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AULA 4 - Bloqueadores do canal de cálcio

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MARIA EDUARDA SAMPAIO – TURMA 99 
1 
AULA 4 – FARMACOLOGIA 2 
BLOQUEADORES DO CANAL DE CÁLCIO 
 Década de 1960, foram desobertos alguns fármacos com capacidade de alterar a contração do músculo cardíaco e 
músculo liso ao bloquear a entrada do cálcio nos miócitos, a primeira e a Difenilpiperazina (atualmente não é mais 
usada). O segundo a ser descoberto foi o verapamil, em 1962, com grande ação vasodilatador coronariano e ação 
inotrópica e cronotrópica negativo, ou seja, diminui a força e a frequência da contração cardíaca. 
 Somente em 1967, foi descoberto o mecanismo, que envolvia a redução do movimento do Ca no miócito. 
 A nifedipina é um BCCa que não tem efeito sobre o músculo cardíaco, somente sobre o músculo liso vascular. O 
diltiazem é um BCCa que tem efeito de intensidade intermediário sobre o músculo cardíaco e sobre o músculo liso 
vascular. O verapamil é o BCCa que tem o maior efeito sobre o cronotropismo e inotropismo cardíaco, mas também 
tem ação vascula. 
DIIDROPIRIDINAS 
(EFEITO VASCULAR) 
NÃO DIIDROPIRIDINAS 
(TEM CARDÍACO E VASCULAR) 
NIFEDIPINA 
ANLODIPINA 
FELODIPINA 
ISRADIPINO 
NICARDIPINO 
NISOLDIPINO 
NIMODIPINA 
FENILALQUILAMINA – VERAPAMIL 
BENZOTIAZEPINA - DILTIAZEM 
a. Mecanismo de Ação 
 Antagonizam os canais de cálcio sensíveis à voltagem (lento ou L), que estão presente principalmente no músculo liso 
e no músculo cardíaco. Os BCCa se ligam a unidade α1 dos canais de Ca2+ do tipo L, impedindo que o cálcio entre 
na célula. 
 Para a contração muscular é necessário aumentar o nível de cálcio 
citoplasmático, que é proveniente do extracelular e do retículo 
sarcoplasmático. Os BCCa, diminuem o influxo do cálcio extracelular 
dificultando a contração muscular, levando ao relaxamento muscular 
(vasodilatação e diminuição do inotropismo e cronotropismo) 
 
 
b. Efeitos Cardiovasculares 
 Todos os BCCa relaxam o músculo liso arterial, mas tem pouco efeito sobre os leitos venosos, não afetando de 
forma significativa a pré carga 
 Os não-diidropiridinicos, além desse efeito são inotrópicos negativo. 
 As diipiridinas de liberação rápida (nifedipina) podem causar taquicardia reflexa, por que à rápida vasodilatação 
periférica, leva à ativação de barorreceptores, que aumentam o tônus simpático, tendo efeito superior ao efeito 
inotrópico negativo. Por isso, não são mais usados na cardiologia, a única indicação é para inibir o parto 
prematuro. 
 O Verapamil e Diltiazem, levam à depressão da Taxa de marca-passo do nó sinusal e redução da velocidade de 
condução AV 
 Redução da FC e prolongamento do período refratário do NAV, ou seja, diminui a velocidade da passagem do 
estímulo do átrio para os ventrículos. 
 Diminuição da resistência coronariana aumento do fluxo sanguíneo coronário, verapamil é o mais potente 
vasodilatador coronariano e o menos potente vasodilatador periférico. 
 Os efeitos dos BCCa não-diidropiridinicos são similares aos beta bloqueadores, exceto que os beta bloqueadores 
não tem efeito vasodilatador coronariano. 
MARIA EDUARDA SAMPAIO – TURMA 99 
2 
c. Farmacocinética 
 Absorção quase completa por via oral 
 Biodisponibilidade reduzida por metabolismo de 1ª passagem. 
 Efeitos 30 a 60 min após administração. 
 Nifedipina cápsula: é de liberação e absorção rápida. Antes era usado em emergências hipertensivas, mas devido 
a taquicardia reflexa, foram substituídas por agentes de absorção mais lenta como a anlodpina e a felodipina ou 
formas de liberação prolongada da nifedipina (Adalat Retard e Oros, Rebaten LA, Cardizem SR). 
 Verapamil e Diltiazem IV 
 Ligam-se a ptn 70 a 98%. 
 Metabolização hepática 
 
d. Indicações 
 HAS: tríade do tratamento da hipertensão bloquear o SRAA (IECA ou BRA), aumentar a liberação de sódio 
(diurético Tiazídico) e diminuir a resistência vascular periférica (bloqueador do canal de cálcio diidropiridinicos). 
 Doença arterial coronariana estável: tratamento com BCCa não diidropiridinicos 
 Doença coronariana aguda (alternativa aos pacientes que tem contraindicação a beta-bloqueador): IAM, Angina 
instável, vasoespasmo. Por exemplo, em paciente asmáticos. 
 Angina variante ou vasoespática, são tratadas com BCCa não diidropiridinicos, uma vez que nessa doença os 
betabloqueadores estão contraindicados. 
 Cardiomiopatia hipertrófica, doença genética que aumenta a espessura do músculo cardíaco, dificultando a 
descontração cardíaca. Primeira opção para o tratamento é o betabloqueador, mas em pacientes com contra 
indicação a beta bloqueadores ou nos quais só o betabloqueador não controla, uso BCCa não-diidropiridinicos 
 Profilaxia da enxaqueca, mas pode piorar se usada na crise aguda 
 Indicado no AVE hemorrágico, para evitar o vasoespasmo cerebral pelo contato do sangue com as meninges, o 
BCCa de escolha é a nimodipina. 
 Interromper o trabalho de parto prematuro, única indicação de nifedipina de ação rápida 
 
e. Efeitos Adversos 
 Cefaleia, rubor, tonteira 
 Edema periférico – aumento da pressão hidrostática nas extremidades causada pela dilatação pré-capilar. É o 
efeito adverso mais frequente. 
 Ações no músculo liso não vascular: Refluxo gastro-esofágico 
 Constipação 
 Retenção urinária 
 Taquicardia reflexa - Agravamento da isquemia miocárdica com nifedipina 
 Os não diidropiridinicos podem causar: bradicardia, assistolia transitória, distúrbios de condução no nodo AV. 
 Exacerbação da insuficiência cardíaca com disfunção contrátil 
 Hipotensão 
 Interação com a digoxina, podendo levar a arritmias com essa associação 
DIIDROPIRIDINAS: VASODILATADORAS NÃO - DIIDROPIRIDINAS: EQUIPOTENTE PARA O 
MÚSCULO CARDÍACO E VASCULAR 
VASODILATAÇÃO 
PERIFÉRICA 
TAQUICARDIA EM 
REFLEXO À 
VASODILATAÇÃO, 
AUMENTA A 
CONTRATIBILIDADE 
MIOCÁRDICA E A 
DEMANDA DE O2 
CORONÁRIA 
REDUÇÃO DO 
INOTROPISMO 
< AUTOMATISMO DO 
NÓ SINUSAL 
> REFRATARIEDADE DO 
NÓ AV 
VASODILATAÇÃO 
CORONARIANA