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TRIGLICERÍDEOS(SUMÁRIO TEÓRICO)

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LABORATÓRIO DE BIOQUÍMICA 
TRIGLICERÍDEOS 
ALGETEC – SOLUÇÕES TECNOLÓGICAS EM EDUCAÇÃO 
CEP: 40260-215 Fone: 71 3272-3504 
E-mail: contato@algetec.com.br | Site: www.algetec.com.br 
 
 
TRIGLICERÍDEOS 
 
 
 
Metabolismo dos triglicerídeos 
 
Os lipídeos plasmáticos de maior importância clínica são os fosfolipídeos, o 
colesterol, os triglicerídeos e os ácidos graxos. Os triglicerídeos são constituídos por três 
ácidos graxos de cadeia longa esterificados em um esqueleto de glicerol e são uma das 
formas de armazenamento energético mais importantes no organismo humano, com 
depósito nos tecidos adiposo e muscular. 
As lipoproteínas permitem a solubilização e o transporte dos lipídeos, que, em 
geral, são substâncias hidrofóbicas no meio aquoso plasmático. Há quatro grandes 
classes de lipoproteínas, que se dividem em dois grupos: 
I. Ricas em triglicerídeos: com tamanho maior e menos densas, representadas 
pelos quilomícrons (origem intestinal) e pelas lipoproteínas de densidade 
muito baixa (VLDL) de origem hepática. 
II. Ricas em colesterol: representadas pelas lipoproteínas de baixa densidade 
(LDL) e de alta densidade (HDL). Há, também, uma classe de lipoproteínas de 
densidade intermediária (IDL) e a lipoproteína (a) [Lp(a)]. 
Os triglicerídeos representam a maioria das gorduras presentes na dieta. Após a 
ingestão alimentar, as lipases pancreáticas hidrolisam os triglicerídeos em ácidos graxos 
livres, monoglicerídeos e diglicerídeos no lúmen intestinal. Estes e outros lipídeos 
oriundos da dieta e da circulação entero-hepática são emulsificados pelos sais biliares, 
formando micelas. A solubilização dos lipídeos sob a forma de micelas auxilia na sua 
movimentação através da borda em escova das células intestinais, facilitando a 
absorção intestinal dos lipídeos da dieta. 
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Após a absorção dos lipídeos pelas células intestinais, as partículas lipídicas, em 
particular os ácidos graxos, são utilizadas na produção de quilomícron, que, por sua vez, 
são secretados pelas células intestinais para o interior do sistema linfático, alcançando 
a circulação por meio do ducto torácico. Na circulação, os quilomícrons são degradados 
pela enzima lipase lipoproteica (LPL), localizada no tecido adiposo e muscular, liberando 
ácidos graxos e glicerol do core e do colesterol não esterificado da superfície dessas 
partículas. 
Após o processo de lipólise, os ácidos graxos são capturados por células 
musculares e adipócitos, sendo estes últimos importantes reservatórios de triglicerídeos 
produzidos a partir de ácidos graxos. Remanescentes de quilomícrons e ácidos graxos 
são capturados pelo fígado, onde serão utilizados para formar VLDL. 
 
Análise pré-analítica de triglicerídeos e preparo dos pacientes 
 
Os quilomícrons não estão presentes nos indivíduos em jejum que não 
apresentam defeitos na síntese ou no catabolismo das lipoproteínas ricas em 
triglicerídeos. Já na ausência de jejum, as concentrações de triglicerídeos podem variar 
de maneira considerável, e seus valores aumentam rapidamente após o consumo de 
alimentos ricos em gorduras, podendo chegar a um pico máximo 4 horas após a ingestão 
alimentar. Os triglicerídeos podem permanecer aumentados por até 8 horas ou mais, 
até que os quilomícrons sejam removidos da circulação. 
Os triglicerídeos devem ser quantificados em indivíduos que apresentam estado 
metabólico estável. Uma variedade de alimentos é capaz de elevar consideravelmente 
as concentrações dos triglicerídeos plasmáticos. Sendo assim, o jejum de 12 a 14 horas 
é recomendado para assegurar a obtenção de uma amostra de modo padronizado, 
evitando-se, dentro dessas horas, o consumo de alimentos sólidos e líquidos, à exceção 
de água. 
A concentração de triglicerídeos sofre influência de: dieta, consumo de álcool, 
variações do peso corporal e atividade física. Os valores dos triglicerídeos em um mesmo 
indivíduo são bastante variáveis na ausência de jejum. 
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 Os triglicerídeos podem ser quantificados em amostras de soro ou plasma, que 
devem ser separadas dentro de 2 horas após a coleta sanguínea e podem ser 
armazenadas por até 3 dias em temperatura entre 2 e 10°C. 
 
Método enzimático 
No mercado, há uma série de métodos que utilizam reações enzimáticas para a 
dosagem dos triglicerídeos, em virtude de serem precisas e de baixo custo. Os métodos 
enzimáticos podem ser facilmente automatizáveis, por meio do uso de amostras de soro 
ou plasma, sem qualquer processo de extração prévia. As amostras de plasma ou soro 
podem conter pequenas concentrações de glicerol livre, podendo aumentar falsamente 
os índices de triglicerídeos. 
Para se obter resultados exatos ou o estabelecimento de materiais de referência 
ou materiais calibradores com rastreabilidade de um método de referência, faz-se 
necessária a realização de um ensaio com branco de glicerol, a fim de medir a 
concentração de glicerol livre, utilizando os mesmos reagentes, com exceção da lipase. 
A diferença entre os ensaios representa a concentração exata de triglicerídeos. 
 
Interpretação de resultados 
 
Os valores dos resultados da quantificação de triglicerídeos podem ser apresentados no 
sistema convencional (mg/dl) ou no sistema internacional de unidades (mmol/l). Para 
converter concentrações obtidas em unidades convencionais para unidades no sistema 
internacional, deve-se multiplicar o valor em mg/dl por 0,0113. 
Segundo as diretrizes do National Cholesterol Education Program (NCEP), a 
concentração normal de triglicerídeos no soro é inferior a 150mg/dl, moderadamente 
elevada entre 150 e 199mg/dl, elevada entre 200 e 499mg/dl e extremamente elevada 
quando igual ou superior a 500mg/dl. 
Já as Diretrizes Brasileiras de Dislipidemias e Prevenção da Aterosclerose 
consideram que os valores desejáveis devem ser inferiores a 150mg/dl em jejum e a 
175mg/dl sem jejum. A hipertrigliceridemia isolada pode ser definida a partir do 
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aumento isolado dos triglicerídeos (≥ 150mg/dL ou ≥ 175mg/dL, se a amostra for obtida 
sem jejum). 
A concentração de triglicerídeos pode estar elevada em indivíduos com diabetes, 
síndrome nefrótica, pancreatite, hiperlipemia e doenças ateroscleróticas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
 
 
FALUDI, A. A. et al. Atualização da diretriz brasileira de dislipidemias e prevenção da 
aterosclerose. Arquivos Brasileiros de Cardiologia, v. 109, p. 1-76, 2017. 
 
NATIONAL CHOLESTEROL EDUCATION PROGRAM (NCEP). Expert Panel on Detection, 
and Treatment of High Blood Cholesterol in Adults. Third report of the National 
Cholesterol Education Program (NCEP) Expert Panel on detection, evaluation, and 
treatment of high blood cholesterol in adults (Adult Treatment Panel III). Circulation, v. 
106, n. 25, 17 dez. 2002. Disponível em: 
https://www.ahajournals.org/doi/10.1161/circ.106.25.3143. Acesso em: 14 jul. 2021. 
 
 
 
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