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1 Clínica Cirúrgica II – Heloísa Paraíso 6ºP Tumores Benignos da Pele e do Subcutâneo INTRODUÇÃO Os tumores benignos da pele e subcutâneo são muito frequentes e representam cerca de 30% dos procedimentos cirúrgicos realizados em regime ambulatorial. Apresentam, regra geral, estrutura semelhante à do tecido de origem, isto é, epiderme, tecido conjuntivo, glândulas, músculos, vasos, nervos, gordura e tecido mucoide. TUMORES EPIDÉRMICOS CORNO CUTÂNEO Lesão tumoral sólida, cônica, circunscrita, hiperceratósica, de coloração branca ou amarelada, que se projeta acima do nível da pele, com comprimento variável de alguns milímetros a vários centímetros. Forma cônica semelhante a um chifre de animal. Indivíduos de ambos os sexos, acima de 50 anos, portadores de ceratose senil. Origem: acentuada ceratose da camada córnea cutânea, além de outras lesões da pele, tais como carcinoma de células escamosas, ceratoacantomas, molusco contagioso, angiomas, verrugas vulgares, adenomas sebáceos, etc. Acomete: áreas expostas à luz solar, principalmente, as regiões da face, couro cabeludo, antebraços e mãos. Embora benigno, o tumor pode se assentar sobre lesões pré-cancerosas ou já cancerificadas. Quando localizado na região do dorso das mãos, porção cartilaginosa da orelha, dorso do nariz e vermelhão dos lábios, tem, quase sempre, origem pré-maligna ou maligna. Quando base larga e/ou baixa relação altura/base → suspeitar de ter se desenvolvido a partir de lesão pré-maligna ou maligna Sugerem malignidade: consistência mais dura da base da lesão, coexistência ou história de outras lesões malignas cutâneas em outros locais, tempo de evolução da doença, áreas de exposição solar e idade avançada do paciente. Lesões malignas mais frequentes em homens Quadro clínico Frequentemente assintomático, exceto lesão degenerada que apresenta dor ou aumento da sensibilidade. Tamanho e formas variáveis Chifre de carneiro Solitário, de crescimento lento Menor que 1cm Se inflamação e/ou infiltração da região da base: suspeitar de malignidade Tratamento Tratamento cirúrgico está sempre indicado Exérese respeitando margem de segurança Levar para estudo histopatológico Criocirurgia, eletrocauterização, entre outros, embora descritos como tratamentos alternativos, devem ser evi-tados por não preservarem o espécime para análise his- topatológica. Figura: Corno cutâneo com base larga e/ou baixa relação altura/base. Suspeitar, nesse caso, de lesão pré-maligna ou maligna. TUMORES DÉRMICOS E SUBCUTÂNEOS Tecido Conjuntivo DERMATOFIBROMA (HISTIOCITOMA FIBROSO BENIGNO) Consistência dura, de tamanho variável (quase sempre menor que 1 cm), forma arredondada ou ovoide, hiperceratótico, com pele suprajacente de cor normal, vermelho-acastanhada ou preto- azulada. Único ou múltiplo Assintomático e séssil Predomina nas extremidades ou no tronco Discreto predomínio em mulheres Lesões múltiplas em 10% dos casos 2 Clínica Cirúrgica II – Heloísa Paraíso 6ºP Causa mais comum: picadas de insetos Constituidos por proliferação de fibroblastos e histiócitos com neoformação colágeno Eventualmente muito pigmentada: diagnóstico diferencial com melanoma maligno Pápula elevada ou nódulo de tamanho variável e superfície lisa aderente à pele suprajacente. Aspecto característico é o sinal da covinha: pequena endentação ou depressão (covinha) na superfície do tumor quando se realiza compressão lateral da lesão entre o polegar e o indicador. Tratamento Tratamento é cirúrgico Ressecção de toda lesão Exame histopatológico ACROCÓRDON (PAPILOMA OU FIBROMA MOLE DE UNNA) Extremamente comum Caracterizada por lesão pedunculada ou filiforme, de consistência amolecida. Múltipla Diâmetro variável de 1 a 10 mm Localizada predominantemente nas regiões cervical, axilar, palpebral, inguinal e/ou troncular Em indivíduos de meia-idade ou idosos Condições que predispõem o aparecimento: obesidade, diabetes, resistência insulínica e aterosclerose Proliferação fibroblástica Histologia: tecido conjuntivo frouxo como que herniado, capilares dilatados e vasos linfáticos Coloração semelhante da pele ou pigmentadas Alguns autores diferenciam o acrocórdon do fibroma mole, levando em consideração apenas o tamanho da lesão. Fibroma mole: Lesões com mais de 10 mm de diâmetro Solitário Regiões axilar e iguinal Tratamento Cirúrgico – secção do pedículo com tesoura ou ligadura com fio inabsorvível. Neste caso, ocorre necrose da lesão e queda desta em torno de 7 dias. Eletrocauterização e criocirurgia Acrocórdons Fibroma mole Tecido Adiposo LIPOMA Tumor benigno, constituído por células adiposas adultas, que pode ser encontrado em todos os locais onde estiver presente tecido gorduroso. Regiões cervical, costas, ombros, nádegas e porção proximal das extremidades. Mais frequente no adulto entre 40 e 60 anos Nódulo subcutâneo, único ou múltiplo, não doloroso, de consistência amolecida, arredondado ou lobulado, móvel, de tamanho muito variável. A pele suprajacente costuma ser normal, mas, quando comprimida contra o tumor, costuma adquirir aspecto semelhante à casca de laranja. Raramente produz sintomas e quando presentes, limitam-se à dor discreta ou ao aumento da sensibilidade local. Quando muito volumoso, costuma causar desconforto e/ou comprimir estruturas adjacentes. Mulheres: solitários Homens: múltiplos 3 Clínica Cirúrgica II – Heloísa Paraíso 6ºP A lipomatose múltipla hereditária é condição autossômica dominante, mais encontrada em indivíduos do gênero masculino, que se caracteriza pela presença generalizada de lipomas simétricos, predominantemente nas regiões do tronco e extremidades. Histopatologia: adipócitos maduros, distribuídos em lóbulos, muitos dos quais são circundados por cápsula fibrosa. Tipos de variação de lipomas: angiolipomas, lipomas pleomórficos, adenolipomas, lipomas de células alongadas Lipossarcoma: condição maligna para Ombros, retroperitônio e membros inferiores Tratamento Injeção de esteroides – Triancinolona Lipoaspiração Ressecção cirúrgica: tratamento de escolha Espaço morto – seromas, hematomas Exame histopatológico Lipomatose múltipla hereditária Tecido Vascular GRANULOMA PIOGÊNICO (Granuloma telangiectásico, hemangioma capilar lobular ou angioma de granulação) Tumor benigno vascular adquirido, relativamente frequente, que acomete pele e mucosa, sobretudo da região periungueal e/ou leito ungueal. Outras regiões acometidas: gengiva, lábios, língua, mucosa oral, palato, extremidades dos dedos, dobras ungueais, couro cabeludo, pênis etc. Tumoração pequena: 1 cm Lesão é sólida, vegetante, pedunculada ou séssil, friável, íntegra ou exulcerada, recoberta por crosta, que costuma sangrar ao menor traumatismo. Coloração vermelho-viva ou arroxeada com aspecto semelhante ao de uma framboesa. Mais comum em crianças, jovens e mulheres Traumatismo local, infecção, uso de drogas e hormônios sexuais associados à gravidez Acicretina, antirretrovirais, cetuximab, capecitabina, gefitinib, docetaxel A presença de corpo estranho é outro fator a ser considerado, devendo ser pesquisada principalmente nos casos de lesões recorrentes. Hitopatologia: proliferação vascular, tecido de granulação e infiltrado inflamatório crônico. Lesões antigas: fibrose Lesões indolores, tendem a sangrar Podem involuir espontaneamente Tratamento Imiquimod creme 5% Curetagem e eletrocauterização Ressecção cirúrgica – tratamento padrão, menor recidiva Criocirurgia Laser CO2LINFANGIOMA Consistem em erro de desenvolvimento decorrente de excesso de tecido linfático. São classificados em três tipos: Linfangioma cístico (higroma cístico) Simples Cavernoso 2 grupos principais: superficiais e profundos 4 Clínica Cirúrgica II – Heloísa Paraíso 6ºP Malformações vasculares Higroma cístico (tumor contendo água, em grego) Tipo mais frequente de linfangioma Raro Recém-nascidos e crianças menores de 2 anos – 90% Região cervical, triangulo posterior do pescoço, face, axilas, tórax, regiões iguinais e sublingual Localizações menos comuns: vísceras abdominais (fígado, rins, baço, intestino), escroto, região lombar etc. 80% região cervicofacial Massa não dolorosa, de consistência cística Complicações: distúrbio respiratório, dificuldade de alimentação, febre, infecção e crescimento rápido Lesão elástica, compressível transiluminável e sem nenhum sopro vascular perceptível Outras anomalias podem coexistir – 62% - Síndrome de Turner, síndrome de Down, trissomia 13 ou 18, síndrome de Noonan US: revela lesão multicística com septos internos e ausência de fluxo sanguíneo ao doppler no seu interior TC e RM: úteis para definir a extensão da lesão e sua associação com nervos e vasos Complicações: infecção → abscesso, sangramento, ruptura espontânea, dificuldade respiratória e disfagia Tratamento cirúrgico é a escolha Traqueostomia Recidiva de 20 a 27% Mortalidade cirúrgica de 2 a 6% Aspiração pode ser utilizado como medida temporária Escleroterapia por meio de injeção intralesional de bleomicina ou OK432 Linfagioma circunscrito Pequenas vesículas translúcidas, de tamanho variável (2 mm a 4 mm), de coloração rósea, avermelhada ou escura Aspecto em pele de sapo Vesículas podem romper provocando sangramento ou drenagem Extremidades proximais, tronco, axila, cavidade oral, pênis, vulva e escroto 2 subgrupos: clássico e localizado Forma clássica: - Ao nascimento - Tamanho superior a 1cm - Parte proximal dos membros, tórax e região escapular - Edema adjacente as vesículas Forma localizada: - Qualquer idade - Diâmetro inferior a 1 cm - Qualquer local Podem infectar-se S. aureus: agente mais comum Ressecção cirúrgica é o tratamento de escolha - Espessura total da pele – até a fáscia - Recidiva inferior a 25% Crioterapia, escleroterapia, laserterapia: tratamento paliativo HEMANGIOMAS E MALFORMAÇÕES VASCULARES Hemangiomas: são tumores caracterizados por hiperplasia celular nos quais ocorre aumento do turnover de células endoteliais, mastócitos, macrófagos e fibroblastos. Não costumam estar presentes ao nascimento. Malformações vasculares: não são neoplasias verdadeiras, pois exibem taxa normal de turnover endotelial. São congênitas e constituem erros de morfogênese vascular. Estão sempre presentes ao nascimento. Hemagiomas predominam em mulheres 5 Clínica Cirúrgica II – Heloísa Paraíso 6ºP 4 lesões de maior interesse em cirurgia ambulatorial Manchas em vinho do porto Hemangioma senil Hemangioma infantil Hemangioma cavernoso Manchas em vinho de porto Lesão não involutiva, de limites bem definidos Malformação vascular mais comum Cabeça e pescoço – áreas inervadas por um ou mais ramos do trigêmeo Lesão de cor rósea ao nascimento, vinhosa com o passar dos anos Unilateral e termina abruptamente na linha media da cabeça Incidência de 0,3 a 0,6% Cresce de modo proporcional ao desenvolvimento do paciente Quando localizada na região dorsal do pescoço, é denominada de erytema nuchae e involui no primeiro ano de vida – fenômeno de vasodilatação. Histopatologia: conglomerado de capilares dérmicos 2 sídromes clínicas associadas: - Síndrome de Sturge-Weber – glaucoma ipsilateral, hemangioma das leptomeninges cerebrais, convulsão focal contralateral ou implegia e grau variado de retardo mental. - Doença de Von Hippel-Lindau – ataxia secundaria a hemangioma cerebelar e angioma de retina Tratamento - Cirurgia – lesões pequenas - Tatuagem - Camuflagem cosmética - Laser pulsátil – 94% de bons resultados (4 a 8 sessões com intervalos de 2 a 3 meses) Erytema nuchae Hemangioma senil (em cereja ou de Campbell de Morgan) Frequentes Múltiplas Tronco Maculas ou pequenas pápulas vermelhas ou purpúreas Após 40 anos Histopatologia: hemangioma capilar simples Assintomáticas Dispensam tratamento Hemangiomas infantis Tumores mais comuns da infância Macula eritematosa ou telangiectasia localizada circundada por halo pálido Fase proliferativa – 6 meses a 1 ano Fase estacionária – crescimento do tumor proporcional ao da criança. Dura 1 a 2 anos Fase de regressão – lesão involui e adquire tonalidade acinzentada - Resolução completa da lesão entre 7 e 12 anos - Pele residual com atrofia leve, rugas e ligeiramente mais pálida que a região circunjacente - 10% não regride completamente Mais comum em mulheres (3:1) Brancas Recém-nascidos de baixo peso (<1kg) Cabeça e pescoço – 60% Tronco – 25% 6 Clínica Cirúrgica II – Heloísa Paraíso 6ºP Extremidades 15% Únicas – 80% Múltiplas: Hemagiomas viscerais – fígado, pulmão e TGI Hemangiomas fragiformes Origem latina Fragus – morango; forme – forma Forma arredondada determinada pela proliferação celular a partir de um broto angiogênico Pele e subcutâneo Segmento cefálico Vinhosos e tumorais Raramente ultrapassam 5 cm Hemangiomas Tuberosos Rítimo rápido de crescimento e determinado pela proliferação celular Surgem a partir de vários brotos angiogênicos Pele e subcutâneo – raramente, estruturas profundas e ossos Complicações: ulcerações, sangramentos e obstruções de estruturas vitais, como pálpebras, vias respiratórias pavilhão auricular e região perineal Diagnóstico clínico US doppler em casos duvidosos – fluxo rápido, resistência arterial diminuída e venosa aumentada Tratamento conservador na maioria dos casos 60% involuem espontaneamente Fotocoagulação a laser Embolização Cirurgia Tratamento na fase proliferativa - Observação - Laser pusátil – presença de ulceração - Corticoterapia – 2 a 5 mg/kg por dia por 1 a 2 meses (manter menor dosagem que mantenha proliferação estacionada) - Injeção intralesional de metilprednisolona/betametasona – lesões profundas em áreas perioculares - Propanolol – hemangioma das vias respiratórias (vasoconstrição e redução da angiogenese. 1 a 3 mg/kg por dia dividido em 3 tomadas) - Cirurgia tem papel limitado Tratamento na fase involutiva - Laser pulsátil – telangiectasias residuais - Tratamento cirúrgico – melhores resultados Hemangioma Cavernoso Proliferação de vasos formando verdadeiros lagos ou cavernas vasculares De origem venosa ou mista Não é hemangioma verdadeiro: malformação vascular Tumefação lobulada em alto relevo, de consistência mole e depressível Massa de aspecto esponjoso Podem envolver múltiplos tecidos e órgãos Venosas: cor azulada abaixo da pele ou mucosa Mistas: vermelho-escuro e purpúrea Qualquer parte do corpo – regiões cervical e cefálica Tamanho variado Complicações: flebotrombose, coagulopatia e consumo (estase nos canais vasculares) Devem ser tratados quando apresentarem sintomas ou desconforto Tratamento cirúrgico nas lesões localizadas Escleroterapias nas grandes lesões 7 Clínica Cirúrgica II – Heloísa Paraíso 6ºP - Alcool a 95%, SG 50%, Sotrachol – tetradecil sódico - Diminui volume da lesão – pode tornar lesão operável Embolização – reservado para hemangiomas com componente arterial significativo Tecido Nervoso NEUROMA Consiste na proliferação de axônios induzida por traumatismo (neuroma traumático). Pode ser secundário à proliferação neoplásica Ocorre na derme, no nível das junções muco cutâneas Face Meia-idade Lesões solitárias, dolorosa ou indolor, nodular, endurecida, sobre o trajeto dos nervos periféricos com a mesma coloração da pele Multiplo: raro, associado a neoplasias de glândulas endocrinas Neuromas cutâneos idiopaticos – múltiplos Neuroma de amputação – proliferação de axônios traumaticos que surge nos nervos após secção ou amputação – dor intensa Neuroma de Morton – entre terceiro e quarto ossos metatarsais, principalmente em mulheres Dor no antepé Parestesias Tratamento cirúrgico – ressecção do tumor + anastomose dos cotos do nervo Neuroma de amputação: ressecção da lesão + tratamento do coto do nervo (ligadura ou utilização do epineuro) Neuroma de Morton – localização mais frequente NEURILEMOMA (SCHWANNOMA) Tumor solitario Meia idade Indolor, sólido, tamanho variado Cabeça, pescoço e extremidades Nervos periféricos Multiplos: neurofibromatose de Von Recklinghausen Pápula ou nódulo encapsulado, arredondado, de coloração igual a da pele Tratamento é cirúrgico NEUROFIBROMA Neoplasias benignas Proliferação de celulas da bainha de Schwann Tumores primitivos mais comuns dos nervos periféricos Mais frequentemente multiplos Nódulos da cor da pele, moles ou firmes, de tamanho variavel Qualquer lugar da pele 8 Clínica Cirúrgica II – Heloísa Paraíso 6ºP Neurofibromatose: presença dos neurofibromasassociados a manchas cutâneas (café com leite) e a tumores do sistema nervoso central e periférico Tipo I – doença de Von Reckinghausen Tipo II Tipo I Carater sistemico e hereditário Raro na infância Herança dominate Desenvolve na puberdade Sinal da borboleta Risco de glioma do nervo ótico, tumores de medula, tumore malignos e beninos das bainhas dos nervos perifericos, feocromocitomas, neurofibromas e schwannomas Tipo II Doença hereditária autossomica dominante invalidante Caracterizada pelo crescimento de shwannomas, habitualmente vestibulares e bilaterais, hemangiomas e outros tumores benignos do SNC Antes dos 30 anos Risco de catarata Pode sofrer tranformação maligna Dor e/ou problemas funcionais – compressões nervosas Tratamento cirurgico Neurofibramatose: exerese de lesões que causarem sintomas ou tiverem crescimento rápido – possibilidade de degeneração Exame histopatologico Tecido Muscular LEIOMIOMA Tumor benigno originario da musculatura lisa associada com folículos pilosos (piloleiomiomas ou leiomioma familiar multiplo), genitália ou mamilos (leioma genital) e vasos sanguineos (angioleiomioma). Qualquer local em que a musculatura lisa está presente Pele: segundo local mais comum, 5% dos leiomiomas, 75% dos extrauterinos Piloleiomiomas: musculos eretores dos pelos Ambos os sexos Segundo e quarto decenios Multiplas ou solitarias Extremidades, tronco, face e pescoço Nódulos firmes, eritematosos ou eritematoacastanhados intradérmicos, fixos a pele, mais não nos tecidos profundos Quando numerosos podem ser dolorosos Leiomioma familiar multiplo: de aspecto multinodular e unilateral Síndrome de Reed: associado com leiomiomas uterinos Tratamento: exérese – lesões dolorosas ou inestéticas Leiomiomas genitais Raros Fibras musculares lisas dartoicas Regioes em que este tipo de fibra está presente – escroto, grandes labios, aréola mamaria Nodulos consistentes, de coloração róseo ou eritematoviolácea Indolores 9 Clínica Cirúrgica II – Heloísa Paraíso 6ºP Angioleiomioma Camada muscular (túnica e média), da parede de artérias e veias 20 a 60 anos Nódulos dolorosos, solitário, de tamanho maior que os outros tipos – até 4cm Extremidade inferior é a mais acometida Tratamento é cirurgico Tecido Mucoide MIXOMA Tumor de ocorrência muito rara, tipo nodular, pou-co consistente, que pode infiltrar a musculatura vizinha. É recoberto por pele normal ou rósea. Formado por produção excessiva de glicosaminoglicanos por fibroblastos jovens Histopatologia: pequeno numero de celulas estreladas, abundante material mucoso e esqueleto de fibras reticulares Nódulo eritematoso, único ou multiplo Regiao periorbital Pode surgir tambem como tumor intramuscular Massa muscular palpavel, não dolorosa 40 a 60 anos Coxas, pernas, região glútea e braços Associação com outras afecções – mixoma atrial, problemas endócrinos e malformações ósseas Tratamento cirúrgico TUMORES DOS ANEXOS DA PELE Folículos Pilosos CERATOACANTOMA Tumor epitelial benigno Areas de pele expostas ao sol Meia idade ou idosos – 50 a 69 anos Forma familial: adolescencia Associação com lesões actínicas Predominio nos homens (3:1) Brancos Face, antebraço e mão Deriva de celulas de folículos pilosos Exposição cronica aos raios utravioleta Defeitos geneticos, exposição ocupacional a agentes quimicos, infecção pelo HPV Forma solitária ou multipla Crescimento inicial rapido e involução espontanea 3 estágios: Proliferativo – crescimento rapido Maturação – desenvolvimento de umbilicação central Involução – necrose e cicatrização (98%) 2% - variante destrutiva Crescimento invasivo Ceratoacantoma multilante e agregador Ceratoacantoma centrifugum marginatum Variante incomum Solitario Expansão periferica progressa e concomitante cicatrização central com atrofia Periodo evolutivo de 3 a 5 meses – tempo superior, natureza deve ser questionada Biopsia incisional ou exicional – diferenciar de CEC (carcinoma espinocelular). Tratamento Cirúrgico – escolha Medicamentoso - Isotretinoína - Metotrexato e bleomicina – lesões faciais externas, palpebras e lábios - 5- fluoracil - Triancinolona Radioterapia – recorrência ou terapia adjuvante pós ressecção Terapia fotodinamica Laser Criocirurgia 10 Clínica Cirúrgica II – Heloísa Paraíso 6ºP Glândulas Sudoríparas SIRINGOMAS Tumores benignos de glândulas sudoríparas écrinas, usualmente múltiplos, que acometem principalmente mulheres (2-6:1). Pequenas papulas, cor da pele Simetricamente Regioes periorbitárias Outras regioes da cabeça e pescoço, extremidades, tórax, abdome, axilas, genitálias e nádegas 4 formas: Localizada Familial Associada a síndrome de Down Generalizada – multipla e euptiva Assintomáticas ou levemente pruriginosas Podem involuir espontaneamente Consistência mole, levemente elevadas Receptores estrogênicos e progesterônicos – gravidez, periodo menstrual Tratamento Eletrodissecção intralesional Crioterapia Dermoabrasão Peeling quimico Isotretinoína Laser de CO2 CILINDROMA Tumor benigno originado em glândula sudorípara apócrina, indiferenciado ou pouco diferenciado. Comum Crescimento lento Solitário, localizado predominantemente no couro cabeludo. Regiões frontal, inguinal, genital, cervical, ombros e axilas. Quando localizado no couro cabeludo, pode ser múltiplo e, eventualmente, cobrir toda a região, resultando no cha-mado “tumor em turbante”. Transformação maligna – cilindrocarcinoma – localmente agressivo, metastatizante Tamanho variavel – 1cm Pode surgir após traumatismo Nodular, circuscrita, de cor avermelhada ou semelhante a pele Evolução lenta Dor de pequena intensidade Tratamento: exérese cirúrgica Laser de argônio ou CO2 Radioterapia SIRINGADENOMA PAPILÍFERO Tumor benigno de glandula sudorípara Desde o nascimento ou desenvolver-se na infância. pápula solitária ou placa lisa sem pelos 75% dos casos, no couro cabeludo e região frontal ou cervical 11 Clínica Cirúrgica II – Heloísa Paraíso 6ºP Localizações menos comuns: axilas, tronco, ombros, escroto, pálpebras e regiões inguinal e genital. Forma solitária tem superficie crostosa e pode ulcerar-se Associação com carcinoma basocelular em 10% dos casos Tratamento cirúrgico – retirada com margem HIDRADENOMA PAPILÍFERO Tumor benigno raro, originado de glândulas sudo-ríparas apócrinas, que ocorre principalmente em mulheres brancas, aparecendo do terceiro ao quinto decênio de vida. Acomete, usualmente, a região vulvar (grandes lábios), perineal ou perianal. Solitária Papulosa, circunscrita, elevada, cor rósea Menos de 1cm Tratamento cirúrgico Eletrocauterização POROMA ÉCRINO Tumor benigno de glandula sudoripara écrina Nódulo de coloração rósea ou avermelhada, séssil ou pediculado, que se assenta dentro de uma depressão que o circunda. Pode sofrer degeneração maligna. O tratamento é cirúrgico (exérese). Glândulas Sebáceas ADENOMAS SEBÁCEOS 2 tipos: Pringle Balzer Pringle Papula com diâmetro inferior a 0,5 cm, cor amarelo-avermelhada ou até arroxeada Porção central da face (regiões malares, sulco nasogeniano, mento e fronte) Isoladas, mas podem coalescer – aspecto irregular Finas telangiectasias na superficie Moléstia de Bourneville: adenomas, debilidade mental e epilepsia Podem ser encontrados na retina, rins e coração Tratamento cirúrgico - Dermoabrasão – lesao numerosas - Eletrocoagulação Adenoma sebáceo tipo Pringle. Dermatoabrasão em caso de adenoma sebáceo tipo Pringle. 12 Clínica Cirúrgica II – Heloísa Paraíso 6ºP Balzer (Tricoeptelioma) Pápulas e nódulos de cor amarelada ou rósea Região central da face e fronte Número variável, podendo atingir centenas Hereditário Puberdade Predomina elemento epitelial (pringle: vascular) Tratamento semelhante RINOFIMA Aumento nasal lobulado, assimétrico, com sulcos e telangiectasias Associado à acne rosácea, mas pode ocorrer como manifestação única Incidência maior em homens – 12:1 Hiperplasia de glândulas sebáceas e tecido conjuntivo e alterações do tônus vascular local Tratamento de escolha: cirurgia excisão tangencial dermoabrasão Laser Cistos LÚPIAS Tumores císticos semelhantes ao cisto sebáceo Diferença: não apresentam orifícios Couro cabeludo, grandes lábios e escroto Saliências arredondadas, recobertas por fina camada de pele Múltiplas Resultam de formação epitelial névica capaz de produzir substância que é englobada por tecido fibroso Consistência firme Assistomáticos O tratamento é cirúrgico CISTO SEBÁCEO EPIDERMOIDE Lesões assintomáticas, de crescimento lento Consistência firme a flutuante, arredondados Acometem preferencialmente as regiões do tronco, couro cabeludo, pescoço, face, dorso, escroto e retroauriculares. Apresentam-se com tamanhos variáveis entre poucos milímetros e até 5 cm ou mais de diâmetro. São móveis Origem em folículos pilossebáceos rotos associados à acne. Quando o cisto é espremido, ocorre eliminação de material amorfo, caseoso e de cheiro râncido, composto por queratina, lípides, bactérias e material em decomposição. Infecção é comum – sinais flogísticos Tratamento cirúrgico Drenagem – infecção Exérese cirúrgica Não romper a cápsula Remoção completa da parede – evitar recidiva 13 Clínica Cirúrgica II – Heloísa Paraíso 6ºP Exérese cirúrgica de cisto sebáceo: aspectos técnicos. A, Injeção de anestésico entre a cápsula e os tecidos circunjacen-tes. B, Incisão elíptica incluindo a zona de fixação do cisto à pele. C, Exposição da lesão. D, Dissecção do cisto. E, Remoção do cisto. F, Fechamento da ferida. CISTO DERMÓIDE Malformação embrionária Mais comum na região frontal – posição periorbitária ou mediana Regiões sacro-coccígea, cervical, rafe perineal e assoalho da boca Histopatologia: invólucro de epiderme com todos os seus anexos em estado rudimentar. conteúdo semi-fluído ou caseoso – queratina, sebo, pelos, cartilagem e ossos Degeneração maligna Nódulo único, pouco consistente, arredondado, encapsulado e coberto por pele normal ou rósea Tamanho de 1 a 5 cm Tratamento cirúrgico Infecção: incisão e drenagem simples do cisto Eletiva: exérese – retirada de toda a lesão para evitar recidiva HIDROCISTOMAS Lesões císticas da pele, raras, benignas, originárias das glândulas sudoríparas Região de cabeça e pescoço Superfície lisa e coloração variável Hidrocistomas écrinos: pequenos, tensos, de paredes finas, diâmetro de a 1-6mm, solitários ou múltiplos Mulheres de 30 a 70 anos Regiões peri-orbitárias ou malares Hidrocistomas apócrinos: solitários, diâmetros de 3 a 15mm Regiões da cabeça e pescoço, principalmente palpebral 30 a 70 anos Tratamento Punção simples com agulha Múltipla: uso tópico de creme de atropina a 1% Laser de co2 Laser pulsátil VERRUGA SEBORREICA Anormalidade benigna de maturação das células basais da epiderme Pápula ou placa elevada, bem definida, superfície rugosa Comum Idosos Brancos Exposição solar prolongada Resulta da falta de maturação dos queratinócitos – acúmulo de células imaturas no interior da epiderme Usualmente pigmentada Vegetação delimitada geralmente múltipla, de cor castanho escura, consistência mole, forma arredondada ou ovalada Tamanho de milímetros a 1 cm Face e/ou tronco Podem ser pediculadas Raça negra: condição hereditária, precoce – pápulas pigmentadas, às vezes pediculadas (dermatosis papulosa nigra) 14 Clínica Cirúrgica II – Heloísa Paraíso 6ºP Tratamento: exérese cirúrgica curetagem e cauterização crioterapia HIPERTROFIAS TRAUMÁTICAS CALOSIDADE Massas de hiperceratose, duras e amareladas Áreas corporais submetidas a atrito e pressão constante Reação de defesa ao trauma repetido Regiões plantares e palmares Dolorosas Histopatologia: hiperceratose Tratamento: eliminar causa Desbastamento das lesões com lâmina Quimiocirurgia – ácido salicílico (na forma de pasta de upton) – ácido salicílico 8g + ácido láctico 8g + coloide elástico 20ml CALO Hiperceratose circunscrita causada por irritação traumática – sapatos apertados, problemas ortopédicos Lesão amarelada, pouco elevada, dura, localizada em partes proeminentes dos pés Diâmetro de 0,5 a 2,0 cm Doloroso Sensibilidade atmosférica – doloroso no decorrer e depois de chuvas Calos interdigitais: entre quarto e quinto pododáctilos, resultam da fricção entre esses dedos por sapatos apertados Tratamento: retirada do fator irritativo Quimiocirurgia após desbastamento com lâmina de cirurgia e amolecimento da lesão com água morna durante 20 min REFERÊNCIA Cirurgia de Ambulatório - SAVASSI
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