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Virologia Médica: HPV

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*ainda incerto/desconhecido, suposições... 
1 MICROBIOLOGIA 2 - VIROLOGIA 
VITÓRIA NOVAIS - MED 
HUMAN PAPILLOMAVIRUS – HPV: 
 Muito comum no mundo todo 
 Brasil: + 50% dos jovens apresentam algum tipo de HPV 
 Principal manifestação clínica: verrugas  se replica no 
tecido epitelial causando erupções (Epitélio Escamoso 
Estratificado em diferenciação) 
 “olho de peixe”: tipo de verruga geralmente na planta dos 
pés 
 CA de Colo de Uterino: alguns tipos de HPV podem causar 
este CA, por levar à replicação desordenada e 
indiscriminada de células epiteliais levando à tumoração. 
o encontrados nas espécies 5, 6, 7, 9 e 11. 
o HPV-16 é um membro da espécie 9 
o HPV-18 da espécie 7. 
 
CLASSIFICAÇÃO: 
 Vírus de DNA dupla fita circular  se reproduz no núcleo 
celular 
 Capsídeo Icosaédrico: tem cerca de 20 lados 
 Não envelopado 
 Família: Papillomaviradae 
 5 gêneros: 
o Alphapapillomavirus: infecta mucosa genital e não 
genital (oral, conjuntiva, Sist Resp) e genitália externa 
o Beta-, Gamma-, Mu- e Nupapillomavirus: pele em 
regiões não genitais 
 200 subtipos  dificulta o diagnóstico 
 Tropismo por células epiteliais 
o Pele: cutaneotrópicos 
o Mucosas: mucosotrópicos 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
REPLICAÇÃO: 
 O HPV entra no corpo através de lesões ou microlesões na 
pele do indivíduo  se aloja na camada germinativa e inicia 
sua replicação, induzindo a proliferação celular. 
 Sua biossíntese ocorre no núcleo da célula e pouco é 
conhecido deste processo 
 Todas as ORF (Open Reading Frame) ficam em 1 das fitas do 
DNA viral = somente uma fita serve como molde para a 
transcrição. 
 
*ainda incerto/desconhecido, suposições... 
2 MICROBIOLOGIA 2 - VIROLOGIA 
VITÓRIA NOVAIS - MED 
 Epissomo: DNA viral não linearizado (circular)  
cronificação da infecção leva a linearização e integração 
do DNA ao DNA celular = fator predisponente a CA 
 O genoma com 8 kpb é dividido em: 
o região inicial (E, early), que codifica as proteínas 
regulatórias do vírus, incluindo aquelas envolvidas na 
replicação do DNA viral e transformação celular  E1 
a E8; 
o região tardia (late, L), que codifica as proteínas do 
capsídeo (L1 e L2); 
o região não codificadora (LCR, long control region), 
onde se encontram a origem da replicação e os 
elementos para o controle da transcrição. 
 Receptor de superfície celular para o HPV ainda não foi 
identificado  indicativos de que pode se ligar a vários 
tipos celulares = tropismo por queratinócitos 
independente do receptor especifico da célula 
 Entram na célula por endocitose, mas a via endocítica 
envolvida em sua internalização é desconhecida* 
 Desnudamento viral dentro do endossoma 
 Complexo genoma +proteína L2 é transportado pelo 
citoplasma, via microtúbulos, até o núcleo 
 Múltiplos promotores estão envolvidos na geração de 
várias espécies de RNAm 
 A transcrição é altamente regulada pelo estado de 
diferenciação de células do epitélio escamoso 
 A replicação tem início com a remoção das histonas 
associadas ao DNA viral e seu desenrolamento mediado 
pelas proteínas virais E1 e E2  E1 forma um complexo de 
replicação com proteínas celulares e a replicação do DNA 
progride bidireccionalmente da origem LCR  genoma é 
empacotado no capsídeo por associação a histonas 
celulares e diversas ligações a proteínas que amadurecem 
e estabilizam o capsídeo 
 A liberação dos vírions parece ser passiva e não citolítica 
 perda normal da integridade das membranas nuclear e 
citoplasmática durante a diferenciação terminal dos 
queratinócitos infectados 
PATOGÊNESE: 
 Infecção Persistente Latente: maioria das infecções por 
HPV 
 Período de incubação: pode variar de 6 semanas a 2 anos 
 Infectam o epitélio escamoso queratinizado e não 
queratinizado  diferentes tipos com preferencias por 
diferentes sítios do corpo 
Tipos de HPV, tropismo e doenças associadas 
Tropismo Tipo Doença 
Pele 
1, 2, 3, 4, 6, 60 Verruga plantar 
1, 2, 4, 26, 27, 29, 41, 57, 65, 
77 
Verruga comum 
3, 10, 28 Verruga plana 
5, 8, 9, 12, 14, 15, 17, 19, 20, 
21, 22, 23, 24, 25, 36, 46, 47 
Epidermodisplasia 
verruciforme benigna 
5, 8, 20 
Epidermodisplasia 
verruciforme ( carcinoma 
de cél.escamosa) 
7 Verruga do açougueiro 
26, 27 
v. comum 
(imunocomprometido) 
41 
Carcinoma de 
cél.escamosa cutânea 
Mucosa 
6, 11 
Condiloma Acuminado, 
Papiloma conjuntival, 
Papilomatose respiratória 
recorrente 
6, 11, 16 Papiloma oral 
6, 11(baixo grau) 
Neoplasia intraepitelial 
Inespecífica 
16, 18, 31, 33, 35, 39, 45, 51, 
52 
CA trato anogenital 
16 CA orofaringe 
13,32 
Hiperplasia intraepitelial 
 focal 
16, 18, 30, 31, 33, 34, 35, 39, 
40, 42, 43, 44, 45, 51, 52, 56, 
57, 58, 61, 62 
Neoplasia intraepitelial 
focal 
 As interações de E6 com p53 e E7 com Rb/p107, levam a 
uma instabilidade genômica que pode representar um 
passo essencial para o desenvolvimento de malignidade. 
 Pelo fato de muitas pessoas infectadas com HPV 
considerados de alto risco não desenvolverem nenhum tipo 
de câncer, sugere-se que outros fatores também estejam 
envolvidos no processo de transformação celular. 
 
IMUNIDADE: 
 Resposta Imune Celular: mais importante para a regressão 
da infecção 
 
*ainda incerto/desconhecido, suposições... 
3 MICROBIOLOGIA 2 - VIROLOGIA 
VITÓRIA NOVAIS - MED 
o Pctes com este tipo de resposta imune comprometida 
(gestantes, transplantados, HIV+ e etc) apresentam 
maior risco para Infecção Persistente Latente e CA 
Cervical 
 Resposta Imune Humoral: ajuda a impedir o 
espalhamento da infecção no hospedeiro, além de reduzir 
a probabilidade de reinfecção. 
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS: 
 HPVs são os agentes etiológicos das verrugas 
 Maioria das vezes as infecções são subclínicas 
 Infecções Clínicas são divididas em: 
o Verrugas: manifestações causadas pela infecção viral 
da pele  verruga comum, plana, plantar e 
epidermodisplasia verruciforme 
o Papilomas e Condilomas: infecções das mucosas  
papilomatose respiratória (papiloma de faringe), 
papiloma oral, conjuntival, verrugas anogenitais 
(condiloma acuminado) 
VERRUGAS CUTÂNEAS: 
1) Verrugas Comuns: 
 Mais comumente observadas em regiões proeminentes 
do corpo = sujeitas a abrasão  mãos, joelhos,pés 
 Geralmente múltiplas, bem delimitadas, superfície 
rugosa e hiperqueratinizadas 
 Principais tipos: HPV-2 e 4 
 Verruga do açougueiro e manipuladores de carne o HPV-
7 é o mais frequente 
 
2) Verrugas Plantares: 
 Geralmente únicas, um pouco maiores, dolorosas e no 
calcanhar e sola dos pés 
 Principal tipo: HPV-1 
3) Verrugas Planas: 
 HPV-3 e -10 
 Lesões múltiplas, pequenas e planas 
 Mãos, braços e face de crianças e dolescentes 
4) Epidermosdisplasia Verruciforme (EV): 
 Doença rara  imunossuprimidos 
 Lesões semelhantes às da verruga plana e máculas de 
coloração marrom-avermelhada na face e extremidades 
 Pctes com estas lesões antes dos 30 anos + exposição à 
radiação solar por anos pode levar à transformação ou 
carcinoma de células escamosas 
 HPV-3 e -10 (lesões semelhantes a verrugas planas) e HPV-
5 E -8 no carcinoma de células escamosas. 
PAPILOMATOSE RESPIRATÓRIA RECORRENTE: 
 Infecção da laringe  manifestação clínica mais importante 
é o Papiloma Laríngeo 
 Papilomatose Larígea: HPV-6 e -11 (16 e 18 podem causar 
também) 
 Lesões epiteliais de aspecto verrucoso, sésseis ou 
pedunculadas, únicas ou múltiplas, mas geralmente 
recorrentes 
 Grande morbidade  lesões são de caráter confluente e 
promovem disfonia e dispneia progressivas, podendo evoluir 
para insuficiência respiratória por obstrução das vias aéreas 
 Podem afetar a boca, nariz, faringe, esôfago e toda árvore 
traqueobrônquica 
 Na laringe, acomete principalmente: cordas vocais, epiglote e 
pregas vestibulares 
 2 grupos: papiloma laríngeo em jovens e papiloma laríngeo 
de início na idade adulta 
o PL Juvenil: HPV transmitidosverticalmente (mãe com 
infecção anogenital ativa ou latente) mais comum em 
parto normal 
 HPV estimula a proliferação de papilomas nas vias 
repiratórias 
 Progressão lenta  sintomatologia progressiva 
(dispneia, disfonia e tosse persistente) 
 Fator mais preocupante é a disseminação viral pela 
árvore traqueobrônquica  evolui para 
Papilomatose Pulmonar 
o PL em adultos: mais comum em indivíduos com maior 
número de parceiros sexuais e maior frequência de 
contatos orogenitais 
 
 
 
*ainda incerto/desconhecido, suposições... 
4 MICROBIOLOGIA 2 - VIROLOGIA 
VITÓRIA NOVAIS - MED 
 hipótese de transmissão orogenital: baseada no fato 
de que a papilomatose da laringe e os condilomas 
genitais apresentam os mesmos HPVs das infecções 
associadas (HPV-6 e -7), sendo o primeiro o mais 
frequente. 
 a área de transição de epitélios cuboide e cilíndrico na 
laringe e na cérvice uterina podem favorecer a 
ocorrência do HPV neste local, e a semelhança entre 
essas regiões parece favorecer, preferencialmente, a 
infecção do epitélio da laringe sobre o epitélio bucal. 
PAPILOMA ORAL: 
 pode ser assintomático ou associado a lesões únicas ou 
múltiplas em qualquer parte da cavidade oral 
 HPV-6, -11 e -16 
PAPILOMA CONJUNTIVAL: 
 Raro, mas possível em qualquer idade 
 HPV-6 e -11 principalmente 
VERRUGAS ANOGENITAIS: 
 A infecção pode permanecer latente, sem manifestações 
clínicas aparentes 
 Ou manifestar-se como verrugas ou condilomas na vulva, 
meato uretral, pênis, períneo, ânus, colo uterino e vagina 
 Podem ser lesões únicas, mas geralmente são múltiplas 
 
 
 
 
 
 Condiloma Acuminado: múltiplas lesões granulares e 
verrucosas, da cor da pele, acinzentadas, vermelhas ou 
hiperpigmentadas 
o Lesões grandes: aparência de couve flor 
o Lesões pequenas: forma de pápula, placa ou filiformes 
 Microscopicamente: estrutura ramificada coberta por 
epitélio escamoso estratificado sobre um estroma 
conjuntivo 
o Epitélio pode apresentar: hiperceratose, paraceratose, 
acantose e atipia das células superficiais com 
coilocitose (atipia nuclear com vacuolização 
perinuclear, típica de lesões por HPV) 
 Homens: lesões são mais comuns no pênis e ânus 
 Mulheres: lesões são + comuns no períneo e ânus 
Os HPV que infectam o trato genital são classificados 
de acordo com a sua capacidade de induzir 
alterações pré-malignas ou malignas. 
 HPV de baixo risco: mais frequentemente, os tipos 6 e 11, e 
menos frequente os tipos 26, 42, 43, 44, 53, 54, 55, 62, 66 
 Risco moderado: 33, 35, 39, 51, 52, 56, 58, 59, 68 
 Alto risco: 16, 18, 31 e 45, sendo os tipos 16 e 18 os mais 
frequentemente encontrados. 
o Em mais de 90% de todos os cânceres de cérvice, foi 
encontrado o DNA do HPV, com maior frequência dos 
tipos 16 e 18 (70% dos cânceres cervicais). 
DIAGNÓSTICO: 
O diagnóstico de HPV é clinico, baseado na visualização das 
verrugas a olho nu. 
 Muitos casos são subclínicos, verrugas não observáveis  
requer exames mais sensíveis como a colposcopia 
LABORATORIAL: 
 Métodos desenvolvidos para diagnóstico das infecções 
anogenitais, principalmente. 
 
*ainda incerto/desconhecido, suposições... 
5 MICROBIOLOGIA 2 - VIROLOGIA 
VITÓRIA NOVAIS - MED 
 Testes não específicos para HPV podem revelar alterações 
celulares que podem indicar infecção por esses vírus 
 Pode haver infecção sem alteração citopatológica  
combinar testes específicos e inespecíficos 
 Testes Inespecíficos: Colposcopia, Citopatologia e 
Histopatologia 
 Testes Específicos: Microscopia eletrônica (revela a 
presença de partícula viral, mas é pouco usado) 
Imunocitoquímica (procura antígenos em esfregaços 
celulares empregando anticorpos dirigidos para proteínas 
comuns aos HPVs, mas têm sensibilidade limitada e 
variam de acordo com o tipo de lesão) e testes para 
detecção do ácido nucleico viral 
COLPOSCOPIA: 
 Empregado principalmente na detecção de lesões 
subclínicas  são empregadas substâncias que tornem 
essas lesões visíveis 
 ácido acético a 5% aplicado nas regiões suspeitas durante 
3 a 5 min leva ao aparecimento de lesões aceto-brancas 
 aplicação de uma solução aquosa de azul de toluidina a 
1%, durante um minuto, seguida da descoloração com 
ácido acético a 2%, resulta no aparecimento de áreas 
coradas em azul 
CITOPATOLOGIA: 
 identifica alterações celulares benignas e de maior 
gravidade 
 Diagnóstico Citopatológico de Esfregaço Cervicovaginal de 
mulheres com HPV são observadas alterações como: 
o presença de coilócitos 
- células da camada 
superficial ou intermediária 
do epitélio, aumentadas ou 
não de volume,com umhalo 
perinuclear claro ou núcleos 
hipercromáticos. 
o disceratose e anomalias nucleares 
Nomenclatura/Classificação de Papanicolau: 
 Classe I: ausência de células atípicas ou anormais 
 Classe II: citologia atípica, mas sem evidência de 
malignidade 
 Classe III: citologia sugestiva, mas não conclusiva de 
malignidade 
 Classe IV: citologia fortemente sugestiva de malignidade 
 Classe V: citologia conclusiva de malignidade 
 
Sistema de Bethesda: 
 LSIL: anormalidades são classificadas como lesões 
intraepiteliais escamosas de baixo grau anormalidades 
brandas 
 HSIL: anormalidades graves 
HISTOPATOLOGIA: 
 Permite o diagnóstico, mas não identifica o tipo viral 
envolvido 
 Em caso de condiloma, confirma o diagnóstico e determina o 
grau de gravidade das lesões 
 Proliferação anormal da camada basal: displasias ou 
neoplasias intraepiteliais cervicais (NIC)  precursoras 
potenciais de CA 
o Displasia branda ou NIC-1: proliferação em até 1/3 do 
epitélio 
o Displasia moderada ou NIC-2: até 2/3 
o Displasia grave ou carcinoma in situ ou NIC-3: e 
proliferação em todo o epitélio. 
o A ruptura da membrana basal pelas células epiteliais 
caracteriza o carcinoma de células escamosas invasivo. 
 
TESTES PARA DETECÇÃO DE ÁCIDO NICLEICO 
VIRAL: 
 Detecta a infecção 
 são testes mais sensíveis para determinar o tipo de HPV 
envolvido 
 Técnicas: 
o de dot ou slot blotting: pode ser usada tanto para a 
detecção do DNA quanto do RNAm viral. Por essa 
técnica, várias alíquotas da amostra podem ser 
examinadas e tipadas, empregando sondas tipo-
específicas diferentes. 
o Southern blotting: técnica de hibridização em fase 
sólida. Consome mais tempo, mas devido a sua 
sensibilidade e especificidade, foi durante muito tempo 
a técnica de diagnóstico de referência, por permitir 
diferenciar o DNA integrado, do epissomal, assim como 
detectar deleção no DNA, infecção dupla, e a 
identificação de novos tipos de HPV. 
o hibridização in situ clássica ou sobre filtro e reação em 
cadeia da polimerase (PCR): 
 hibridização in situ sobre filtro: consiste na captura 
de células em suspensão por meio de filtração 
seguida de desnaturação e detecção do ácido 
nucleico. São empregadas sondas radioativas para 
aumentar a sensibilidade. 
 hibridização in situ clássica: bastante empregada 
para a detecção de vírus em tecidos congelados ou 
parafinados e esfregaços fixados em lâmina. Apesar 
da sensibilidade não ser alta, essa técnica permite 
determinar o tipo de HPV, além de revelar a 
 
*ainda incerto/desconhecido, suposições... 
6 MICROBIOLOGIA 2 - VIROLOGIA 
VITÓRIA NOVAIS - MED 
 localização do genoma viral em uma determinada 
camada da epiderme ou do tumor. 
 PCR: técnica mais sensível. Permite a detecção de 
pequeno número de cópias do ácido nucleico 
genômico, além da tipagem empregando primers 
específicos para cada tipo de HPV. 
o com sondas marcadas com radioisótopos ou biotiniladas 
 
 
EPIDEMIOLOGIA: 
 Verruga Cutânea: comum entre a população em geral. 
Transmissão pelo contato direto da lesão ou fômites com 
abrasões da pele 
 Verruga Plantar: adquirida, principalmente, no chão de 
banheiros e piscinas públicos. 
 Papilomatose Respiratória ou oral em crianças: adquirida 
no nascimento, durante a passagempelo canal vaginal de 
mães infectadas. A eficiência da infecção não parece ser 
alta devido ao elevado número de mulheres infectadas em 
relação ao pequeno número de crianças com esse tipo de 
doença. 
 A prevalência de infecções genitais está diretamente 
relacionada com o número de parceiros sexuais e com a 
idade, com um pico observado entre mulheres de 15 a 30 
anos. Segundo a OMS, estimativas epidemiológicas 
sugerem que a prevalência mundial da infecção pelo HPV 
está em torno de 630 milhões de pessoas infectadas. Com 
aproximadamente 530 mil casos novos por ano no mundo. 
 o câncer de cérvice de útero é o terceiro tipo de câncer 
mais comum entre as mulheres, e é responsável pelo óbito 
de 275 mil mulheres por ano. 
 No Brasil, as taxas de incidência estimada e de 
mortalidade, devido ao câncer de cérvice, apresentam 
valores intermediários em relação aos países em 
desenvolvimento, porém são elevadas quando 
comparadas com as de países desenvolvidos, com mais de 
18.000 casos por ano e, aproximadamente, 4.800 óbitos. 
 Em uma análise regional no Brasil, dados do INCA revelam 
que o câncer de cérvice uterino se destaca como o 1º mais 
incidente na região Norte, com 24 casos por 100.000 
mulheres. Nas regiões Centro-Oeste e Nordeste ocupa a 2a 
posição, com taxas de 28/100 mil e 18/100 mil, 
respectivamente, e é o 3o mais incidente na região Sudeste 
(15/100 mil) e 4o na região Sul (14/100 mil). Quanto à 
mortalidade, é também a região Norte que apresenta os 
maiores valores do país, com taxa padronizada pela 
população mundial de 10,1 mortes por 100.000 mulheres, 
em 2009. Em seguida estavam, nesse mesmo ano, as 
regiões Centro-Oeste e Nordeste (5,9/100 mil), Sul 
(4,2/100 mil) e Sudeste (3,6/100 mil). 
 a lenta evolução do câncer cervical associado ao HPV 
continua como uma grande causa de morte em populações 
que dispõem de assistência médica aquém do esperado. 
 
Isto ocorre particularmente nos países em desenvolvimento, 
devido à necessidade de submeter as pacientes a exames 
periódicos, como testes de DNA e Papanicolaou, e devido ao 
alto nível de infraestrutura requerida para implantar os testes 
de forma efetiva abrangendo o público alvo como um todo. 
 Apesar de a triagem reduzir o risco de câncer de colo uterino, 
ela não previne a infecção pelo HPV ou o desenvolvimento de 
lesões pré-cancerosas, que precisam de um acompanhamento 
cuidadoso e, muitas vezes, de tratamento corrente baseado em 
excisões cirúrgicas de células infectadas e/ou estímulo do 
sistema imunológico do paciente para destruí-las. 
 A infecção em homens não tem sido estudada com a frequência 
que se estuda a infecção em mulheres, devido à dificuldade em 
coletar espécimes adequados para exame e pelo fato da 
gravidade da infecção ser maior entre mulheres. No entanto, 
apesar da menor gravidade quando comparado ao câncer de 
cérvice, o Brasil é o segundo país com maior número de casos 
de câncer de pênis no mundo; são de 5 a 11 casos para 100 mil 
habitantes, dependendo da região, enquanto nos EUA é de 0,5 
para 100 mil. 
PREVENÇÃO, CONTROLE E TRATAMENTO 
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), órgão do 
Ministério da Saúde, autorizou a comercialização, no Brasil, de 2 
vacinas contra HPV. 
1) Gardasil®: desenvolvida pelo laboratório Merck Sharp & 
Dohme, contém proteína L1 purificada dos HPV-6 e -11, 
responsáveis por 90% das verrugas genitais, e tipos 16 e 
18, responsáveis por 70% dos cânceres de colo de útero. 
Destina-se à prevenção da displasia cervical de elevado 
grau de colo de útero ou da vulva, carcinoma do colo do 
útero e verrugas genitais provocados por esses vírus 
2) Cervarix®: desenvolvida pelo laboratório farmacêutico 
GlaxoSmithKline, contém as proteínas L1 purificadas 
dos HPV-16 e -18. 
 São recomendadas 3 doses da vacina em um período de 6 
meses: 
o Gardasil® – 0, 2 e 6 meses 
o Cervarix® – 0, 1 e 6 meses. 
Até o momento, os laboratórios consideram a proteção pelas 
vacinas válida por um período de 5 anos. 
 A vacina foi incorporada ao Calendário Nacional de Imunização 
do Sistema Único de Saúde (SUS) em 2014 
o meninas de 11 a 13 anos de idade, em 3 doses (intervalo 
de 0, 6 meses e 5 anos). 
 O MS adotou a vacina quadrivalente contra HPV que confere 
proteção contra HPV de baixo risco (HPV-6 e -1) e de alto risco 
(HPV-16 e -18 = maior evidência de proteção e indicação para 
pessoas que nunca tiveram contato com o vírus. 
 A vacina HPV é destinada exclusivamente à utilização 
preventiva e não tem efeito demonstrado ainda nas infeções 
preexistentes ou na doença clínica estabelecida. Portanto, a 
vacina não tem uso terapêutico no tratamento do câncer do 
colo do útero, de lesões displásicas cervicais, vulvares e vaginais 
de alto grau ou de verrugas genitais. 
 
*ainda incerto/desconhecido, suposições... 
7 MICROBIOLOGIA 2 - VIROLOGIA 
VITÓRIA NOVAIS - MED 
 Apesar dos resultados promissores, as vacinas NÃO 
previnem todas as infecções causadas pelos HPV, nem 
eliminam a necessidade de as mulheres realizarem o 
exame preventivo Papanicolaou anualmente. 
 Não existem métodos de controle específicos para as 
infecções causadas pelos diferentes tipos de HPV, sendo 
recomendado o uso de preservativos durante a relação 
sexual e, para os pacientes com epidermodisplasia 
verruciforme e imunodeficientes ou 
imunocomprometidos apresentando lesões cutâneas, 
recomenda-se a exposição mínima à luz solar. 
 
TRATAMENTO: 
 remoção das verrugas 
o agentes físicos: crioterapia, eletrocauterização, 
excisão com alça diatérmica (filamento metálico 
submetido à corrente elétrica em baixos níveis) e 
laser. 
o agentes químicos. substâncias cáusticas como o 
ácido tricloroacético e a podofilina. 
 O ácido tricloroacético (concentração de 50 a 
90%) é aplicado em pequena quantidade, 
somente nas lesões, até que as mesmas 
adquiram aspecto branco e seco. Tem indicação 
nos casos de verrugas externas nos homens e 
mulheres, em especial quando não ocorre 
queratinização da lesão e para lesões de mucosa 
vaginal ou cervical. Por não haver efeitos 
adversos para o feto, pode ser usado com 
segurança na paciente grávida até o término da 
gravidez. Não se deve aplicar sobre extensa área 
da região anal ou do meato uretral, em uma 
única aplicação, para evitar estenose. O sucesso 
terapêutico pode chegar a 80% e a taxa de 
recorrência vai de 30 a 60% com o uso tópico do 
ácido. 
 Podofilina é um agente citotóxico constituído 
por uma mistura de resinas extraídas da planta 
Podophyllun peltatum, apresenta ação cáustica, 
ceratolítica, escarótica e antimitótica. Sua 
concentração varia de 10 a 25% sendo usado em 
veículo alcoólico ou tintura de Benjoin. Pela 
promoção de ação lesiva na pele, sua 
administração não deve ser feita pelo próprio 
paciente. A pele saudável deve ser protegida com 
vaselina ou pasta de óxido de zinco antes de a 
podofilina ser aplicada sobre as lesões da pele, 
devendo-se lavar a região com água e sabão 4 a 
6 h depois da aplicação. A aplicação deve ser 
realizada 1 a 2 vezes/semana. Por ser uma 
medicação teratogênica, não é indicada para 
mucosas. Não deve ser usada em gestantes pelo 
risco de abortamento, parto prematuro e morte 
fetal. Pode causar efeitos neurotóxicos e 
nefrotóxicos em dosagens excessivas. O uso de 
podofilina tem sido cada vez mais restrito devido 
aos efeitos colaterais sistêmicos e devido ao baixo 
sucesso terapêutico 
 o antineoplásico citostático 5-fluoruracil a 5% tem 
sido empregado no tratamento tópico. 
 Substâncias imunomoduladoras têm sido empregadas para o 
tratamento de lesões virais, dentre elas as causadas pelo HPV. 
o Imiquimod: tratamento de condiloma anal. Seu 
mecanismo de ação não está bem claro, mas por ter a 
capacidade de induzir a produção endógena de 
interferon-α e outras citocinas, como IL-12 e TNF-α, 
apresenta atividade antiviral e antitumoral. Sua 
autoaplicação é realizada sob a forma de creme a 5% 
diretamente sobre as lesões da pele, da vulva ou do pênis. 
O índicede remissão total das lesões é de cerca de 50% 
em pacientes imunocompetentes e 25% nos pacientes 
imunodeprimidos. 
o interferon-α também tem sido recomendado para o 
tratamento sistêmico, intralesional e tópico, embora o 
tratamento por via sistêmica apresente muitos efeitos 
colaterais. 
 Para o tratamento das verrugas cutâneas, existe um 
fitoterápico à base de extrato alcoólico da planta Thuya 
occidentalis que pode ser usado topicamente. Nas infecções 
genitais, podem ser empregados óvulos preparados com o 
extrato. 
 A regressão das lesões não tratadas também ocorre e está 
associada, principalmente, à resposta imunológica celular do 
hospedeiro. 
 Carcinoma cervical: recomenda-se a remoção cirúrgica 
acompanhada de quimioterapia e/ou radioterapia.

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