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*ainda incerto/desconhecido, suposições... 1 MICROBIOLOGIA 2 - VIROLOGIA VITÓRIA NOVAIS - MED HUMAN PAPILLOMAVIRUS – HPV: Muito comum no mundo todo Brasil: + 50% dos jovens apresentam algum tipo de HPV Principal manifestação clínica: verrugas se replica no tecido epitelial causando erupções (Epitélio Escamoso Estratificado em diferenciação) “olho de peixe”: tipo de verruga geralmente na planta dos pés CA de Colo de Uterino: alguns tipos de HPV podem causar este CA, por levar à replicação desordenada e indiscriminada de células epiteliais levando à tumoração. o encontrados nas espécies 5, 6, 7, 9 e 11. o HPV-16 é um membro da espécie 9 o HPV-18 da espécie 7. CLASSIFICAÇÃO: Vírus de DNA dupla fita circular se reproduz no núcleo celular Capsídeo Icosaédrico: tem cerca de 20 lados Não envelopado Família: Papillomaviradae 5 gêneros: o Alphapapillomavirus: infecta mucosa genital e não genital (oral, conjuntiva, Sist Resp) e genitália externa o Beta-, Gamma-, Mu- e Nupapillomavirus: pele em regiões não genitais 200 subtipos dificulta o diagnóstico Tropismo por células epiteliais o Pele: cutaneotrópicos o Mucosas: mucosotrópicos REPLICAÇÃO: O HPV entra no corpo através de lesões ou microlesões na pele do indivíduo se aloja na camada germinativa e inicia sua replicação, induzindo a proliferação celular. Sua biossíntese ocorre no núcleo da célula e pouco é conhecido deste processo Todas as ORF (Open Reading Frame) ficam em 1 das fitas do DNA viral = somente uma fita serve como molde para a transcrição. *ainda incerto/desconhecido, suposições... 2 MICROBIOLOGIA 2 - VIROLOGIA VITÓRIA NOVAIS - MED Epissomo: DNA viral não linearizado (circular) cronificação da infecção leva a linearização e integração do DNA ao DNA celular = fator predisponente a CA O genoma com 8 kpb é dividido em: o região inicial (E, early), que codifica as proteínas regulatórias do vírus, incluindo aquelas envolvidas na replicação do DNA viral e transformação celular E1 a E8; o região tardia (late, L), que codifica as proteínas do capsídeo (L1 e L2); o região não codificadora (LCR, long control region), onde se encontram a origem da replicação e os elementos para o controle da transcrição. Receptor de superfície celular para o HPV ainda não foi identificado indicativos de que pode se ligar a vários tipos celulares = tropismo por queratinócitos independente do receptor especifico da célula Entram na célula por endocitose, mas a via endocítica envolvida em sua internalização é desconhecida* Desnudamento viral dentro do endossoma Complexo genoma +proteína L2 é transportado pelo citoplasma, via microtúbulos, até o núcleo Múltiplos promotores estão envolvidos na geração de várias espécies de RNAm A transcrição é altamente regulada pelo estado de diferenciação de células do epitélio escamoso A replicação tem início com a remoção das histonas associadas ao DNA viral e seu desenrolamento mediado pelas proteínas virais E1 e E2 E1 forma um complexo de replicação com proteínas celulares e a replicação do DNA progride bidireccionalmente da origem LCR genoma é empacotado no capsídeo por associação a histonas celulares e diversas ligações a proteínas que amadurecem e estabilizam o capsídeo A liberação dos vírions parece ser passiva e não citolítica perda normal da integridade das membranas nuclear e citoplasmática durante a diferenciação terminal dos queratinócitos infectados PATOGÊNESE: Infecção Persistente Latente: maioria das infecções por HPV Período de incubação: pode variar de 6 semanas a 2 anos Infectam o epitélio escamoso queratinizado e não queratinizado diferentes tipos com preferencias por diferentes sítios do corpo Tipos de HPV, tropismo e doenças associadas Tropismo Tipo Doença Pele 1, 2, 3, 4, 6, 60 Verruga plantar 1, 2, 4, 26, 27, 29, 41, 57, 65, 77 Verruga comum 3, 10, 28 Verruga plana 5, 8, 9, 12, 14, 15, 17, 19, 20, 21, 22, 23, 24, 25, 36, 46, 47 Epidermodisplasia verruciforme benigna 5, 8, 20 Epidermodisplasia verruciforme ( carcinoma de cél.escamosa) 7 Verruga do açougueiro 26, 27 v. comum (imunocomprometido) 41 Carcinoma de cél.escamosa cutânea Mucosa 6, 11 Condiloma Acuminado, Papiloma conjuntival, Papilomatose respiratória recorrente 6, 11, 16 Papiloma oral 6, 11(baixo grau) Neoplasia intraepitelial Inespecífica 16, 18, 31, 33, 35, 39, 45, 51, 52 CA trato anogenital 16 CA orofaringe 13,32 Hiperplasia intraepitelial focal 16, 18, 30, 31, 33, 34, 35, 39, 40, 42, 43, 44, 45, 51, 52, 56, 57, 58, 61, 62 Neoplasia intraepitelial focal As interações de E6 com p53 e E7 com Rb/p107, levam a uma instabilidade genômica que pode representar um passo essencial para o desenvolvimento de malignidade. Pelo fato de muitas pessoas infectadas com HPV considerados de alto risco não desenvolverem nenhum tipo de câncer, sugere-se que outros fatores também estejam envolvidos no processo de transformação celular. IMUNIDADE: Resposta Imune Celular: mais importante para a regressão da infecção *ainda incerto/desconhecido, suposições... 3 MICROBIOLOGIA 2 - VIROLOGIA VITÓRIA NOVAIS - MED o Pctes com este tipo de resposta imune comprometida (gestantes, transplantados, HIV+ e etc) apresentam maior risco para Infecção Persistente Latente e CA Cervical Resposta Imune Humoral: ajuda a impedir o espalhamento da infecção no hospedeiro, além de reduzir a probabilidade de reinfecção. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS: HPVs são os agentes etiológicos das verrugas Maioria das vezes as infecções são subclínicas Infecções Clínicas são divididas em: o Verrugas: manifestações causadas pela infecção viral da pele verruga comum, plana, plantar e epidermodisplasia verruciforme o Papilomas e Condilomas: infecções das mucosas papilomatose respiratória (papiloma de faringe), papiloma oral, conjuntival, verrugas anogenitais (condiloma acuminado) VERRUGAS CUTÂNEAS: 1) Verrugas Comuns: Mais comumente observadas em regiões proeminentes do corpo = sujeitas a abrasão mãos, joelhos,pés Geralmente múltiplas, bem delimitadas, superfície rugosa e hiperqueratinizadas Principais tipos: HPV-2 e 4 Verruga do açougueiro e manipuladores de carne o HPV- 7 é o mais frequente 2) Verrugas Plantares: Geralmente únicas, um pouco maiores, dolorosas e no calcanhar e sola dos pés Principal tipo: HPV-1 3) Verrugas Planas: HPV-3 e -10 Lesões múltiplas, pequenas e planas Mãos, braços e face de crianças e dolescentes 4) Epidermosdisplasia Verruciforme (EV): Doença rara imunossuprimidos Lesões semelhantes às da verruga plana e máculas de coloração marrom-avermelhada na face e extremidades Pctes com estas lesões antes dos 30 anos + exposição à radiação solar por anos pode levar à transformação ou carcinoma de células escamosas HPV-3 e -10 (lesões semelhantes a verrugas planas) e HPV- 5 E -8 no carcinoma de células escamosas. PAPILOMATOSE RESPIRATÓRIA RECORRENTE: Infecção da laringe manifestação clínica mais importante é o Papiloma Laríngeo Papilomatose Larígea: HPV-6 e -11 (16 e 18 podem causar também) Lesões epiteliais de aspecto verrucoso, sésseis ou pedunculadas, únicas ou múltiplas, mas geralmente recorrentes Grande morbidade lesões são de caráter confluente e promovem disfonia e dispneia progressivas, podendo evoluir para insuficiência respiratória por obstrução das vias aéreas Podem afetar a boca, nariz, faringe, esôfago e toda árvore traqueobrônquica Na laringe, acomete principalmente: cordas vocais, epiglote e pregas vestibulares 2 grupos: papiloma laríngeo em jovens e papiloma laríngeo de início na idade adulta o PL Juvenil: HPV transmitidosverticalmente (mãe com infecção anogenital ativa ou latente) mais comum em parto normal HPV estimula a proliferação de papilomas nas vias repiratórias Progressão lenta sintomatologia progressiva (dispneia, disfonia e tosse persistente) Fator mais preocupante é a disseminação viral pela árvore traqueobrônquica evolui para Papilomatose Pulmonar o PL em adultos: mais comum em indivíduos com maior número de parceiros sexuais e maior frequência de contatos orogenitais *ainda incerto/desconhecido, suposições... 4 MICROBIOLOGIA 2 - VIROLOGIA VITÓRIA NOVAIS - MED hipótese de transmissão orogenital: baseada no fato de que a papilomatose da laringe e os condilomas genitais apresentam os mesmos HPVs das infecções associadas (HPV-6 e -7), sendo o primeiro o mais frequente. a área de transição de epitélios cuboide e cilíndrico na laringe e na cérvice uterina podem favorecer a ocorrência do HPV neste local, e a semelhança entre essas regiões parece favorecer, preferencialmente, a infecção do epitélio da laringe sobre o epitélio bucal. PAPILOMA ORAL: pode ser assintomático ou associado a lesões únicas ou múltiplas em qualquer parte da cavidade oral HPV-6, -11 e -16 PAPILOMA CONJUNTIVAL: Raro, mas possível em qualquer idade HPV-6 e -11 principalmente VERRUGAS ANOGENITAIS: A infecção pode permanecer latente, sem manifestações clínicas aparentes Ou manifestar-se como verrugas ou condilomas na vulva, meato uretral, pênis, períneo, ânus, colo uterino e vagina Podem ser lesões únicas, mas geralmente são múltiplas Condiloma Acuminado: múltiplas lesões granulares e verrucosas, da cor da pele, acinzentadas, vermelhas ou hiperpigmentadas o Lesões grandes: aparência de couve flor o Lesões pequenas: forma de pápula, placa ou filiformes Microscopicamente: estrutura ramificada coberta por epitélio escamoso estratificado sobre um estroma conjuntivo o Epitélio pode apresentar: hiperceratose, paraceratose, acantose e atipia das células superficiais com coilocitose (atipia nuclear com vacuolização perinuclear, típica de lesões por HPV) Homens: lesões são mais comuns no pênis e ânus Mulheres: lesões são + comuns no períneo e ânus Os HPV que infectam o trato genital são classificados de acordo com a sua capacidade de induzir alterações pré-malignas ou malignas. HPV de baixo risco: mais frequentemente, os tipos 6 e 11, e menos frequente os tipos 26, 42, 43, 44, 53, 54, 55, 62, 66 Risco moderado: 33, 35, 39, 51, 52, 56, 58, 59, 68 Alto risco: 16, 18, 31 e 45, sendo os tipos 16 e 18 os mais frequentemente encontrados. o Em mais de 90% de todos os cânceres de cérvice, foi encontrado o DNA do HPV, com maior frequência dos tipos 16 e 18 (70% dos cânceres cervicais). DIAGNÓSTICO: O diagnóstico de HPV é clinico, baseado na visualização das verrugas a olho nu. Muitos casos são subclínicos, verrugas não observáveis requer exames mais sensíveis como a colposcopia LABORATORIAL: Métodos desenvolvidos para diagnóstico das infecções anogenitais, principalmente. *ainda incerto/desconhecido, suposições... 5 MICROBIOLOGIA 2 - VIROLOGIA VITÓRIA NOVAIS - MED Testes não específicos para HPV podem revelar alterações celulares que podem indicar infecção por esses vírus Pode haver infecção sem alteração citopatológica combinar testes específicos e inespecíficos Testes Inespecíficos: Colposcopia, Citopatologia e Histopatologia Testes Específicos: Microscopia eletrônica (revela a presença de partícula viral, mas é pouco usado) Imunocitoquímica (procura antígenos em esfregaços celulares empregando anticorpos dirigidos para proteínas comuns aos HPVs, mas têm sensibilidade limitada e variam de acordo com o tipo de lesão) e testes para detecção do ácido nucleico viral COLPOSCOPIA: Empregado principalmente na detecção de lesões subclínicas são empregadas substâncias que tornem essas lesões visíveis ácido acético a 5% aplicado nas regiões suspeitas durante 3 a 5 min leva ao aparecimento de lesões aceto-brancas aplicação de uma solução aquosa de azul de toluidina a 1%, durante um minuto, seguida da descoloração com ácido acético a 2%, resulta no aparecimento de áreas coradas em azul CITOPATOLOGIA: identifica alterações celulares benignas e de maior gravidade Diagnóstico Citopatológico de Esfregaço Cervicovaginal de mulheres com HPV são observadas alterações como: o presença de coilócitos - células da camada superficial ou intermediária do epitélio, aumentadas ou não de volume,com umhalo perinuclear claro ou núcleos hipercromáticos. o disceratose e anomalias nucleares Nomenclatura/Classificação de Papanicolau: Classe I: ausência de células atípicas ou anormais Classe II: citologia atípica, mas sem evidência de malignidade Classe III: citologia sugestiva, mas não conclusiva de malignidade Classe IV: citologia fortemente sugestiva de malignidade Classe V: citologia conclusiva de malignidade Sistema de Bethesda: LSIL: anormalidades são classificadas como lesões intraepiteliais escamosas de baixo grau anormalidades brandas HSIL: anormalidades graves HISTOPATOLOGIA: Permite o diagnóstico, mas não identifica o tipo viral envolvido Em caso de condiloma, confirma o diagnóstico e determina o grau de gravidade das lesões Proliferação anormal da camada basal: displasias ou neoplasias intraepiteliais cervicais (NIC) precursoras potenciais de CA o Displasia branda ou NIC-1: proliferação em até 1/3 do epitélio o Displasia moderada ou NIC-2: até 2/3 o Displasia grave ou carcinoma in situ ou NIC-3: e proliferação em todo o epitélio. o A ruptura da membrana basal pelas células epiteliais caracteriza o carcinoma de células escamosas invasivo. TESTES PARA DETECÇÃO DE ÁCIDO NICLEICO VIRAL: Detecta a infecção são testes mais sensíveis para determinar o tipo de HPV envolvido Técnicas: o de dot ou slot blotting: pode ser usada tanto para a detecção do DNA quanto do RNAm viral. Por essa técnica, várias alíquotas da amostra podem ser examinadas e tipadas, empregando sondas tipo- específicas diferentes. o Southern blotting: técnica de hibridização em fase sólida. Consome mais tempo, mas devido a sua sensibilidade e especificidade, foi durante muito tempo a técnica de diagnóstico de referência, por permitir diferenciar o DNA integrado, do epissomal, assim como detectar deleção no DNA, infecção dupla, e a identificação de novos tipos de HPV. o hibridização in situ clássica ou sobre filtro e reação em cadeia da polimerase (PCR): hibridização in situ sobre filtro: consiste na captura de células em suspensão por meio de filtração seguida de desnaturação e detecção do ácido nucleico. São empregadas sondas radioativas para aumentar a sensibilidade. hibridização in situ clássica: bastante empregada para a detecção de vírus em tecidos congelados ou parafinados e esfregaços fixados em lâmina. Apesar da sensibilidade não ser alta, essa técnica permite determinar o tipo de HPV, além de revelar a *ainda incerto/desconhecido, suposições... 6 MICROBIOLOGIA 2 - VIROLOGIA VITÓRIA NOVAIS - MED localização do genoma viral em uma determinada camada da epiderme ou do tumor. PCR: técnica mais sensível. Permite a detecção de pequeno número de cópias do ácido nucleico genômico, além da tipagem empregando primers específicos para cada tipo de HPV. o com sondas marcadas com radioisótopos ou biotiniladas EPIDEMIOLOGIA: Verruga Cutânea: comum entre a população em geral. Transmissão pelo contato direto da lesão ou fômites com abrasões da pele Verruga Plantar: adquirida, principalmente, no chão de banheiros e piscinas públicos. Papilomatose Respiratória ou oral em crianças: adquirida no nascimento, durante a passagempelo canal vaginal de mães infectadas. A eficiência da infecção não parece ser alta devido ao elevado número de mulheres infectadas em relação ao pequeno número de crianças com esse tipo de doença. A prevalência de infecções genitais está diretamente relacionada com o número de parceiros sexuais e com a idade, com um pico observado entre mulheres de 15 a 30 anos. Segundo a OMS, estimativas epidemiológicas sugerem que a prevalência mundial da infecção pelo HPV está em torno de 630 milhões de pessoas infectadas. Com aproximadamente 530 mil casos novos por ano no mundo. o câncer de cérvice de útero é o terceiro tipo de câncer mais comum entre as mulheres, e é responsável pelo óbito de 275 mil mulheres por ano. No Brasil, as taxas de incidência estimada e de mortalidade, devido ao câncer de cérvice, apresentam valores intermediários em relação aos países em desenvolvimento, porém são elevadas quando comparadas com as de países desenvolvidos, com mais de 18.000 casos por ano e, aproximadamente, 4.800 óbitos. Em uma análise regional no Brasil, dados do INCA revelam que o câncer de cérvice uterino se destaca como o 1º mais incidente na região Norte, com 24 casos por 100.000 mulheres. Nas regiões Centro-Oeste e Nordeste ocupa a 2a posição, com taxas de 28/100 mil e 18/100 mil, respectivamente, e é o 3o mais incidente na região Sudeste (15/100 mil) e 4o na região Sul (14/100 mil). Quanto à mortalidade, é também a região Norte que apresenta os maiores valores do país, com taxa padronizada pela população mundial de 10,1 mortes por 100.000 mulheres, em 2009. Em seguida estavam, nesse mesmo ano, as regiões Centro-Oeste e Nordeste (5,9/100 mil), Sul (4,2/100 mil) e Sudeste (3,6/100 mil). a lenta evolução do câncer cervical associado ao HPV continua como uma grande causa de morte em populações que dispõem de assistência médica aquém do esperado. Isto ocorre particularmente nos países em desenvolvimento, devido à necessidade de submeter as pacientes a exames periódicos, como testes de DNA e Papanicolaou, e devido ao alto nível de infraestrutura requerida para implantar os testes de forma efetiva abrangendo o público alvo como um todo. Apesar de a triagem reduzir o risco de câncer de colo uterino, ela não previne a infecção pelo HPV ou o desenvolvimento de lesões pré-cancerosas, que precisam de um acompanhamento cuidadoso e, muitas vezes, de tratamento corrente baseado em excisões cirúrgicas de células infectadas e/ou estímulo do sistema imunológico do paciente para destruí-las. A infecção em homens não tem sido estudada com a frequência que se estuda a infecção em mulheres, devido à dificuldade em coletar espécimes adequados para exame e pelo fato da gravidade da infecção ser maior entre mulheres. No entanto, apesar da menor gravidade quando comparado ao câncer de cérvice, o Brasil é o segundo país com maior número de casos de câncer de pênis no mundo; são de 5 a 11 casos para 100 mil habitantes, dependendo da região, enquanto nos EUA é de 0,5 para 100 mil. PREVENÇÃO, CONTROLE E TRATAMENTO A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), órgão do Ministério da Saúde, autorizou a comercialização, no Brasil, de 2 vacinas contra HPV. 1) Gardasil®: desenvolvida pelo laboratório Merck Sharp & Dohme, contém proteína L1 purificada dos HPV-6 e -11, responsáveis por 90% das verrugas genitais, e tipos 16 e 18, responsáveis por 70% dos cânceres de colo de útero. Destina-se à prevenção da displasia cervical de elevado grau de colo de útero ou da vulva, carcinoma do colo do útero e verrugas genitais provocados por esses vírus 2) Cervarix®: desenvolvida pelo laboratório farmacêutico GlaxoSmithKline, contém as proteínas L1 purificadas dos HPV-16 e -18. São recomendadas 3 doses da vacina em um período de 6 meses: o Gardasil® – 0, 2 e 6 meses o Cervarix® – 0, 1 e 6 meses. Até o momento, os laboratórios consideram a proteção pelas vacinas válida por um período de 5 anos. A vacina foi incorporada ao Calendário Nacional de Imunização do Sistema Único de Saúde (SUS) em 2014 o meninas de 11 a 13 anos de idade, em 3 doses (intervalo de 0, 6 meses e 5 anos). O MS adotou a vacina quadrivalente contra HPV que confere proteção contra HPV de baixo risco (HPV-6 e -1) e de alto risco (HPV-16 e -18 = maior evidência de proteção e indicação para pessoas que nunca tiveram contato com o vírus. A vacina HPV é destinada exclusivamente à utilização preventiva e não tem efeito demonstrado ainda nas infeções preexistentes ou na doença clínica estabelecida. Portanto, a vacina não tem uso terapêutico no tratamento do câncer do colo do útero, de lesões displásicas cervicais, vulvares e vaginais de alto grau ou de verrugas genitais. *ainda incerto/desconhecido, suposições... 7 MICROBIOLOGIA 2 - VIROLOGIA VITÓRIA NOVAIS - MED Apesar dos resultados promissores, as vacinas NÃO previnem todas as infecções causadas pelos HPV, nem eliminam a necessidade de as mulheres realizarem o exame preventivo Papanicolaou anualmente. Não existem métodos de controle específicos para as infecções causadas pelos diferentes tipos de HPV, sendo recomendado o uso de preservativos durante a relação sexual e, para os pacientes com epidermodisplasia verruciforme e imunodeficientes ou imunocomprometidos apresentando lesões cutâneas, recomenda-se a exposição mínima à luz solar. TRATAMENTO: remoção das verrugas o agentes físicos: crioterapia, eletrocauterização, excisão com alça diatérmica (filamento metálico submetido à corrente elétrica em baixos níveis) e laser. o agentes químicos. substâncias cáusticas como o ácido tricloroacético e a podofilina. O ácido tricloroacético (concentração de 50 a 90%) é aplicado em pequena quantidade, somente nas lesões, até que as mesmas adquiram aspecto branco e seco. Tem indicação nos casos de verrugas externas nos homens e mulheres, em especial quando não ocorre queratinização da lesão e para lesões de mucosa vaginal ou cervical. Por não haver efeitos adversos para o feto, pode ser usado com segurança na paciente grávida até o término da gravidez. Não se deve aplicar sobre extensa área da região anal ou do meato uretral, em uma única aplicação, para evitar estenose. O sucesso terapêutico pode chegar a 80% e a taxa de recorrência vai de 30 a 60% com o uso tópico do ácido. Podofilina é um agente citotóxico constituído por uma mistura de resinas extraídas da planta Podophyllun peltatum, apresenta ação cáustica, ceratolítica, escarótica e antimitótica. Sua concentração varia de 10 a 25% sendo usado em veículo alcoólico ou tintura de Benjoin. Pela promoção de ação lesiva na pele, sua administração não deve ser feita pelo próprio paciente. A pele saudável deve ser protegida com vaselina ou pasta de óxido de zinco antes de a podofilina ser aplicada sobre as lesões da pele, devendo-se lavar a região com água e sabão 4 a 6 h depois da aplicação. A aplicação deve ser realizada 1 a 2 vezes/semana. Por ser uma medicação teratogênica, não é indicada para mucosas. Não deve ser usada em gestantes pelo risco de abortamento, parto prematuro e morte fetal. Pode causar efeitos neurotóxicos e nefrotóxicos em dosagens excessivas. O uso de podofilina tem sido cada vez mais restrito devido aos efeitos colaterais sistêmicos e devido ao baixo sucesso terapêutico o antineoplásico citostático 5-fluoruracil a 5% tem sido empregado no tratamento tópico. Substâncias imunomoduladoras têm sido empregadas para o tratamento de lesões virais, dentre elas as causadas pelo HPV. o Imiquimod: tratamento de condiloma anal. Seu mecanismo de ação não está bem claro, mas por ter a capacidade de induzir a produção endógena de interferon-α e outras citocinas, como IL-12 e TNF-α, apresenta atividade antiviral e antitumoral. Sua autoaplicação é realizada sob a forma de creme a 5% diretamente sobre as lesões da pele, da vulva ou do pênis. O índicede remissão total das lesões é de cerca de 50% em pacientes imunocompetentes e 25% nos pacientes imunodeprimidos. o interferon-α também tem sido recomendado para o tratamento sistêmico, intralesional e tópico, embora o tratamento por via sistêmica apresente muitos efeitos colaterais. Para o tratamento das verrugas cutâneas, existe um fitoterápico à base de extrato alcoólico da planta Thuya occidentalis que pode ser usado topicamente. Nas infecções genitais, podem ser empregados óvulos preparados com o extrato. A regressão das lesões não tratadas também ocorre e está associada, principalmente, à resposta imunológica celular do hospedeiro. Carcinoma cervical: recomenda-se a remoção cirúrgica acompanhada de quimioterapia e/ou radioterapia.
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