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Ana Isabel Sodré Lima Diabetes gestacional Definição Diabetes mellitus – distúrbio metabólico de etiologia múltipla caracterizado por hiperglicemia crônica e alteração do metabolismo de carboidratos, gorduras e proteínas: Defeitos na secreção e/ou Resistência insulínica Diabetes mellitus gestacional – hiperglicemia detectada pela primeira vez na gestação. Na gravidez, é importante distinguir o diabetes melito pré-gestacional (tipo 1 ou tipo 2) do diabetes melito gestacional (DMG). Mulheres com diabetes no 1o trimestre devem ser diagnosticadas como diabetes tipo 2. A doença é consequência da resistência à insulina criada pela placenta e pelos hormônios placentários. As mulheres de alto risco -> triagem imediata. Mulheres de baixo risco -> triagem pode ser adiada até 24/28 semanas. O principal problema do diabetes na gravidez ainda é o número elevado de malformações congênitas, 4 a 10%, 2 a 3 vezes maior do que na população geral. Alterações metabólicas na gravidez normal As modificações no metabolismo materno são necessárias para alcançar as demandas determinadas pelo rápido crescimento e desenvolvimento do feto. Essas alterações incluem: Hipoglicemia de jejum Catabolismo exagerado dos lipídios com formação de corpos cetônicos Progressiva resistência à insulina Tudo comandado pelos hormônios placentários – lactogênio placentário humano (hPL) e hormônio do crescimento placentário humano (hPGH). Nilda – além desses, têm-se também o aumento de outros hormônios não placentários, mas que são contra-insulínicos como estrogênio; cortisol; progesterona e prolactina. O desenvolvimento da resistência à insulina a partir do 2o trimestre da gestação é uma adaptação fisiológica que visa transferir o metabolismo de energia materna da oxidação dos carboidratos para o de lipídios, preservando a glicose a ser fornecida ao feto em acelerado crescimento. Patogênese: Na mulher com DMG, não é a resistência à insulina que está elevada, quando comparada à da gravidez normal, e sim o mau funcionamento das células ß pancreáticas que secretam insulina insuficiente para vencer esse aumento da resistência. Isso leva ao aumento da concentração da glicose pós-prandial, capaz de determinar efeitos adversos no feto (macrossomia e hipoglicemia neonatal), pelo excessivo transporte transplacentário de glicose. Ana Isabel Sodré Lima Fatores de risco Pelo MS, 2012 Em relação a gestação atual, se: Idade igual ou maior que 35 anos IMC > 25 kg/m2 (sobrepeso) Uso de hiperglicemiantes na gravidez atual Ganho excessivo de peso Suspeita clínica ou ultrassonográfica de crescimento excessivo Em relação aos antecedentes patológicos: Antecedente pessoal de DMG Antecedente familiar de DM (parentes de primeiro grau) Em relação a gestações anteriores, se houve: Macrossomia ou polidramnia Óbito fetal sem causa aparente Malformação fetal Diagnóstico Obs.: A glicemia ao acaso deve ser confirmada pela glicemia de jejum ou pela HbA1C -> ela não faz o diagnóstico “sozinha”. Os valores normais para o TOTG-75 g são menores ou iguais a 92, 180 e 153 considerando a situação de jejum, após 1 hora de ingestão e após 2 horas, respectivamente. Ana Isabel Sodré Lima Complicações para a mãe e para o feto Para a mãe – risco elevado de hipertensão, pré-eclâmpsia e parto cesáreo e suas consequentes morbidades. Para o feto – Tratamento Não farmacológico Cerca de 70 a 85% das mulheres são tratadas apenas com a mudança de estilo de vida: Ana Isabel Sodré Lima Dieta com baixo índice glicêmico Exercícios de no mínimo 150 min por semana, aeróbio de intensidade moderada, 3x por semana, com não mais de 2 dias consecutivos sem atividade física. Uma vez que o ciclo das hemácias na gravidez está alterado, diminuindo o nível da HbA1c, o objetivo é atingir uma HbA1c entre 6 e 6,5%, mas o alvo pode ser relaxado para 7% para prevenir a hipoglicemia. Farmacológico Todavia, 15 a 30% das diabéticas necessitam de insulina, indicada quando o nível glicêmico pré-prandial for > 95 mg/d l, ou o pós-prandial de 1 h > 140 mg/d l ou o de 2 h > 120 mg/d l. Se a insulina for utilizada, a dose inicial recomendada é a de 0,7 a 1,0 unidade/kg/dia, administrada em doses divididas. A ADA (2016b) recomenda como medicações preferidas a insulina e a metformina. O ACOG (2013) afirma que os tratamentos oral e insulínico são equivalentes
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