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Não existem uma interferência legal na decisão de interromper a gestação pelo médico veterinário, porém existem indicações médicas e parâmetros éticos para tal. Deve-se entender a fase gestacional, analisar o caso (incluindo comportamento do tutor), condições clínicas da mãe e outros fatores, para só então, definir a viabilidade e o melhor método de realização. Principais indicações: comprometimento da saúde materna, coberturas indesejáveis (fêmeas muito jovens, muito velhas, obesas ou raças incompatíveis). Fases da Gestação 1 fase (0-20 dias) deve-se confirmar a gestação, as drogas podem afetar a saúde e futuro reprodutivo da fêmea 2 fase (20-44 dias) é a fase indicada para a interrupção, pois a gestação está confirmada (palpação e US) 3 fase (após 40/45 dias) deve-se evitar a interrupção, pois a expulsão dos fetos é traumática, já que a ossificação fetal ocorre entre 40-45 dias de gestação. Métodos Tratamento Cirúrgico OSH (depende da aceitação do proprietário e da manutenção ou não do potencial reprodutivo). Tratamento Medicamentoso - Drogas que modificam a movimentação do zigoto ou embrião no oviduto (tuba uterina) = pré-impantação; evitando a implantação - Agentes que causam morte embrionária ou fetal - Drogas que lisam o CL ou que suprimem os agentes luteotróficos na gestação mais tardia (queda da progesterona → aborto); - Drogas que bloqueiam os receptores ou a produção de progesterona (P4) Estrógeno Contraceptivo e abortivo na primeira fase da gestação (0-22 dias). Prolonga a passagem do embrião pelo oviduto, possui efeito embriotóxico, altera as glândulas endometriais, impedindo a implantação. Os sinais do estro podem prolongar- se. - Cipionato de estradiol (ECP) 22-44 µg/kg em dose única IM 3 dias após a cobertura (não exceder 1mg); - Dietilestilbestrol (DES) 2 mg/kh (não exceder 25mg) 2x ao dia por 5 dias após a cobertura ou 0,15 mg/kg VO a cada 24h por 7 dias ou 1-2mg a cada 24h por 7 dias, logo após cobertura; - Benzoato de estradiol (estrogin) 0,5-3 mg a cada 48h entre o 4º e o 10º dia pós-cobertura. Risco: não identificação precoce, desbalanceamento hormonal (hiperestrogenismo e intoxicação por estrógeno). Complicações mais frequêntes: dermatopatias, depressão medular causando leucopenia e trombocitopenia (leva à petéquias e hamorragias), doenças uterinas principalmente durante o diestro (hiperplasia endometrial cística e/ou piometria) e hiperplasia vaginal. Durante o tratamento deve- se acompanhar com ultrassom. Prostaglandinas Tem o papel fisiológico de destruição do corpo lúteo e consequente diminuição das concentrações de progesterona, a prostaglandina de interesse é a PGF2α. Promove a contração da musculatura lisa uterina e expulsão dos fetos. Nos 30 primeiros dias de diestro o CL refratário à PGF2α (não responde 100%), a administração de prostaglandina nesse período pode levar a uma luteólise parcial, podendo manter o desenvolvimento de alguns dos fetos. Níveis para interromper a gestação devem ser inferiores a 2 ng/ml (deve-se monitorar). O aborto pode ou não ser evidente, depende do estágio da gestação em que o tratamento for realizado: - Antes de 35-40 dias: reabsorção ou pouco/nenhum sinal de aborto; - Após 40 dias: visualização do corrimento vaginal mucoso a serossanguinolento, contrações abdominais e expulsão do feto. O sucesso do tratamento dependerá da dose utilizada, duração do tratamento e estágio em que foi instituído. No início até a metade da gestação altas doses são necessárias, já em uma gestação avançada, doses mais baixas podem ser utilizadas (visando minimizar efeitos colaterais). @tudopelavet @ tudopelavet Podem nascer fetos prematuros poucos viáveis, mas vivos. O tutor deve ser conscientizado. A utilização se dá pela administração diária até a ocorrência do aborto, é necessário um monitoramento ultrassonográfico, internamento e acompanhamento veterinário. Recomendações: cadelas menores que 7 anos de idade, ausência de alterações cardiorrespiratórias e uma gestação já confirmada; Prostaglandinas não são licenciadas para administração em cães, será necessário consentimento dos proprietários antes de sua utilização. Efeitos colaterais: salivação, vômito, diarreia, ansiedade, micção e hipotermia; ocorrem 20-1290 minutos após a aplicação, sendo mais severos nos primeiros dias de tratamento. Recomenda-se a observação dos animais por pelo menos até 30 minutos após aplicação. O controle desses efeitos podem ser amenizados com atropina ou clorpromazina. Dinoprost (prostaglandina natural com efeitos mais severos, é o mais utilizafo) Análogos da prostaglandina: maior atividade luteolítica em doses mais baixas e menor ocorrência de efeitos colaterais. - Fluprostenol = eficácia limitada; - Cloprostenol = mais eficaz; - α-prostol = eficiente em combinação com inibidor de prolactina. Inibidores da Prolactina A prolactina tem um efeito luteotróficos, ou seja, ajuda sua manutenção, é estimulada pela serotonina e inibida pela dopamina. O tratamento com agonistas da dopamina estimulam a secreção de dopamina, o que diminui as concentrações de prolactina, ocorre a inibição da segunda fase gestacional = luteólise com diminuição da progesterona e interrupção da gestação. Possui efeitos adversos mais severos e persistentes do que os da prostaglantina. Bromocriptina 20-100 µg/kg SID ou BID 4-7 dias após o 30º dia de gestação ou 0,03 mg/kg BID VO por 4 dias ou 0,1 mg/kg SID VO por 6 dias Caberglobina 1,6-5 µg/kg SID VO por 5 dias Corticosteróides Dexametasona estimula a produção de PGF2α endógena, ou seja, o aumento de corticóides consequentemente diminui a progesterona. Efeitos colaterais (poliúria e polidipsia) desaparecem com o fim do tratamento. No final da gestação, a administração desses corticosteroides pode aumentar a viabilidade dos filhotes (melhora a maturação pulmonar do feto). Os filhotes apresentam baixa absorção de imunoglobulinas quando a cadela recebe cortisol ou ACTH antes do parto. Antagonistas da Progesterona São os esteroides sintéticos que ligam-se aos receptores da progesterona, bloqueando sua ação. Se usadas na primeira fase da gestação impedem a implantação embrionária por alteração do ambiente uterino, mas se utilizados na segunda fase gestacional induz o parto prematuro. Aglepristone 10 mg/kg SID 1º-45º dia de gestação Milfepristone usado a partir do 32º dia 2,5 mg/kg BID por 4-5 dias Epostane a partir do 1º dia do diestro 50 mg/kg SID VO por 7 dias Informações Especiais para Gatas PGF2α. e/ou inibidores da prolactina como a bromocriptina e a caberglobina. As gatas geralmente são mais resistentes ao tratamento do que cadelas. Riscos: - PGF2α. Depende da dose utilizada, pode levar à vocalização, comportamento de fazer ninho, taquipnéia, hiperemia de vagina, prostração, micção, defecação e diarreia. - Inibidores de prolactina: utilizados em formulações orais, causam menos efeitos colaterais que a PGF2α.; O aborto ocorre após a concentração de progesterona cair abaixo de 1 ng/mg. A duração do tratamento é maior para gestações mais recentes. @tudopelavet @ tudopelavet
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