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UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO CURSO DE ENGENHARIA DE ALIMENTOS DISCIPLINA: TOXICOLOGIA DE ALIMENTOS HEMILY CAROLINE SOUSA DE OLIVEIRA AVALIAÇÃO MICROBIOLÓGICA DE SUSHI COMERCIALIZADO EM RESTAURANTES IMPERATRIZ-MA 2021 HEMILY CAROLINE SOUSA DE OLIVEIRA AVALIAÇÃO MICROBIOLÓGICA DE SUSHI COMERCIALIZADO EM RESTAURANTES Trabalho apresentado à disciplina Toxicologia de Alimentos da Universidade Federal do Maranhão do Curso de Engenharia de Alimentos como requisito para a obtenção de nota. Orientadora: Prof. Dra. Adriana Crispim IMPERATRIZ-MA 2021 RESUMO Doenças de origem alimentar são causadas por organismos que entram no corpo humano através da ingestão de alimentos contaminados. O pescado pode veicular uma variedade de microrganismos patogênicos para o homem, aumentando a preocupação com a qualidade sanitária de peixes. No Brasil o hábito de ingerir peixe cru, sob a forma de sushi transformou-se num verdadeiro modismo alimentar nos grandes centros urbanos. Portanto, vem sendo evidenciado que o tratamento térmico de refrigeração e congelamento utilizados nas preparações de sushi cru não são capazes de torná-los inócuos, apenas retardando o crescimento microbiano. Considerando a importância do controle das doenças transmitidas por alimentos para a segurança alimentar da população, foi o objetivo do presente estudo avaliar o risco potencial à saúde representado pelo consumo de sushi no que tange à qualidade microbiológica destas preparações servidas em restaurantes. Utilizou-se a metodologia de revisão bibliográfica com pesquisas realizadas em artigos científicos. Com base nas pesquisas fica evidente o aumento de riscos à saúde por intoxicações resultante do consumo de sushi. Palavras chaves: Segurança alimentar, microbiologia de alimentos, intoxicação, sushi. 1 INTRODUÇÃO 1.1 História do Sushi A origem do sushi está ligada à necessidade de conservação de peixe cru, por de métodos desenvolvidos pelos povos antigos do Sudeste da Ásia. Não existem registros precisos de quando começaram essas técnicas, mas sabe-se que no século V a.C. a conservação de peixe cru com arroz já era realizada (BARBER; TAKEMURA, 2008). A técnica de conservação consistia na retirada da cabeça e vísceras do peixe, sendo depois seus filetes salgados e armazenados em barris de madeira com camadas de arroz cozido entre eles. O arroz cozido fermentava naturalmente, liberando ácido láctico, que diminuía o pH e garantia a conservação do peixe. Ao longo do processo de conservação (entre um a três anos) o arroz se tornava impróprio para o consumo, sendo descartado e somente o peixe aproveitado (PATROCINIO, 2009). A forma ancestral de sushi, conhecida como narezushi que significa sushi velho, era confecionada com carpas e com arroz, era empacotado em camadas e deixado a fermentar durante um ano ou mais. Normalmente, apenas o peixe era consumido e o arroz descartado (Barber & Takemura, 2002). A forma mais antiga de narezushi é conhecida como funazushi e terá sido preparado pela primeira vez em Shiga (Japão) há 4 mais de mil anos (Mouritsen, 2009). Funa é um tipo de carpa dourada que é comum no lago Biwa, situado perto de Kyoto (Japão). Esta carpa era apanhada e salgada no início do verão, depois lavada com água para remover o excesso de sal, e depois era colocada uma camada de arroz por cima ficando assim a fermentar durante mais de um ano. No final, era apenas consumido o peixe e o arroz era descartado (Mouritsen, 2009). No século XV, surge o namanaresushi. Parecido com o naresushi, o seu tempo de fermentação é menor (cerca de um mês), o que possibilitava o consumo do arroz junto com o peixe, sendo considerada a primeira forma de sushi moderno (YOSHINO, 1997). Por volta do século XVII, em Edo (atual Tóquio), o médico Matsumoto Yoshiichi teve a idéia de introduzir o vinagre na preparação do arroz, o que reduziu o tempo de preparo do sushi para um dia. Sendo assim, com a abundância de pescado e frutos do mar na baia de Tóquio, o peixe passou a ser consumido cru e fresco. Além do ganho de tempo no preparo, o vinagre adicionou um sabor especial ao prato. Esse tipo de sushi é chamado de hayasushi (PATROCINIO, 2009). Em meados do século XVIII, o período de fermentação já estava reduzido para apenas duas horas, com a introdução do hakozushi. O preparado consiste em colocar uma camada de arroz avinagrado cozido em conjunto com peixe em forma de filete, cortado às fatias, numa caixa de madeira onde o peixe é prensado. No final é cortado e servido em pedaços retangulares. Pela mesma altura, existia um tipo de sushi que era enrolado em folhas de algas chamado makizushi. Os rolos eram prensados utilizando um tapete simples de bambu, uma prática que ainda hoje é utilizada (Mouritsen, 2009). Durante a década de 1820, Hanaya Yohei (1799 – 1858) desenvolveu a forma moderna de sushi, a que deu o nome de nigirizushi, a qual consiste numa bola simples de arroz moldado à mão, com uma fatia de peixe cru por cima (Mouritsen, 2009). No nigirizushi, ao arroz habitualmente cozinhado na hora é adicionado vinagre de arroz e sal. Sendo um processo tão rápido, este tipo de sushi é por vezes considerado o primeiro fast-food, e o nigirizushi tornou-se no símbolo de sushi que hoje se conhece em todo o mundo. Apesar da adição de vinagre ao arroz ter reduzido o tempo de preparação, muitos Chefs ainda continuavam a confecionar o sushi de forma tradicional (prensado). Os residentes de Edo seriam, notoriamente, impacientes, ou muito ocupados, e talvez por isso o novo nigirizushi de Yohei, que demorava apenas alguns minutos a preparar, se tornou 6 muito famoso (Barber & Tekemura, 2002). A evolução do sushi não se ficou pelo nigirizushi, continuou-se a desenvolver não só como forma de refeições rápidas, mas também como forma de arte culinária, com uma grande riqueza de variedades, dependendo do local. Assim, por exemplo o oshizushi, muito característico da zona de Osaka, e considerado como uma versão moderna do hakozushi, ou sugakazushi, é confecionado com o peixe inteiro cortado ao meio e preenchido depois com arroz (Mouritsen, 2009). A evolução do sushi não se ficou pelo nigirizushi, continuou-se a desenvolver não só como forma de refeições rápidas, mas também como forma de arte culinária, com uma grande riqueza de variedades, dependendo do local. Assim, por exemplo o oshizushi, muito característico da zona de Osaka, e considerado como uma versão moderna do hakozushi, ou sugakazushi, é confecionado com o peixe inteiro cortado ao meio e preenchido depois com arroz (Mouritsen, 2009). 2 METODOLOGIA Utilizou-se a metodologia de revisão bibliográfica, a coleta de dados foi realizada por meio de vários artigos e sites pesquisados, como Google Acadêmico, e Scielo, referentes ao tema e assuntos relacionados. Os critérios de inclusão foram estudos relacionados a uma pesquisa direta ao próprio tema. 3 Pescado como veiculador de microrganismos O pescado pode ser veiculador de uma variedade de microrganismos patogênicos para o homem, sendo grande parte fruto da contaminação ambiental. O lançamento de esgotos nas águas de reservatórios, lagos, rios e no mar, contamina os pescados, oferecendo riscos a quem os consome. Outra fonte de contaminação importante é o manejo do pescado, desde a captura, ainda nos barcos pesqueiros, até sua destinação final, passando por fases de processamento e transporte (HUSS et al. 2000; SCHLUNDT 2002; REIJ & DEN AANTREKKER 2004; HAMADA-SATO et al. 2005; BASTI et al. 2006). Na Coréia e Japão, peixes e frutos do mar são os principais veículosde transmissão de doenças de origem alimentar (LEE et al. 1996). Algumas bactérias patogênicas estão presentes naturalmente na água e no ambiente. Estes patógenos podem, portanto, também ser encontrados em peixes vivos e em seu material cru (HUSS et al. 2000; BASTI et al. 2006). A contaminação pré-captura com patógenos de reservatórios animal/humano pode oferecer risco, pois em alguns casos uma dose infectante baixa é suficiente para provocar uma doença. A cocção de alimentos com esta contaminação elimina o risco destes patógenos, sendo que a principal preocupação com segurança se relaciona ao consumo destes crus, como nos casos de sushi e sashimi (HUSS et al. 2000; MILLARD & ROCKLIFF 2003; REIJ & DEN AANTREKKER 2004). Manipuladores de alimentos devem ser cuidadosos no manuseio de peixes recém-capturados, já que os microrganismos presentes na superfície, guelras e vísceras do animal podem contaminar a carne durante a manipulação (MORITA 2005). Dentre os microrganismos de maior importância no controle da qualidade de pescados destacam-se os do gênero Vibrio. V. parahaemolyticus é comumente encontrado na água do mar, principalmente nas regiões costeiras, e causa no homem gastrenterite aguda, em geral após o consumo do peixe in natura. V. cholerae, de origem humana, atinge as águas do mar, rios e lagos através do despejo de esgotos, e é responsável por pandemias. Ostras, mariscos, caranguejos e peixes in natura são veículos naturais do V. cholerae (MATTÉ et al.1994; BARBONI 2003; MATTÉ 2003; BASTI et al. 2006). Destacam-se também as bactérias do gênero Salmonella, encontradas em águas poluídas por esgotos ou por excretas animais. Como conseqüência direta da manipulação inadequada é apontado o Staphylococcus aureus, de origem humana, encontrado nas mucosas e superfície da pele, e que encontra, no pescado, ambiente favorável para sua multiplicação (FRANCO & LANDGRAF 2003; BASTI et al. 2006). Prevenir a contaminação do pescado pré-captura é muito difícil ou impossível. O ambiente natural não pode ser modificado facilmente e os agentes causadores de doenças que ocorrem naturalmente (algumas bactérias patogênicas, parasitas, biotoxinas) estarão sempre presentes. Já a contaminação química e poluição fecal podem ser prevenidas, com o monitoramento das áreas de pesca, pela verificação de presença de algas tóxicas e de coliformes fecais e Escherichia coli (HUSS et al. 2000; REIJ & DEN AANTREKKER 2004). Quando o produto é armazenado sob refrigeração, a preocupação concentra-se na sobrevivência e multiplicação de microrganismos psicotróficos. O tratamento com calor, como cocção, é eficiente na destruição de alguns patógenos, quando realizado sob temperatura e tempo adequados. Porém, o hábito de consumir pescados crus torna a prevenção de DTAs difícil ou até impossível (HUSS et al. 2000; HAMADA-SATO et al. 2005). A importância do pescado como veiculador de patógenos depende de fatores como a dieta e forma de preparo. Assim, no Japão, onde o peixe é importante parte da dieta, sendo muitas vezes consumido cru, a proporção de DTAs oriunda de pescados é maior (HUSS et al. 2000). O consumo de pescados que sofreram cocção é mais seguro do ponto de vista microbiológico (MATTÉ 1993; HUSS et al. 2000). No caso de iguarias como sushi e sashimi, preparadas manualmente, além da contaminação do pescado, o contato direto do alimento com as mãos pode levar ao aumento da incidência de patógenos como Staphylococcus aureus e coliformes termotolerantes (JAY 2000). 4 Globalização do sushi O chamado sushi boom começou nos Estados Unidos da América (E.U.A.) nos anos 1960 e 1970 e rapidamente se espalhou pelo mundo (Sakamoto & Allen, 2011). Nos anos 1970 os americanos começaram a consumir sushi, primeiro na costa oeste e depois em outras partes do país. Os fatores que terão contribuído para o seu consumo foi o facto de ser visto como uma comida saudável que continha uma variedade de vegetais e peixe em vez de carne (Sakamoto & Allen, 2011). A atitude perante o sushi começou a mudar, sobretudo quando o movimento de “ingredientes frescos e simples” começou a emergir. Expandiu-se a ideia de que comer sushi era saudável e visto como uma forma de manter uma dieta saudável. Pelos anos 1980 os restaurantes de sushi encontravam-se por toda a cidade de L.A. Com a proliferação de restaurantes e bancadas de sushi nos supermercados, o sushi começou a ser aceite pelos americanos e hoje encontra-se difundido por toda a parte, nos E.U.A. (Caroll, 2009). O verdadeiro boom do sushi começou nos anos 1990 quando a Europa e o resto do mundo começaram a adotar as tendências dos E.U.A. no consumo de sushi. Hoje em dia existem muitos restaurantes de sushi em várias cidades da Europa, Ásia, Rússia, Índia, América Latina e Oceânia. Cada país e região servem a sua versão de sushi, baseada na gastronomia local. Com este rápido crescimento global, o sushi tornou-se num “artigo” que gera centenas de milhões de dólares de receita no mundo inteiro e, portanto, tem um grande impacto na economia mundial (Sakamoto & Allen, 2011). 5 Benefícios para a saúde no consumo de sushi O sushi é um alimento baixo em calorias, rico em proteínas, vitaminas e com quantidades moderadas de hidratos de carbono. Os ingredientes tradicionais do sushi ajustam-se bem à tendência atual para a redução do consumo de carnes vermelhas, e uma refeição típica de sushi, com sete a nove peças, tem aproximadamente cerca de trezentas calorias (Ōmae & Tachibana, 1988). O peixe e o marisco são alimentos altamente nutricionais e baixos em calorias, pelo que a ingestão de apenas pequenas porções dos mesmos é suficiente para fornecer um terço a metade das necessidades proteícas diárias. São excelentes fontes de vitamina B12, essencial na produção e manutenção das células, alguns são ricos em iodo, um mineral fundalmental para um bom funcionamento da tiróide. O atum, o salmão, a sardinha, a cavala e o arenque são peixes gordos e muito ricos em ácidos gordos do tipo Ω-3 que podem 13 ajudar na prevenção de doenças cardiovasculares, risco de AVC e artrite (Dekura et al., 2004). Peixes brancos como o robalo e o pargo vermelho têm menos de cem calorias por 100g, e até peixes mais ricos como a enguia, cavala e o atum têm menos de duzentas calorias por 100g (Barber & Tekemura, 2002). O arroz é uma boa fonte de proteínas e hidratos de carbono, a sua digestão é lenta e a energia obtida é libertada lentamente. O arroz não contem glúten e por isso pode ser consumido por pessoas que tenham intolerância alimentar ao trigo. (Dekura et al., 2004; Barber & Takemura, 2002). Nori é um tipo de alga marinha usada na confeção do sushi, extremamente rica em vitaminas do tipo A, B1, B2, B6, C e niacinas. Por outro lado, contém minerais tais como o iodo e parece ajudar na redução da acumulação do colesterol nos vasos sanguíneos (Barber & Tekemura, 2002). O wasabi é rico em betacarotenos, vitamina C, glucosinolatos, isotiocianatos e tem propriedades antimicrobianas. É um agente poderoso que mata algumas formas microbianas de Escherichia coli e Staphylococcus. Alguns estudos médicos sobre asma e distúrbios congestivos mostraram que o wasabi parece ajudar na redução do excesso de muco na cavidade nasal e no pulmão que, por vezes, agrava este tipo de doenças (Feng, 2012). 6 Perigos para a saúde no consumo de sushi Práticas deficientes de higiene e fabrico por parte dos manipuladores na confeção do sushi, podem implicar perigos biológicos graves (Feng, 2012). Quando presentes nos alimentos, e após ingestão, os microrganismos patogénicos ou as suas toxinas (bactérias) e micotoxinas (fungos) podem causar doença ao ser humano, as denominadas doenças transmitidas pelos alimentos (DTA). As DTA dividem-se em duas categorias (Rodrigues et al., 2015): Intoxicaçõesalimentares: são causadas pela ingestão de alimentos em que estão presentes as toxinas e micotoxinas produzidas pelos microrganismos. Infeções alimentares: são causadas pela ingestão de alimentos com uma contaminação necessária para causar doença. Peixe cru e marisco podem conter parasitas e bactérias, é altamente perecível, suscetível ao desenvolvimento bacteriano. Um parasita típico presente no peixe cru é o Anisakis simplex que causa anisaquidose. A inspeção visual do peixe para deteção de parasitas é fundamental (Regulamento (CE) Nº 2074/2005), bem como uma lavagem adequada do peixe, antes de o incluir no sushi. As bactérias reproduzem-se rapidamente se as condições forem favoráveis, e algumas bactérias têm a capacidade de formar esporos que as protegem de temperaturas elevadas e da congelação. Bactérias patogénicas típicas no sushi incluem Escherichia coli, 15 Staphylococcus aureus, Salmonella, Listeria spp., Vibrio spp., entre outras. A bactéria Vibrio parahaemolyticus encontra-se normalmente no marisco, já o Staphylococcus aureus e a Salmonella podem ser introduzidas nos alimentos por contaminação cruzada ou por má manipulação durante o processo de confeção. O arroz usado no sushi pode conter Bacillus cereus, também devido a má manipulação ou incorreto armazenamento (Feng, 2012). Grupos de risco tais como mulheres grávidas, crianças, idosos e pessoas com o sistema imunitário comprometido (como por exemplo doentes com SIDA, diabetes mellitus, cancro, problemas gastrointestinais entre outras) devem evitar o consumo de sushi por este conter ingredientes crus. Estes grupos de pessoas são mais suscetíveis às DTA, nomeadamente a listeriose provocada pela bactéria Listeria monocytogenes que pode ser encontrada em alimentos prontos a consumir (APC) como é o caso do sushi (Elliot & Cook, 2015; Reames, 2012). As grávidas deverão ter especial atenção ao consumo de sushi. A Academy of Nutrition and Dietetics recomenda mesmo que durante a gravidez seja evitado o consumo de pescado cru ou mal cozinhado (Sousa et al., 2012). O camarão e a lula contêm teores elevados de colesterol e, portanto, devem ser consumidos com moderação, especialmente por indivíduos que sofram de problemas de colesterol alto (Dekura et al., 2004). Na preparação do arroz é adicionado açúcar, portanto pessoas que sofram de diabetes mellitus não devem consumir sushi com frequência. O marisco usado no sushi pode ser um sério perigo para pessoas intolerantes ou alérgicos, por conter alergénios. Segundo o Regulamento da (UE) Nº 1169/2011, é obrigatória a informação ao consumidor da presença de alergénios nos alimentos, mas em caso de dúvida o consumidor deverá questionar o Chef sobre a composição do prato (Sousa et al., 2012). Deve evitar-se o consumo de peixe que visualmente não esteja em condições apropriadas ou com uma refrigeração inadequada (acima dos 6 °C) já que o risco de provocar doença é elevado se houver produção de histamina pois não há forma de destrui-la. Uma forma eficiente para prevenir a formação de histamina é o arrefecimento rápido do peixe após a sua captura e uma adequada refrigeração durante o seu manuseamento e armazenamento (Novotny et al., 2014; Sousa et al., 2012). Outro grande perigo a ter em conta é a presença de mercúrio (Hg) no peixe. O peixe pode conter nos seus tecidos elementos tóxicos nomeadamente o Hg. É bem conhecido que a exposição ao Hg é transmitida através do consumo de peixe sendo que 90% do Hg total está na forma de MeHg+ .(Paiva et al., 2016; Burger et al., 2014). Segundo o Regulamento (CE) Nº 1881/2006, o teor máximo permitido de Hg em produtos de pesca é de 0,50 ou 1,0 mg/kg dependendo do peixe. Peixes que se encontram no topo da cadeia alimentar como peixe-espada, cavala, truta e atum, estão entre os peixes com maior teor de Hg. Já o salmão e a enguia têm níveis seguros (Feng, 2012). A exposição elevada ao Hg provoca deficiência no desenvolvimento neurológico, dificuldades no desenvolvimento cognitivo, aumento de problemas cardiovasculares, problemas neurológicos e défice de locomoção.(Paiva et al., 2016; Burger et al., 2014). 7 Relatos de doenças transmitidas pelo consumo de sushi A anisaquidose ou, como anteriormente conhecida (TAKABE et al., 1998), anisaquiase, provocada pelo nematóide Anisakis simplex e a difilobotríase, ou difilobotriose, provocada pelo Diphyllobotrium latum, com freqüência presentes em pescados crus ou mal cozidos (CABRERA; TRILLOALTAMIRANO, 2004; DUPOUY-CAMET; PEDUZZI, 2004; MENGHI et al., 2006). No Japão, representante de cultura onde o consumo de peixe cru é mais popular (WEIR, 2005) a anisaquidose já é considerada problema de saúde pública, com mais de 2000 casos registrados pelos médicos a cada ano (TAKABE et al., 1998). Os pescados mais citados são a cavala, o salmão, o bacalhau, o arenque e a lula (TAKABE et al., 1998; WEIR, 2005). Especificamente para difilobotríase é citado como mais contaminado o salmão (NAWA, 2004). As reações alérgicas da anisaquidose são mais preocupantes, podendo surgir dentro de 15 minutos após a ingestão, com tempo médio de 5 horas e podendo ser caracterizadas por urticária, bronco-espasmo, angioedema e anafilaxia (CABRERA; TRILLO-ALTAMIRANO, 2004; WEIR, 2005). Cerca de 97% das manifestações digestivas são problemas gástricos agudos, como grave dor 29 epigástrica duas a cinco horas após a ingestão, náuseas e vômitos, às vezes com eliminação da larva pelo vômito (TAKABE et al., 1998; CABRERA; TRILLOALTAMIRANO, 2004; WEIR, 2005). Pode aparecer dor abdominal e diarréia, como característica desta fase aguda, evoluindo, na fase crônica, para ulcerações ou tumores similares a câncer (CABRERA; TRILLO-ALTAMIRANO, 2004). São citadas ainda possibilidades de reações em pulmão, fígado e pâncreas (CABRERA; TRILLO-ALTAMIRANO, 2004). A difilobotríase é mais associada ao consumo de pescado de água doce, também cru ou mal cozido (DUPOUY-CAMET; PEDUZZI, 2004; MENGHI et al., 2006). Alguns casos são assintomáticos, enquanto outros apresentam distensão abdominal, flatulência, náuseas e diarréia (MENGHI et al., 2006). Pode ocorrer anemia megaloblástica, porque o parasita concorre com o hospedeiro pela absorção de vitamina B12 (MENGHI et al., 2006). No Brasil, especificamente na cidade de São Paulo, um laboratório contabilizou 21 casos de difilobotríase no período de março de 2004 a março de 2005, todos associados ao consumo de sushis e sashimis (EDUARDO et al., 2005). Os procedimentos, em congelamento, ou aquecimento, alteram o paladar da preparação (TAKABE et al., 1998). No entanto, a população precisa ser informada dos riscos de consumo do pescado cru ou mal cozido, para que possa selecionar com cuidado o local de aquisição e/ou consumo de tais pescados. Como a presença dessas contaminações está aumentando, é importante que a busca pelo parasita seja incluída nas rotinas de fiscalização de estabelecimentos que comercializam a matéria- prima e as respectivas preparações. 8 Doenças transmitidas por alimentos As doenças transmitidas por alimentos (DTAs) configuram um termo genérico, aplicado a uma síndrome geralmente constituída de anorexia, náuseas, vômitos e/ou diarréia, acompanhada ou não de febre, atribuída à ingestão de alimentos ou água contaminados. Pode ocorrer, ainda, afecções extraintestinais em diferentes órgãos e sistemas, como: meninges, rins, fígado, sistema nervoso central, terminações nervosas periféricas e outros, de acordo com o agente envolvido. Sob o aspecto etiológico podem ser causadas por toxinas, bactérias, vírus, parasitas e substâncias tóxicas (BRASIL, 2005). Relatos referentes a estudos realizados pelo Center for Disease Control (CDC) indicam que doenças transmitidas por alimentos são causadas por bactérias patogênicas, tais como a Salmonella spp e o Compylobacter spp,assim como a Trichinella spp, além de outros parasitas, ocasionando, anualmente, cerca de 7000 mortos e entre 24 e 81 milhões de casos de diarréia (WHO, 1997). Nos Estados Unidos, as perdas econômicas associadas com estas enfermidades são elevadas, sendo estimadas entre 5 a 17 bilhões de dólares (IAEA, 2007). Em documento elaborado pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial – SENAC (2001) são compiladas as características dos principais agentes de doenças transmitidas por alimentos. Vibrio parahaemolyticus Fonte: Ocorre naturalmente em estuários e ao longo de outras áreas litorâneas na maior parte do mundo. Contaminação: Os frutos do mar contaminados são os responsáveis pela disseminação. Alimentos: Frutos do mar, especialmente os ingeridos crus ou mal cozidos. A contaminação cruzada pode originar problemas em outras preparações cozidas adequadamente e recontaminadas (risoto de camarão, por exemplo). Infecção: Os sintomas mais comuns são diarréias, dores abdominais, náuseas, vômitos e cefaléia. O período de incubação é de 12 a 18 horas. Características: Os víbrios são bacilos Gram-negativos, pleomórficos, curvados ou retos, móveis, catalases e oxidases positivos, anaeróbios facultativos e são extremamente sensíveis às temperaturas de cocção (GERMANO; GERMANO, 2004). Esta bactéria cresce na faixa de 5oC a 43oC, dependendo do pH do meio de cultura (FRANCO; LANDGRAF, 2005). Escherichia coli Fonte: Fezes do homem e de animais de sangue quente, água dos rios, lagos, nascentes e poços. Contaminação: Ocorre contaminação cruzada entre alimentos crus com alimentos cozidos, utensílios não desinfetados, mãos não higienizadas entre a manipulação de gêneros diferentes de alimentos e após utilizar o banheiro. Alimentos: Água, hortaliças regadas com água contaminada, carnes, aves, pescados, verduras e legumes crus, ou mal cozidos, saladas, maionese, purê de batata, massas frescas, sobremesas (doces de frutas manipulados), farofa, leite e queijos. Infecção: E. coli entero patogênica (criança) e E. coli enteroinvasora – incubação de 12 a 72 h, com diarréia, vômito, febre, mal estar e calafrios. E. coli enterohemorrágica – incubação de 12 a 72 horas com diarréia sanguinolenta, vômito, febre, cólica, mal estar e calafrios. A E. coli enterotoxigênica produz uma toxina termoestável ou termolábel, sendo que ambas podem ser produzidas pelo mesmo germe. É a causa principal da diarréia infantil e dos viajantes em alguns países subdesenvolvidos. Incubação de 8 a 72 horas. Características: A E. coli é uma enterobactéria Gram-negativa, catalase positiva e oxidase-negativa, não esporogênica, capaz de fermentar lactose com produção de ácido e gás. É um mesófilo típico capaz de se desenvolver entre 7oC e 46oC, sendo 37oC a temperatura ótima, embora existam cepas que possam se multiplicar a 4oC. Não apresenta termo resistência, sendo destruído a 60oC, em poucos segundos, mas é capaz de resistir por longo tempo em temperaturas de refrigeração (GERMANO; GERMANO, 2004; FRANCO; LANDGRAF, 2005). Salmonella spp Fonte: Trato intestinal do homem e dos animais doentes ou portadores. Contaminação: Falta de higiene pessoal, contaminação cruzada e na presença de insetos, águas contaminadas. Alimentos: Produtos de origem animal (carnes, aves, ovos e leite) e vegetais crus. Infecção: O período de incubação varia de 8 a 22 horas, com náuseas, vômitos, dores abdominais com diarréia, podendo haver febre ou não. Características: Bacilos pequenos, móveis, curtos, fermentadores de glicose com produção de gás, mas que geralmente não fermentam lactose nem sacarose. Todo sorotipo de salmonela é potencialmente patogênico (DIAS, 1998). Bacillus cereus Fonte: Solo, água e superfície de grãos de cereais e vegetais. Contaminação: Através da poeira e sujidades. Alimentos: Arroz cozido ou frito, alimentos prontos e sobremesas à base de cereais ou amido. Infecção: O período de incubação é 1 a 6 horas. O tipo emético causa intoxicação alimentar e o tipo clássico ou diarréico causa infecção intestinal com fortes diarréias, vômitos raros e sem febre, sintomas que surgem após 8 a 22 horas. Características: Bacilo esporulado, aeróbico (DIAS, 1998). Staphylococcus aureus Fonte: Encontra-se nas cavidades bucais e nasais do homem e dos animais, bem como na pele e fezes. Contaminação: Disseminação entre os humanos e destes para os alimentos, utensílios e equipamentos. Alimentos: Pratos de carne ou frango cozido (empadões, fricassé), risoto, peru recheado, salsichas, bolos recheados, creme de leite, chantili, queijos (especialmente os tipo frescal), salgadinhos, presuntos, bacon e outros produtos industrializados. Intoxicação: Provocada pela ingestão do alimento com a toxina préformada (ex.: as do tipo A, B, C, D, E, F) chamadas enterotoxinas. O período de incubação médio é de duas a quatro horas. Os principais sintomas são náuseas, vômitos, cólicas abdominais, diarréia e sudorese. Características: São cocos Gram-positivos, anaeróbicos facultativos, pertencentes à família Micrococcaceae; são mesófilos com crescimento entre 7oC e 46oC, sendo 37oC a temperatura ótima de desenvolvimento (FRANCO; LANDGRAF, 2005). Algumas doenças de veiculação alimentar, embora sejam conhecidas, são consideradas emergentes porque estão ocorrendo com maior freqüência, tendo ocasionado surtos epidêmicos em muitos países (OPAS, 1998). Bactérias do gênero 24 Salmonella continuam sendo uma das principais causas de surtos, sobretudo nos países de renda mais baixa, não podendo ser esquecida a epidemia de cólera que provocou mais de 1,3 milhões de casos, dos quais 11.500 foram fatais (OPAS, 1998). No Brasil, dentre as internações nos hospitais do Sistema Único de Saúde no período de 1998 a 2001, 4.5-4.8% foram diagnósticos de infecções intestinais como cólera, febre tifóide, shigelose, amebíase, entre outras, com número de internações variando de 560.905 a 568.516, acarretando um custo para o país entre R$ 74.077.652,05 e 108.113.751,84. Estas doenças representaram cerca de 50% do total de internações por doenças infecciosas e parasitárias neste período (TOLEDO; VIANNA, 2002). A qualidade global de um alimento é determinada por diversos fatores ou parâmetros, incluindo características ou atributos de natureza física, química, nutricional, organoléptica e química biológica. Restringindo-se exclusivamente ao aspecto microbiológico, o exame de um determinado alimento fornecerá informações importantes, sobre a qualidade da matéria-prima utilizada, higiene e sanificação da manipulação e, ao longo do processamento, adequação das técnicas utilizadas na preservação do produto e a eficiência das operações de transporte e armazenamento do produto final. Nestas condições, em função da avaliação microbiológica do produto, será possível uma estimativa da sua vida útil ou de sua vida de prateleira, bem como, pela pesquisa de microrganismos patogênicos ou indicadores de contaminação fecal, será positivada ou não a existência de risco à saúde pública advindos de seu consumo. 9 Tecnologias de Conservação Conservação por congelação O tempo de vida útil do peixe congelado depende, entre outros, do tipo de peixe, das suas características, do método usado para a sua congelação, das temperaturas de armazenamento e das flutuações de temperatura (Gokoglu & Yerlikaya, 2015). Os APC, congelados, como no caso do sushi, exigem uma preparação e um processamento prévio à congelação, o que pode aumentar a contaminação microbiana. Para minimizar as contaminações microbianas, as Boas Práticas de Higiene e Manipulação, a aplicação dos planos HACCP e o controlo da temperatura, bem como a taxa de congelação são de extrema importância (Fellows, 2009; Bremer & Ridley, 2004). Conservação por embalagemem atmosfera protetora O peixe e o marisco usados na confeção do sushi são alimentos altamente perecíveis e a sua deterioração deve-se maioritariamente há presença de microrganismos. Foi demostrado que os produtos da pesca embalados em atmosfera protetora tinham um tempo de vida útil mais alargado e a sua deterioração por causas microbianas eram menores ou inibidas. A deterioração do peixe e do marisco resulta de alterações causadas pela oxidação dos lípidos, de reações enzimáticas e da atividade microbiana. O ratio de deterioração do peixe depende muito da temperatura à qual este está exposto e pode ser retardado se o pescado for mantido a temperaturas mais baixas (Sivertsvik et al., 2002a & Sivertsvik et al., 2002b). Os três principais gases utilizados nesta tecnologia de embalagem são o oxigénio (O2), o dióxido de carbono (CO2) e o azoto (N2). Na carne e no peixe, usa-se preferencialmente uma mistura de 30 a 60% de CO2 sendo a mistura completada com N2 (70 ou 40%). Para alimentos sensíveis ao O2, uma combinação de N2 e O2 é usada. Nos vegetais e frutas é usada uma concentração de 5% de CO2 e O2 sendo a restante preenchida por N2 (Sivertsvik et al., 2002b). 10 Segurança alimentar x consumo de sushi A segurança alimentar integra o conjunto de direitos que defendem a qualidade de vida e pressupõe o fim da exclusão econômico-social (DIAS, 2002). A segurança alimentar qualitativa pode ainda ser entendida como a aquisição pelo consumidor de alimentos de boa qualidade, livres de contaminantes de natureza química (pesticidas), biológica (organismos patogênicos), ou qualquer substância que possa acarretar problemas à saúde (SPERS; KASSOU, 1996). Embora o Brasil seja um dos maiores produtores de alimento do mundo, parcela significativa da população não tem acesso aos alimentos básicos necessários para a vida cotidiana. A Lei Orgânica de Saúde n° 8.080, de 10 de setembro de 1990 (BRASIL, 1990) assegura no seu artigo 61, VIII, que estão incluídas no campo de atuação de Sistema Único de Saúde (SUS): a fiscalização e a inspeção de alimentos, água e bebidas, para consumo humano, bem como o controle e a fiscalização de serviços, produtos e substâncias que, direta ou indiretamente, se relacionem com a saúde, compreendidas todas as etapas e processos, da produção ao consumo. Compete ao Ministério da Saúde, como órgão responsável pela direção nacional do SUS, o papel de controlar e fiscalizar procedimentos, produtos e substâncias de interesse para a saúde, conforme o artigo 16, XII, além de exercer ações de vigilância sanitária em geral, inclusive sobre alimentos, juntamente com os estados e os municípios (DIAS, 2002). O consumo de sushi, deve ser incentivada, pois os pescados configuram alimentos de alto valor nutritivo. Desta forma, faz-se necessário que a segurança alimentar no que concerne à qualidade do alimento ingerido seja garantida nas preparações de sushi e sashimi como preconiza a legislação brasileira vigente. 11 CONCLUSÃO Com a expansão do consumo do sushi, aliado a preocupação com qualidade dos alimentos e riscos de contaminação por agentes veiculadores de doenças de origem alimentar, é importante salientar a importância desse estudo. Os parâmetros microbiológicos preconizados pela legislação brasileira não são suficientes para garantir a inocuidade do sushi, portanto a monitorização dos restaurantes de comida japonesa com a vertente de sushi, é importante e as autoridades competentes deverão ter isso em conta, de modo a evitar possíveis doenças de origem alimentar. O público em geral deverá de estar consciente e informado sobre os potenciais perigos associados ao consumo de sushi. REFERÊNCIAS 1. Barber, K. & Takemura, H. (2002). Sushi – taste and technique. (1sted.). United States: DK Publishing, Inc, 2002. 256p. 2. BARBER, K.; TAKEMURA, H. Sushi – taste and technique. Porto: Civilização Editores, 2008. 256 p. 3. Barboni SAV. Ocorrência de Vibrio spp potencialmente patogênicos em moluscos bivalves comestíveis comercializados nos anos 2000 a 2002 nos municípios da área de influência da Baía de Todos os Santos e Valença, Bahia – Brasil. São Paulo; 2003. [Tese de Doutorado – Faculdade de Saúde Pública (FSP)/USP]. 4. 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