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METABOLISMO I


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Igor De Angeli 
Medicina, 2º Período, 2021/1 
Turma XXVIII 
CONCEITOS BÁSICOS 
 
• Endocrinologia: é a parte da biologia e da 
medicina que estuda o desenvolvimento, as 
funções e as doenças das glândulas 
endócrinas, sendo o sistema endócrino 
formado por diversos órgãos ou tecidos 
localizados em diversas regiões do organismo. 
• Glândula endócrina: órgão que tem função 
produzir uma secreção específica que 
• Funções gerais hormonais: são diversas as 
funções, sendo elas as seguintes: 
 
• Principais glândulas e seus hormônios: 
a) Pineal: melatonina. 
b) Hipotálamo: hormônios trópicos. 
c) Neurohipófise: ocitocina e 
vasopressina. 
d) Adenohiófise: prolactina, GH, 
corticotropina (ACTH), tireotropina 
(TSH), FSH e LH. 
e) Tireoide: triiodotironina, tiroxina e 
calcitonina. 
f) Paratireóide: paratormônio. 
g) Timo: timosina e timopoetina. 
h) Pâncreas: insulina, glucagon e 
somatostatina. 
i) Córtex da adrenal: aldosterona, 
cortisol e andrógenos. 
j) Medula da adrenal: adrenalina e 
noradrenalina. 
k) Rins: eritropoietina e 1,25 
diiroxivitamina D3. 
l) Ovário: estrógeno e progesterona; 
inibina e relaxina. 
m) Tecido adiposo: leptina. 
n) Placenta: estrógeno, progesterona e 
gonadotropina coriônica. 
• Hormônios: substâncias ou moléculas 
produzidas por uma glândula endócrina ou 
em tecidos que apresentam outras funções 
(p. ex., pele, tecido adiposo, placenta etc.) 
Funcionam no organismo como sinais 
químicos e são liberados na corrente 
sanguínea sobre órgãos e tecidos situados à 
distância. 
Pode ter as seguintes comunicações em 
diferentes distâncias: 
a) Autócrino: quando o hormônio produz 
um efeito biológico sobre a mesma 
célula que o libera. 
b) Parácrino: quando o hormônio 
liberado de uma célula exerce um 
efeito biológico sobre uma célula 
vizinha, frequentemente localizada no 
mesmo órgão ou tecido. 
c) Endócrino: quando o hormônio é 
liberado na circulação e, em seguida, 
 
 
 
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Igor De Angeli 
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Turma XXVIII 
transportado pelo sangue para exercer 
um efeito biológico sobre células-alvo 
distantes. 
d) Intrácrino: quando que um hormônio é 
sintetizado e atua intracelularmente na 
mesma célula que o produz (o 
hormônio nem chega ser secretado; 
ele é produzido e atua dentro da 
própria célula). 
- Classificação bioquímica dos hormônios: 
podem ser classificados em: 
è Proteínas (p. ex., corticotrofinas); 
è Peptídeos (p. ex., vasopressina); 
è Monoaminas (p. ex., noradrenalina); 
è Derivados de aminoácidos (p. ex., tri-
iodotironina); 
è Esteroides (p. ex., cortisol) e; 
è Lipídeos (p.ex., prostaglandinas). 
• Controle da secreção hormonal: 
chamamos de retroalimentação ou feedback 
os mecanismos em que um hormônio 
controla sua própria produção e liberação. 
Um exemplo comum, é o eixo hipotálamo-
hipófise-tireoide. Esse controle pode ser 
classificado em: 
è Feedback positivo: o estímulo é 
recebido e amplificado. Um certo 
“hormônio X” aumenta os níveis do 
“componente Y” e o “componente Y” 
estimula a secreção do “hormônio X”, 
conferindo instabilidade. 
 
è Feedback negativo: garante 
estabilidade por manter um parâmetro 
fisiológico dentro da escala normal. Em 
uma alça de retroalimentação negativa, 
o “hormônio A” atua em um ou mais 
órgãos-alvo para induzir uma mudança 
(diminuição ou aumento) nos níveis 
circulantes do “componente B”, e a 
mudança no componente B, por sua 
vez, inibe a secreção do hormônio A. 
 
 
 
 
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Turma XXVIII 
• Classificação dos mensageiros 
extracelulares quanto a natureza química: 
- Hidrossolúveis; 
- Peptídeos e proteínas: o mais comum, é a 
insulina. São hidrossolúveis, produzidos em 
vesículas, possuem meia-vida curta, não 
necessitam de moléculas carreadoras. 
- Derivados de aminoácidos: catecolaminas, 
serotonina e melatonina são exemplos. 
- Lipossolúveis: podem ser esteróides (p. ex., 
o cortisol, aldosterona, testosterona, 
estrogênio e a vitamina D), hormônios 
tireoideanos, eicosanoides e óxido nítrico. 
- Aminas: são derivados de um único resíduo 
de aminoácido, geralmente a tirosina. São 
hidrofílicos, não necessitam de moléculas 
carreadoras e possuem receptores de 
superfície. 
- Hormônios esteroides: são derivados do 
colesterol. São lipofílicos (não são estocados), 
possuem moléculas carreadoras proteicas 
específicas e agem em receptores 
intracelulares (nucleares e citoplasmáticos). 
- Hormônios tireoidianos: constituídos por 
duas tirosinas acopladas e iodadas. Embora 
as tirosinas sejam aminoácidos hidrossolúveis, 
uma vez acopladas e iodadas, perdem o 
caráter hidrossolúvel. Passam a ter algumas 
características comuns dos hormônios 
liposolúveis, como a necessidade de 
transportadores na corrente sanguínea, ação 
em um receptor nuclear e necessitar de 
transportadores para entrar na célula alvo. 
• Receptores: moléculas ou ponto de uma 
molécula ao qual vem ligar-se e interagir 
uma outra molécula, como por exemplo um 
hormônio. Permitem que ocorra a 
comunicação entre as células, sendo 
responsáveis pela transdução de sinal. 
Podem ser intracelulares ou de superfície 
(membrana plasmática). A expressão do 
receptor determina quais células 
responderão a esse estímulo. 
 
• Formas de atuação dos receptores 
intracelulares: ocorre uma ativação do gene 
ligante dependente (ligação ao gene e 
recrutamento de coativadores). Os HRE 
(elementos de resposta ao hormônio) entrarão 
em ação, o que levará a uma repressão do 
gene ligante dependente. 
 
 
 
 
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- Receptores internos: a atuação dos 
hormônios será de natureza lipossolúvel. 
Podem ser nucleares ou citoplasmáticos. São 
capazes de reconhecer e se ligar ao subgrupo 
dos genes que será regulado pelos seus 
ligantes. Os genes alvo contêm sequências 
específicas de DNA que são chamadas de 
elementos responsivos ao hormônio (HRE). 
- Receptores de membrana: esses 
receptores são glicoproteínas integrantes da 
membrana cujo domínio extracelular 
reconhece um ligante. 
As etapas a seguir descrevem o 
funcionamento de receptores de membrana: 
a) A transmissão do sinal se inicia quando 
um ligante extracelular, denominado 
primeiro mensageiro, liga-se a seu 
receptor específico; 
b) Geralmente gera mudança 
conformacional no receptor; 
c) O receptor passa de sua forma inativa 
à ativa e inicia a transdução de sinal 
(várias formas); 
d) Geração de cascata de sinalização; 
e) Formação de segundos mensageiros 
intracelulares; 
f) Atuação sobre proteínas alvo 
(exemplos de proteínas alvo: 
transportadoras, reguladoras da 
expressão gênica, do citoesqueleto e 
reguladoras do ciclo celular e enzimas) 
e; 
g) Provoca uma ação hormonal. 
- Receptores ligados a canais iônicos: há a 
conversão de um hormônio em um sinal 
elétrico. Podem levar à despolarização celular, 
como por exemplo, alguns subtipos de 
receptores de acetilcolina e glutamato que 
abrem canais de sódio ou cálcio. Outro 
exemplo, é o receptor nicotínico da 
acetilcolina. 
- Receptores acoplados a proteína G: 
possuem sete domínios transmembrânicos. 
São assim chamados por ligarem-se a 
nucleotídeos de guanina (GDP e GTP). A 
proteína G são complexos heterotriméricos, 
constituídos por subunidades α, β e γ. 
No estado inativo, a subunidade α está 
acoplada ao GDP, do lado interno da 
membrana plasmática. 
As etapas a seguir descrevem o 
funcionamento de receptores acoplado a 
proteínas G: 
a) Ligação do hormônio; 
b) Mudança conformacional do receptor; 
c) Mudança conformacional da proteína 
G; 
d) Liberação do GDP e ligação do GTP; 
e) Ativação da subunidade α da proteína 
G; 
 
 
 
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f) A subunidade α se desliga das outras 
subunidades; 
g) Asubunidade α liga-se a uma enzima, 
o que pode acarretar estimulação ou 
inibição de sua atividade catalítica; 
h) Essas enzimas catalisam a geração de 
mensageiros intracelulares como 
AMPc, por exemplo, e; 
i) Esses segundos mensageiros 
desencadeiam a ação hormonal. 
A sinalização é terminada quando o hormônio 
é removido e a subunidade α se inativa por 
conversão de seu GTP em GDP; a subunidade 
α mais uma vez se combina com a as beta e 
gama para formar a proteína G trimérica ligada 
a membrana e inativa. As três variações de 
alfa são: 
I. Gαi: inibe a adenililciclase 
(responsável por transformar ATP em 
AMPc) e inibe o AMPc. 
II. Gαs: aumenta a ação da adenililciclase 
aumentando AMPc e aumentando a 
resposta celular. 
III. Gαq: estimula DAG, IP3 e fosfolipase 
C (via cálcio/calmodulina). 
- Receptor tirosina-quinase: apresentam um 
domínio extracelular, um domínio 
transmembranar e uma porção intracelular que 
contém uma enzima chamada tirosinaquinase 
que fosforila resíduos de tirosina (a enzima 
está no receptor e por isso é denominada 
intrínseca). 
A ativação pelo ligante ativa a tirosina quinase, 
que ativa um substrato que vai atuar sobre 
outras proteínas, promovendo a ação celular. 
BIOQUÍMICA 
METABÓLICA 
 
• Taxa Metabólica Basal (TMB): o 
metabolismo basal é o gasto energético 
mínimo para a existência do corpo. Assim, 
mesmo quando a pessoa se encontra em 
completo repouso, uma energia considerável é 
requerida para realização de todas as reações 
químicas do corpo. 
São fatores que influenciam a TMB: idade, 
sexo, peso, genética, temperatura etc. 
• Termogênese: é o processo de produção e 
regulação de calor nos organismos. Pode ser 
induzida por dieta. 
- Termogênese induzida por dieta: quando 
há ingestão de alimentos, a produção de calor 
pelo corpo aumenta para valores acima dos 
níveis basais. Essa energia é chamada de 
termogênese induzida pela dieta (TID). Essa 
TID determina o gasto de energia necessária 
para a digestão, absorção, metabolismo, 
excreção e armazenamento dos nutrientes, 
além do aumento da atividade metabólica. 
• Trifosfato de adenosina (ATP): as células 
heterotróficas obtêm energia livre de forma 
química pelo catabolismo de moléculas de 
nutrientes, e elas usam essa energia para 
fazer ATP a partir de ADP e Pi. O ATP doa 
 
 
 
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parte da sua energia química para processos 
endergônicos como a síntese de 
intermediários metabólicos e de 
macromoléculas a partir de precursores 
menores, para o transporte de substâncias por 
meio de membranas contra gradientes de 
concentração, e para o movimento mecânico. 
 
• Glicólise: uma molécula de glicose é 
degradada em uma série de reações 
catalisadas por enzimas, gerando duas 
moléculas do composto de três átomos de 
carbono, o piruvato. Durante as reações 
sequenciais da glicólise, parte da energia livre 
da glicose é conservada na forma de ATP e 
NADH. 
- Etapas da glicólise: 
a) Ocorre a fosforilação da glicose e sua 
conversão em gliceraldeído-3-fosfato 
na seguinte sequência: 
1. Ocorre a conversão de glicose-
6-fosfato a frutose-6-fosfato. 
2. Ocorre a fosforilação da 
frutose-6-fosfato a frutose-1,6-
bifosfato. 
3. A clivagem da frutose-1,6-
bifosfato permite a 
interconversão das trioses-
fosfato, que resulta na 
formação do gliceraldeído-3-
fosfato. 
b) Formado o gliceraldeído-3-fosfato, há 
início a fase de pagamento. Essa etapa 
inclui fases de fosforilação que 
conservam energia, nas quais partes 
da energia química da molécula da 
glicose é conservada na forma de ATP 
e NADH, e que ocorre na seguinte 
sequência: 
1. Ocorre a oxidação do 
gliceraldeído-3-fosfato a 1,3-
bifosfatoglicerato. 
2. Ocorre a transferência de grupo 
fosforil de 1,3-bifosfoglicerato a 
ADP. 
3. Ocorre a conversão de 3-
fosfoglicerato a 2-
fosfoglicerato. 
4. Ocorre a desidratação de 2-
fosfoglicerato e 
fosfoenolpiruvato e, por fim; 
5. Ocorre a transferência de um 
grupo fosforil do 
fosfoenolpiruvato para ADP. 
 
 
 
 
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Em resumo, a glicólise, na sua fase de 
pagamento, forma 4 ATP`s e 2 NADH. Porém, 
na fase preparatória há o consumo de 2 ATP`s. 
Logo, o saldo energético da glicólise são 2 
ATP`s e 2 NADH. 
• Gliconeogênese: converte em glicose o 
piruvato e os compostos relacionados, com 
três e quatro carbonos. Os precursores 
importantes da glicose em animais são 
compostos de três carbonos como o lactato, o 
piruvato e o glicerol, assim como certos 
aminoácidos. 
• Ciclo de Cori: é a gliconeogênese pelo 
lactato. O lactato produzido pela glicólise 
anaeróbia no músculo esquelético retorna 
para o fígado e é convertido a glicose, que 
volta para os músculos e é convertida a 
glicogênio. 
 
• Ciclo de Krebs: é uma via catabólica central 
por meio do qual os compostos derivados da 
degradação de carboidratos, gordura e 
proteínas são oxidadas a CO2, com maior 
parte da energia da oxidação temporariamente 
armazenada nos transportadores de elétrons 
FADH2 e NADH. 
A acetil-CoA entra no ciclo do ácido quando a 
citrato-sintase catalisa sua condensação com 
o oxaloacetato para a formação de citrato. 
Em sete reações sequenciais, incluindo duas 
descarboxilações, o ciclo do ácido cítrico 
converte citrato a oxaloacetato e libera dois 
CO2. Para cada acetil-CoA oxidada pelo ciclo 
do ácido cítrico, o ganho de energia consiste 
em 3 moléculas de NADH (2,5 ATP`s 
formados), 1 de FADH2 (1,5 ATP formado) e 1 
nucleosídeo trifosfatado (ATP ou GTP). 
- Etapas do Ciclo de Krebs: 
I. Ocorre a formação do citrato. 
II. Ocorre a formação de isocitrato via cis-
aconitato. 
III. Ocorre a oxidação do isocitrato a a-
cetoglutarato e CO2 (sai 1 molécula de 
CO2 e 1 NADH). 
IV. Ocorre a oxidação do α-cetoglutarato a 
succinil-CoA e CO2 (também sai 1 
molécula de CO2 e 1 NADH). 
V. Ocorre a conversão de succinil-CoA a 
succinato. 
VI. Ocorre a oxidação do succinato a 
fumarato. 
 
 
 
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VII. Ocorre a hidratação do fumarato a 
malato. 
VIII. Ocorre a oxidação do malato a 
oxaloacetato. 
 
 
• Cadeia respiratória ou fosforilação 
oxidativa: é a culminação do metabolismo 
produtor de energia em organismos 
aeróbios. Todos os passos oxidativos na 
degradação de carboidratos, gorduras e 
aminoácidos convergem para esse estágio 
final da respiração celular, onde a energia da 
oxidação governa a síntese de ATP. 
- Etapas da cadeia respiratória ou 
fosforilação oxidativa: 
I. Ocorre a entrada de elétrons, 
derivados da ação das 
desidrogenases. 
II. Desigrogenases ligadas a nucleotídeos 
de nicotinamida catalisam reações 
reversíveis dos seguintes tipos gerais: 
 
 
III. Desidrogenases ligadas ao NAD+ 
removem dois átomos de hidrogênio de 
seus substratos. 
IV. O NADH carrega elétrons das reações 
catabólicas até seu ponto de entrada 
na cadeia respiratória, o complexo da 
NADH-desidrogenase. 
V. Os elétrons passam por uma série de 
carregadores ligados à membrana, 
ondem ocorrem: 
è Transferência direta de elétrons, como 
na redução de Fe3+ a Fe2+. 
è Transferência na forma de um átomo 
de hidrogênio. 
è Transferência como um íon hidreto 
(H2), que tem dois elétrons. 
VI. Os carregadores de elétrons atuam em 
complexos multienzimáticos. 
 
 
 
 
 
 
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PÂNCREAS ENDÓCRINO 
 
• Função: por ser uma glândula mista, é 
responsável pela produção de enzimas 
digestivas (ou secreções exócrinas), 
secretadas na luz do duodeno, como a 
produção de hormônios (ou secreções 
endócrinas), secretados no interstício, de onde 
alcançam a circulação sanguínea. 
• Insulina: a insulina é um hormônio peptídico 
constituído por duas cadeias de resíduos de 
aminoácidos,sendo a sua síntese iniciada no 
R.E.R das células β, constituindo-se assim, a 
pré-proinsulina, que originando a insulina, é 
transportada pelo complexo de Golgi e 
empacotada em grânulo, originando a insulina 
e o peptídeo C (conecta as cadeias A e B). 
 
A deficiência de peptídeo C no sangue indica 
uma produção deficitária de insulina no 
metabolismo. 
Já a secreção da insulina inicia-se a partir da 
glicose, que ao ser transportada pelo GLUT2 
para a célula B, através de ação da 
hexoquinase e glicoquinase, produz a glicose-
6-fosfato, que sofre transformação e leva a 
metabolização da glicose. Essa metabolização 
leva a formação de ATP e o aumento da 
relação ATP/ADP, promovendo o fechamento 
dos canais de potássio ATP-dependentes, que 
permitem a abertura dos canais de cálcio, que 
ativam enzimas da célula B, que expressam 
fosfolipase D (PDL), adenilciclase (AC), 
fosfolipase C (PLC) e fosfolipase A2 (PLA2), 
que juntas promovem a entrada do cálcio no 
meio intracelular, facilitando a ligação da 
calmodulina, formando Ca2+ - CaM. Ca2+ - 
CaM ativam PKA dependente de CaM, que 
junto com PKC e PKA, induzem a fosforilação 
de partes do citoesqueleto, para aí então, 
permitir a exocitose dos grânulos de insulina. 
 
 
 
 
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• Controle da secreção da insulina: é feita 
fundamentalmente pela glicose circulante. O 
aumento da glicemia causa elevação da 
secreção de insulina, a qual, agindo nos 
diferentes tecidos do organismo, eleva o 
transporte de glicose para os mesmos tecidos, 
diminuindo a glicemia. Com a redução desta, 
desaparece o estímulo secretório e 
consequentemente decresce a secreção do 
hormônio. 
• Ação da insulina no receptor: ocorre uma 
ligação da insulina à subunidade alfa do IR, o 
que provoca uma autofosforilação da tirosina 
quinase ligada à subunidade beta do IR, onde 
há liberação do sítio catalítico, permitindo a 
fosforilação de substratos do receptor de 
insulina (IRS), onde há ativação da enzima 
fosfatidilinositol-3-quinase (PI3K) que atua na 
membrana transformando PIP2 em PIP3, onde 
este ativa a PDK, que por sua vez, ativa PKB 
(proteína quinase B) que promove a 
translocação de vesículas através do GLUT 4. 
 
 
 
• Ação da insulina no metabolismo de: 
a) Carboidratos: os efeitos da insulina no 
metabolismo da glicose promovem seu 
armazenamento e são mais 
proeminentes em três tecidos: fígado, 
músculo e tecido adiposo. No fígado e 
no músculo, a insulina aumenta a 
síntese de glicogênio. No músculo e no 
tecido adiposo, a insulina aumenta a 
captação de glicose por aumentar o 
número de transportadores de glicose 
(GLUT-4) na membrana da célula. 
Assim, a administração intravenosa de 
insulina causa uma diminuição 
imediata na concentração de glicose 
no sangue. No fígado, a insulina 
diminui a produção de glicose por inibir 
a glicogenólise e a gliconeogênese. 
b) Lipídios: a insulina diminui os níveis de 
ácidos graxos livres circulantes por 
inibir a atividade da lipase sensível a 
hormônio, a qual degrada 
triacilgliceróis no tecido adiposo. A 
insulina age promovendo a 
desfosforilação e, portanto, a 
inativação da enzima. Além disso, a 
insulina promove o aumento na síntese 
de triacilgliceróis, fornecendo o 
substrato glicerol-3-fosfato para a 
síntese destes. 
c) Proteínas: estimula a entrada de 
aminoácidos nas células e a síntese de 
proteínas. 
 
 
 
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• Resistência à insulina: incapacidade dos 
tecidos-alvo periféricos de responder de 
modo apropriado a concentrações 
circulantes normais de insulina. Para 
manter o estado de euglicemia, o pâncreas 
compensa pela secreção de quantidades 
aumentadas de insulina. 
À medida que a resistência à insulina aumenta, 
verifica-se o desenvolvimento de 
comprometimento da tolerância à glicose. Por 
fim, a falência ou a exaustão das células B do 
pâncreas resulta em secreção diminuída de 
insulina. A combinação de resistência à 
insulina e comprometimento da função das 
células B caracteriza o diabetes tipo 2 clínico. 
• Glucagon: é um hormônio peptídico 
produzido nas células A das ilhotas 
pancreáticas. 
Sua síntese inicia-se quando, após a 
transcrição do gene, o seu mRNA é traduzido 
no R.E.R., formando-se inicialmente o pré pró-
glucagon, que origina o pró-glucagon. Durante 
o transporte dessa molécula através do 
complexo de Golgi para ser empacotada no 
grânulo, o pró-glucagon é clivado, dando 
origem a várias sequências peptídicas, entre 
as quais o glucagon que permanece 
armazenado até que a exocitose seja 
deflagrada. 
• Controle da secreção do glucagon: a sua 
secreção é estimulada pela glicemia. Contudo, 
o aumento da concentração de glicose no 
sangue inibe a secreção do glucagon. Do 
mesmo modo que as células B, as A 
expressam canais de KATP, e o aumento do 
metabolismo da glicose leva ao fechamento 
desses canais e a despolarização dessas 
células. 
O controle dessa secreção é realizado por 
incretinas, que são hormônios produzidos pelo 
trato gastrointestinal, que estimulam a 
secreção de insulina. O hormônio incretina 
peptídeo 1 tipo glucagon (GLP-1), além de 
estimular a secreção de insulina, suprime a 
liberação de glucagon. 
• Ação do glucagon no metabolismo de: 
a) Carboidratos: a administração 
intravenosa de glucagon leva a um 
aumento imediato na glicemia. Isso 
resulta de um aumento na degradação 
do glicogênio hepático (não do 
muscular) e de um aumento na 
gliconeogênese. 
b) Lipídios: o glucagon ativa a lipólise no 
tecido adiposo. Os ácidos graxos 
liberados são captados pelo fígado e 
oxidados a acetil-CoA, à qual é usada 
para síntese de corpos cetônicos. 
c) Proteínas: aumenta a captação de 
aminoácidos pelo fígado, resultando 
em aumento na disponibilidade de 
esqueletos carbonados para a 
gliconeogênese. 
• Tipos de diabetes: a diabetes é uma doença 
metabólica crônica caracterizada pelo 
 
 
 
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aumento dos níveis de açúcar/glicose no 
sangue. 
- Diabetes mellitus tipo 1 (DM1): é uma 
doença autoimune, poligênica, decorrente de 
destruição das células β pancreáticas, 
ocasionando deficiência completa na 
produção de insulina. É mais frequentemente 
diagnosticado em crianças, adolescentes e, 
em alguns casos, em adultos jovens, afetando 
igualmente homens e mulheres. Subdivide-se 
em DM tipo 1A e DM tipo 1B. 
- Diabetes mellitus tipo 2 (DM2): é a mais 
comum. Possui etiologia complexa e 
multifatorial, envolvendo componentes 
genético e ambiental. Geralmente acomete 
indivíduos a partir da 4ª década de vida. Trata-
se de doença poligênica, com forte herança 
familiar. Na maioria das vezes é assintomática 
ou oligossintomática por longo período. Com 
menor frequência, indivíduos com DM2 
apresentam sintomas clássicos de 
hiperglicemia (poliúria, polidipsia, polifagia e 
emagrecimento inexplicado). 
 
 - Diabetes mellitus gestacional: consiste em 
condição diabetogênica, uma vez que a 
placenta produz hormônios hiperglicemiantes 
e enzimas placentárias que degradam a 
insulina, com consequente aumento 
compensatório na produção de insulina e na 
resistência à insulina, podendo evoluir com 
disfunção das células β. 
- Diabetes insipidus: é uma doença rara que 
leva a uma alteração no mecanismo de 
excreção e retenção de água, cursando com 
poliúria, polidipsia e baixa densidade urinária. 
Pode ser causada pela secreção e síntese 
deficiente do hormônio antidiurético (ADH) ou 
pela incapacidade tubular renal em responder 
a esse hormônio. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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EIXO HIPOTÁLAMO-
HIPOFISÁRIO 
 
• Conceito: é a integração das funções do 
hipotálamo e da glândula hipófise,que 
permite o controle dos sinais nervosos que 
chegam até o hipotálamo interfiram com sinais 
hormonais na glândula pituitária e controlem 
seu ritmo de produção hormonal, acarretando 
efeitos sistêmicos. 
 
• Hipotálamo: região do cérebro envolvida na 
coordenação das respostas fisiológicas de 
diferentes órgãos que, em seu conjunto, 
mantêm a homeostasia (fome, sede, sexo). 
Integra os sinais provenientes do ambiente, de 
outras regiões do cérebro e de aferentes 
viscerais e, a seguir, estimula as respostas 
neuroendócrinas apropriadas. 
- Tipos celulares hipotalâmicos: há dois 
tipos de neurônios encontrados no hipotálamo, 
são eles: 
a) Magnocelulares: sai do núcleo do 
hipotálamo → infundíbulo → neuro-
hipófise → secreção de ADH e 
ocitocina → circulação sanguínea → 
células alvo. 
b) Parvicelulares: sai do núcleo do 
hipotálamo → eminência média → 
sistema porta-hipofisário → adeno-
hipófise → circulação sanguínea → 
células alvo. 
- Hormônios hipotalâmicos: são eles: 
a) TRH: estimula a síntese e liberação do 
hormônio tireotrófico (TSH) e 
prolactina. 
b) GnRH: estimula a síntese e liberação 
dos hormônios gonadotróficos folículo 
estimulante (FSH) e luteinizante. 
c) Somatostatina (SS ou GHRIH): inibe a 
síntese e liberação do GH e do TSH. 
d) CRH: estimula a síntese e liberação da 
corticotrofina (ACTH). 
e) GHRH: estimula síntese e liberação de 
GH. 
f) Dopamina: inibe a liberação de 
prolactina (Prl). 
• Hipófise: também chamada de glândula 
pituitária, é uma pequena estrutura endócrina 
que possui dois componentes: adeno-hipófise, 
componente epitelial, e neuro-hipófise, uma 
estrutura neural (armazena ADH e Ocitocina). 
Todas as funções endócrinas da glândula 
pituitária são reguladas pelo hipotálamo e por 
alças de retroalimentação positiva e negativa. 
- Tipos celulares hipofisários: há cinco tipos 
celulares encontrados no hipotálamo, são 
eles: 
 
 
 
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a) Somatotrofos: são acidófilos e 
secretam o hormônio do crescimento 
(GH). 
b) Lactotrofos: também são acidófilos e 
secretam prolactina (PRL). 
c) Tireotrofos: são basófilos e secretam 
o hormônio estimulador da tireoide 
(TSH). 
d) Corticotrofos: são basófilos e 
secretam corticotrofina (ACTH). 
e) Gonadotrofos: são basófilos e 
secretam o hormônio luteinizante (LH) 
e o hormônio folículo-estimulante 
(FSH). 
- Hormônios hipofisários: dividem-se em 
neuro-hipofisários e adeno-hipofisários da 
seguinte forma: 
a) Neuro-hipofisários: encontram-se 
aqui, ocitocina e ADH. 
b) Adeno-hipofisários: encontram-se 
aqui, TSH, GH, ACTH, FSH, LH e Prl. 
• Sistema porta-hipofisário: na eminência 
mediana e nas porções mais superiores da 
haste hipofisária, observa-se uma densa rede 
de capilares, os quais se distribuem formando 
grandes alças, algumas penetrando 
cranialmente na eminência mediana, até as 
proximidades do líquido cerebrospinal do 
terceiro ventrículo, o que sugere possíveis 
trocas de moléculas entre eles. Esses 
capilares drenam para vasos que trafegam por 
toda a haste hipofisária em direção aos 
capilares sinusoides da adeno-hipófise, sendo, 
por essa razão, denominados vasos portais 
longos. 
 
Uma segunda rede de capilares está presente 
nas porções mais ventrais da eminência 
mediana, na haste hipofisária e neuro-hipófise 
(processo infundibular). Essas regiões 
recebem suprimento sanguíneo das artérias 
hipofisárias inferiores e são drenadas por 
capilares portais que se dirigem à adeno-
hipófise, passando pela hipófise intermédia; 
esses capilares, por serem mais curtos que os 
anteriores, são denominados vasos portais 
curtos. 
 
• Hipopituitarismo/Pan-hipopituitarismo: a 
falência da hipófise se manifesta pela 
secreção diminuída ou ausente de um ou mais 
 
 
 
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hormônios hipofisários. O hipopituitarismo é 
um evento primário causado pela destruição 
da adeno-hipófise ou um fenômeno 
secundário, resultante da deficiência de 
fatores estimulantes hipotalâmicos que 
normalmente atuam sobre a hipófise. 
 
TIREOIDE 
 
• Sobre a glândula: possui dois lobos 
lateralizados, direito e esquerdo, estão unidos 
por um istmo de parênquima glandular que se 
apoia frouxamente sobre a traqueia anterior na 
altura da cartilagem cricóide. 
• Tipos celulares: a composição celular da 
glândula tireoide é diversificada, incluindo os 
seguintes tipos de células: 
a) Células foliculares (epiteliais): é a 
unidade funcional da glândula, onde 
ocorre o processo de biossíntese, 
armazenamento e secreção do HT. 
b) Células endoteliais: revestem os 
capilares responsáveis pelo 
suprimento sanguíneo dos folículos. 
c) Células parafoliculares: envolvidas 
na síntese da calcitonina, um hormônio 
que atua no metabolismo do cálcio, em 
resposta ao aumento da calcemia. 
d) Fibroblastos, linfócitos e adipócitos. 
• Hormônios tireoidianos: sabe-se que, 
apesar de não ser produzido na tireoide em si, 
o TSH (hormônio tireotrófico), é o estimulador 
da tireoide, que é regulado pelo hormônio 
hipotalâmico TRH e pelo HT, onde se forma 
uma alça de feedback negativo. Assim, é 
permitido que haja a produção de 3 (três) 
hormônios na glândula tireoide, como: 
a) T3 (triiodotironina) e T4 (tiroxina): os 
hormônios produzidos na tireoide são o 
T3 e o T4, sendo que o T4 é convertido 
em T3 no meio intracelular dos tecidos-
alvo e/ou na escassez de iodo. 
b) Calcitonina: também produzido na 
tireoide, tem como função diminuir a 
concentração de cálcio no sangue, 
diminuir a absorção de cálcio pelos 
intestinos e impedir a atividade dos 
osteoclastos. 
• Síntese dos hormônios tireoidianos: 
segue a seguinte etapa de formação: 
I. Transporte do iodeto pela captação 
ativa (NIS – sódio-iodeto), 
direcionamento e transporte apical do 
iodo para o lúmen folicular; 
II. Oxidação do iodeto pela 
tireoperoxidade (TPO), catalisado pelo 
peróxido de hidrogênio (H2O2); 
III. Iodação dos resíduos tirosil da 
molécula de tireoglobulina formando 
iodo tirosinas e; 
IV. Acoplamento oxidativo de duas 
iodotirosinas formando iodotironinas 
ainda ligadas à tireoglobulina. 
Vale a pena lembrar que, o T3 é a união de 
uma tirosina MIT e uma DIT. Já T4, pela união 
de duas DIT. 
 
 
 
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• Secreção dos hormônios tireoidianos: 
uma vez liberados na circulação, T4 e T3 se 
ligam, de maneira reversível, a três proteínas 
plasmáticas: globulina ligadora de tiroxina 
(TBG), transtirretina (TTR) e albumina. 
• Células alvo: os hormônios tireoidianos 
exercem variadas funções em órgãos 
distintos, como por exemplo: 
a) Coração: estimula a transcrição do 
retículo sarcoplasmático Ca2+ 
ATPase, aumentando a taxa de 
relaxamento miocárdico diastólico, 
aumenta a expressão de formas 
rápidas de isoformas de cadeia 
pesada de miosina (α-isoformas), 
auxiliando no aumento da função 
sistólica, altera a expressão dos 
receptores α-adrenérgicos, altera a 
expressão de diferentes isoformas dos 
genes Na+ - K+ ATPase, reduz a 
concentração da proteína inibidora Gi 
α e aumenta as taxas de 
despolarização e repolarização do 
nodo sinoatrial (aumento da 
frequência cardíaca). Essas ações 
levam a mudança na função diastólica 
ventricular, redução da resistência 
vascular periférica e aumento do 
volume intravascular. 
b) Sistema simpático: aumenta o 
número de receptores β-adrenérgicos 
no coração, músculo esquelético, 
tecido adiposos e linfócitos além de 
amplificar a ação das catecolaminas 
no sítio pós-receptor. 
c) Pulmões: mantém as respostas 
ventilatórias à hipóxia e à hipercapnia 
no centro respiratório do tronco 
cerebral e regula as funções 
musculares respiratórias (músculos 
intercostais e diafragma); 
d) Células sanguíneas: regula a 
demanda celular por O2 e,por 
consequência, a regulação da 
produção de eritropoetina e da 
eritropoiese; 
e) Trato gastrointestinal: promove a 
motilidade visceral. 
f) Ossos: estimula a renovação óssea, 
aumento da reabsorção de cálcio e 
formação óssea. 
g) Complexo neuromotor: regula a 
velocidade de contração e 
relaxamento dos músculos e da taxa 
da renovação proteica e inversamente 
proporcional do músculo esquelético; 
h) Fígado: regula a gliconeogênese e a 
glicogenólise. 
i) Hipófise: controla a liberação de GH, 
GnRH, gonadotrofinas, prolactina, e 
ajuda na responsividade do eixo 
hipotálamo-hipófise ao estresse e na 
depuração metabólica do cortisol. 
• Hipotireoidismo: é causado por uma 
falência da tireoide (o mais comum), por uma 
deficiência hipofisária de TSH, por uma 
deficiência hipotalâmica de TRH ou por 
 
 
 
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resistência periférica à ação dos hormônios 
tireóideos. Pode ser classificado em: 
a) Hipotireoidismo primário: 
ocasionado por uma falência da própria 
glândula, mas também pode ocorrer 
devido a doença hipotalâmica ou 
hipofisária (denominado 
hipotireoidismo central). As principais 
etiologias do hipotireoidismo primário 
são: doença autoimune da tireoide, 
também denominada de Tireoidite de 
Hashimoto (caracterizada pela 
presença de autoanticorpos), 
deficiência de iodo e redução do tecido 
tireoidiano por iodo. 
b) Hipotireoidismo central (ou 
secundário): caracteriza-se por 
diminuição da secreção do TSH e, 
subsequentemente, redução da 
liberação dos hormônios da tireoide. 
Resulta de distúrbios da adeno-
hipófise ou do hipotálamo e, algumas 
vezes, pode ocorrer em associação a 
outras anormalidades dos hormônios 
adeno-hipofisários. 
 
 
• Hipertireoidismo: Pode ser classificado em: 
a) Hipertireoidismo primário: pode ser 
considerado primário quando o mau 
funcionamento ocorre na própria 
tireoide (Doença de Plummer). 
b) Hipertireoidismo central: o 
hipertireoidismo secundário é causado 
por um aumento na liberação do 
hormônio tireoidiano pela glândula 
tireoide em resposta a níveis elevados 
de TSH derivados de adenomas 
hipofisários secretores de TSH. Os 
adenomas secretores de TSH 
representam uma pequena fração (1 a 
2%) de todos os adenomas da hipófise 
e resultam em uma síndrome de 
secreção excessiva de TSH. O perfil 
hormonal caracteriza-se pela 
incapacidade de suprimir o TSH, 
apesar dos níveis elevados dos 
hormônios tireoidianos livres (T3 e T4 – 
Doença de Graves). 
 
 
• Tireotoxicose: refere-se às manifestações 
bioquímicas e fisiológicas das quantidades 
excessivas de hormônios tireoidianos, 
 
 
 
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enquanto o termo hipertireoidismo significa 
especificamente o aumento da síntese de 
hormônios da tireoide e sua secreção. 
A tireotoxicose pode ser associada com 
hipertireoidismo ou pode ocorrer na ausência 
de um aumento da secreção hormonal 
tireoidiana. A causa mais comum de 
tireotoxicose é a Doença de Graves, em que 
autoanticorpos podem se ligar e estimular a 
produção tireotropina, também chamado de 
hormônio tireoestimulante ou TSH. Os 
receptores que se encontram na superfície das 
células foliculares da tiroide são estimulados, 
o que resulta em excesso de produção de T3 e 
T4. 
• Iodo: alimentos ricos em iodo são os 
produtos derivados do ambiente marinho. Nas 
regiões próximas ao litoral, acumula-se iodo 
no solo, pela chuva proveniente da 
evaporação da água marítima. Desta maneira, 
frutas e vegetais cultivados nesses locais 
absorvem significativas concentrações de 
iodo. Recomenda-se uma dieta alimentar de 
pelo menos 150 µg/dia para um adulto normal. 
Entretanto, em regiões geográficas com solo 
pobre em iodo, devido à distância do mar 
aliada aos efeitos do desgaste da terra por 
antiguidade, congelamento e lavagem por 
chuvas recorrentes, a ingestão desse 
elemento pode não atingir 10 µg/dia e deve ser 
complementada com sal iodado. A carência 
persistente de ingestão de iodo e consequente 
falta de HT durante o período fetal ocasiona 
um quadro grave de déficit do crescimento e 
do desenvolvimento neurológico, que foi 
denominado cretinismo. 
A principal via de excreção do iodeto é a renal. 
Uma pequena quantidade de iodeto é, 
entretanto, eliminada pela saliva, lágrimas, 
fezes, suor e leite. As vias de excreção são 
importantes em casos em que se realizam 
tratamentos com iodo radioativo.