faz do professor um facilitador e do educando um aprendiz, a sala de aula torna-se um ambiente em que há uma troca de conhecimento, algo recíproco e natural. Nesse cenário encontra-se um uma parceria entre facilitador e aprendiz, no qual faz jus a metodologia de ensino aprendizagem de adultos que é fundamentada na articulação, na motivação e na experiência dos aprendizes adultos. Assim compreende-se que o aluno adulto aprende compartilhando conhecimentos e experiências e não apenas recebendo informações, sendo que a experiência de participar 9 do seu próprio ensino aprendizagem, e estar ativo, vivenciando, saindo do lugar de recebedor e participando de sua construção, significa também a formação de um adulto que poderá delinear seus próprios caminhos para a resolução de problemas, mudanças de atitudes e autonomia. Dessa forma, no ensino de adultos ariscamos dizer que ele próprio colabora para sua formação, desde que o método de ensino acolhido para esse alvo, seja o método adequado, sendo os conceitos da Andragogia uma opção que está sendo aplicada e vem sendo bem-sucedida, obtendo resultados significantes não apenas para o currículo, mas o mais importante, para a vida. Pensando nisso, o método sala de aula invertida é uma ótima opção para o ensino de jovens e adultos, uma vez que segundo Valente (2014), esse método é uma modalidade de aprendizagem na qual o conteúdo e as instruções são estudados antes de o aluno frequentar a sala de aula, que agora passa a ser o local para trabalhar os conteúdos já estudados, realizando atividades práticas, sanando as dúvidas e compartilhando conhecimento. Além disso, podemos dizer que a aprendizagem invertida pode ser entendida como uma abordagem pedagógica na qual a aula expositiva passa da dimensão da aprendizagem grupal para a dimensão da aprendizagem individual, transformando o espaço em sala de aula restante em um ambiente de aprendizagem dinâmico e interativo, no qual o facilitador guia os estudantes na aplicação dos conceitos e na participação criativa destes sobre o assunto ( FLN, 2018 apud SCHMITZ, 2016, p. 42). Dessa forma, o aluno se sentirá mais confiante em realizar as atividades, pois esse ensino permite ao mesmo tempo realizar leituras, assistir vídeos aulas e ainda tem a possibilidade de adequar aos horários e necessidade do educando. Afinal, esse método consiste em inverter a ordem das coisas, primeiro o aluno tem acesso ao conteúdo, responde as atividades e depois no momento da aula ele expõe o seu entendimento, suas dúvidas e o professor no papel de mediador tira as dúvidas dos alunos e explica o conteúdo para que se acrescente algo ao que o aluno já aprendeu 3. DELINEAMENTOS METODOLÓGICOS O Colégio Estadual Jorge Amado, situa-se em Iuiu-BA, e comporta atualmente duas turmas de Educação de Jovens e Adultos (EJA), que trabalha com áreas diferentes, EIXO VI (Linguagens e Humanas) e EIXO VII (Matemática e Ciências da Natureza). As turmas de EJA compõem-se em maioria de alunos oriundos da zona rural. Alunos estes, que trabalham na lavoura para garantir a sua sobrevivência. Grande parte dos alunos não 10 tem uma expectativa de vida mais abrangente, acredita que sempre será da mesma forma que está sendo hoje. E por esse motivo, eles não veem a língua inglesa como algo necessário, pois acreditam que não irão usá-la para nada. Dessa forma, a falta de interesse dos alunos nas aulas de inglês é um dos principais desafios enfrentados em sala de aula. E no ensino remoto, essas dificuldades aumentaram significativamente, uma vez que esse público ainda não domina por completo a tecnologia e se mantêm resistente em algumas coisas, o que se torna mais um problema a ser enfrentado. Sabendo disso, pensamos em uma proposta de inovação nas aulas de inglês nesse ensino remoto, em uma turma de EJA (EIXO VI), para o ano de 2021. Observando que a maioria dos alunos tem acesso ao celular, e que ainda com dificuldades muitos conseguem ter acesso a internet, sugerimos trabalhar toda a I unidade com o método Sala de Aula Invertida, como ferramenta pedagógica, nos valendo também dos pressupostos que a Andragogia nos traz. A sala de aula invertida também conhecida como flipped classroom vem sendo uma grande inovação no meio educativo, muitos professores aderiram por completo a essa metodologia que vem dando resultados, ele consiste em inverter por completo a forma de como as aulas aconteciam na sala de aula. O método consiste na proposta de que o aluno irá absolver todo o conteúdo de forma online seja em casa, na biblioteca ou em qualquer lugar, mas quando ele chegar na sala de aula, ele já vai saber do que se trata o conteúdo sobrando tempo para as discussões e para o professor sanar as dúvidas dos alunos. O objetivo dessa proposta, é construir juntamente com os alunos da EJA, um ensino de língua inglesa pautado na interação social e inclusão no mundo atual globalizado, além de propor um ensino significativo, contextualizado e reflexivo. Desse modo, essa proposta terá como base o ensino centrado no aluno, pois ele próprio. será o construtor do seu conhecimento, tendo o professor como mediador. É valido dizer, que todos os professores estão trabalhando na EJA com um tema norteador, que foi definido em conjunto e na I Unidade, o tema seria “O mundo do Trabalho”. Dessa forma, as atividades e as aulas deveriam contemplar o tema em questão. 11 4. CONSTRUINDO UM RELATO NAS AULAS DA EJANo dia 15 de março de 2021 as aulas do estado retornaram e com isso a responsabilidade de um ensino inovador. Portanto, utilizamos a sala de aula invertida como ferramenta de aprendizagem do aluno. As atividades foram organizadas em trilhas, que continha todas as informações instruções, objetivos, conteúdo, forma de entrega, etc. Assim como uma trilha real, a atividade passava por vários percursos para que o aluno conseguisse contextualizar o conteúdo com os seus conhecimentos prévios, seu cotidiano e assim construir e remoldar o seu conhecimento. Fizemos um cronograma para nos situarmos e situar os alunos sobre as datas de envio das atividades e das aulas online, para que eles já estivessem preparados para os momentos síncronos e assíncronos. Foi definido na escola, um calendário para que cada professor pudesse postar as atividades e ter as aulas online em um dia específico, e as aulas de inglês ficaram definidos para os dias de quinta-feira. Assim, o cronograma ficou da seguinte maneira: Tabela 1. Cronograma de envio de atividades e aulas online ❖ AULAS 1 e 2- No dia 18 de março, enviamos um áudio no grupo de whatsApp sobre como funcionaria as aulas, explicamos o método que iríamos utilizar e qual a sua finalidade. Depois foi enviado para os alunos uma atividade diagnóstica sobre a língua inglesa, uma vez que em 2020, o período que passamos com os alunos foi muito pouco, além de que estaríamos retornando em uma realidade totalmente diferente. Então, perguntamos sobre os pontos fortes, as dificuldades, o que eles estavam fazendo para amenizar esses problemas que eles detectaram, e também o que eles esperavam nesse ensino remoto. A maioria respondeu que tinha dificuldade, porém quase nada estava CRONOGRAMA DE ENVIO DAS ATIVIDADES E AULAS ONLINE 18/03/2021 Aulas 1 e 2-Envio da trilha de aprendizagem I- Atividade diagnóstica. 25/03/2021 Aulas 3 e 4-Aula online, para discutir sobre a trilha I. 01/04/2021 Aulas 5 e 6-Envio da trilha de aprendizagem II- Home Office/Occupations. 08/04/2021 Aulas 7 e 8-Aula online, para discutir sobre a trilha II. 15/04/2021 Aulas 9 e 10-Envio da trilha de aprendizagem III- Simple presente/routine. 22/04/2021 Aulas 11 e 12-Aula online para discutir sobre a trilha III . 29/04/2021 Aulas 13 e 14-Apresentação de trabalho sobre a rotina, utilizando o Simple Present. 12 sendo feito para que amenizasse esses problemas. E com relação do retorno das aulas, a maioria tinha medo, pois era algo totalmente novo para eles, muitos estavam contando com a ajuda dos filhos para conseguir acessar aos aplicativos como Google Classroom e Google Meet. Pois estávamos enviando as atividades no Google Classroom e teríamos as aulas online através do Google Meet, no entanto como muitos ainda tinha dificuldades de entrar no Google Classroom, enviávamos também no grupo de WhatsApp, que o acesso era mais fácil. ❖ AULAS 3 e 4- Dia 25 de março, tivemos a nossa primeira aula online, inicialmente muitos não conseguiram acessar o Google Meet, mas no decorrer da aula, aqueles que tinha internet foram entrando. Explicamos a eles, novamente a proposta das aulas, alguns não gostaram muito, pois segundo eles teria que estudar mais, uma vez que teria que estudar o assunto e responder as atividades antes do professor explicar, mas outros entenderam e acharam que seria muito interessante, uma vez que ele seria os próprios construtores do saber e nós professores seríamos apenas os mediadores. Foi uma aula bem legal, pedimos sugestões para os alunos, para que assim eles sentissem realmente que a opinião de cada um importa na construção do plano de aula, para que eles tenham uma aprendizagem cada vez mais significativa. Além de que, também estávamos sempre pautando nos pressupostos da andragogia, então é importante que a gente leve em consideração as experiências do aluno e assim poder realizar um ensino de fato centrado no aluno. ❖ AULAS 5 e 6- Dia 01 de abril, Postamos no Google sala de aula e também enviamos no grupo de WhatsApp, a trilha II, com o conteúdo “Home Office” e “Occupations”, tentamos buscar os conhecimentos prévios do aluno e coisas do cotidiano, antes de introduzir o conteúdo (ver figura 1). Assim, acreditamos, que o aluno tenha mais interesse em aprender o conteúdo, por ver que o que será estudado faz parte da realidade dele e assim terá mais motivação para aprender. Percebemos então, que os pressupostos da andragogia andam atrelados, um vai puxando o outro, e quando um ponto é alcançado, fica mais fácil para atingir os demais. Além das perguntas, também trouxemos algumas imagens para ilustrar o nosso conteúdo e assim, o aluno familiarizar melhor com o assunto. Depois de todos esses contextos, do aluno buscar algumas informações adquiridas em seu conhecimento prévio, e também de relacionar o conteúdo com o seu cotidiano, aí sim, pontuamos a explicação do conteúdo de uma forma simples e objetiva, sem muitos rodeios, para que eles conseguissem entender. Após a explicação do conteúdo fizemos algumas perguntas para fixar o que foi aprendido e pedimos para que eles 13 traduzissem para o português o vocabulário sobre “Occupations”. Após essa atividade de tradução, tinha a parte da autoavaliação,( ver figura 2), que era trazida em cada trilha, para que o aluno pudesse avaliar o seu percurso, o que aprendeu, o que precisava melhorar, para que assim ele adquira um senso crítico e reflexivo sobre si mesmo e tenha autonomia de correr atrás do seu conhecimento. Figura 1. Ativando os conhecimentos prévios Figura 2. Autoavaliação ❖ AULAS 7 e 8- Dia 08 de março, tivemos a aula online, para discutirmos sobre a trilha II. Foi bem interessante, porque os alunos já tinham feito as atividades e lido o conteúdo, assim eles já tinham conhecimento do que seria trabalhado na aula. Pedimos para que eles falassem sobre a atividade, o que acharam, as dúvidas e tudo isso contribuiu no processo de aprendizagem, pois além do aluno fixar melhor o conteúdo, ele se sente 14 como responsável pelo processo, pois uma grande parte ele fez sozinho. Então, na aula, pudemos tirar as dúvidas, explicar o conteúdo e assim agregar mais conhecimento para aquele aluno. É importante ressaltar, que nesse processo, nós professores atuamos como mediadores, que ajudamos os alunos a ser protagonista do próprio conhecimento. Percebemos, que dessa forma, o conteúdo foi contextualizado e a aprendizagem foi toda centrada no aluno ❖ AULAS 9 e 10- Dia 15 de maio, foi o dia de enviar uma nova trilha, no entanto o assunto apesar de diferente do que foi trabalhado na trilha anterior, era de certa forma fazia referência, pois é muito importante que o aluno consiga relacionar um conteúdo com o outro. O assunto dessa vez era trabalhar sobre “Routine” e um tempo verbal “ Simple Present”. Foi um desafio muito grande, elaborar essa trilha, pois “Simple Present”, é um assunto muito complexo, no entanto nos respaldamos em um dos preceitos da andragogia, de que é importante identificar o que o aluno tem realmente a necessidade de saber. Assim, pensamos que para o momento seria importante eles entenderem o que era esse tempo verbal, para que ele é usado e focar no uso dele para falar de rotina, assim ficaria mais contextualizado com a realidade deles e com o tema da unidade. Assim como na trilha I, primeiramente contemplou os conhecimentos prévios do aluno, contextualizando com o seu cotidiano, ( Ver figura 3), e só depois é que focou no conteúdo em si. Figura 3. Introdução ao conteúdo, abordando os conhecimentos prévios. 15 Após esta atividade de introdução ao conteúdo, tiveram outras e depois o assunto foi abordado de uma forma bem direta e simples, (ver figura 4) . É muito importante ter o cuidado de usar uma linguagem diferente para cada tipo de aluno, para que assim haja uma comunicação eficiente. No casoda Eja, a linguagem deve ser o mais simples possível, para que a gente consiga atingir esses alunos e que eles compreendam exatamente o que foi colocado, principalmente nesse método de sala de aula invertida, onde no primeiro momento ele faz tudo sozinho. Figura 4. Explicação do conteúdo, de uma forma simples e objetiva. ❖ AULAS 11 e 12- Dia 22 de abril, foi o momento da aula síncrona, e o momento de discutirmos sobre a trilha III. Pedimos para que os alunos falassem sobre a sua rotina, muitos ficaram com vergonha de falar em inglês, então colocamos a possibilidade de relatar em português mesmo, o mais importante seria a participação. Dessa forma, a 16 maioria conseguiu falar sobre a sua rotina, sua profissão e perceber a relação do conteúdo com o seu cotidiano. Alguns continuaram com vergonha, e só escreveram algumas coisas no chat, mas participaram, no entanto, a parte ruim é que nenhum aluno quis abrir a câmera e faltou essa interação cara a cara. Depois desse momento de conversa e troca de experiências, explanamos o conteúdo, tiramos as dúvidas e corrigimos as atividades. Deixamos como atividade para a próxima semana, eles deveria falar novamente sobre a rotina, mas dessa vez na língua inglesa, utilizando os verbos no simple present. ❖ AULAS 13 e 14- Dia 29 tivemos as últimas aulas da I unidade, e começamos a aula perguntando quem tinha se preparado para apresentar o trabalho, que seria relatar a sua rotina usando os verbos no simple presente. Tivemos uma apresentação considerável de alunos, alguns ainda não estavam seguros para apresentar, tentamos explicar que o mais importante era participar, mas também não forçamos barra, pois é preciso também respeitar os limites do aluno, ainda mais os alunos da Eja que já vem para a escola com uma bagagem expensa. Ao final das apresentações, parabenizamos a turma pela participação e comprometimento. Depois fizemos um feedback sobre a unidade e pedimos para que os alunos fizessem uma auto avaliação de como ele foi nesse percurso. E encerramos a aula com o sentimento de tarefa cumprida, pelo menos naquela turma. 5. RESULTADO E DISCUSSÕES A Metodologia Ativa nos permite colocar o aluno como protagonista da construção do seu conhecimento, e assim ele se torna parte desse processo, o que é muito importante para que ele venha a se interessar pelo que está sendo estudado. Em cada aula síncrona que a gente tinha, era nítido que os alunos tinham aprendido alguma coisa, por mínima que fosse. Pois para responder as atividades, era necessário fazer a leitura de toda a trilha, anotar as dúvidas e tudo isso faz parte do processo de aprendizagem. É óbvio, que não conseguimos atingir todos os alunos, têm alguns que não se desenvolveram, mas a maioria conseguiu ter um bom resultado na Unidade I. Portanto, podemos afirmar, que o método Sala de Aula Invertida realmente funciona e traz vários benefícios para o aluno, como o desenvolvimento da autonomia nessa busca pelo saber e a motivação para que o aluno aprenda. É importante ressaltar, que o conhecimento prévio do aluno deve ser utilizado como parte do processo, para que assim ele se veja no conteúdo e tenha mais vontade e autonomia para buscar o conhecimento. 17 6. CONSIDERAÇÕES FINAIS As Metodologias Ativas pode ser uma grande aliada no processo de ensino aprendizagem, pois como já foi dito, ela traz propostas que colocam o aluno no centro do conhecimento. O que torna o processo mais significativo para o aluno. Então, é necessário identificar qual a melhor metodologia para cada turma, para que o método tenha uma maior eficácia. Neste relatório foi apresentado uma experiência com alunos do ensino médio, em uma turma de EJA, que tem uma realidade bem diferente dos demais alunos do ensino regular. Por isso foi pensado trabalhar com sala de aula invertida nessas turmas. E diante do que foi exposto, compreendemos que usar Metodologias na sala de aula é totalmente possível. É válido ressaltar, que a maioria dos alunos tiveram um bom rendimento com esse método utilizado. Assim, entendemos que a sala de aula invertida é um método eficiente e que podemos ampliar para as demais turmas. No entanto é válido ressaltar que é preciso ter um bom planejamento e também que o aluno se comprometa com a sua responsabilidade. Portanto, devemos procurar cada vez mais utilizar as metodologias ativas na sala de aula, para que tenhamos um melhor aproveitamento no processo de ensino-aprendizagem. 18 7. REFERÊNCIAS HAMZE, A. Andragogia e a arte de ensinar aos adultos, Acessado em 10/05/2021. Disponível em http://www.educador.brasilescola.com/trabalho-docente/andragogia.htm OSORIO, A. Educação Permanente e Educação de Adultos. Lisboa: Horizontes Pedagógicos, 2003 Schmitz, E. X. (2016). Sala de aula invertida: Uma abordagem para combinar metodologias ativas e engajar alunos no processo de ensino-aprendizagem. VALENTE, J. A. Blended learning e as mudanças no ensino superior: a proposta da sala de aula invertida. Educar em Revista, núm. 4, 2014, p. 79-97. Universidade Federal do Paraná, Brasil. http://www.educador.brasilescola.com/trabalho-docente/andragogia.htm
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