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Morfossintaxe diacrônica da 
Língua Portuguesa
YANA DE MELLO GONZAGA
1ª Edição
Brasília/DF - 2018
Autor
Yana de Mello Gonzaga
Produção
Equipe Técnica de Avaliação, Revisão Linguística e 
Editoração
Sumário
Organização do Livro Didático........................................................................................................................................4
Introdução ..............................................................................................................................................................................6
Capítulo 1
Iniciando o Estudo das Classes Gramaticais ........................................................................................................7
Capítulo 2
O Estudo dos Pronomes, Preposições, Conjunções e Interjeições ............................................................. 14
Capítulo 3
Iniciando o Estudo da Sintaxe ............................................................................................................................... 26
Capítulo 4
Continuando a Análise Sintática: O Estudo dos Predicados ........................................................................ 39
Capítulo 5
Estudando os Termos Integrantes e Acessórios ............................................................................................... 45
Capítulo 6
Finalizando o Estudo da Sintaxe dos Termos ................................................................................................... 57
Referências .......................................................................................................................................................................... 73
4
Organização do Livro Didático
Para facilitar seu estudo, os conteúdos são organizados em capítulos, de forma didática, objetiva e 
coerente. Eles serão abordados por meio de textos básicos, com questões para reflexão, entre outros 
recursos editoriais que visam tornar sua leitura mais agradável. Ao final, serão indicadas, também, 
fontes de consulta para aprofundar seus estudos com leituras e pesquisas complementares.
A seguir, apresentamos uma breve descrição dos ícones utilizados na organização do Livro Didático.
Atenção
Chamadas para alertar detalhes/tópicos importantes que contribuam para a 
síntese/conclusão do assunto abordado.
Cuidado
Importante para diferenciar ideias e/ou conceitos, assim como ressaltar para o 
aluno noções que usualmente são objeto de dúvida ou entendimento equivocado.
Importante
Indicado para ressaltar trechos importantes do texto.
Observe a Lei
Conjunto de normas que dispõem sobre determinada matéria, ou seja, ela é origem, 
a fonte primária sobre um determinado assunto.
Para refletir
Questões inseridas no decorrer do estudo a fim de que o aluno faça uma pausa 
e reflita sobre o conteúdo estudado ou temas que o ajudem em seu raciocínio. 
É importante que ele verifique seus conhecimentos, suas experiências e seus 
sentimentos. As reflexões são o ponto de partida para a construção de suas 
conclusões.
5
ORGAnIzAçãO DO LIvRO DIDáTICO
Provocação
Textos que buscam instigar o aluno a refletir sobre determinado assunto antes 
mesmo de iniciar sua leitura ou após algum trecho pertinente para o autor 
conteudista.
Saiba mais
Informações complementares para elucidar a construção das sínteses/conclusões 
sobre o assunto abordado.
Sintetizando
Trecho que busca resumir informações relevantes do conteúdo, facilitando o 
entendimento pelo aluno sobre trechos mais complexos.
Sugestão de estudo complementar
Sugestões de leituras adicionais, filmes e sites para aprofundamento do estudo, 
discussões em fóruns ou encontros presenciais quando for o caso.
Posicionamento do autor
Importante para diferenciar ideias e/ou conceitos, assim como ressaltar para o 
aluno noções que usualmente são objeto de dúvida ou entendimento equivocado.
6
Introdução
Nossa disciplina denomina-se Morfossintaxe Diacrônica da Língua Portuguesa, o que significa 
que nosso estudo se relaciona a dois segmentos importantes da gramática: a Morfologia, que 
trata da estrutura, da formação e da classificação das palavras de nossa língua e a Sintaxe, que 
corresponde ao estudo das relações que as palavras estabelecem entre si nas orações, assim 
como das relações que as orações estabelecem entre si nos períodos.
Desse modo, conheceremos as noções preliminares do estudo da sintaxe: frase, oração e período. 
Conheceremos, também, o sujeito e o predicado, dois sintagmas fundamentais para o estudo 
das orações. Daremos prosseguimento ao estudo de outras funções sintáticas e finalizaremos a 
disciplina com um importante estudo sobre as concordâncias e as regências nominal e verbal. 
Você deve imaginar o quão extenso é o conteúdo desta disciplina, portanto, o estudo individual 
da gramática é indispensável e fundamental para o seu aprendizado. Não deixe de aprofundar 
seus conhecimentos consultando os livros recomendados ao final de cada capítulo.
Objetivos
Este Livro Didático tem como objetivos:
 » Reconhecer os aspectos semânticos, morfológicos e sintáticos que determinam as 
diversas classes de palavras.
 » Distinguir as diversas classes de palavras.
 » Reconhecer a importância do uso de determinadas classes de palavras para o efeito de 
sentido pretendido no texto.
7
Introdução
Uma classe gramatical é definida por critérios semânticos, morfológicos e sintáticos (ou funcional). 
O primeiro é relativo ao significado, à representação do mundo; o segundo refere-se à forma 
gramatical, e o terceiro, ao papel sintático desempenhado pelo vocábulo numa sentença. É 
importante que a abordagem das classes de palavras seja feita segundo esses critérios.
Segundo a Nomenclatura Gramatical Brasileira (NGB), as palavras são distribuídas segundo a 
classificação gramatical representada no quadro a seguir:
Classificação gramatical conforme a NGB
A. VARIÁVEIS
1. substantivos
2. adjetivos
3. pronomes
substantivos
adjetivos
4. artigos
5. numerais
6. verbos
B. INVARIÁVEIS
7. advérbios
8. preposições
9. conjunções
coordenativas
subordinativas
10. interjeições
Fonte: Elaborado pela autora.
O que nos interessa neste capítulo é perceber os mecanismos estilísticos das classes gramaticais, 
por isso, não enfatizaremos suas definições e subclassificações. Queremos ir além das noções 
gramaticais, sintáticas e semânticas; queremos utilizar o estudo das classes a favor da compreensão 
do discurso. Não basta saber que o substantivo, por exemplo, é palavra variável, que nomeia os 
seres etc.; é preciso associar as informações referentes a determinado substantivo ao conhecimento 
de mundo e às outras informações do texto.
Está animado(a)? Vamos começar?
1
CAPÍTULO
InICIAnDO O ESTUDO DAS CLASSES 
GRAMATICAIS
8
CAPÍTULO 1 • InICIAnDO O ESTUDO DAS CLASSES GRAMATICAIS
Objetivos 
 » Reconhecer e distinguir os substantivos, adjetivos, advérbios, artigos e numerais.
 » Reconhecer os aspectos semânticos, morfológicos e sintáticos dessas classes de palavras.
O substantivo e as palavras que a ele se referem
 
Artigos 
Numerais 
adjetivos 
Pronomes 
adjetivos 
Adjetivos 
Verbos 
Substantivos 
ou Pronomes 
substantivos 
ou Numerais. 
substantivos 
Palavra que indica ação , como núcleo do predicado, ou estado.
Característica dada ao 
substantivo 
Definidos: o(s), a(s), 
Indefinidos: um(a), uns 
(umas) 
Números cardinais, ordinais, 
multiplicativos e fracionários 
Os pronomes, além de se classificarem em 
substantivos (que substituem o substantivo) 
e adjetivos (que acompanham o substantivo), 
dividem-se em pessoais (retos e oblíquos), 
possessivos, demonstrativos, indefinidos, 
interrogativos e relativos. 
Fonte: Elaborado pela autora.
Os substantivos:
 » Semanticamente são os nomes com que se designam coisas, seres ou sentimentos.
 » Morfologicamente são termos variáveis sobre os quais se referem vários outros termos.
 » Sintaticamente funcionam como termos-núcleo, termos determinados ou subordinantes.» Classificam-se em:
 › comuns (nomeiam genericamente): cachorro, homem, mesa, cadeira...
 › próprios (nomeiam particularmente): Rio de Janeiro, José, Rex...
9
InICIAnDO O ESTUDO DAS CLASSES GRAMATICAIS • CAPÍTULO 1
 › concretos (nomeiam o existente, real ou imaginário): pedra, Deus, duende, fada...
 › abstratos (nomeiam ações, estados, qualidades, sensações ou sentimentos de um 
ser existente): amor, ódio, tristeza, alegria...
 › simples (têm apenas um radical): sol, plano, pé...
 › compostos (têm mais de um radical): girassol, pontapé, planalto...
 › primitivo (não originado de nenhum outro nome): mar, flor, pedra...
 › derivado (originado do primitivo): maré, florista, pedreiro...
 › coletivo (expressa pluralidade): boiada, rebanho, arquipélago...
Os seus dois lindos olhos azuis fascinam qualquer coração.
 » Os: artigo definido masculino plural: refere-se ao substantivo olhos.
 » Seus: pronome adjetivo possessivo: refere-se ao substantivo olhos.
 » Dois: numeral cardinal: refere-se ao substantivo olhos.
 » Olhos: substantivo comum, concreto, simples.
 » Azuis: adjetivo: refere-se ao substantivo olhos.
 » Fascinam: verbo: concorda com o substantivo olhos.
 » Qualquer: pronome adjetivo indefinido: refere-se ao substantivo coração.
 » Coração: substantivo comum, concreto, simples.
Adjetivos
 » Semanticamente atribuem característica ao substantivo, por isso, sintaticamente são 
termos modificadores, determinantes ou subordinados.
 » Morfologicamente: palavras variáveis, concordando com o substantivo a que se referem.
Observe as frases a seguir:
A laranja que comprei na feira estava estragada.
A é artigo definido; laranja é substantivo (= fruta); que é pronome substantivo relativo; comprei 
é verbo; na feira é locução adverbial; estava é verbo; estragada é adjetivo.
10
CAPÍTULO 1 • InICIAnDO O ESTUDO DAS CLASSES GRAMATICAIS
Comprei um vestido laranja e dei-o a minha irmã.
Comprei é verbo; um é artigo indefinido; vestido é substantivo; laranja é adjetivo; 
e é conjunção; dei é verbo; o é pronome substantivo (oblíquo), pois substitui 
vestido; a é preposição; minha é pronome adjetivo possessivo; irmã é substantivo.
Repare que uma mesma palavra pode desempenhar diferentes classes gramaticais, dependendo 
de seu uso. Laranja, no primeiro exemplo, é substantivo e, no segundo, adjetivo. 
Isso significa dizer que é o critério sintático que difere o adjetivo do substantivo, pois, 
morfologicamente, ambos são variáveis.
Segundo Azeredo (2004, p. 75), o adjetivo é a “classe de palavras lexicais que modificam o conceito 
designado pelo substantivo”.
Veja um exemplo da Carta de Descobrimento:
“Eram três ou quatro moças, bem moças e bem gentis.”
Na primeira ocorrência, moças é um substantivo e, na segunda, é adjetivo, sinônimo de pouca 
idade.
Outro conhecimento importante que devemos ter é o de que a anteposição do adjetivo ao 
substantivo pode ser bastante expressiva. Observe:
Mulher pobre x pobre mulher
Mulher pobre x pobre mulher
Conhecido velho x velho conhecido
sem recursos coitada
com muita idade antigo
Para refletir
Agora, analise a frase de Machado de Assis:
Não sou propriamente um autor defunto, mas um defunto autor.
Como você explicaria a diferença de sentido entre os termos sublinhados?
Autor defunto: autor é substantivo e defunto é adjetivo, ou seja, é um autor que já morreu.
Defunto autor: defunto é substantivo e autor é adjetivo, ou seja, é um morto que escreve.
11
InICIAnDO O ESTUDO DAS CLASSES GRAMATICAIS • CAPÍTULO 1
O advérbio e as palavras a que ele se refere
O advérbio
É uma palavra invariável (não varia em número plural/singular; não varia em gênero masculino 
ou feminino).
Refere-se a:
 » Verbo: Os alunos fizeram a prova rápido. (advérbio de modo; modifica o verbo: fizeram 
rápido).
 » Adjetivo: Ela é uma moça muito bonita. (advérbio de intensidade; intensifica o adjetivo: 
muito bonita).
 » Advérbio: O orador fala muito bem. (Muito é advérbio de intensidade e modifica o 
advérbio bem que, por sua vez, como advérbio de modo, modifica a forma verbal fala).
São classificados de acordo com o seu sentido:
Classificação e exemplos de advérbios:
Tempo: ontem, hoje, agora, depois, brevemente, ainda, sempre, logo, nunca
Lugar: aqui, ali, aí, abaixo, atrás, perto, longe, fora, no jardim, na praia
Negação: não, nem, nunca
Modo: depressa, devagar, carinhosamente, melhor
Intensidade: muito, pouco, demais, bastante
Afirmação: sim, realmente, certamente
Dúvida: talvez, possivelmente
Fonte: Elaborado pela autora.
Como os advérbios têm função caracterizadora, os alunos costumam confundir, em algumas 
situações, os advérbios com os adjetivos. Quais as diferenças entre eles?
Adjetivos Advérbios
variáveis Invariáveis
Referem-se a substantivos (ou palavras com valor 
substantivo).
Referem-se a verbos, adjetivos e advérbios.
Fonte: Elaborado pela autora.
A menina anda distraída. (Quando ela anda, está distraída. Distraída é adjetivo e se refere à 
menina.)
A menina anda rápido. (Rápido é o modo como ela anda. Rápido é advérbio e se refere ao verbo).
12
CAPÍTULO 1 • InICIAnDO O ESTUDO DAS CLASSES GRAMATICAIS
Uma dica para saber se determinada palavra é adjetivo ou advérbio é tentar variá-la. Se variar 
em gênero ou número, é adjetivo. Caso contrário, é advérbio.
Tente colocar o primeiro exemplo no plural e veja se o termo distraída sofrerá alteração. 
As meninas andam distraídaS. => O termo mudou, logo é adjetivo.
Faça o mesmo no segundo exemplo.
As meninas andam rápido. => O termo rápido não se alterou, logo é advérbio.
Os advérbios podem, também, modificar toda uma oração. Veja:
Infelizmente, seu pedido foi negado. 
Na ordem direta da oração, o advérbio é colocado no final da frase; porém, ele tem a propriedade 
de se deslocar para qualquer outra posição na oração: Seu pedido infelizmente foi negado; Seu 
pedido foi negado infelizmente. Esses exemplos provam que o advérbio pode se referir à oração 
inteira, não estando atrelado a nenhum termo especificamente.
Artigos
 » Semanticamente definem ou indefinem um substantivo, por isso são classificados em 
artigos definidos (o, a, os, as) e indefinidos (um, uma, uns, umas);
 » Morfologicamente são variáveis, concordando com o substantivo a que se referem;
 » Sintaticamente funcionam como termos determinantes.
Ainda com relação aos artigos, é relevante saber que eles transformam qualquer palavra a que 
se referem em substantivo. É o que chamamos no estudo do processo de formação de palavras 
de derivação imprópria (mudança da classe gramatical).
Exemplos:
O branco e o preto são cores opostas. (branco e preto são, na maioria dos usos, adjetivos.)
Ninguém gosta de receber um não como resposta. (não, normalmente, é advérbio, mas, nesse 
caso, torna-se substantivo pela anteposição do artigo indefinido um).
O andar da moça é desengonçado. (andar é verbo, mas transformou-se em substantivo)
Vejamos os recursos estilísticos desempenhados pelos artigos.
Ele não é um homem, mas o homem. => um homem sugere insignificância, ou seja, um homem 
qualquer. O homem sugere grandeza, especialidade.
Fábio é chefe.
Fábio é o chefe.
13
InICIAnDO O ESTUDO DAS CLASSES GRAMATICAIS • CAPÍTULO 1
O artigo, na segunda frase, intensifica positivamente o valor do adjetivo chefe, ou seja, Fábio é o 
exemplo de chefe. Repare, também, que chefe, nas duas frases, não é substantivo, e sim adjetivo, 
pois caracteriza o substantivo próprio Fábio.
Todo bolo é gostoso. => todo = qualquer.
Todo o bolo é gostoso. => todo = totalidade, inteiro.
numerais
 » Semanticamente indicam quantidade ou ordem e são classificados em cardinais (um, 
dois, três...), ordinais (primeiro, segundo, terceiro...), multiplicativos (dobro, triplo...) e 
fracionários (metade, terço...);
 » Morfologicamente podem sofrer ou não variações;
 » Sintaticamente podem ser núcleos ou determinantes.
O numeral pode desempenhar tanto função de termo-núcleo quanto de termo determinante. Veja 
os exemplos: Os quatro amigos representama turma. (numeral na posição de determinante)/Os 
quatro representam a turma (numeral na posição de núcleo); Ele foi o primeiro atleta a cruzar a 
linha de chegada. (numeral na posição de determinante)/Ele foi o primeiro a cruzar a linha de 
chegada. (numeral na posição de núcleo).
Para refletir
Como você classificaria gramaticalmente a palavra destacada? 
Esse rapaz é dez!
Dez é adjetivo, pois caracteriza o rapaz. Significa que o rapaz é ótimo. Não pode ser numeral porque não quantifica o 
substantivo.
Sintetizando
 » Neste capítulo, vimos que a Morfossintaxe inclui o estudo de Morfologia e Sintaxe e que, ao distinguirmos as 
diferentes classes gramaticais, observamos os aspectos morfológicos, sintáticos e semânticos.
 » O estudo da morfologia é bem complexo e extenso e não se limita às páginas deste Livro Didático. É imprescindível 
o aprofundamento dos conteúdos por meio do estudo das gramáticas.
14
Introdução
Dando continuidade ao estudo das classes de palavras, abordaremos as várias classificações dos 
pronomes – classe variável – e as preposições, conjunções e interjeições como classes invariáveis.
Objetivos
 » Identificar os diversos tipos de pronomes, de conjunções, as preposições e as interjeições.
 » Reconhecer os aspectos semânticos, morfológicos e sintáticos dessas classes de palavras.
Pronomes
São palavras gramaticais relacionadas a um nome e que, dependendo do tipo de relação, 
pertencerão a uma classe determinada.
Quando possui a função de substituir um substantivo, dizemos que o pronome é substantivo. 
Se estiver acompanhando um substantivo, dizemos que é adjetivo.
Pronomes pessoais retos
Num processo de comunicação, sempre podemos identificar um emissor (aquele que transmite 
a mensagem), um receptor (aquele a quem dirigimos a informação, o ser com quem se fala) e 
um assunto (indivíduo ou coisa sobre a qual se fala). É a partir disso que falamos nas pessoas 
do discurso.
Emissor: 1ª pessoa do discurso
Receptor: 2ª pessoa do discurso
Assunto: 3ª pessoa do discurso
2
CAPÍTULO
O ESTUDO DOS PROnOMES, 
PREPOSIçÕES, COnJUnçÕES E 
InTERJEIçÕES
15
O ESTUDO DOS PROnOMES, PREPOSIçÕES, COnJUnçÕES E InTERJEIçÕES • CAPÍTULO 2
 » Semanticamente: indicam as pessoas do discurso (1ª, 2ª ou 3ª singular/plural);
 » Morfologicamente: apenas a 3ª pessoa se flexiona em gênero e número (ele ou ela / 
eles ou elas);
 » Sintaticamente: funcionam como núcleos do sujeito ou predicativos.
Você já deve ter escutado alguém falar assim: “Mim não faz nada! Mim é índio!”. Você sabe por 
que não devemos falar “para mim fazer”?
A gramática tradicional nos diz que se o pronome for sujeito da oração, obrigatoriamente, serão 
usados os pronomes pessoais retos, uma vez que somente eles podem exercer função de sujeito. 
Logo, é adequado dizermos Ele pediu para eu participar do programa (sujeitos dos verbos pedir 
e participar) e não Ele pediu para mim participar do programa.
Pronomes pessoais oblíquos
 » Semanticamente indicam as pessoas do discurso;
 » Morfologicamente se flexionam apenas na 3ª pessoa;
 » Sintaticamente funcionam como complementos verbais ou nominais, agente da passiva, 
adjunto adnominal e adjunto adverbial.
Dividem-se em átonos (não são precedidos de preposição) e tônicos (precedidos de 
preposição).
RETOS
OBLÍQUOS
átonos tônicos
singular
1ª pessoa Eu me mim, comigo
2ª pessoa Tu te ti, contigo
3ª pessoa Ele/Ela o, a, se, lhe si, consigo, ele(a)
plural
1ª pessoa nós nos conosco, nós
2ª pessoa vós vos convosco, vós
3ª pessoa Eles/Elas os, as, se, lhes si, consigo, eles(as)
Fonte: Elaborado pela autora.
Muitas vezes, o pronome átono é usado com valor possessivo. Na oração, Beijou-lhe a face, o 
pronome lhe apresenta o sentido de sua (Beijou sua face).
Enquanto os pronomes retos funcionam como sujeito, os oblíquos funcionam como objetos. 
Os pronomes o, a, os, as funcionam como objetos diretos – Eu peguei-o no colo. / Gosto de 
paparicá-las; as formas lhe, lhes assumem a função de objeto indireto – Entreguei-lhe o livro. 
16
CAPÍTULO 2 • O ESTUDO DOS PROnOMES, PREPOSIçÕES, COnJUnçÕES E InTERJEIçÕES
Pronomes possessivos
Semanticamente indicam posse; morfologicamente são variáveis e sintaticamente funcionam 
como núcleos ou termos determinantes.
Singular (um 
possuidor)
1ª pessoa meu(s), minha(s)
2ª pessoa teu(s), tua(s)
3ª pessoa seu(s), sua(s)
Plural (dois 
ou mais 
possuidores)
1ª pessoa nosso(s), nossa(s)
2ª pessoa vosso(s), vossa(s)
3ª pessoa seu(s), sua(s)
Fonte: Elaborado pela autora.
Normalmente, os pronomes possessivos são pronomes adjetivos, mas também podem aparecer 
como substantivos. Veja:
Meu pedaço de bolo é este. / Este pedaço de bolo é o meu.
Muitas vezes, os pronomes possessivos podem assumir valores semânticos acessórios. Veja os 
exemplos a seguir:
a. Afetividade: “Brasil, meu Brasil brasileiro”. 
b. Quantidade Aproximada: Deve ter seus trinta anos.
c. Cortesia, Polidez, Respeito: Meu senhor, tenha cuidado.
d. Intimidade: Como vai você, meu pai?
e. Ofensa: Não faça isso, seu nojento!
f. Indicação de Parentes ou Companheiros: Lembrança aos seus!
Cunha; Cintra (2001) abordam esses e mais alguns valores dos pronomes possessivos.
Normalmente, o pronome possessivo precede o substantivo. No entanto, há casos em que o 
possessivo é posposto, gerando, por vezes, efeitos expressivos.
Nunca mais tive notícias suas. (sobre você)
Nunca mais recebi suas notícias. (enviadas por você)
Atenção
Atenção para o uso dos pronomes pessoais! De acordo com a gramática normativa, as formas eu e tu não devem 
vir precedidas de preposição, logo, estão inadequadas construções do tipo entre eu e você, entre tu e eu. É mais 
apropriado falarmos entre mim e você, entre ti e eu.
17
O ESTUDO DOS PROnOMES, PREPOSIçÕES, COnJUnçÕES E InTERJEIçÕES • CAPÍTULO 2
É meu filho!
É filho meu. (destaque)
Pronomes demonstrativos
Semanticamente situam os seres no tempo, no espaço ou no discurso; morfologicamente 
apresentam formas variáveis e invariáveis; sintaticamente funcionam como termos determinantes 
ou termos-núcleo.
Variáveis Invariáveis
1ª pessoa este(s), esta(s) isto
2ª pessoa esse(s); essa(s) isso
3ª pessoa aquele(s), aquela(s) aquilo
Fonte: Elaborado pela autora.
Quanto à função semântica, os demonstrativos podem ser organizados da seguinte forma:
No espaço:
Este(s); esta(a); isto => servem para indicar o que está perto da pessoa que fala.
Esse(s); essa(s); isso => servem para indicar o que está perto da pessoa com quem 
se fala.
Aquele(s); aquela(s); aquilo => servem para indicar o que está longe tanto de 
quem fala quanto de com quem se fala.
Este sanduíche é meu. => próximo de quem fala.
Esse sanduíche é meu. => próximo de com quem se fala.
Aquele sanduíche é meu. => longe de quem fala e de com quem se fala. Pode 
estar próximo a uma 3ª pessoa.
No tempo: 
Este(s); esta(a); isto => indicam tempo presente.
Esse(s); essa(s); isso => indicam tempo passado ou futuro.
Atenção
Erika conversava com Leonardo sobre os seus problemas no trabalho. Seus pode se referir tanto aos problemas de Erika 
quanto aos de Leonardo. Para desfazer a ambiguidade, o ideal é substituirmos por outra expressão: Erika conversava 
com Leonardo sobre os problemas dele no trabalho OU Erika conversava com Leonardo sobre os problemas dela no 
trabalho.
18
CAPÍTULO 2 • O ESTUDO DOS PROnOMES, PREPOSIçÕES, COnJUnçÕES E InTERJEIçÕES
Aquele(s); aquela(s); aquilo => indicam passado remoto ou vago.
Neste ano quero ganhar muito dinheiro. => tempo presente.
Esse ano foi bom / Esse ano será bom. => passado ou futuro próximo.
Aquele ano foi decisivo na minha vida. => passado remoto.
No discurso:
Os pronomes demonstrativos possuem como função retomar termos no texto, evitando, assim, a 
repetição desnecessária de palavras, contribuindo para a coesão textual. Nesse caso, eles podem 
desempenhar papel anafórico (quando retomam termo já citado anteriormente) ou catafórico 
(quando se referem a termo(s) que ainda será(ão) citado(s)).
Como pronomesanafóricos:
Pedro, Tiago e João são irmãos. Este (refere-se ao mais próximo, no caso João) se formou em 
medicina; esse (refere-se ao termo intermediário, Tiago) quer ser engenheiro e aquele (refere-se 
ao mais distante, no caso, Pedro) nunca quis saber de estudar.
Quando só houver dois elementos, a preferência é usar este e aquele (e suas variações).
Ela não quis me beijar e não compreendo essa atitude. => anafórico.
Não compreendo esta atitude: ela não quis me beijar. => catafórico.
São também pronomes demonstrativos:
 » O(s), a(s) quando equivalem a aquilo, aquele(s), aquela(s).
Falou o que sabe. = Falou aquilo que sabe.
 » Tal e semelhante quando equivalem a esse(a), aquele(a).
Nunca vi tal ator.
 » Mesmo e próprio quando possuem valor de idêntico, exato.
Ele próprio me disse isso.
Ficaram no mesmo hotel.
Atenção
A anáfora e a catáfora, assim como outros mecanismos de coesão, podem ser vistos com mais profundidade na 
disciplina de Gramática Textual.
19
O ESTUDO DOS PROnOMES, PREPOSIçÕES, COnJUnçÕES E InTERJEIçÕES • CAPÍTULO 2
Pronomes indefinidos
 » Semanticamente: indeterminam a pessoa do discurso.
 » Morfologicamente: apresentam formas variáveis e invariáveis.
 » Sintaticamente: podem ser termos determinantes ou termos-núcleos.
Referem-se à 3ª pessoa do discurso de modo impreciso ou indeterminado.
Variáveis
InvariáveisMasculino Feminino
Singular Plural Singular Plural
algum alguns alguma algumas alguém
certo certos certa certas algo
muito muitos muita muitas nada
nenhum nenhuns nenhuma nenhumas ninguém
outro outros outra outras outrem
qualquer quaisquer qualquer quaisquer tudo
tanto tantos tanta tantas cada
todo todos toda todas
vário vários vária várias 
pouco poucos pouca poucas 
bastante bastantes bastante bastantes 
*existem outros pronomes indefinidos que não foram expostos na tabela.
Fonte: Elaborado pela autora.
Sintaticamente, alguns pronomes indefinidos variáveis podem desempenhar função substantiva 
ou adjetiva.
Alguns alunos estudam com responsabilidade.
Alguns estudam com responsabilidade.
Os invariáveis só desempenham função substantiva.
Alguém está dormindo.
É muito interessante notar que a mudança de ordem de palavras pode alterar não só a categoria 
gramatical, mas também o sentido. 
20
CAPÍTULO 2 • O ESTUDO DOS PROnOMES, PREPOSIçÕES, COnJUnçÕES E InTERJEIçÕES
No caso do pronome algum, reflita: qual é a diferença de sentido entre as orações a seguir?
De você quero alguma coisa.
De você quero coisa alguma.
Quando o pronome algum está anteposto ao substantivo, possui valor positivo; quando posposto, 
possui valor negativo.
E para finalizar o estudo dos pronomes indefinidos, responda: em qual das orações abaixo o 
vocábulo muito é um pronome indefinido? Justifique sua resposta em termos morfológicos.
1. Tenho muito amor por você.
2. Tenho trabalhado muito.
O vocábulo muito é pronome indefinido no exemplo 1, pois se refere ao substantivo amor, 
indefinindo sua quantidade. O exemplo 2 não é pronome indefinido, porque não se refere a 
substantivo. Ele é um advérbio, intensificando a locução verbal tenho trabalhado.
Pronomes interrogativos
 » Semanticamente: indicam perguntas.
 » Morfologicamente: podem ser variáveis ou invariáveis.
 » Sintaticamente: funcionam como termos determinantes ou termos-núcleo.
Para refletir
Veja:
Havia diversas flores para vender.
Havia flores diversas para vender.
Você conseguiu perceber a diferença existente no sentido das frases? Explique, então, o que significa a palavra 
diversas no primeiro e no segundo exemplos. Como ela pode ser classificada gramaticalmente? 
Diversas, no primeiro exemplo, classifica-se como pronome indefinido, o que significa dizer que havia muitas flores. 
No segundo exemplo, é um adjetivo com sentido de diferente, ou seja, havia flores diferentes (várias espécies) para 
vender.
Na primeira frase, certa é pronome indefinido (modifica o substantivo hora, mas não lhe atribui qualidade) e significa 
qualquer. Na segunda, é adjetivo (modifica o substantivo hora, atribuindo-lhe característica) e significa exata.
Outros usos importantes são com relação aos vocábulos todo, algum, muito (= bastante). Veja os exemplos:
Toda turma vai participar da festa junina.
Toda a turma vai participar da festa junina.
Você vê diferença de sentido entre as duas construções?
É claro que sim! Na primeira, entende-se que todas as turmas (qualquer turma) vão participar da festa junina e, na 
segunda, uma turma inteira vai participar. Essa diferença se estabelece pela ausência ou não do artigo definido. Se 
você voltar à seção dos artigos, verá outro exemplo.
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O ESTUDO DOS PROnOMES, PREPOSIçÕES, COnJUnçÕES E InTERJEIçÕES • CAPÍTULO 2
O pronome interrogativo é um pronome indefinido sempre empregado nas perguntas, sejam 
elas diretas (com ponto de interrogação) ou indiretas (sem ponto de interrogação).
Qual é o seu nome? / Não sei qual é o seu nome.
Variáveis qual(is)/ quanto(s)/ quanta(s)
Invariáveis que / quem
Fonte: Elaborado pela autora.
Alguns pronomes que iniciam perguntas podem ser confundidos com advérbios interrogativos 
(onde, quando, por que etc.) que não se referem à 3ª pessoa, e sim a circunstâncias em que 
ocorre a ação verbal. Veja:
Quantos anos você tem? Pronome interrogativo
Por que você acordou tão cedo? Advérbio de causa, ou seja, você acordou cedo por alguma razão.
Pronomes relativos
Semanticamente referem-se a termos antecedentes; morfologicamente podem ser variáveis ou 
invariáveis; sintaticamente funcionam como termos determinantes ou termos-núcleo.
Os pronomes relativos são utilizados para unir duas orações (chamadas orações adjetivas), 
representando na segunda um termo da primeira, chamado de antecedente. Em outras palavras, 
referem-se a um termo já citado em outra oração.
Que, quem, onde, qual(is), cujo(a)(s), quanto(a)(s), como, quando são exemplos de pronomes 
relativos.
Vejamos alguns exemplos:
 » Este é o autor de quem gosto. OU Este é o autor de que gosto.
 Repare que antes do pronome relativo foi empregada a preposição de. Por que isso 
acontece? A preposição é exigida pelo verbo gostar; quem gosta, gosta de, logo, não se 
deve dizer Este é o autor que gosto.
 Repare o uso da preposição em outros exemplos:
 » Este é o autor a que (ou a quem) me referi ontem. => Quem se refere se refere a.
 » Este é o autor sobre quem falei. => Quem fala, fala sobre alguém.
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CAPÍTULO 2 • O ESTUDO DOS PROnOMES, PREPOSIçÕES, COnJUnçÕES E InTERJEIçÕES
 » Vamos ver como são empregados alguns pronomes relativos.
 » Quem: utilizado apenas para se referir a pessoa e sempre aparece precedido de preposição.
 Veja o homem por quem me apaixonei. 
 » Onde: equivale a em que. Deve ser usado apenas para indicar lugar.
 Este é o bairro onde moro.
 » Cujo(a)(s): utilizado para indicar posse.
 O cachorro cujo dono foi ao supermercado, ficou amarrado no poste. => o pronome 
cujo indica que o dono tem um cachorro.
Repare que após o pronome cujo (e suas variações) não se utiliza artigo. É errado dizer: O cachorro 
cujo o dono foi ao supermercado, ficou amarrado no poste.
 » Quando: utilizado para indicar tempo. Também pode ser substituído por em que.
 O acidente ocorreu no ano quando nasci.
 » Como: utilizado quando o antecedente indica modo.
 Não gosto da forma como você me olha.
O pronome relativo que, muitas vezes, pode gerar ambiguidade e, para isso, devemos substituí-
lo por outro de igual valor.
Conheci o namorado de Joana, que mora em Niterói.
Não se sabe quem mora em Niterói, se é o namorado ou a Joana. Para desfazer a ambiguidade, 
temos que substituir o pronome relativo que por outro de igual sentido (o qual ou a qual).
 » Conheci o namorado de Joana, o qual mora em Niterói. (é o namorado que mora).
 » Conheci o namorado de Joana, a qual mora em Niterói. (é a Joana que mora).
Para refletir
Qual é a ambiguidade presente no período e de que forma poderíamos desfazê-la?
Saiba mais
O estudo das classes gramaticais, sobretudo dospronomes, é muito extenso. Não deixe de consultar os livros 
recomendados ao final deste capítulo.
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O ESTUDO DOS PROnOMES, PREPOSIçÕES, COnJUnçÕES E InTERJEIçÕES • CAPÍTULO 2
Preposições, interjeições e conjunções
A nossa disciplina chama-se Morfossintaxe da Língua Portuguesa, logo se entende que exista uma 
relação entre a morfologia e a sintaxe dos termos. Como as preposições, interjeições e conjunções 
não exercem função sintática, não as abordaremos em profundidade nesta disciplina. Porém, isso 
não significa que sejam menos importantes que as demais classes de palavras. Seu estudo é de 
fundamental relevância para o curso de Letras. Não deixe de consultar os livros recomendados.
Preposições
 » Semanticamente designam diversas relações de sentido; morfologicamente: são 
invariáveis e sintaticamente funcionam conectando termos.
As preposições podem ser essenciais, ou seja, funcionam apenas como preposições, ou acidentais, 
palavras de outras classes que ocasionalmente funcionam como preposição. Elas estabelecem, 
entre os termos, diferentes valores semânticos:
 » Tempo: Chego em 2 horas.
 » Lugar: Estarei em casa.
 » Modo: Chegou com rapidez.
 » Meio: Vou ao jogo de metrô.
 » Finalidade: Aqui está o caderno para Luciano.
 » Causa: Chorava de dor.
 » Posse: Este é o cachorro de Pedrinho.
 » Companhia: Vou com eles.
 » Matéria: Comprei a mesa de mármore.
 » Oposição: O país está contra a presidente.
 » Direção: Olhava para ela.
 » Ausência: Sonhava com dias melhores sem muita esperança.
Conjunções
São palavras invariáveis que designam relações de coordenação e de subordinação e são de 
extrema relevância para a composição textual, uma vez que estabelecem valores semânticos 
nas orações que iniciam.
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CAPÍTULO 2 • O ESTUDO DOS PROnOMES, PREPOSIçÕES, COnJUnçÕES E InTERJEIçÕES
Elas podem relacionar termos ou orações de mesma função sintática – conjunções coordenativas 
– ou orações com diferentes valores sintáticos – conjunções subordinativas. 
Coordenativas
 » Aditivas: e, nem, mas, também.
 » Adversativas: mas, porém, contudo, todavia, entretanto, no entanto.
 » Alternativas: ora...ora, ou...ou, quer...quer, seja...seja.
 » Conclusivas: assim, logo, pois (quando posposto ao verbo), por isso, por conseguinte.
 » Explicativas: que, pois.
Subordinativas
 » Integrantes: que, se.
 » Adverbiais: 
 › Causais: porque, que, como, uma vez que, já que, visto que.
 › Consecutivas: que (depois de tal, tanto, tão tamanho), de modo que, de forma que, 
de sorte que.
 › Condicionais: se, caso, contanto que, desde que, a menos que, a não ser que.
 › Concessivas: embora, conquanto, ainda que, mesmo que, apesar de que.
 › Conformativas: como, conforme, consoante, segundo, de acordo com.
 › Finais: que, para que, a fim de que.
 › Proporcionais: à proporção que, à medida que, ao passo que, quanto mais (menos).
 › Temporais: quando, mal, apenas, enquanto, logo que, assim que, antes que, depois 
que, desde que.
Atenção
O estudo das conjunções é riquíssimo e fascinante e sua efetividade se faz presente quando estudamos, 
concomitantemente, os diferentes tipos de orações. Não deixe de aprofundar seus estudos consultando a bibliografia 
recomendada ao final de cada capítulo.
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O ESTUDO DOS PROnOMES, PREPOSIçÕES, COnJUnçÕES E InTERJEIçÕES • CAPÍTULO 2
Interjeições
São palavras invariáveis que expressam estados emotivos, apelos e onomatopeias.
Azeredo (2004) divide as interjeições em sintomáticas, que denotam estados emotivos como 
surpresa, alegria, impaciência etc.; apelativas, que denotam alerta, necessidade de atenção; e 
onomatopaicas, que denotam a reprodução de sons.
Sugestão de estudo
Leituras recomendadas:
AZEREDO, José Carlos de. Fundamentos de gramática do português. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2004.
____________________. Gramática Houaiss da língua portuguesa. São Paulo: PubliFolha, 2008.
BECHARA, Evanildo. Moderna gramática portuguesa. Rio de Janeiro: Lucerna, 2009.
BECHARA, Evanildo. Gramática escolar da língua portuguesa. Rio de Janeiro: Lucerna, 2001.
CARONE, Flávia de Barros. Morfossintaxe. São Paulo: Ática, 1991.
CUNHA, Celso; CINTRA, Lindley. Nova gramática do português contemporâneo. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 
2001.
LIMA, Carlos Henrique Rocha. Gramática normativa da língua portuguesa. Rio de Janeiro: José Olympio, 1999.
Sintetizando
Este capítulo ficou reservada para tratarmos dos pronomes – cujo estudo é extenso, assim como o das conjunções (e 
orações) –, das preposições e das interjeições.
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Introdução
Estudamos, nos capítulos 1 e 2, as classes gramaticais quanto aos seus aspectos morfológicos, 
sintáticos e semânticos.
Neste capítulo, iniciaremos o estudo da sintaxe.
Há um falso pensamento de que a sintaxe resume-se a classificar termos da oração e períodos, 
sem que haja uma reflexão devida sobre a aplicabilidade dela no cotidiano linguístico.
Além da Fonética e da Fonologia, que tratam das questões sonoras, e da Morfologia, que lida 
com as classes de palavras e sua estrutura, a gramática ainda contém a sintaxe, uma parte que 
nos permite produzir e interpretar as frases da língua.
Objetivos
 » Compreender como as diversas classes de palavras se comportam nas orações.
 » Identificar frase, oração e período.
 » Reconhecer a transitividade dos verbos.
 » Saber distinguir os diferentes tipos de sujeito em uma oração.
O que é a sintaxe? 
Somos falantes da Língua Portuguesa e estamos inseridos nesta comunidade linguística, o que 
nos possibilita construir e interpretar frases em português. Essa capacidade de compreensão do 
idioma se dá no nível sintático, ou seja, no plano da ordenação dos constituintes.
Para entendermos um enunciado, é preciso que os elementos que o constituem tenham 
determinada ordem e sigam uma hierarquia. Como assim?
3CAPÍTULOInICIAnDO O ESTUDO DA SInTAXE
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InICIAnDO O ESTUDO DA SInTAXE • CAPÍTULO 3
Se algum membro de nossa comunidade linguística falar ou escrever a seguinte frase: “A João 
menina rosto beijou no.”, causará estranhamento entre as outras pessoas, certo? E por que isso 
ocorre?
Isso ocorre porque sabemos, mesmo que intuitivamente, que há uma ordem entre os termos 
de uma oração e que eles concordam entre si. De acordo com o padrão da Língua Portuguesa, a 
ordem direta de uma oração é: sujeito (S) + verbo (V) + complemento (C), ou SVC. 
Esse padrão não é fixo, permitindo algumas alterações posicionais ou intercalações, porém, as 
mudanças provocam efeitos discursivos. Inversão é a figura de linguagem que designa a alteração 
da ordem direta, quando qualquer termo está fora da posição “normal”.
Isso ocorre para dar destaque a determinada ideia, ou seja, a arrumação dos termos da frase segue 
uma hierarquia, ou seja, colocamos nas primeiras posições os constituintes mais relevantes para 
nossos fins comunicativos. Repare os exemplos:
a. João beijou a menina no rosto.
b. A menina beijou João no rosto.
É claro que as duas frases possuem os mesmos constituintes, porém, a alteração da ordenação 
deles provoca mudança de sentido, ou seja, a alteração sintática gera alteração semântica. As 
palavras, portanto, organizam-se em função da necessidade de sentido dos interlocutores.
Se alterássemos a ordem direta da oração e colocássemos o adjunto adverbial no rosto iniciando 
a frase, estaríamos querendo enfatizar o local do beijo.
No rosto, João beijou a menina.
De acordo com a sintaxe da Língua Portuguesa, justifique se é possível compreender as frases 
a seguir:
a. Dirceu conseguia que as baratas beijassem suas mãos na cozinha.
b. as beijassem baratas conseguia suas Dirceu mãos que cozinha na.
A letra a, apesar de ter sentido estranho e inverossímil, está de acordo com a sintaxe do português. 
Dirceu é sujeito, seguido da forma verbal conseguia, de seu complemento (que as baratas 
beijassem suas mãos) e do adjunto adverbial de lugar (na cozinha). Existe uma ordenação lógica 
dos componentes da frase, embora o sentido seja estranho.
Na letra b, não há ordenamentológico e hierárquico dos constituintes, o que significa dizer que 
não há sintaxe da Língua Portuguesa.
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CAPÍTULO 3 • InICIAnDO O ESTUDO DA SInTAXE
Morfossintaxe
É o estudo das relações entre as classes gramaticais e as funções sintáticas que estas exercem 
em uma oração.
Repare, de acordo com o quadro a seguir, que a classe gramatical dos substantivos pode exercer 
oito funções sintáticas, por exemplo.
Veremos, ao longo dos capítulos, as funções sintáticas apresentadas a seguir. 
Quadro 1. Morfossintaxe.
MORFOSSINTAXE
MORFOLOGIA SINTAXE 
(Classes gramaticais) (Funções sintáticas)
1. Substantivo
a) referente ao verbo
Sujeito
Objeto direto
Objeto indireto
Adjunto adverbial
Agente da passiva
b) referente ao nome
Adjunto adnominal
Complemento nominal
Predicativo
Aposto
2. Adjetivo
Adjunto adnominal
Predicativo
3. Pronome
a) substantivo Todas as funções do substantivo
b) adjetivo Adjunto adnominal
4. Numeral
Todas as funções do substantivo
Adjunto adnominal
5. Artigo Adjunto adnominal
6. Verbo núcleo do predicado verbal e verbo-nominal
7. Advérbio Adjunto adverbial
8. Preposição
 não exercem função sintática9. Conjunção
10. Interjeição
Fonte: Elaborado pela autora.
O estudo da sintaxe
É o estudo das relações que as palavras estabelecem entre si nas orações. Constitui um dos níveis 
da gramática da língua.
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InICIAnDO O ESTUDO DA SInTAXE • CAPÍTULO 3
Vamos começar revendo algumas noções básicas preliminares.
Frase: é um enunciado linguístico de conteúdo satisfatório (com sentido completo), podendo 
haver ou não a presença de verbo. É uma declaração completa e acabada, capaz de produzir 
sentido e estabelecer a comunicação.
Exemplos: 
 » Socorro! 
 » Que calor!
 » Fogo!
 » Alemanha vence a Copa do Mundo de 2014.
Existem as frases nominais, verbais e as interjeições.
a. Frases nominais: são as frases sem verbo, que possuem como núcleo uma palavra de 
natureza substantiva, adjetiva ou adverbial.
 › Socorro!
 › Você por aqui?
 › Antes tarde do que nunca.
b. Frases verbais: contam com a presença de verbo e são as famosas orações.
 › Vamos ao cinema hoje?
 › “Por causa da violência, escolas fecham, prejudicando 7 mil alunos.” (O Globo, 
22/7/2014)
c. Interjeições: fortemente marcadas pela entonação e vinculam-se a determinados 
contextos.
 › Uau!
 › Epa!
 › Ai!
De acordo com a finalidade de quem fala ou escreve, as frases podem ser de cinco tipos:
a. frase declarativa: “Vai fazer sol no final de semana.”
b. frase interrogativa: “Será que vai fazer sol no final de semana?”
Saiba mais
Cada nível da gramática da língua constitui uma área de abordagem: níveis fonológico (fonemas e sílabas), 
morfológico (morfemas e palavras) e sintático (sintagmas, frases e períodos).
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CAPÍTULO 3 • InICIAnDO O ESTUDO DA SInTAXE
c. frase imperativa: “Não faça bagunça aqui.” 
d. frase exclamativa: “Quanta bagunça!”
e. frase optativa (expressa um desejo): “Tomara que faça sol no final de semana!”
Oração: é a frase ou membro da frase que se organiza ao redor de um verbo ou locução verbal. 
Para que haja uma oração, é necessária a presença de verbo.
Exemplos: 
 » Alemanha vence a Copa do Mundo de 2014.
 » Anoiteceu.
 » Na sala, vários alunos de Letras. (o verbo haver está implícito).
 » Vamos dormir até tarde? (locução verbal: vamos dormir).
Período: uma ou mais orações ou frases que terminam em um ponto final, de exclamação, de 
interrogação ou reticências.
Quando o período é formado apenas por uma oração, dizemos que ele é simples e a oração que 
o constitui chama-se oração absoluta. Quando o período é formado por duas ou mais orações 
é chamado de composto.
Veja os exemplos a seguir:
 » “Candidatos usam WhatsApp e SMS em campanha” (O Globo, 22/7/2014) => período 
simples.
 » “Dilma se reúne com partidos aliados para turbinar campanha.” (O Globo, 22/7/2014) 
=> período composto.
Saiba mais
Locução verbal: é formada por um verbo auxiliar + verbo principal (no infinitivo, gerúndio ou particípio).
Saiba mais
Para reconhecer o número de orações do período, basta lembrar que um verbo (ou locução verbal) constitui uma 
oração. Logo, o número de verbos é igual ao número de orações. Mas, cuidado! Às vezes, o verbo está implícito.
Ele é forte como um touro. (é = verbo implícito)
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InICIAnDO O ESTUDO DA SInTAXE • CAPÍTULO 3
Predicação ou transitividade verbal
É a relação que os verbos estabelecem com seus complementos e é outro fator fundamental para 
a correta análise sintática. O verbo pode assumir cinco predicações:
1. Intransitivos (VI)
 › Não apresentam complemento para sua significação.
 › Eu saí ontem e cheguei tarde.
2. Transitivos diretos (VTD)
Apresentam como complemento um objeto direto (OD) e não precisam de preposição para 
introduzi-lo.
 » Li a obra de José de Alencar. => Quem lê, lê alguma coisa (OD).
 » Li (VTD).
 » A obra de José de Alencar. (OD).
3. Transitivos indiretos. (VTI).
Apresentam como complemento um objeto indireto (OI) e exigem preposição para introduzi-lo.
Referi-me ao menino doente. => Quem se refere se refere a (exigência da preposição a).
 » Referir-se (VTI). 
 » Ao menino doente (OI).
4. Transitivos diretos e indiretos (VTDI)
Apresentam os dois complementos – OD e OI –, sendo que para este a preposição é exigida.
Trouxe o presente para mim. => quem traz, traz alguma coisa (OD) para alguém (OI). 
 » Trouxe (VTDI).
 » O presente (OD).
 » Para mim (OI).
5. De ligação (VL)
Não representam ação, e sim estado (mudança de estado ou permanência de estado). É um 
elo entre o sujeito e sua característica, chamada de predicativo do sujeito (função sintática que 
veremos mais adiante).
Meu sogro continua ranzinza. => continua é o verbo de ligação que indica permanência de estado.
 » VTD (sem preposição)=> pede obrigatoriamente um objeto direto (OD); 
 » VTI (com preposição) => pede obrigatoriamente um objeto indireto (OI); 
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CAPÍTULO 3 • InICIAnDO O ESTUDO DA SInTAXE
 » VTDI (sem e com preposição)=> pede obrigatoriamente um objeto direto (OD) e um 
objeto indireto(OI); 
 » VI => não pede complemento;
 » VL => pede, obrigatoriamente, um predicativo do sujeito.
Só podemos analisar a predicação de um verbo quando ele estiver inserido em um contexto, 
pois um mesmo verbo pode assumir diferentes transitividades dependendo do contexto em que 
está sendo usado.
Eu estava na sala quando o telefone tocou. – verbo estar é intransitivo, não pede complemento.
Eu estava nervosa quando o telefone tocou. – verbo estar é VL, pois não indica ação, e sim faz o 
elo entre o sujeito eu e seu estado (nervosa).
No capítulo 4, quando estudarmos os tipos de predicados, veremos novamente a predicação verbal.
Iniciando o estudo das funções sintáticas
Já vimos as noções preliminares do estudo da sintaxe: frase, oração e período. A partir de agora, 
vamos entender como as classes gramaticais se comportam nas orações. Iniciaremos o estudo 
das funções sintáticas. Sempre que precisar, recorra ao Quadro 1.
Sujeito e predicado: termos essenciais da oração?
A identificação do sujeito como um dos “termos essenciais da oração” tem grande tradição no 
âmbito da descrição e da análise sintática da Língua Portuguesa, principalmente por influência 
da Nomenclatura Gramatical Brasileira (NGB). Nesse sentido, a oração é formada por dois 
sintagmas fundamentais, ambos com o mesmo grau de relevância – o sintagma nominal (SN) 
na função de sujeito e o sintagma verbal (SV) na função de predicado. 
 » “Voos para Israel são suspensos.” (O Globo, 23/7/2014)
 » Não há dúvidas de que o sujeito é voos para Israel e o predicado é são suspensos.
Alguns renomados gramáticos, no entanto, não utilizam o termo essencial no tratamento do 
sujeito. Sabe por quê? Veja o exemplo e identifique o sujeito:
 » Anoiteceu.
E então, qual é o sujeito da forma verbal anoiteceu? Não há. É o que as gramáticas chamam de 
oração sem sujeito. Se há oração que não possui sujeito, este não pode ser termo essencial. 
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InICIAnDO O ESTUDO DA SInTAXE• CAPÍTULO 3
É claro que a maioria das orações produzidas em Língua Portuguesa apresenta sujeito em sua 
constituição, mas considerá-lo como essencial não é verdadeiro.
Vamos, então, começar nosso estudo acerca da primeira função sintática: o sujeito.
A maioria das gramáticas define o sujeito pelo viés semântico, ou seja, pelo sentido que essa 
função assume nas orações. Porém, o termo não se define apenas pelo sentido, mas, também, 
por aspectos morfológicos e sintáticos.
Definições de sujeito:
 » Critério semântico: ser sobre o qual se faz uma declaração.
 » Critério morfológico: termo com o qual o verbo concorda.
 » Critério sintático: termo que ocupa a primeira posição na oração.
Qual é a melhor definição? 
Na verdade, não há melhor definição, porque dificilmente os diversos critérios serão aplicados 
a todas as estruturas oracionais. Muitas vezes, um critério é aplicável a um exemplo e não é a 
outro. Sendo assim, o sujeito é um termo que pode ser caracterizado pelos três critérios, mas 
não necessariamente aplicados ao mesmo tempo.
Vejamos alguns exemplos.
1. “Schumacher se comunica pelo olhar.” (O Globo, 23/7/2014)
2. Limparam a portaria do prédio.
3. Quebrou o copo.
O exemplo (1) tem como sujeito “Schumacher” e podemos afirmar que o termo encaixa-se nos 
três critérios: 
 » Semântico: “Schumacher” é o ser sobre o qual se faz uma declaração.
 » Morfológico: o verbo comunicar-se concorda com o sujeito no singular.
 » Sintático: o sujeito está na primeira posição da oração.
Vejamos o exemplo (2): Limparam a portaria do prédio.
 » Semântico: não se aplica, pois não há nenhum ser sobre o qual se faz uma declaração. 
Quem limpou? Não se sabe. 
 » Morfológico: se o sujeito não está explícito, não será possível estabelecer relação de 
concordância.
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CAPÍTULO 3 • InICIAnDO O ESTUDO DA SInTAXE
 » Sintático: não há sujeito ocupando a primeira posição, a qual é preenchida pelo verbo.
Logo, nesse exemplo, nenhum dos três critérios pode ser aplicado.
E, agora, vamos analisar o exemplo (3): Quebrou o copo.
 » Semântico: faz-se uma declaração sobre o copo.
 » Morfológico: o verbo concorda em número com o sujeito.
 » Sintático: não se aplica, pois o sujeito o copo não ocupa a primeira posição na oração. Se 
este critério fosse válido para o exemplo 3, teríamos que afirmar que o sujeito é quebrou, 
o que não é verdade.
Todos esses exemplos servem para reforçar a necessidade de conjugarmos os diferentes critérios 
em busca do sujeito da oração.
Classificações do sujeito
Agora que já vimos os critérios de definição do sujeito, vamos classificá-lo.
Sujeito simples
Apresenta apenas um núcleo, ou seja, apresenta-se como um sintagma nominal (SN) que tem 
apenas um elemento determinado (termo principal). O sujeito pode estar explícito ou não. O 
verbo concordará com o núcleo do sujeito.
Núcleo é a palavra que possui maior significação no sintagma.
Ex.: Meu professor de Português era muito simpático.
Sujeito: meu professor de português – Núcleo: professor. 
Termos determinantes: meu, de Português.
Irei aos jogos das Olimpíadas.
Sujeito: Eu (implícito) – Núcleo: Eu
Alguém já assistiu a esse filme?
Sujeito: alguém 
As crianças estão muito cansadas.
Sujeito: as crianças – Núcleo: crianças – Termo determinante: as
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InICIAnDO O ESTUDO DA SInTAXE • CAPÍTULO 3
Nesse exemplo, o sujeito é simples, pois apresenta apenas um núcleo, apesar de a ideia ser plural.
Conserta-se sapato.
Sujeito: sapato
Esta oração está na voz passiva sintética (VTD + se). É como se falássemos “Sapato é consertado”, 
ou seja, o sujeito é sapato. Se o sujeito fosse plural, o verbo concordaria com ele: Consertam-se 
sapatos.
Sujeito composto
Apresenta mais de um núcleo e, por isso, tende a levar o verbo para o plural, pois, como já vimos, 
de acordo com a característica morfológica, o verbo deve concordar com o sujeito.
Exemplos:
 » Os jogadores, o técnico e a comissão técnica viajarão à noite.
 » Sujeito: Os jogadores, o técnico e a comissão técnica – Núcleos: jogadores, técnico, 
comissão técnica.
 » Pedro ou Paulo casará com Maria.
 » Sujeito: Pedro ou Paulo – Núcleos: Pedro / Paulo.
Neste exemplo, o verbo ficou no singular porque a conjunção ou (alternativa) é excludente, ou 
seja, somente um dos rapazes se casará com Maria.
Sujeito Indeterminado 
Não se pode determinar o núcleo. Fala-se de um ser que não se sabe ou não se quer saber ou 
não se pode determinar com segurança quem ele seja.
Segundo a tradição gramatical, há duas construções gramaticais que indicam a indeterminação 
do sujeito.
a. Verbo na 3ª pessoa do plural, sem referente:
 › Falaram mal de você.
 › Tocaram a campainha.
Repare que o sujeito dos verbos falar e tocar não são determinados. 
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CAPÍTULO 3 • InICIAnDO O ESTUDO DA SInTAXE
Caso tivéssemos um referente, por exemplo, o pronome eles, o sujeito seria simples.
b. Verbos transitivos indiretos, intransitivos ou de ligação seguidos do pronome se:
 › Precisa-se de funcionários. (VTI)
 › Vive-se bem aqui. (VI)
 › É-se feliz aqui. (VL)
 › Confia-se em você. (VTI)
 › Estuda-se nesta sala. (VI)
 › Morre-se cedo na África. (VI)
c. Verbos no infinitivo impessoal
 › Navegar é preciso.
Repare que o sujeito do verbo navegar é indeterminado, enquanto o do verbo ser é a oração 
Navegar.
Resumindo...
1. Verbos na 3ª pessoa do plural sem referente
2. VTI
VI
VL 
3. Verbos no infinitivo impessoal
Oração sem sujeito
Trata-se de uma oração em que não se atribui a nenhuma entidade a realização da ação verbal. 
Ocorre nas orações constituídas por verbos impessoais.
São eles: 
 » Haver, no sentido de existir
Exemplo: 
Há muitos alunos aqui. (Existem muitos alunos aqui).
Se o verbo utilizado for o existir, ele será flexionado (não é impessoal)
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InICIAnDO O ESTUDO DA SInTAXE • CAPÍTULO 3
 » Haver / fazer / ir, indicando tempo decorrido e verbo ser na referência de tempo geral.
Exemplos:
Faz dois anos que ele sumiu.
Há tempos não encontro meus amigos.
Vai para seis meses que ela está grávida.
Era cedo quando adormeci.
 » Ser/ estar / fazer / permanecer – com referência de tempo cronológico, clima, datas, 
temperaturas ou distâncias.
Exemplos: 
Hoje são 9 de agosto ou Hoje é dia 9 de agosto.
Faz calor no Rio de Janeiro.
 » Os verbos que exprimem fenômenos da natureza (chover, trovejar, nevar, ventar, 
amanhecer etc.)
Exemplos: 
Trovejou ontem no Rio.
Atenção! Quando utilizados em sentido conotativo (figurado), o verbo pode apresentar sujeito.
Choveram dúvidas sobre aquela palestra. (sujeito: dúvidas)
Sujeito oracional (ou oração subordinada substantiva subjetiva)
Ocorre quando o sujeito é uma oração, ou seja, nele há verbo.
Exemplos:
Convém que vocês estudem mais.
Vocês é sujeito de estudar. O sujeito do verbo convir é a oração “que vocês estudem mais”. 
38
CAPÍTULO 3 • InICIAnDO O ESTUDO DA SInTAXE
Sugestão de estudo
Leituras recomendadas:
AZEREDO, José Carlos de. Fundamentos de gramática do português. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2004.
____________________. Gramática Houaiss da língua portuguesa. São Paulo: PubliFolha, 2008.
____________________. Iniciação à sintaxe do português. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1995.
BECHARA, Evanildo. Moderna gramática portuguesa. Rio de Janeiro: Lucerna, 2009.
BECHARA, Evanildo. Gramática escolar da língua portuguesa. Rio de Janeiro: Lucerna, 2001.
CARONE, Flávia de Barros. Morfossintaxe. São Paulo: Ática, 1991.
CUNHA, Celso; CINTRA, Lindley. Nova gramática do português contemporâneo. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2001.
GARCIA, Othon Moacir. Comunicação em prosa moderna: aprenda a escrever, aprendendo a pensar. 16. Ed., Rio de 
Janeiro: Fundação Getúlio Vargas Editora, 1995.
KURY, Adriano da Gama. Novas lições de análise sintática. São Paulo: Ática, 2003.
LIMA, Carlos Henrique Rocha. Gramática normativa da língua portuguesa. Rio de Janeiro: José Olympio, 1999.
NEVES, Maria Helena de Moura. Gramática de usos do português. São Paulo: UNESP, 2000.
Sintetizando
Neste capítulo,vimos as primeiras noções de sintaxe e classificamos os diferentes tipos de sujeito (simples, composto, 
indeterminado, oração sem sujeito e sujeito oracional), concluindo esse assunto. Porém, o estudo sobre o sujeito 
é bastante rico e vasto, o que faz com que você, aluno, tenha que buscar outras referências para aprofundar seus 
conhecimentos.
39
Introdução
No capítulo 3, vimos as noções preliminares de sintaxe e concluímos nosso estudo acerca do 
sujeito, considerado, segundo a NGB, termo essencial da oração, juntamente com o predicado. 
Entretanto, nem sempre o sujeito está presente nas construções sintáticas, o que nos leva a 
questionar a sua essencialidade.
Analisamos, também, os três aspectos utilizados para se identificar o sujeito: semântico, 
morfológico e sintático.
Neste capítulo, vamos dar continuidade ao estudo da sintaxe, dedicando-nos a outras funções 
sintáticas. Vamos começar, então?
Objetivos 
 » Saber identificar os diferentes tipos de predicado.
 » Distinguir predicativo do sujeito do predicativo do objeto.
Predicado: algumas considerações
As gramáticas tradicionais entendem a oração como uma estrutura formada por dois constituintes 
que se correspondem e se complementam: o sujeito e o predicado. O primeiro é o ser sobre o 
qual se faz uma declaração e o segundo é a declaração propriamente dita. Dessa forma, as duas 
funções têm a mesma importância. Será? Vejamos o que defendem alguns autores.
Luft (1987, p. 23) afirma que “o mais importante dos dois, núcleo da oração, é o predicado: há 
orações sem sujeito (verbos impessoais), mas não há as sem predicado.”
Azeredo (2008, p. 148) também opina sobre a questão: “O sintagma verbal é a base da estrutura 
oracional. Sem ele, não há oração (...)”.
4
CAPÍTULO
COnTInUAnDO A AnáLISE SInTáTICA: 
O ESTUDO DOS PREDICADOS
40
CAPÍTULO 4 • COnTInUAnDO A AnáLISE SInTáTICA: O ESTUDO DOS PREDICADOS
Vê-se, portanto, a importância do predicado como o termo realmente essencial à organização 
da oração. 
Classificações do predicado
Predicado verbal
É aquele que exprime uma ação, um acontecimento e, por isso, tem como núcleo um verbo 
significativo (transitivo direto e/ou indireto e intransitivo) que pode vir acompanhado ou não 
de outros termos. Vale a pena estudar novamente o capítulo 2 para rever a seção de predicação 
verbal.
Exemplos: 
1. Sua mãe chegou. (VI)
2. Choveu. (VI)
3. Vou pedir um táxi! (VTD)
4. Tratou do problema sozinho. (VTI)
Predicado nominal
Se o predicado verbal possui como núcleo o verbo, o predicado nominal terá como núcleo um 
nome que pode ser representado por um substantivo, adjetivo ou pronome. O núcleo do predicado 
nominal recebe o nome de predicativo do sujeito.
O verbo, por sua vez, é chamado de verbo de ligação, pois sua função é ligar o sujeito e o predicativo, 
estabelecendo entre eles a concordância.
Vamos tomar como exemplo um trecho da crônica de Martha Medeiros (2010, p. 43): 
“Gastrite é uma inflamação do estômago. Apendicite é uma inflamação do 
apêndice. Otite é uma inflamação dos ouvidos. Paixonite é uma inflamação de 
quê? Do coração.”
No trecho, há algum acontecimento como foco? Não! O que importa é caracterizar os tipos de 
inflamação. Para isso, a autora fez uso de orações formadas por predicados nominais, cujos 
verbos são de ligação (no caso, verbo ser) seguidos dos núcleos nominais (inflamação) que, por 
sua vez, apresentam termos determinantes.
Os verbos de ligação antecipam uma manifestação de um estado e não indicam ação. Eles podem 
expressar noções de estado permanente (ex.: Eu sou feia), estado transitório (ex.: Eu estou feia), 
41
COnTInUAnDO A AnáLISE SInTáTICA: O ESTUDO DOS PREDICADOS • CAPÍTULO 4
mudança de estado (ex.: Eu fiquei feia), continuidade de estado (ex.: Eu permaneço feia) ou 
aparência de estado (ex.: Eu pareço feia).
Então, predicado nominal = VL + predicativo do sujeito
Um mesmo verbo pode se apresentar ora como de ligação ora como significativo, dependendo 
do contexto em que estão inseridos.
Exemplos:
 » Eu continuo satisfeito com a notícia. (VL)
 » Eu continuo no quarto. (VI)
Predicado verbo-nominal
Como o próprio nome diz, é a combinação entre o predicado verbal e o nominal.
É aquele em que há informação importante no verbo, mas, também, no nome (predicativo), ou 
seja, o predicado verbo-nominal possui dois núcleos: um verbo significativo, característico do 
predicado verbal e um predicativo, núcleo do predicado nominal.
Neste caso, a estrutura conterá:
Verbo significativo + predicativo
Vamos ver como se forma o predicado verbo-nominal.
Predicado verbal Predicado nominal
1. As crianças pulavam. As crianças estavam alegres.
2. A moça calçou os sapatos. Os sapatos estavam molhados.
Predicado verbo-nominal
1. As crianças pulavam alegres.
2. A moça calçou os sapatos molhados.
Fonte: elaborado pela autora.
Repare que, no exemplo 2, o predicativo não se refere ao sujeito, mas, sim, ao objeto direto sapatos, 
que complementa o verbo encontrar. Nesse caso, o predicativo é uma característica atribuída ao 
sapato momentaneamente, e não uma característica inerente a ele. Essa diferença será importante 
para, mais adiante, diferenciarmos o predicativo do objeto do adjunto adnominal.
Predicativo do sujeito
Na seção anterior, pudemos ver a presença do predicativo do sujeito como núcleo do predicado 
nominal e na função de dar uma característica ao sujeito. O predicativo é ligado ao sujeito pelo 
verbo de ligação, que cumpre mesmo a função de conectar esses dois elementos.
42
CAPÍTULO 4 • COnTInUAnDO A AnáLISE SInTáTICA: O ESTUDO DOS PREDICADOS
Pode ser representado por:
a. substantivo ou expressão substantivada:
 › Zeus é um cão adorável.
b. adjetivo ou locução adjetiva:
 › A corrupção continua ativa.
c. pronome:
 › Sua missão é essa.
d. numeral:
 › Sou uma só!
e. oração subordinada substantiva predicativa:
 › A emoção é compartilhar a alegria com todos.
Predicativo do objeto
É o termo ou expressão que complementa o objeto direto ou o objeto indireto, conferindo-lhe 
um atributo, ou seja, a característica é atribuída ao objeto, não lhe sendo própria, inerente. Essa 
diferença é importante para diferenciarmos, mais adiante, o predicativo do objeto do adjunto 
adnominal.
Se dissermos: Consideraram o aluno desengonçado demais para o número de dança, não significa 
que o aluno seja uma pessoa desengonçada, mas, sim, que, para aquele número de dança, foi-
lhe atribuída a característica desengonçado. 
O predicativo do objeto pode ser representado por:
a. substantivo
 › O povo elegeu Dilma presidente.
 › Objeto direto: Dilma
 › Predicativo: presidente
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COnTInUAnDO A AnáLISE SInTáTICA: O ESTUDO DOS PREDICADOS • CAPÍTULO 4
b. adjetivo ou locução adjetiva
 › Todos julgaram-no inocente.
 › Objeto direto: o
 › Predicativo: inocente
Em alguns casos, não é possível saber se a expressão é um predicativo do objeto ou um adjunto 
adnominal, sem que o contexto esclareça. Por exemplo:
 » Achei o homem velho.
Não posso afirmar, sem o contexto, se velho é predicativo do objeto ou adjunto adnominal. 
Quando será um ou outro? Vejamos.
Predicativo: significa que eu considerei aquele determinado homem velho. Isso não significa 
que ele seja efetivamente velho, mas, segundo a minha percepção, ele é velho. Achar, neste caso, 
possui sentido de considerar. 
A separação dos termos da oração seria:
Sujeito: eu; predicado: achei o homem velho; objeto direto: o homem; predicativo do objeto: velho.
Adjunto adnominal: significa que o homem é velho, independente da minha percepção. O sentido 
é o de que eu estava procurando o homem velho e achei-o. Achar significa encontrar algo.
A separação dos termos da oração seria:
Sujeito: eu; predicado: achei o homem velho; objeto direto: o homem velho, cujo núcleo é homem 
e velho é adjunto adnominal.
Esse assunto será retomado quando estudarmos os adjuntos adnominais.
Leia dois trechos retirados de uma notícia do jornal O Globo, de 25/7/2014.
“Ambos agora são réus no processo.”“O juiz tornou o casal réu.” (adaptado)
Para refletir
Nos dois trechos aparece a palavra réu desempenhando a mesma função sintática. Você concorda ou discorda da 
afirmativa? Por quê?
Você deve discordar da afirmativa, pois, no primeiro caso, réu é predicativo do sujeito e, no segundo, predicativo do 
objeto.
44
CAPÍTULO 4 • COnTInUAnDO A AnáLISE SInTáTICA: O ESTUDO DOS PREDICADOS
Sugestão de estudo
Leituras recomendadas:
AZEREDO, José Carlos de. Fundamentos de gramática do português. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2004.
____________________. Gramática Houaiss da língua portuguesa. São Paulo: PubliFolha, 2008.
____________________. Iniciação à sintaxe do português. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1995.
BECHARA, Evanildo. Moderna gramática portuguesa. Rio de Janeiro: Lucerna, 2009.
BECHARA, Evanildo. Gramática escolar da língua portuguesa. Rio de Janeiro: Lucerna, 2001.
CARONE, Flávia de Barros. Morfossintaxe. São Paulo: Ática, 1991.
CUNHA, Celso; CINTRA, Lindley. Nova gramática do português contemporâneo. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2001.
GARCIA, Othon Moacir. Comunicação em prosa moderna: aprenda a escrever, aprendendo a pensar. 16. Ed., Rio de 
Janeiro: Fundação Getúlio Vargas Editora, 1995.
KURY, Adriano da Gama. Novas lições de análise sintática. São Paulo: Ática, 2003.
LIMA, Carlos Henrique Rocha. Gramática normativa da língua portuguesa. Rio de Janeiro: José Olympio, 1999.
NEVES, Maria Helena de Moura. Gramática de usos do português. São Paulo: UNESP, 2000.
Sintetizando
Como vimos, o predicado é o sintagma indispensável em uma oração. Existe oração sem sujeito, mas não é possível 
falar em oração sem predicado. Ele é a declaração que se faz a respeito do sujeito.
Há três tipos de predicado: verbal, nominal e verbo-nominal, cada qual com suas características particulares.
Estudamos, em seguida, os predicativos do sujeito e do objeto, que mantêm relação com os tipos de predicados.
45
Introdução
Assim como analisamos o que a gramática chama termos essenciais da oração, vamos nos voltar, 
neste capítulo, para os termos integrantes que complementam os verbos e sua importância na 
organização sintática das orações de Língua Portuguesa. Há, ainda, os termos que complementam 
os nomes, que serão vistos na próxima seção.
Objetivos
 » Identificar os termos integrantes e acessórios das orações.
 » Entender por que o papel que os termos integrantes assumem na oração difere daquele 
exercido pelos termos essenciais.
 » Entender o papel dos termos acessórios na composição das orações.
 » Diferenciar adjunto adnominal e predicativo do sujeito.
 » Diferenciar adjunto adnominal e complemento nominal.
Termos integrantes
Termos integrantes são aqueles que integram a oração, ou seja, complementam a significação 
de outros termos dela, contribuindo para seu sentido. Não são essenciais, mas, também, não 
são apenas acessórios.
Você se lembra de que estudamos predicação verbal no capítulo 3. Releia o assunto para facilitar 
o seu entendimento sobre os complementos verbais.
Os objetos diretos são complementos dos verbos transitivos diretos, ou seja, aqueles que não 
exigem preposição; os objetos indiretos, por sua vez, complementam os verbos transitivos indiretos 
5
CAPÍTULO
ESTUDAnDO OS TERMOS 
InTEGRAnTES E ACESSÓRIOS
46
CAPÍTULO 5 • ESTUDAnDO OS TERMOS InTEGRAnTES E ACESSÓRIOS
que exigem preposição. Mas... como saber se o verbo é VTD, VTI, VI, VL? Só saberemos isso pelo 
contexto. É possível que um mesmo verbo apresente transitividades diferentes. Vamos ver?
 » Comi demais na festa de ontem!
 » Comi bolo e brigadeiro na festa de ontem.
O verbo comer apresenta o mesmo sentido em ambas as orações, mas possui diferentes 
transitividades. No primeiro caso, ele é intransitivo, pois não há referência ao objeto comido. 
Não importa, aqui, o que foi comido, mas, sim, a quantidade. Já na segunda, é transitivo direto, 
cujo objeto direto é bolo e brigadeiro. Neste caso, aquilo que foi comido é informação importante.
Os verbos também podem assumir transitividades diferentes quando mudam seu sentido. O 
verbo assistir é um exemplo bem clássico.
1. Assisti ao jogo do Flamengo.
2. Assistimos a criança que machucou o queixo.
3. Assisto perto dos meus pais.
No exemplo (1), o verbo assistir possui o sentido de ver e é transitivo indireto, exigindo a preposição 
a. Logo, o objeto indireto é ao jogo do Flamengo.
Quando o verbo assistir possui sentido de cuidar, dar assistência, é transitivo direto, não sendo 
exigida a preposição. A criança é, portanto o objeto direto do exemplo (2).
Por fim, no exemplo (3), o verbo assistir assume o sentido de morar, residir, sendo, portanto, 
intransitivo.
Não podemos afirmar se um verbo é VTD, VTI, VI, VL sem que ele esteja inserido em um contexto.
Objeto direto
Como já vimos, o objeto direto é o complemento dos verbos transitivos diretos que necessitam 
de uma complementação para que seu sentido fique completo.
O objeto direto recebe esse nome porque se liga ao verbo diretamente, sem a presença de 
preposição.
É o tipo mais comum de complemento verbal, uma vez que a maioria das construções exige 
verbos transitivos diretos.
Esse tipo de complemento pode ser substituído pelos pronomes oblíquos o(s), a(s), dada a sua 
natureza nominal. Veja o exemplo.
47
ESTUDAnDO OS TERMOS InTEGRAnTES E ACESSÓRIOS • CAPÍTULO 5
“Queremos um amor ficha limpa para que possamos contratá-lo para um cargo vitalício.”
O pronome o retoma o termo amor (ficha limpa), objeto direto do verbo querer.
Objeto direto preposicionado
Trata-se de um objeto direto que pode ser regido, principalmente, pela preposição a.
Os casos mais comuns que motivam o uso do OD preposicionado são:
a. verbos de sentimento:
 › Deve-se amar ao próximo.
 › Teme-se a todos.
b. construções de uso consagrado:
 › Sacou da espada.
 › Cumpra com seu dever.
c. quando o núcleo do objeto direto for um pronome pessoal oblíquo tônico:
 › Ofendeste a mim com suas palavras.
 › Esqueceu a si mesmo de tão preocupado que estava com os outros.
Objeto direto pleonástico
Antes de falarmos sobre o OD pleonástico, devemos saber o que é pleonasmo.
Pleonasmo é uma figura de linguagem caracterizada pela repetição de uma mesma ideia. Exemplo: 
subir para cima, sair para fora, elo de ligação etc.
O OD pleonástico, então, é aquele que retoma a si mesmo, com intenção de chamar atenção.
Exemplos:
 » Os presentes, entreguei-os à aniversariante. 
 » O bem, muitos o louvam, mas poucos o seguem.
Objeto indireto
Assim como o objeto direto, o objeto indireto completa o sentido de um verbo, porém, a ligação 
ocorre por intermédio de uma preposição exigida pelo verbo.
Referiu-se à segunda questão. (Quem se refere se refere a)
48
CAPÍTULO 5 • ESTUDAnDO OS TERMOS InTEGRAnTES E ACESSÓRIOS
Gostamos muito de viajar. (quem gosta, gosta de).
No caso de substituição por pronomes oblíquos, o OI pode ser representado por lhe ou lhes ou 
por ele(s); ela(s), desde que seguidos de preposição.
Dei-lhe o presente. Ou Dei a ela(e) o presente.
Também existe o OI pleonástico, cuja explicação é a mesma do OD pleonástico.
Exemplo: “A mim o que me deu foi pena.”
Quando o verbo é transitivo direto e indireto, ocorrem os dois complementos.
Entreguei a encomenda à transportadora. (quem entrega, entrega alguma coisa – OD – a alguém 
– OI).
OD: a encomenda
OI: à transportadora
Como ficaria essa oração se substituíssemos o OD por um pronome? E o OI?
Substituindo o OD, teríamos: Entreguei-a à transportadora.
Substituindo o OI, teríamos: Entreguei-lhe a encomenda.
Termos integrantes II: os complementos nominais
Vimos que os complementos verbais integram o sentido de um verbo. Os complementos nominais, 
por sua vez, integram o sentido de um nome, seja ele substantivo, adjetivo ou advérbio. São 
sempre preposicionados.
Então, o complemento nominal é um termo preposicionado que se liga a:
 » Substantivo abstrato, quando o termo é paciente (nesse caso, faremos uma diferenciação 
como adjunto adnominal);
 ›Ex.: Todos têm amor ao pai. => O pai ama ou o pai é amado? O pai é amado, logo o 
termo ao pai é complemento nominal (paciente)
Saiba mais
Os pronomes oblíquos me, te, se, nos, vos podem ser objeto direto ou indireto, dependendo do verbo.
Catarina nos viu na escola. (OD)
João me telefonou. (OI)
49
ESTUDAnDO OS TERMOS InTEGRAnTES E ACESSÓRIOS • CAPÍTULO 5
 » Adjetivo;
 › Ex.: Sou fiel a você. => fiel é adjetivo e a você é um termo preposicionado que se liga 
a um adjetivo, logo, é complemento nominal. 
 » Advérbio.
 › Ex.: A professora agiu favoravelmente aos alunos. => favoravelmente é advérbio e o 
termo aos alunos é preposicionado e complementa o advérbio.
Os complementos nominais podem estar presentes em outros sintagmas, a saber:
a. Sujeito
 › A lembrança do passado lhe fazia mal.
 › Sujeito: A lembrança do passado
 › Núcleo: lembrança (substantivo abstrato)
 › CN: do passado (o passado era lembrado – paciente)
b. Objeto direto e indireto
 › O povo tem necessidade de dignidade.
 › Sujeito: o povo
 › OD: necessidade de dignidade (Quem tem, tem alguma coisa)
 › Núcleo do OD: necessidade (substantivo abstrato)
 › CN: de dignidade (alguém necessita da dignidade, e não ela necessita – paciente)
 › Referiu-se ao conhecimento de mundo.
 › Sujeito: indeterminado (VTI + se)
 › OI: ao conhecimento de mundo
 › Núcleo do OI: conhecimento (substantivo abstrato)
 › CN: de mundo (o mundo é conhecido – paciente)
c. Predicativo
 › Ela estava consciente de tudo.
 › Sujeito: ela
 › VL: estava
50
CAPÍTULO 5 • ESTUDAnDO OS TERMOS InTEGRAnTES E ACESSÓRIOS
 › Predicativo: consciente de tudo
 › Núcleo do predicativo: consciente (adjetivo)
 › CN: de tudo
Termos acessórios I: adjuntos adnominais
Vamos começar esta seção estudando as características e propriedades dos adjuntos adnominais 
para, depois, fazermos a diferença entre eles e os complementos nominais e entre eles e os 
predicativos.
Os termos acessórios são aqueles que, mesmo portadores de informações relevantes, podem ser 
dispensados da oração sem que o sentido dela seja comprometido.
Adjunto significa estar junto a, logo, adjunto adnominal é estar junto a nomes e, por isso, podem 
aparecer, sempre, em qualquer tipo de sintagma.
Hierarquicamente, os termos acessórios são subordinados aos integrantes que são subordinados 
aos essenciais.
Observe o esquema a seguir:
Termos essenciais (sujeito e predicado) 
Termos complementares (complementos verbais e nominais)
 
Termos acessórios (adjuntos adnominais e adverbiais) 
Fonte: elaborado pela autora.
Para entendermos essa hierarquia, tomemos os dois exemplos:
a. Moradores vendem sacolés.
b. Os vinte moradores de rua vendem inúmeros sacolés de fruta.
51
ESTUDAnDO OS TERMOS InTEGRAnTES E ACESSÓRIOS • CAPÍTULO 5
Ambos os exemplos possuem o mesmo núcleo do sujeito (moradores), o mesmo verbo transitivo 
direto (vendem) e o mesmo núcleo do OD (sacolés). O que diferencia um exemplo do outro, então?
É justamente a adjunção de elementos, no exemplo b, que fornece mais informações a ele. 
Veja o esquema a seguir. Temos um núcleo substantivo e as classes de palavras que exercem a 
função sintática de adjuntos adnominais (artigos, pronomes, adjetivos e locuções adjetivas e 
numerais). Artigo é sempre adjunto adnominal.
Pronomes 
Adjetivos 
e locuções 
adjetivas 
Artigos 
SUBSTANTIVO 
Numerais
 
Fonte: elaborado pela autora.
Retomando o exemplo b, vamos analisar os termos passo a passo.
Os vinte moradores de rua vendem inúmeros sacolés de fruta.
 » Sujeito: Os vinte moradores de rua
 » Núcleo do sujeito simples: moradores
 » Adjuntos adnominais do sintagma sujeito: os (artigo), vinte (numeral), de rua (locução 
adjetiva)
 » Predicado verbal: vendem inúmeros sacolés de fruta
 » Núcleo do predicado verbal: vendem (VTD)
 » Objeto direto: inúmeros sacolés de fruta
 » Núcleo do OD: sacolés
 » Adjuntos adnominais do sintagma OD: inúmeros (pronome indefinido); de fruta (locução 
adjetiva)
52
CAPÍTULO 5 • ESTUDAnDO OS TERMOS InTEGRAnTES E ACESSÓRIOS
Diferenças entre adjunto adnominal e predicativo
Quando estudamos os predicativos, fizemos uma ressalva de que eles poderiam ser confundidos 
com os adjuntos adnominais. Vamos, então, ver a diferença entre eles.
Adjunto adnominal Predicativo
Característica própria, inerente Característica atribuída, passageira
Encontra-se dentro do termos a que se refere Encontra-se fora do termo a que se refere
Fonte: elaborado pela autora.
1. A torta é saborosa.
 › Sujeito: A torta
 › Predicado nominal: é saborosa
 › VL: é
 › Predicativo do sujeito: saborosa 
2. O aluno atento chegou.
 › sujeito: O aluno atento
 › Núcleo do sujeito: aluno
 › Adjuntos adnominais do sujeito: o (artigo); atento (adjetivo)
 › Predicado verbal: chegou
3. O aluno, atento, chegou.
 › Sujeito: o aluno
 › Núcleo do sujeito: aluno
 › Adjunto adnominal do sujeito: o (artigo)
 › Predicado verbo-nominal: atento, chegou
 › Núcleos do predicado: atento (predicativo do sujeito) e chegou (verbo significativo)
 › O exemplo (1) não gera dúvida, pois é uma oração básica com predicado nominal.
 › O que há de diferente entre o exemplo (2) e o (3)?
 › No (2), o termo atento pertence ao sujeito, o que significa dizer que o aluno é atento. 
É uma característica própria dele, logo é adjunto adnominal.
 › Já no exemplo (3), o termo atento encontra-se entre vírgulas, passando a informação de 
que o aluno, quando chegou, estava atento. Ele não é sempre atento; essa característica 
foi atribuída a ele no momento de sua chegada. É, portanto, predicativo do sujeito.
53
ESTUDAnDO OS TERMOS InTEGRAnTES E ACESSÓRIOS • CAPÍTULO 5
4. Trouxe a camisa velha.
 › Sujeito simples: eu
 › Predicado verbal: Trouxe a camisa velha
 › Núcleo do predicado: trouxe (verbo transitivo direto)
 › OD: a camisa velha
 › Núcleo do OD: camisa
 › Adjuntos adnominais do OD: a (artigo) e velha (adjetivo)
 › Neste caso, a camisa é velha; é uma característica própria dela.
5. Considerei a camisa velha.
 › Sujeito simples: eu
 › Predicado verbo-nominal: Considerei a camisa velha
 › Núcleos do predicado: considerei (VTD) e velha (predicativo do objeto)
 › OD: a camisa
 › Predicativo do objeto: velha
Repare que velha é uma característica atribuída pelo sujeito à camisa, não significa que ela seja 
realmente velha. O termo velha não pertence ao OD, está fora dele.
Diferença entre o adjunto adnominal e o complemento nominal
Lembremos que o complemento nominal é um termo:
 » preposicionado; 
 » que se liga a substantivo abstrato, adjetivo ou advérbio.
O adjunto adnominal se refere a substantivo (concreto ou abstrato) e pode ser ou não preposicionado.
Logo, só haverá dúvida se o termo é adjunto adnominal ou complemento quando estivermos 
diante de um termo preposicionado que se liga a substantivo, certo? Se o termo se ligar a adjetivo 
ou advérbio, é certo que é complemento nominal e, no caso de se ligar a substantivo concreto, 
é adjunto adnominal.
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CAPÍTULO 5 • ESTUDAnDO OS TERMOS InTEGRAnTES E ACESSÓRIOS
Vamos aos exemplos:
1. A blusa de lã desfiou!
 › Sujeito simples: a blusa de lã
 › Núcleo do sujeito: blusa (substantivo concreto)
 › Adj. Adnominais: a (artigo); de lã (loc. adjetiva)
 › Predicado verbal: desfiou
 › Veja que nesse exemplo o termo de lã se refere a um substantivo concreto, logo, não 
resta dúvida: é adjunto adnominal.
2. Estou certa de seu amor por mim.
 › Sujeito simples: eu
 › Predicado nominal: Estou certa de seu amor por mim
 › VL: estou
 › Núcleo do predicado: certa (predicativo do sujeito)
 › Complemento nominal: de seu amor por mim (termo preposicionado que completa 
o sentido do adjetivo certa)
3. Chegaram perto de você.
 › Sujeito: indeterminado (verbo na 3ª pessoa do plural sem referente)
 › Predicado verbal: Chegaram perto de você.
 › Núcleo do predicado verbal: chegaram (verbo significativo)
 › Adjunto adverbial: perto de você
 › Núcleo do adjunto adverbial: perto
 › Complemento nominal: de você (termo

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