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AULA 1 - Penicilinas

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MARIA EDUARDA SAMPAIO – TURMA 99 
1 
AULA 1 – FARMACOLOGIA 2 
PENICILINA 
 Fazem parte do grupo dos β-lactamicos (Penicilina, Cefalosporinas, monobactamicos e carbapenemas). São fármacos 
que tem em comum o núcleo β-lactâmico em sua estrutura molecular. Todos tem o mesmo mecanismo de ação: são 
bactericidas inibindo a formação e lise da parede celular bacteriana. 
 Penicilinas Naturais - Penicilina G ou Benzilpenicilina: Mais ativa, única penicilina natural, extraída diretamente do 
fungo, utilizada clinicamente. 
 Penicilinas semissintéticas – ampicilina, amoxicilina, oxacilina: Sofreram alterações na sua cadeia R, dando origem as 
penicilinas semissintéticas. A principal usada clinicamente é a amoxicilina, pela sua grande biodisponibilidade oral. 
 Sistemas de Unidades de Penicilina: Penicilina G é expressa em Unidades, ou seja, 1 mg de penicilina G sódica 
equivale a 1.667 unidades e 1 mg de penicilina G potássica equivale a 1.595 unidades. A dose e a potência das 
penicilinas semissintéticas é expressa em unidades de peso (mg). 
 
1. Mecanismo de ação 
 São antibióticos bactericidas, ou seja, matam a bactéria. Outro efeito que um antibiótico pode exercer sobre uma 
bactéria é o bacteriostático, ou seja, apenas inibe a replicação bacteriana. 
 Inibem a síntese dos peptideoglicanos da parede celular das bactérias, inibindo a atividade das transpeptidase que são 
as enzimas responsáveis pela união dos peptideoglicano na formação da parede celular (transpeptidação). 
 A função da parede celular é a de manutenção do formato da bactéria e formação do septo na replicação bacteriana, 
assim com a inibição da transpeptidação, a bactéria perde tanto a sua forma quanto a capacidade de se replicar. 
 Local de ação: As penicilinas inibem a transpeptidase se ligando a um receptor localizado na membrana plasmática: a 
proteína ligadora de penicilina (PBP). 
 LEMBRANDO: parede celular das bactérias gram 
positivas tem uma camada externa espessa de 
peptideoglicano (60%), enquanto nas bactérias gram 
negativas a camada de peptideoglicano é mais fina 
(10%) e se encontra entre a membrana externa e a 
membrana plasmática. 
 Por isso, as bactérias gram positivas são mais 
suscetíveis à ação das penicilinas: por que a sua 
camada de peptideoglicanos é mais espessa e por 
que a parede celular é permeável permitindo mais facilmente a chegada do antibiótico até as PBPs. Porém, nas 
bactérias gram negativas o antibiótico tem que atravessar também a membrana externa constituída por 
lipopolissacarídeos, ficando dependente da presença de canais de porinas para atingir as PBPs na membrana celular. 
 
2. Mecanismos de Resistência Bacteriana 
 Todas as bactérias que têm parede célula têm PLPs. Mas, os Beta lactâmicos são incapazes de destruir todas as 
bactérias. 
 Os mecanismo de resistência podem ser transmitidos de uma bactéria para outra, por 3 meios: Transformação (a 
bactéria adquire o gene de resistência pela fagocitose do material genético de uma bactéria que já foi lisada), 
Conjugação (via plasmídeo) ou transdução (infeção por um vírus bacteriófago que transmite o vírus de uma bactéria 
para outra). Por isso, quanto mais antigo o antibiótico maior a quantidade de bactérias resistentes a ele. 
a. PLPs com afinidade diminuída (2º): Há recombinação homóloga entre genes de PLPs entre diferentes espécies 
bacterianas, levando a uma mutação das PLPs geralmente aumentando o peso molecular, assim o antibiótico não 
consegue se ligar as PLPs. Pode ser adquirida de outras bactérias. 
b. Incapacidade do fármaco penetrar no seu local de ação (3º): Ou seja, a bactéria se torna impermeável ao 
antibiótico. Só ocorre em gram negativas, pois somente elas apresentam a membrana externa de 
lipopolissacarídeos tornando a penetração do antibiótico dependente das porinas. Ex.: Pseudômonas não tem 
porinas, então o único antibiótico que tem ação é a polimixina que tem ação de detergente dissolvendo a 
membrana. 
c. Bombas de efluxo ativo (4º): proteína na membrana celular da bactéria que retira o antibiótico que entra na 
bactéria. Não é comum em beta-lactâmicos, por que agem na superfície externa da bactéria. Porém os 
antibióticos que tem ação dentro da bactéria (quinolona-ribossomo; tetraciclina, macrolídeos e aminoglicosídeos 
MARIA EDUARDA SAMPAIO – TURMA 99 
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e glicosamidas – citoplasma). Ex.: Pseudômonas aeruginosa (bactéria gram negativa de origem hospitalar) e 
Neisseria Gonorrhoae 
d. Destruição enzimática (1º): Destruição/ lise do anel beta-lactâmico pelas enzimas betalactamases produzidas 
pelas bactérias. 
 Betalactamases: Hidrolisam os ATB beta lactâmicos. São divididas em 4 grupos: A,B, C e D. 
 Classe A ou Betalactamases de espectro ampliado (ESBL): degradam penicilinas, cefalosporinas e alguns 
carbapenêmicos (impimen, carbapemen) – grande espectro (KPC – klesbissiela pneumonie que destroem 
carbapenemicos) 
 Classe B: Destroem todos os carbapenêmicos, exceto aztreonam (monobactamicos). 
 Classe C: Ativas contra Cefalosporinas 
 Classe D: Degradam a cloxacilina, miticlina ou oxacilina, que são as penicilinas específicas para destruir 
estafilococos 
 
3. Inibidores de Betalactamases 
 Clavulanato, Tazobactam e Sulbactam 
 São moléculas que funcionam como substrato suicida, ou seja, a betalactamases agem sobre o inibidor permitindo a 
ação do antibiótico. Mais comum: Clavulin (amoxicilina + clavulanato), Tazocim (tazobactan + Piperacilina) e a 
Ampicilina + sulbactam 
 Com essa associação, aumenta o espectro e diminui a resistência. NÃO TEM AÇÃO ANTIBIÓTICA ISOLADOS. 
 
4. Classificação das Penicilinas 
a. Penicilina G (Intramuscular ou intravenosa) e Penicilina V (oral): São muito pouco ativas, mas ainda agem contra 
cocos Gram positivo. Facilmente hidrolisadas por penicilinases. Ineficazes contra Estafilococos. Muito eficaz contra: 
Estreptococos pyogenes, treponema palidum (sífilis) e miningococo/neissera meningites (meningite, que é um coco 
gram negativo). 
b. Penicilinas Resistentes a Penicilinase: meticilina (usada apenas para o teste de resistência – MRSA), nafxilina, 
oxacilina (mais usados no paciente – IV), cloxacilina e dicloxacilina. Tratamento de infecções por S. aureus e S. 
epidermidis não resistentes a meticilina. 
c. Aminopenicilinas: Amoxicilina e Ampicilina. Espectro ampliado para alguns Gram negativos, principalmente quando 
associadas a inibidores de betalactamase. São penicilinas de via oral. Espectro: Pouco sob os estafilos, bem sob os 
estreptococos, além de ser eficaz contra gram negativos comunitários como, Haemophilus inluenzae, E. coli e Proteus 
mirabilis, Proteus 
d. Anti-pseudomonas: Ticarcilina. Inferiores a ampicilina contra gram + e Listeria. Ampliada para cobrir espécies de 
Pseudomonas, Enterobacter e Proteus. Piperacilina: Ampliada para Pseudomonas, Enterobacter e outros Gram 
Mantém a atividade contra cocos Gram positivos e Listeria. Tem grande espectro desde estafilos sensíveis a meticilina 
até gram negativos de origem hospitalar. 
O QUE É INFECÇÃO DE ORIGEM HOSPITALAR? É uma infecção que acontece após 48 horas de internação ou posterior 
à uma internação recente. 
MARIA EDUARDA SAMPAIO – TURMA 99 
3 
 As bactérias Gram negativas comunitárias, são as da microbiota do trato urinário e trato gastrointestinal. A primeira 
linha de antibióticos para tratar infecções nesses dois sistemas são as quinolonas (ciproflaxacina). Todavia, grávidas e 
crianças não podem tomar quinolonas, então nesses grupos os antibióticos de escolha são: amoxicilina e clavulanato 
ou ampicilina. 
 
5. Farmacocinética 
 Distribuem-se amplamente por todo o corpo após absorção. Porém, tem menor concentração em 3 lugares: na 
secreção prostática, líquor e intraocular 
 Na meninge integra a concentração liquórica <1% da concentração sérica, mas nas meninges inflamadas onde o 
espaço para celular é maior a concentração atinge 5%. Se confirmado por punção do licor, meningite por 
meningococo sensível a meticilina,a conduta é penicilina G cristalina via intravenosa. TODAVIA, quando não sei o 
agente da meningite o esquema é Ceftriaxone (cefalosporina 3º geração + Vancomicina + Aciclovir). 
 Rapidamente eliminadas por filtração glomerular e secreção tubular (pode ser reciclada da urina dos pacientes). 
 Meia-vida de 30-90 minutos, por isso deve ser feita de 4 em 4 horas ou de 6 em 6 horas. 
 
6. Penicilinas G e V 
 Pen G é instável em meio ácido e Pen V é estável. 
 Pen V atinge concentrações séricas de 2 a 5 vezes maior. 
 Penicilina cristalina ou aquosa: restrita ao uso endovenoso. Apresenta meia-vida curta (30 a 40 minutos), é eliminada 
do organismo rapidamente (cerca de 4 horas). Distribui-se amplamente pelo organismo, alcançando concentrações 
terapêuticas em praticamente todos os tecidos. É a única benzilpenicilina que ultrapassa a barreira hematoencefálica 
em concentrações terapêuticas, e mesmo assim, somente quando há inflamação. 
 Penicilina G procaína: apenas para uso intramuscular. A associação com procaína retarda o pico máximo e aumenta os 
níveis séricos e teciduais por um período de 12 horas. Não é mais usada 
 Penicilina G benzatina: combinação de amônio + penicilina. Absorção lenta e contínuo com concentrações com 
atividade antimicrobiana média de 26 dias.É uma penicilina de depósito, pouco hidrossolúvel, e seu uso é 
exclusivamente intramuscular. Os níveis séricos permanecem por 15 a 30 dias, dependentes da dose utilizada. 
Utilizada em situações de profilaxia, para amidalite e sífilis 
 Penicilina V: apenas para uso oral. Os níveis séricos atingidos por esta preparação são 2 a 5 vezes maiores do que os 
obtidos com as penicilinas G. Uso de 6 em 6 horas. 
 A resistência dos microrganismo a penicilina vem crescendo: pneumococo, 90% do estafilococos, neissera gonorreia 
(agora o tratamento para gonorreia é ceftriaxona). 
 Bacteriodis fragilis: causador de infeção abdominal pós operatória. É resistente a todas as penicilinas. 
 Indicações: Infecções pneumocócicas (G benzatina, com cuidado resistência vem crescendo), Pneumonia, Meningite 
por meningococo (Cristalina por VIV), Infecções estreptocócicas (endocardite-cristalina, celulite - cristalina, faringite 
-benzatina), Infecções por anaeróbios do gênero clostridium – Tétano, Infecções meningocócicas, Sífilis, Difteria (1ª 
opção é eritromicina, muito raro), Actinomicoses ,Listerioses e usos profiláticos (evitar febre reumática, benzetacil 
de 21 em 21 dias) 
 
7. Aminopenicilinas 
 Amoxicilina e Ampicilina 
 Espectro para Gram positivo (igual a penicilina) e amplia para alguns gram negativos, principalmente causadoras de 
diarreia. 
 Tem espectro para Meningococo, porém não se concentra no licor. 
 Tem espectro para Lysteria, Pneumococos, S. viridans e H. influenzae com resistência variável. 
 Resistência crescente nos Gram- (E. coli, Proteus e Enterobacter) 
 Aumento do espectro, inclusive para anaeróbios, com associação a inibidores de betalactamase. 
 Vantagem da amoxicilina é maior biodisponibilidade oral, em internações dou preferenci para ampicilina, que 
também tem oral mas com baixa biodisponibilidade. 
 Resistência a penicilinas naturais = resistência a aminopenicilinas. 
 Indicações: IVAS – S. pyogenes e S. pneumoniae, ITU – Ampicilina em crianças e grávidas, E. coli (resistência), 
Salmonelose – Principalmente em crianças e grávidas. Meningite – não deve ser usado por que não se concentra no 
lícor. 
 
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8. Inibidores de Betalactamases 
 Ácido Clavulânico: inibidor “suicida”, liga-se irreversivelmente às betalactamases. É bem absorvido por via oral e 
também pode ser feito parenteral. Combinado com amoxicilina ou ticarcilina (aumenta o espectro da ticarcilina 
contra S. aureus, Gram- e anaeróbios incluindo B. fragilis). 
 Sulbactam: Semelhante ao clavulanato. Combinado a ampicilina VO ou IV. Espectro para Gram+ (incluindo S. aureus), 
Gram- e anaeróbios. 
 Tazobactam: Combinado com Piperacilina IV, fica com espectro semelhante a ticarcilina + clavulanato 
 
9. Reações Adversas: 
 Reações de Hipersensibilidade de 0,7 a 4% da população 
 Causa mais comum de alergia a fármacos 
 Alergia “cruzada” (Cefalosporinas e Carbapenêmicos) em 25% dos alérgicos a penicilina 
 Desde erupções cutâneas até Stevens Johnson (formação de ulceras na pele e mucosas) e anafilaxia 
 Depressão da medula óssea, granulocitopenia 
 Hepatite (Oxacilina) 
 Comprometimento da agregação plaquetária (Piperacilina e Ticarcilina) 
 Reações nos locais de aplicação. 
 CUIDADO: Quando infeções virais são tratadas com antibióticos, podem ocorrer rash cutâneo decorrente da infecção 
viral, não é alergia verdadeira

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