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Doenças benignas da mama Chiara Cada lóbulo da mama tem um ducto, que vai drenando até o ducto principal, até chegar na papila, que é onde se exterioriza. - benigna ● mastalgia - mastite - abscesso ● eczema- descamação ● derrame papilar (descarga papilar) ● nódulo palpável - Mastalgia Quando falamos em dor na mama, precisamos saber se essa dor é na mama mesmo, ou se é na articulação costocondral, faz uma costocondrite Precisa identificar se é uma dor cíclica : muda conforme o ciclo, bilateral, geralmente no QSE (é onde tem mais glândula) e na fase lútea. Dor acíclica: normalmente é unilateral A mastite pode estar relacionada com o processo de amamentação- por uma pega errada Tudo que é bilateral deixa a gente mais tranquilo - • Mastite (COMUM UBS) Principal agente: S. aureus Causa: geralmente pega errada; a boca do RN precisa pegar a aréola inteira; se pega apenas no bico, há maior chance de fazer fissura, processo inflamatório Diagnóstico: sinais flogísticos e febre Sempre que for medir temperatura de uma paciente com mastite, deve ser sempre medida do lado em que não tem inflamação Tratamento: antibiótico (ATB) mãe + incentiva continuar amamentação (caso a criança não esteja amamentando, é necessário ordenhar a mama) + correção da pega ATB geralmente é cefalexina, por 7 dias • Abscesso Dói as vezes a mama inteira, mas tem um ponto específico que dói mais Ao toque, há ponto de flutuação (consigo drenar); pode ter muitas vezes e o abscesso estar duro, será que vou conseguir drenar? Conduta: manter amamentação; caso a criança não esteja amamentando, é necessário ordenhar a mama A amamentação é cessada caso esteja saindo pus pelo mamilo ou incisão cirúrgica próxima ao mamilo Tratamento: drenagem do abscesso, esvaziar a mama e ATB - Eczema • eczema areolar descamação bilateral e pruriginosa não ocorre destruição da papila Gabriela de Oliveira- 4º período 1 • Doença de Paget – Descamação unilateral, pouco prurido – Destrói papila – Não responde ao corticoide. - Derrame papilar/ descarga papilar O que deve ser observado? cor da secreção: láctea, multicolor (não é nem sangue nem lente), sanguinolenta Hiperprolactinemia causa descarga papilar láctea, prolactinoma, medicamentoso Dopamina inibe a prolactina, se eu tenho baixa de dopa, então eu tenho prolactina alta, o que pode levar a essa saída espontânea do leite; alguns medicamentos causam inibição da dopamina (ranitidina, etc.) Dopamina controla o sistema frontal, se eu inibo ela, não tenho ninguém controlando essa função. Se for uma secreção multicolor pode ser uma alteração benigna da mama AFBM; ectasia ductal Sanguinolento: o que mais causa é o papiloma intraductal (ainda não é cancer); mas quando tenho uma secreção sanguinolenta, tenho que desconfiar de carcinoma papilífero. Quando investigar (se é ou não câncer)? saída espontânea uniductal unilateral água de rocha (cristalina) sanguinolento R: Mastite não puerperal: o quadro clínico não fala nada sobre isso mastalgia; não fala sobre fibroadenoma; doença fibrocística: a pergunta NÃO falou sobre mastalgia. Com ESSE exame físico da questão, não posso dizer que é carcinoma, mas posso dizer que é papiloma e com isso preciso investigar melhor esse paciente. R: Ectasia ductal Gabriela de Oliveira- 4º período 2 - Nódulo palpável Tenho um nódulo, apalpei, o que fazer agora? 1ª conduta PAAF- punção por agulha fina se vier líquido amarelo esverdeado, e quando palpar a mama tiver sumido, não tiver líquido residual, é porque provavelmente é benigno; mas vou pedir um USG para confirmar Se não quiser fazer no posto, encaminho para o ginecologista e já peço um USG de mama para adiantar. Se eu peguei o nódulo, aspirei, e veio um líquido sanguinolento, ou ainda tenho uma lesão residual na mama; ou tentei aspirar e não veio nada (nódulo sólido), ou teve um recidiva (já aspirei 2x, e o paciente voltou - preciso encaminhar para uma biópsia e também peço um USG O USG NÃO É PARA RASTREIO DE CÂNCER- mas sim para complementação e investigação de nódulo!!! Rastreio de câncer é MAMOGRAFIA. O USG também pode ser pedido para complementar a mamografia; ex: bi-rads 0 peço USG para ser mais conclusivo. Poderíamos fazer a RM, ela até ajuda em algumas situações: - pacientes com prótese - múltiplas cirurgias - BI-RADS 0 A sua desvantagem é que não vê lesão menor que 2 mm, e aquelas microcalcificações ela também não capta. No USG Quando solicito? Mamografia inconclusiva- BI-RADS 0 Diferenciar o nódulo- sólido ou cístico Avaliação do nódulo em pacientes jovens e gestantes Por que faz-se mamografia em pacientes jovens? A mulher jovem tem muitas glândulas. Reforço acústico posterior: é bem mais branco atrás, reforça que sugere benignidade em nódulo da mama Sombra acústica posterior: é mais escuro atrás; reforça malignidade em nódulo da mama R: Líquido acastanhado na aspiração Gabriela de Oliveira- 4º período 3 Patologias benignas da mama ● patologias benignas - fibroadenoma - tumor filóide - esteatonecrose - alteração funcional benigna da mama Após mandar para o USG, pode vir uma dessas patologias - fibroadenoma Tumor sólido fibroelástico móvel lobular bem delimitado pequeno 2 3 cm muito comum em mulher jovem Quando aparecer em mulheres de 35 anos e mais, e for maior que 3,5/4 cm- tendência de retirar - tumor filóide Aparece inicialmente igual ao fibroadenoma Ele é benigno, mas pode ter comportamento maligno; como se fosse um fibroadenoma com crescimento muito rápido conduta: ressecção completa com margem cirúrgica- para evitar recidiva - esteatonecrose é um nódulo que pode aparecer na mama após um trauma- causando uma necrose gordurosa normalmente é em mulher jovem - AFBM alteração benigna da mama Tríade: mastalgia cíclica fibrose- adensamentos cistos Geralmente acontece com mulher jovem No USG: – Imagens anecóicas; - redonda; - com reforço acústico posterior Conduta: Orientação sobre a sustentação das mamas NÃO É RISCO DE CÂNCER Evitar medicação Abscesso: não falou nada de dor Papiloma benigno Esteatonecrose: não teve trauma Fibroadenoma: mais comum em mulheres jovens Ectasia ductal: não está tendo descarga Gabriela de Oliveira- 4º período 4 Se eu estou com o nódulo, eu aproveito e já faço a punção dele!!! Não vou apalpar e soltar ele de novo na mama, e aí mandar a mulher pra USG. A paciente sente dor, mas ela some sozinha após a menstruação; não tem porque dar um AINE para uma dor que é um ciclo; o tratamento aqui no caso é verbal R: R: esteatonecrose Gabriela de Oliveira- 4º período 5 Câncer de mama Dayane CA de mama é a neoplasia mais comum na população feminina; em 2020: 66k novos casos- 29% Quadro clínico das doenças mamárias em geral: dor granulosidade ou outros sinais no parênquima mamário massa palpável descarga papilar Essa sintomatologia é geral, das doenças mamárias Para CA de mama: - de 10% sente dor na mama; é indolor - raro descarga papilar - massa palpável é frequente - mamografia anormal na maior parte das pacientes Bem próximo da abertura da papila, temos uma dilatação dos ductos- ducto excretor- nessa região é onde encontramos os seios lactíferos- esses tumores levam a descarga papilar. Paciente com menos de 40 anos e com massa palpável, é bem provável que seja uma fibroadenoma. - Achados mamográficos 1: normal 2: calcificações: uma região mais reluzente dentro da mamografia; formadas por secreções acumuladas (comum), debris necróticos (comum) ou estroma hialinizado 3: aumento de densidade: tenho substituição do estroma adiposo por tecido radiodenso- tecido epitelial ou tecido fibroso; sabemos que na maioria dos tumores com proliferação rápida, temos ação desmoplásica, que nada mais é do que induzir a proliferação do tecido conjuntivo que está na margem Mama em casca de laranja- achado bem característica de CA de mama Calcificações e aumento de densidade aparecem na mamografia, mas nem sempre significa uma malignidade BI-RADS é usado na RM, RX (mamografia) Gabriela de Oliveira- 4º período 6 Prótese mamária: BI-RADS 2 O mais comum na práticaé o BI-RADS 2. BI-RADS 6: paciente já foi diagnosticada antes, com câncer. - Mamografia Quando fazer? Quando somos jovens, nossa mama tem predominância de tecido fibroso, e pouco tecido adiposo (mama é densa, muita glândula), e aí conforme vamos envelhecendo, vai tendo substituição desse tecido fibroso por tecido adiposo. Existe o grupo de mulheres com alto risco para desenvolvimento do CA de mama: - História familiar positiva para CA de mama ou ovário - Parente de 1º grau com história de CA < 50 anos - Familiar homem com CA de mama- grande chance da mutação ser no gene BRCA 2 - Alterações BRCA, P53 30 anos Anual- se a mama é densa, a mamografia não vai trazer bons resultados, então vou precisar de outros exames. Não vai ser sempre aos 30 anos, se a mãe da paciente teve CA aos 25 anos, vou começar esse “rastreio” mais precocemente. Na mama jovem: grande quantidade de lóbulos e tecido fibroso sustentando esses lóbulos; é muito difícil diferenciar isso de uma calcificação. Na mama madura (não densa): torna o fundo da mama mais livre, menos denso, consigo ver vasos sanguíneos, papila, etc Gabriela de Oliveira- 4º período 7 - Localização dos Carcinomas de mama 50% no QSL 10% no restante dos quadrantes 20% na região central ou subareolar - Manifestações do carcinoma de mama Paciente chega no consultório quando: Nódulo palpável (auto palpação) Anormalidades mamográficas Achado incidental histológico (fragmentos retirados por outra razão; paciente que retira prótese mamária, ou paciente que fez uma biópsia) Presença de células malignas na investigação de derrames papilares (colhido, mandado para o anatomopatológico e são encontradas células malignas) Metástase Fatores de risco - mutações hereditárias ( 5 - 10%)- principais: BRCA1 e BRCA2 - parentes em primeiro grau com CA de mama ( 15% a 20%)- além de mutações no BRCA, pode ter uma síndrome familiar - raça e etnia (brancas e judeus- maior chance de carregar mutações dos BRCAs) - idade (pico entre 70 e 80 anos- a partir dessa idade, temos um decréscimo) - idade da menarca (antes dos 11 anos) - menopausa tardia: estrógeno atua induzindo a proliferação da glândula mamária também; quanto maior o tempo de exposição ao estrógeno, maior a chance de ter CA de mama (menarca precoce e menopausa tardia… preocupante) - idade do nascimento do 1º filho (nulíparas ou 1º parto após o 35 anos); a mama vai passando por uma maturação ao longo da nossa vida; a progesterona e a prolactina auxiliam nessa maturação, nessa diferenciação; quando a mulher engravida eu tenho o estímulo final para essa diferenciação; se eu termino essa diferenciação antes dos 20 anos, eu diminuo a chance de ter uma célula mutada; uma gestação mais tardia, mantém minha mama sem o estímulo final para terminar de maturar; pode ter acúmulo de células mutadas - doença mamária benigna (hiperplasia atípica ou proliferativa) se começa aumentar muito a densidade da mama, vou pra biópsia, é como se fossem lesões precursoras do CA de mama - exposição estrogênica: reposição hormonal (estrógeno é fator de risco) (o anticoncepcional com estrógeno é fator de risco? Não, pq a ingestão exógena faz um balanço com o endógeno, e aí eu tenho uma diminuição do endógeno) - densidade mamária: risco 4x mais elevado (mama radiodensa- tende a perder densidade ao longo da vida, se eu vou fazer a mamografia com 40 anos, minha mama não é para ser super esbranquiçada como a de uma pessoa de 20 anos) - exposição à radiação- principalmente na infância; ex: paciente com timoma que faz radio no início da vida, ao longo do tempo, essas células mamárias podem sofrer mutações - CA de mama contralateral ou de endométrio- endométrio por causa do estrogênio e contralateral pq ela já tem o câncer do outro lado - consumo de álcool - obesidade- tecido adiposo libera lipoxinas que favorecem o desenvolvimento da célula tumoral - sedentarismo - amamentação (maior tempo de amamentação= menor risco; o inverso também é verdade) - tóxicos ambientais Gabriela de Oliveira- 4º período 8 Os fatores de risco são divididos em hereditários e esporádicos e isso leva a classificação dos cânceres de mama ● Carcinomas hereditários 12% dos CA de mama 80-90% ocorre por mutação nos genes BRCA 1 (cromossomo 17, braço longo) e BRCA 2 (braço longo do cromossomo 13)- ambos genes são supressores de tumor, atuam no reparo do dano também e controlam a proliferação celular; se o dano não é reparado, ele torna a célula senescente. •Carcinoma com mutação no BRCA1 massas tumorais pouco diferenciadas- tumores anaplásicos expansivos, crescem rapidamente apresenta infiltrado linfocitário- permissivo ao crescimento, que também libera citocinas que auxilia no crescimento do tumor na imunohistoquímica são negativos para RE (receptores de estrógeno) e HER2 Exibem fenótipo basal ou mioepitelial Quando consideramos o ducto mamário, encontramos uma camada mais interna de células luminais (que são células epiteliais), em meio a elas temos células tronco progenitoras e temos uma segunda camada formadas por células mioepiteliais, que contém no seu citoplasma grande quantidade de actina que contraem e auxiliam na expulsão do leite. A célula luminal tem receptor para estrógeno; a célula que prolifera é a que contrai (mioepitelial) e não a que produz o leite. Por isso falamos que temos um fenótipo basal- são células basais A célula mioepitelial não tem receptores, portanto, não vai ter efeito o uso de uma terapia hormonal e terapia com anticorpo monoclonal; uso radio, quimio e cirurgia. • Carcinomas com mutação em BRCA 2 Não temos um tipo histológico específico Geralmente são positivos para receptores de estrógeno Comum em mulheres antes dos 50 anos de idade Mutação relacionada com câncer de mama masculino BRCA1: ca de mama e de ovário BRCA2: ca mama masculino, ca próstata e ca de pâncreas ● Carcinomas esporádicos Fatores de risco estão relacionados a exposição hormonal: idade da menarca e menopausa, história reprodutiva, amamentação e uso do estrogênio exógeno A maioria dos cânceres esporádicos são positivos para receptores de estrógenos Em sua maioria acontecem mulheres pós-menopausa Gabriela de Oliveira- 4º período 9 Estrogênio atua como fator de crescimento de células malignas ou pré-malignas; guia ciclos de proliferação que coloca células em risco para dano do DNA; seus metabólitos podem causar mutações ou gerar radicais livres causadores de dano no DNA em células (estrogênio nesse caso vem como um carcinógeno direto) O câncer esporádico não vai ser passado para os filhos Câncer esporádico predomina em relação ao câncer hereditário - Classificação independente de ser esporádico ou hereditário Carcinoma ductal (carcinoma in situ)l: massa tumoral cresceu e invadiu os ductos- não significa que ele poupou o lóbulo (comedo e os não comedo, que são os: sólido, cribri, papili, microp Carcinoma lobular: massa tumoral fica contido no lóbulo (lobular) Os invasivos: o mais comum (79%): nenhum tipo específico; •Carcinoma in situ - Comedocarcinoma presença de massas sólidas de células pleomórficas- várias formas de células núcleo hipercromático de alto grau- devido à síntese de DNA, RNA, etc. áreas de necrose central (calcificação)- é identificada nas mamografias Vermelho: vários tipos de microcalcificações plemórficas. O padrão de calcificação da lesão benigna é diferente da lesão maligna. Gabriela de Oliveira- 4º período 10 “Y”- calcificações que acompanham o ducto - CDIS não comedo população monomórfica de células, com graus nucleares que variam variantes morfológicas: cribriforme, sólido, papilífero e micropapilífero podem apresentar calcificações que estão associadas à necrose central as microcalcificações acompanham o ducto - cribriforme Os espaços intraepiteliais são uniformemente distribuídos e regulares (aspecto de cortador de biscoito); parecem que tem espaços de massa; aspecto de peneira; os pontos mais roxos dentro dos buracos brancos são calcificações - sólido o crescimento celular preenche completamente os espaços envolvidos do ducto;sem romper a membrana basal. Gabriela de Oliveira- 4º período 11 - papilífero população de células colunares que crescem em direção ao lúmen do ducto e puxa o tecido conjuntivo (fibrovascular); são encontradas células colunares no eixo fibrovascular células mioepiteliais estão ausentes - micropapilífero temos as protrusões que parecem papilas o que o diferencia do papilífero é a ausência do eixo fibrovascular (como se eles crescessem sem ter uma sustentação) -papilífero e micropapilifero geralmente geram descarga papilar Esse padrão de crescimento próximo aos ductos papilares, geram descarga espontânea; o que diferencia de uma lesão benigna, para um câncer é a descarga; unilateral geralmente. •Carcinoma lobular in situ (CLIS) não é comum; colho material por outro motivo e aí descubro esse carcinoma não está associado a calcificações ou reações estromais não muda a mamografia; é tipo acertar na mega sena… quase NUNCA vai Gabriela de Oliveira- 4º período 12 ocorre em mulheres jovens antes dos 30 anos de idade; 90% antes da menopausa menor expressão de e-caderina (proteína transmembrana): perdemos adesão celular e começa encher o lóbulo de células tumorais; a célula epitelial vai completar o espaço que ficou liberado para ela e pro leite, esse é o motivo de não mudar a arquitetura e não aparecer na mamografia RH positivos células não fazem contato, por isso encontramos um espaço entre as células; temos distorção da arquitetura; células redondas, núcleos redondos, células pequenas, etc. • carcinoma invasivo diagnosticado principalmente com mamografia; mas quando as mulheres não fazem a mamografia de rotina o que nos mostra que pode ser um carcinoma invasivo (mais avançado) é: retração mamilar- quando a massa tumoral se encontra próxima a região retroareolar ou subareolar aspecto casca de laranja- acontece porque o crescimento da massa tumoral pode levar a obstrução dos vasos linfáticos, o que leva a uma prejudicalização da drenagem, que pode levar a edema, espessamento da pele no local, e consequentemente isso favorece a junção (adesão) dos ligamentos suspensores com a pele; aumenta a aderência, que enruga a pele. Mais comum - Carcinoma invasivo nenhum tipo específico incluem a maioria dos carcinomas (70- 80%) morfologia varia de acordo com o grau de diferenciação bem diferenciado: as células tumorais crescem formando um tubo que vai invadindo o estroma, e isso me permite diferenciar de uma glândula mamária normal, porque a glândula mamária é acinosa, eu não tenho túbulos no estroma; mudo a arquitetura da mama; raras figuras mitóticas Gabriela de Oliveira- 4º período 13 moderadamente diferenciados: mistura de um tumor intermediário entre as diferenciações; pode ter túbulos mal formados, grupamentos sólidos de célula; alto grau de pleomorfismo nuclear e figuras mitóticas pouco diferenciado: eu não vou mais ver abertura (lúmen) do túbulo; eu vejo cordões sólidos de células tumorais que invadem o estroma adjacente; frequentemente invadem como nichos desorganizados ou lâminas sólidas de células com núcleo aumentado e irregular alta taxa proliferativa (muita figura mitótica) e áreas de necrose tumoral - Classificação de Carcinoma invasivo nenhum tipo específico De acordo com imunohistoquímica Luminal A (55%): pode mudar quanto a diferenciação; geralmente são moderadamente ou bem diferenciados; crescimento mais lento; + RE e -HER2; qualquer estrógeno que passa perto da célula dá sinal para ela proliferar; quando tenho essa marcação, além da quimio faço tratamento hormonal. Temos o inibidor da aromatase, mas atualmente o mais usado é o tamoxifeno (inibidor seletivo do RE), que se liga no receptor sem ativar ele e impede que o estrogênio que está passando por ali estimule a proliferação. Tamoxifeno é seletivo para mama, mas ele é agonista para endométrio; então as pacientes ficam suscetíveis ao CA de endométrio… começou mudar a celularidade do endométrio, eu paro o tamoxifeno e começo com inibidores de aromatase. Gabriela de Oliveira- 4º período 14 Luminal B (20%): +RE e +HER2; HER2 é o receptor para o fator de crescimento epidermóide humano, fator expresso na maioria das células epiteliais… cresce mais rápido, e maior chance de metástase no momento do diagnóstico. Quimio + tratamento cirúrgico + bloqueadores de RH e HER2. No HER2 não tenho um inibidor seletivo, mas é usado o tratamento com anticorpo monoclonal (injeções de imunoterapia)- trastuzumab- bloqueia o HER2 Triplo negativo: não expressa HER2, RH; tumores originados nas células mioepiteliais, pior prognóstico; tendem a fazer metástase cerebral. Quimio + cirurgia + radio apenas HER2 positivo: +HER2 e -RE; pouco diferenciados, alta taxa proliferativa; metástase cerebral. Anticorpo monoclonal não ultrapassa a barreira hematoencefálica, por isso, não é útil Paciente com metástase (seja em fígado, encéfalo, pulmão, etc…) não vai ter alta nunca, não vai ser considerada curada: porque temos alta chance de recidiva; ela não vai morrer de CA de mama, mas ela precisa de acompanhamento contínuo, mesmo que esteja bem em 5 anos (iguais os outros cânceres) - paciente com mutação em BRCA1: tratamento mais difícil… No imunohistoquímico: -RH e -HER2; espero encontrar um triplo negativo; crescimento basal… - paciente com mutação em BRCA2: + RE---> luminal A ou B; Todo mundo começa no in situ… faço ressecção do tumor e às vezes a paciente não precisa de quimio; mas um CA avançado com mutação em BRCA1 o tratamento fica limitado; BRCA2 no estágio avançado, tratamento também não vai ter um bom efeito. Gabriela de Oliveira- 4º período 15
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