Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
1 MICROBIOLOGIA 2 - VIROLOGIA VITÓRIA NOVAIS - MED ANTIVIRAIS: Quando começar a tratar? Essa é uma questão bastante importante, pois cada vírus e cada antiviral tem suas especificidades e muitas vezes não é possível agir no momento ideal. Antivirais são uma classe de medicamentos usados especificamente para tratar infecções virais Antivirais específicos são usados para vírus específicos Atuam em eventos específicos da replicação viral, inibição da síntese de ácidos nucleicos ou proteínas dos vírus Antivirais drogas que combatem os sintomas Vacinas são profiláticas para muitas doenças virais possuem efeito limitado ou não possuem efeito quando o indivíduo já está infectado Os antivirais são a segunda opção no combate aos vírus Podem interromper a infecção uma vez que já se iniciou Apesar de muitos anos de pesquisa (+50), nosso arsenal de antivirais é perigosamente pequeno o ~30 drogas antivirais no mercado americano o Maioria contra HIV e Herpes e, recentemente, HCV (hepatite) HISTÓRICO: Marboran (1963): o Prevenção de varíola o Êxito em epidemias, apesar de muitos efeitos colaterais o Uso interrompido pelo sucesso da vacina e erradicação da doença CARACTERÍSTICAS DESEJADAS: Amplo espectro Inibição completa da replicação viral Toxicidade mínima Deve atingir o alvo sem interferir com o sistema imune do hospedeiro Atividade frente a mutantes resistentes CARACTERÍSTICAS INDESEJADAS: Tóxico Carcinogênico Alergênico Mutagênico Teratogênico ESTRATÉGIAS ANTIVIRAIS: Agentes quimioterápicos o Virucidas: inativam o vírus intacto normalmente fora do organismo o Antivirais: inibem a replicação viral no nível celular Imunomoduladores: agentes que intensificam a resposta imune Imunoprofilaxia: prevenção utilizando imunoglobulinas Terapia gênica: transferência de material genético com o propósito de prevenir ou curar uma enfermidade qualquer VIRUCIDAS: •disponíveis desde 1940 •bacterias se multiplicam independentemente do hospedeiro --> alvos específicos •muitos altamente específicos Antibióticos •1º licenciado na década de 60 •círus são parasitas intracelulares obrigatórios --> seletividade dificultada •poucos e muito citotóxicos Antivirais 2 MICROBIOLOGIA 2 - VIROLOGIA VITÓRIA NOVAIS - MED Podem causar inativação direta em um único passo Podem danificar células hospedeiras assim como os vírus limitação ao uso Pode ser utilizado na prevenção da transmissão de infecções virais Exemplos: detergentes, solventes orgânicos, radiação ultravioleta, radiação gama, água sanitaria ANTIVIRAIS: Replicação viral depende da atividade metabólica celular Para que sejam úteis: o devem inibir eventos específicos dos vírus o não devem interferir com o metabolismo celular toxicidade para células do hospedeiro tipicamente têm um espectro restrito de atividade IMUNOMODULADORES: 1) Imunossupressores: diminuem as respostas imunes Doenças auto-imunes Transplantes de órgãos Ex.: Corticoides 2) Imunoestimuladores: aumentam as respostas imunes Infecções (principalmente crônicas devido à tolerabilidade que o SI desenvolve diante de infecções crônicas) fármaco “da um up” no SI Imunodeficiências Neoplasias Apresentam chance menor de efeitos colateriais Ex.: IFN-α contra HBV, HCV, HPV e Herpes IMUNOPROFILAXIA: Imunoglobulina G (IgG) o Purificada a partir de plasma humano o Pode prevenir infecções graves do TRI o Utilizada para leucemia de células B, HIV Pediátrico e alguns vírus respiratórios Anticorpos Monoclonais Humanizados o Ac neutralizantes específicos o Hibridomas o Profiláticos o Alto custo TERAPIA GÊNICA: CAR T: Coleta do sangue do paciente separação das células T tratamento de terapia gênica = inserção gênica de CAR células T passam a produzir receptores contra o tumor específico = terapia muito específica células T com esses receptores são multiplicadas em laboratório e reinfundidas no paciente que começa a combater o CA. 3 MICROBIOLOGIA 2 - VIROLOGIA VITÓRIA NOVAIS - MED ZOLGENSMA - ATROFIA MUSCULAR ESPINHAL(AME): Doença neuromuscular caracterizada por degeneração e perda de neurônios motores da medula espinhal e do tronco cerebral Principal causa genética de mortalidade infantil 1:10.000 em caucasianos 95% de perda motora nos primeiros meses de vida Pcts com AME: Deleção ou mutação do Gene SMN1 e dependem apenas do gene SMN2 para produzir poucas proteínas que não são suficientes para manter, por exemplo, o tônus muscular. Zolgensma: terapia gênica que usa o Adenovírus Associado do tipo 9 que carrega o gene SMN1 completo e ao inocularmos este vírus no pacte, inicia-se a produção da proteía SMN de maneira normal e funcional. O grande problema é o custo medicamento mais caro do mundo Vias alternativas que produzem poucas proteínas ou ptnas instáveis 4 MICROBIOLOGIA 2 - VIROLOGIA VITÓRIA NOVAIS - MED DROGAS ANTIVIRAIS APROVADAS PARA USO EM HUMANOS, NOS EUA MECANISMOS E VIAS DE AÇÃO: 5 MICROBIOLOGIA 2 - VIROLOGIA VITÓRIA NOVAIS - MED ANÁLOGOS DE NUCLEOTÍDEOS: NucleoTídeos são presentes em nosso DNA NucleosíDeos não possuem o grupamento fosfato, presente nos nucleotídeos ao entrar em nossas células, sofre algumas fosforilações, ocupa o lugar do nucleotídeo normal e impede a síntese de DNA viral o No caso do HIV, ele impede a transcrição reversa Isolados inicialmente de esponjas marinhas Considerado a priori como uma droga anticâncer muitos antivirais não foram inicialmente desenvolvidos como antivirais Mais conhecido: ACICLOVIR Bastante eficaz contra HSV e VZV Também era utilizado contra Hepatite B (HBV) e HIV INIBIDORES DE TRANSCRIPTASE REVERSA (TR) NUCLEOSÍDEOS: 1) ZIDOVUDINA (AZT): Descoberto em 1985 e licenciado em 87 Primeira droga do grupo NRTIs Anti-HIV Necessita de fosforilação para se tornar ativo Mecanismo de Ação: Transcriptase Reversa do HIV vem adicionando nucleotídeos para fazer a fita de DNA e quando ela, aleatoriamente pega o AZT, fica impossibilitada de estender a fita de DNA. Assim, a replicação viral é interrompida. Normalmente NÃO são administrados sozinhos fazem parte dos chamados coquetéis Problema: apresentam uma baixa barreira genética às mutações resistência Quebra de patente = brasil conseguiu produzir seu próprio medicamento : torna essas drogas populares e a primeira linha de agentes anti HIV em paises necessitados Efeitos adversos: são reversíveis, ou seja, a suspensão da droga interrompe os EAs o Neuropatia periférica o Náusea 6 MICROBIOLOGIA 2 - VIROLOGIA VITÓRIA NOVAIS - MED o Cefaleia o Rash o Anemia o Leucopenia o Pancreatite o Gota o Hipersensibilidade OS AZTS NÃO INTERFEREM COM AS DNA POLIMERASES HUMANAS? Sim, mas apresenta uma afinidade muito maior pela TR viral do que pelas DNA polimerases humanas 100-300x afinidade pela TR do HIV do que pelas DNAs polimerases humanas = citotoxicidade baixa INIBIDORES DE TR NÃO-NUCLEOSÍDEOS (NNRTIS): Descoberto no final de 1980 5 drogas disponíveis atualmente Diferente dos NRTIs, os NNRTIs não necessitam de processamento metabólico Indicados para HIV-1, pois o HIV- 2 são naturalmente mais resistentes a essa classe de drogas Amplamente utilizados como 1ª escolha, associados a outras drogas (once-daily pill) Efeitos Adversos: o Rash o Toxicidade para SNC o Elevação das enzimas hepáticas INIBIDORES DE PROTEASES: Proteases atuam quebrando algumas proteínas virais 12 drogas contra HIV e 7 contra HCV (NS3/4A) 1995:SAQUINAVIR é aprovado 1º inibidor de protease contra HIV Componentes atuais da HAART (terapia anti-retroviral), tanto para HIV-1 quanto HIV-2 Todos os IPs contra HCV: são para o genótipo 1 os outros genótipos pode apresentar mutação INIBIDORES DE INTEGRASE: Primeira droga licenciada em 2007 Anti-HIV 3 drogas aprovadas atualmente Muito usados na terapia anti-retroviral (HAART) Superiores aos NRTIs, NNRTRIs e PI, pois apresentam baixas taxas de resistência = têm ação contra vírus mutantes 4 drogas em clinical trial Efeitos Adversos: o Náusea o Diarreia o Hepatite o Hipersensibilidade ANÁLOGOS GUANOSINA ACÍCLICOS: 6 compostos aprovados (ACICLOVIR) ACICLOVIR: HSV-1/2 (herpes simplex 1 e 2) PENCICLOVIR: VZV (varicela zoster vírus) GANCICLOVIR/VALGANCICLOVIR: HCMV ( Citomegalovírua) Mecanismo de Ação: entra na cadeia nova de DNA, a partir de onde a Polimerase não consegue mais sintetizar nova fita e, consequentemente, a replicação é interrompida INIBIDORES DE NS5A/ NS5B: Principalmente contra HCV (Hepatite C) 8 drogas aprovadas Utilizadas no DAAs (antivirais de ação direta) NS5A/ NS5B: complexo polimerase Desde 2013 substituindo o IFN peguilhado (medicamento muito caro) INIBIDORES DE NEUROAMINIDASE: Principalmente contra INFLUENZA Impedem a liberação do vírus 7 MICROBIOLOGIA 2 - VIROLOGIA VITÓRIA NOVAIS - MED OSELTAMIVIR (oral) o Era um medicamento contra o vírus influenza de uma forma geral, mas alguns anos atrás desenvolveu quase 100% de resistência contra a linhagem H3N2 o Ação muito boa contra HIN1 ZANAMIVIR (inalatório) Mecanismo de Ação: para sair da célula, o vírus influenza utiliza a enzima Neuroaminidase (que também é uma proteína que está em sua superfície). Esse medicamento impede que o vírus saia da célula ou, quando este consegue sair, fica aglutinado e perde sua capacidade de atacar outras células RISCO OCUPACIONAL DE CONTAMINAÇÃO PELO HIV: Acidente de trabalho, principalmente PROFILAXIA PÓS-EXPOSIÇÃO (PEP): Após exposição iniciar tratamento o mais rápido possível <24hrs Eficiência acima de 90% 28 dias de tratamento Muitos efeitos colaterais enjoo, vômito... PROFILAXIA PRÉ-EXPOSIÇÃO (PREP): 2017 12 cidades, 7 mil tratamentos Até 99% de proteção em HSH (seguir tratamento) Populações chave: casais soro discordantes, HSH (homens que fazem sexo com homens), profissionais do sexo e pessoas transgêneros Recomendação de Posologia OMS: 2-1-1 2 pílulas de 2 a 24h antes do sexo, 1 pílula depois de 24h das 2 pílulas e 1 pílula 24h depois das 3 pílulas TERAPIA ANTIRRETROVIRAL POTENTE: Criada em 1997 “Coquetel Anti- AIDS” Posteriormente HAART/TARV Atualmente combina 3 drogas Programa Nacional de DST e AIDS: modelo para o mundo 8 MICROBIOLOGIA 2 - VIROLOGIA VITÓRIA NOVAIS - MED A combinação acima é a de escolha, mas existem mais de 20 combinações possíveis para caso algum paciente apresente muitos efeitos colaterais com esta. Quando temos o HIV + algumas variantes, entramos com uma droga que faz uma pressão evolutiva no vírus. Essa pressão provoca o aparecimento de vírus resistentes às drogas então, é muito comum vermos resistência às drogas em pacientes com HIV+. É importante ressaltar o aumento no número de casos de HIV entre os jovens no Brasil entre 2008 e 2018. Nas mulheres, por outro lado, houve queda em todas as faixas etárias. EFEITOS ADVERSOS DOS ANTIVIRAIS: Zidovudina (AZT): toxidade hematológica e lipoatrofia (longo prazo) Efavirenz (EFZ): tonturas, alterações do sono, sonhos vívidos e alucinações Nevirapina (NVP): toxicidade hepática, exantema(7%) e risco de desencadear Síndrome de Stevens-Jonhson Lopinavir (LPV): associado à maior ocorrência de dislipidemia Atazanavir (ATV): aumento da bilirrubina total (35-47%) Tenofovir (TDF): toxicidade renal Geral: náuseas, vômitos, diarreia, anorexia, cefaleia, alterações no paladar, mal estar, insônia, fezes mal formadas, astenia e dor abdominal
Compartilhar