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Catalisadores heterogêneos Desativação de catalisadores Fogler 3ª edição Catalisadores heterogêneos Um catalisador comercial deve ser: • Ativo • Seletivo • Estável em relação às condições térmicas do processo e à natureza do substrato • Suficientemente resistente ao atrito • Possuir uma atividade longa (vida útil longa) ou de fácil regeneração Catalisadores industriais A maioria têm em sua composição pequenas concentrações de constituintes que conferem estabilidade térmica, seletividade ou atividade ao catalisador. Uma pequeníssima minoria é feita de substância pura, como por exemplo: platina para hidrogenação, óxido de cobre para desidrogenação e alumina para desidratação. Catalisadores industriais Outros catalisadores são depositados sobre materiais geralmente inertes (suportes) que lhe conferem: Maior resistência mecânica Permitem distribuição homogênea de um componente ativo caro sobre uma grande superfície de um material barato. Melhor dissipação do calor Exemplos: Cobalto sobre sílica – usado na reforma do etanol Platina/Níquel alumina – usado na reforma do metano Suportes de catalisadores A função mecânica do suporte é servir de base ou estrutura para o componente catalítico. Além disso, outros efeitos desejáveis do suporte podem ser: a) Produzir maior área exposta para o agente ativo. b) Aumentar a estabilidade do catalisador mantendo os cristais do material ativo longe uns dos outros, evitando assim a sinterização e consequentemente perda de atividade. c) Complexar quimicamente o suporte com a massa ativa, obtendo maior atividade por unidade de área. Exemplo: alumina depositada por co-precipitação sobre a sílica. A sílica é totalmente inerte para o craqueamento catalítico. O material co-precipitado é altamente ativo, por ter uma estrutura superficial fortemente ácida. Suportes de catalisadores d) Aumentar a atividade por aumento da acessibilidade do substrato aos agentes ativos depositados no suporte poroso. e) Proteger o catalisador de venenos. Em alguns casos o suporte, devido à sua grande superfície, adsorve preferencialmente venenos que iriam desativar o constituinte ativo. f) Catalisar um dos passos nas reações que se processam por mecanismo de ação dupla. g) Dissipar o calor nas reações que, por serem fortemente exotérmicas, sinterizariam o constituinte ativo ou alterariam a cinética da reação e a sua seletividade. Propriedades físico-químicas dos suportes Em função das características apresentadas, algumas propriedades devem ser consideradas na escolha dos suportes para catalisadores industriais: a. Possível atividade catalítica do suporte b. Modificação das propriedades do componente suportado pelo suporte c. Área superficial d. Porosidade e. Estrutura f. Calor específico g. Condutividade térmica h. Tamanho da partícula i. Densidade j. Resistência ao atrito, dureza e resistência à compressão k. Estabilidade durante as condições de reação. Como se percebe, a quantidade de variáveis dependentes que devem ser fixadas para a escolha de um bom suporte é grande e, portanto, o material deve ser escolhido criteriosamente, seja de origem natural ou sintética. Em muitas reações o sucesso industrial depende não só da composição química do suporte, mas também da sua forma física final. Incorporação do catalisador ao suporte Existem diversas técnicas de incorporação do metal ativo ao suporte, das quais vamos expor algumas. 1. Impregnação Consiste em impregnar o suporte com uma solução do componente ativo, evaporar o solvente e, em seguida, calcinar, a fim de decompor o sal, depositando assim o metal em toda a superfície do suporte (interna e externa). O suporte poderá se qualquer sólido, poroso ou não, estável em relação à solução do catalisador e em relação à temperatura de trabalho. A quantidade de material poderá ser introduzida por uma única impregnação ou por várias, porém, neste caso, após cada impregnação, o conjunto deverá ser insolubilizado por calcinação. A quantidade de material ativo introduzido em cada impregnação em um grama de suporte pode ser calculada pelo volume do poro e a concentração do catalisador na solução. Neste caso, a equação (Remolo Ciola, pg. 18) permite calcular a concentração do catalisador no material calcinado. Precipitação Envolve a impregnação do material, seguida da precipitação do íon ou íons de interesse com um agente conveniente. A seguir, os outros constituintes da reação são lavados, se necessário, e o material é secado e calcinado. Co-precipitação É uma técnica muito empregada, de ótimos resultados, e é levada a efeito co- precipitando o catalisador e o suporte ao mesmo tempo. Por este processo, geralmente, o produto calcinado é constituído por uma grade mista. Exemplo: sílica-alumina, níquel alumina, etc. Mistura mecânica ou solução sólida Em alguns casos, quando existe dificuldade de solubilizar os constituintes do catalisador, estes podem ser misturados mecanicamente com o suporte ou com os sais que são empregados na sua preparação. Geralmente a mistura é feita com sais hidratados em presença de muito pouca água. O grau de dispersão obtido não é muito alto. Adsorção em fase vapor Raramente usada, é empregada quando se quer impregnar um suporte com um catalisador volátil. Exemplos: AlCl3 sobre bauxita ou alumina Sódio sobre alumina Adsorção em fase líquida É usada quando o componente catalítico pode ser seletivamente adsorvido da solução pela superfície do suporte. Este método ocorre juntamente com a impregnação. A troca iônica, caso particular da adsorção, é empregada, principalmente, para zeólitas sintéticas. Promotores Podem ser usados para melhorar as propriedades do suporte e/ou da fase ativa. Exemplos: Platina como promotor ao catalisador de níquel sobre alumina. Cério como promotor ao catalisador de platina sobre alumina. Desativação de catalisadores A maioria dos catalisadores não mantém suas atividades nos mesmos níveis por períodos indefinidos. Eles estão sujeitos à desativação, que se refere ao declínio da atividade do catalisador a medida que o tempo passa. continuar no quadro em Fogler pg. 580 Revisando: Um bom catalisador tem que reunir algumas propriedades fundamentais e outras consideradas secundárias: Como fundamentais podem ser citadas: 1) Atividade – uma grande atividade implica diretamente em obter uma velocidade de reação elevada, ou seja, mols de produto formado por volume de catalisador por hora; também pode ser expresso como frequência de rotação (moléculas do reagente transformadas por sitio ativo, na unidade de tempo). Normalmente um bom catalisador deve combinar elevadas atividade e produtividade. 2) Seletividade – uma boa seletividade permite obter um bom rendimento do produto desejado e impedir a formação dos indesejáveis. Ser seletivo é direcionar a reação para o mecanismo de interesse e conseguir obter maior quantidade do produto formado, podendo ser expressa em mols de produto desejado por mol de reagente convertido. A alta seletividade reduz o custo de separação, purificação e tratamento dos rejeitos. 3) Estabilidade – uma boa estabilidade do catalisador está relacionada com a quantidade de produto químico processado durante sua vida útil. Atualmente, sabe-se que o catalisador permanece inalterado apenas teoricamente, pois, na realidade durante a sua utilização industrial ocorrem diminuições da atividade e seletividade, ocasionadas pelos seguintes fenômenos: - deposição de coque nos sítios ativos dos catalisadores, pela presença de reações indesejáveis, tais como hidrogenação e polimerização. - ataques aos sítios ativos pelos agentes ácidos (solubilização). - ataques aos sítios ativos por agentes voláteis, como o cloro presente em uma reação de reforma. - recobrimento dos sítios metálicos, ocasionado pela mudança da estrutura cristalina do suporte. - adsorções progressivas de venenos presentes nas impurezas dos reagentes ou produtos formados. Principais fatores que levam à desativação dos catalisadores: Envelhecimento Envenenamento Formação de coque Volatização do catalisador Envelhecimento ou Sinterização do suporte/fase ativa A desativação dos catalisadores é induzida pelo calor e é o resultado da perda da área catalítica devido ao crescimento de cristais na fase ativa, bem como da diminuição de área do suporte devido ao colapso do mesmo. Exemplo: a transformação da alumina a 800°C. Outro efeito térmico é a transformação de fases cataliticamente ativas em outras não ativas como, por exemplo, a transformação de Ni/Al2O3 em NiAl2O4 (aluminato de níquel), onde ocorre a segregação de fases na superfície via mobilidade de espécies, seguida da reação entre as mesmas. Os processos de sinterização normalmente ocorrem a altas temperaturas (acima de 500°C) e são geralmente aceleradas em presença de vapor d'água. Também devem ser considerados o tempo de exposição e a composição da atmosfera (oxidante/redutora) a qual o catalisador é submetido. Sinterização da fase ativa Continuação em Fogler pg. 582 Envenenamento Forte quimiossorção de reagentes, produtos ou impurezas sobre os sítios cataliticamente ativos. Onde os sítios são bloqueados pelos contaminantes prejudicando as ligações e induzindo mudanças na superfície pela redução dos sítios ativos, ou ainda acarretando a formação de compostos quimicamente definidos. Quimissorção de reagentes Continuação em Fogler pg. 586 Formação de coque (fouling) Deposição física de espécies da fase fluída (líquida ou mais comumente gasosa) na superfície do catalisador (tanto suporte como fase ativa), acarretando com isso o bloqueio de poros e de sítios ativos. A continuidade deste processo (heavy fouling) pode levar à desintegração das partículas e ao entupimento do reator; Continuação em Fogler pg. 584 Volatilização de componentes do catalisador É a perda de componentes da fase ativa através da formação de compostos voláteis, tais como carbonilas, óxidos, sulfetos e haletos em meios contendo CO, NO, H2S, HCl, etc. Perda de área ativa por volatização O envenenamento e a volatilização de componentes são fenômenos de natureza química, enquanto que sinterização e deposição de coque têm natureza física! Regeneração do catalisador A regeneração é o processo destinado a recuperar a atividade (ou outra propriedade) original do catalisador desativado, de modo a permitir sua reutilização no processo catalítico. Em relação à regeneração, deve-se observar que um processo só tem sentido quando as causas de desativação são reversíveis, ou seja, os agentes de desativação podem ser removidos ou seus efeitos anulados. Exemplo: A deposição de coque ou carbono pode ser revertida através de sua gaseificação com oxigênio, água ou hidrogênio. Como características secundárias podem-se citar: 1) Morfologia – as características morfológicas externas do catalisador, que são sua forma e sua granulometria, devem atender as necessidades do processo catalítico a que se destina o catalisador preparado. Por exemplo: são recomendados catalisadores esféricos para serem utilizados em um leito turbulento, limitando, assim perdas do material por atrito. Já em um leito fixo podem ser utilizados catalisadores na forma de pastilhas, extrudados cilíndricos ou esferas, desde que apresentem elevada resistência mecânica à compressão. 2) Resistência mecânica – uma boa resistência mecânica engloba elevadas resistências ao atrito, a friabilidade e ao esmagamento, propriedades que permitem ao catalisador resistir, quando no leito catalítico, às diversas ações mecânicas existentes. 3) Estabilidade térmica – em algumas reações endotérmicas ou exotérmicas, uma boa condutividade térmica da massa catalítica permite diminuir o gradiente de temperatura tanto no interior do grão como no leito catalítico, favorecendo as transferências de calor. 4) Regenerabilidade – sabe-se que só teoricamente um catalisador é retirado do reator completamente intacto após o seu tempo de reação. O processo de regeneração ocorre quando o catalisador torna-se ineficiente, ou seja, perde sua atividade ou sua seletividade. Neste caso, ele precisa ser regenerado, sendo para isto submetido a condições que permitem sua recuperação parcial ou total. 5) Reprodutibilidade – é uma propriedade que, embora, esteja relacionada com a etapa de preparação do catalisador, somente pode ser avaliada após as etapas de caracterização e avaliação catalítica. Uma vez que o preparo de um catalisador envolve várias etapas e inúmeros parâmetros, a reprodutibilidade é de difícil maximização. 6) Preço – mesmo que um catalisador possua todas as características citadas nos itens anteriores, ainda assim, ele precisa ter um custo de produção atrativo industrialmente.
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