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CÂNCER GÁSTRICO I - ADENOCARCINOMA GÁSTRICO a) HISTOPATOLOGIA Classificação de Lauren (1965) para o adenocarcinoma gástrico o diferencia histologicamente em dois subtipos: (1) Intestinal – tumor bem diferenciado, com formação de estruturas glandulares. ✓ Idade média em torno de 55-60 anos ✓ Lesões expansivas, polipoides e ulceradas na endoscopia ✓ Estômago distal ✓ Disseminação é quase sempre hematogênica (2) Difuso – tumor indiferenciado sem formações glandulares ✓ células em anel de sinete ✓ tumor “infiltrativo”, manifestando-se na endoscopia com úlceras infiltradas ou linite plástica (infiltração difusa do órgão) ✓ estômago proximal (cárdia) prognóstico pior que o subtipo intestinal ✓ idade média deapresentação é mais precoce (em torno dos 40-48 anos) ✓ disseminação se faz mais comumente por contiguidade (transmural) e pela via linfogênica (metástases nodais) b) FATORES DE RISCO o Infecção pelo H. Pylori o Anemia perniciosa o Grupo sanguíneo A o Histórico de gastrectomia subtotal previa o Presença de pólipos gástricos (estes devem SEMPRE ser ressecados) c) ASPECTOS MACROSCOPICOS (1) CA gástrico invasivo – CLASSIFICACAO DE BORMANN BORRMANN I Carcinoma Polipoide Sobrevida média em cinco anos de 40%. BORRMANN II Carcinoma Ulcerado com margens bem demarcadas e nenhuma infiltração Sobrevida média em cinco anos de 35%. BORRMANN III Carcinoma Ulcerado e Infiltrante com margens rasas e pouco definidas Sobrevida média em cinco anos de 20% BORRMANN IV Carcinoma Infiltrativo difuso. Lesão difícil de ser definida. Ela se estende por todas as camadas do estômago e em todas as direções (2) CA gástrico precoce = Tumores restritos à mucosa e submucosa, independente da presença ou ausência de linfonodos regionais acometidos. ✓ Tipo I (polipoide) ✓ Tipo IIa (elevado em menos de 5 mm) ✓ Tipo IIb (superficial sem elevação) ✓ Tipo IIc (depressão inferior a 1,5 cm) ✓ Tipo III (ulcerado) TTO PADRAO = CIRURGICO d) MANIFESTACOES CLÍNICAS ✓ Os sintomas mais comuns são a perda ponderal (62%), dor epigástrica (52%), náusea (34%), anorexia (32%), disfagia (26%), melena (20%), saciedade precoce (17%) e dor semelhante à da úlcera péptica (17%). ✓ O adenocarcinoma gástrico envia metástases para o fígado, pulmão e principalmente para o peritônio. ✓ As alterações no exame físico que denotam doença avançada incluem massa abdominal palpável (20% dos casos), linfonodo supraclavicular esquerdo palpável (linfonodo de Virchow), linfonodo periumbilical palpável (linfonodo da irmã Maria José), metástase peritoneal palpável pelo toque retal (prateleira de Blumer), massa ovariana palpável (tumor de Krukenberg), hepatomegalia, ascite, icterícia e caquexia. e) DIAGNOSTICO 1) ENDOSCOPIA DIGESTIVA ALTA ✓ EDA + Biopsia = 99% de precisao diagnostica ✓ Indicação = Paciente com dispepsia > 45 anos + Sinais de alarme • Perda ponderal, anemia, sangramento, disfagia, vômitos recorrentes, massa abdominal palpável, gastrectomia previa, HF positiva OBS. Local mais comum do CA gástrico = Transicao do corpo com o antro na pequena curvatura (incisura angularis) 2) EXAME BARITADO (SEED – Seriografia esôfago-estomago-duodeno) ✓ Este exame pode servir de triagem (baixo custo) ✓ Alguns achados que sugerem malignidade • Lesão em massa com ou sem obstrução luminal ou ulceração; • Úlcera com pregas irregulares; • Úlcera com fundo irregular; • Irregularidade de mucosa com perda da distensibilidade; • Pregas alargadas; • Massa polipoide. f) ESTADIAMENTO - TNM *NO TNMO O COMPONENTE ``N`` SO PODE SER DEFINIDO CORRETAMENTE APÓS A CIRURGIA (NECESSARIO RESSECAR UM MINIMO DE 16 LINFONODOS ✓ TC DE TORAX, ABDOME E PELVE – Avaliar se existe metástase para órgãos e linfonodos a distancia ✓ USG ENDOSCOPICA – Determina a extensão locorregional do tumor e invasão do tumor na parede gástrica e dos linfonodos regionais ✓ VIDEOLAPAROSCOPIA – Usado se os exames prévios não detectam metástase a distancia, para se certificar que elas de fato não existem *OBS = TODA ASCITE EM PACIENTES COM CA GASTRICO DEVE SER AVALIADA! g) TRATAMENTO 1) CIRURGIA CURATIVA – Remoção do tumor • Ausência de metástase • Ressecção de todo o tumor, se possível, com ampla margem de segurança (5 a 6cm) ✓ Tumores do terco distal – Gastrectomia subtotal + Billroth II ou Y Roux ✓ Tumores do terço médio (a mais de 5 a 6 cm da transição esofagogástrica) – Gastrectomia subtotal + Billroth II ou Y Roux ✓ Tumores de terco médio (a menos de 5 a 6 cm da transição esofagogástrica) – Gastrectomia total + Y Roux ✓ Tumores de fundo gástrico – Gastrectomia total + Y Roux ✓ Tumores de cardia – Esofagectomia distal + Gastrectomia total + Y Roux TODOS PRECISAM DE LINFADECTOMIA PROFILATICA REGIONAL 2) TERAPIA ADJUVANTE ✓ Indivíduos submetidos à ressecção curativa, com o estadiamento cirúrgico mostrando acometimento linfonodal ou de órgãos adjacentes, estudos randomizados demonstraram benefício na sobrevida com a radioquimioterapia adjuvante (após a cirurgia) 3) TERAPIA PALIATIVA ✓ A quimioterapia paliativa tem mostrado benefício quanto à redução dos sintomas e ao aumento da sobrevida. ✓ A gastrectomia paliativa deve ser oferecida aos pacientes com risco cirúrgico baixo, tendo como objetivo evitar sangramento, perfuração e/ou obstrução em decorrência do crescimento tumoral. ✓ Os dilatadores pneumáticos e stents são reservados para os pacientes com disfagia II - LINFOMA GÁSTRICO Os dois tipos histológicos mais comuns são o linfoma difuso de grandes células B (55% dos casos), um linfoma não Hodgkin agressivo, e o linfoma de baixo grau de linfócitos B da zona marginal (40% dos casos), conhecido como linfoma MALT (Mucosa-Associated Lymphoid Tissue), um linfoma não Hodgkin indolente com alta chance de cura.
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