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Hipersensibilidade Imunológica

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Imunologia 
Gabriele Babel | MED FURB LII 
 
Hipersensibilidade 
É um extremo de uma resposta imunológica. São respostas imunológicas 
exageradas ou inapropriadas, gerando lesões. 
A resposta imune adaptativa fornece proteção específica contra 
infecções por bactérias, vírus , parasitas e fungos. Porém, algumas 
respostas imunes dão origem a uma reação excessiva ou inadequada, 
chamada de hipersensibilidade. 
Toda doença imune é um caso de hipersensibilidade, mas nem toda 
hipersensibilidade é uma doença imune. O processo autoimune é crônico, 
já que é um erro genético. 
*Um alérgeno é um antígeno que da início a hipersensibilidade imediata. 
 
Há 4 tipos de hipersensibilidades: 
Tipo I: Hipersensibilidade imediata ou anafilática. (15-30 min em média para 
o corpo reagir ao antígeno) Há produção do anticorpo IgE.. Único tipo 
de hipersensibilidade em que não há doença autoimune. O componente 
primário celular nessa hipersensibilidade é o mastócito (principalmente) 
ou basófilo. 
Os mastócitos ligam-se a IgE através de seus receptores Fc. Ao 
encontrar o alérgeno a IgE, forma ligações cruzadas, induzindo 
degranulação e liberação de mediadores que produzem reações 
alérgicas. 
 
A ligação cruzada do receptor Fc de IgE é importante para a estimulação 
de mastócitos. A degranulação dos mastócitos é precedida pelo aumento 
do influxo de cálcio. 
Exemplo de hipersensibilidade tipo I: picada de insetos, geralmente 
gerando edema. Ácaros de poeira na casa também são caracterizados 
na hipersensibilidade tipo I. 
 
 
As reações de hipersensibilidade tipo I podem ser identificadas pelas 
reações papuloeritematosas em testes de pele. É um método 
extremamente sensível para detecção específica de anticorpos IgE. 
 
 
A pápula é causada pelo extravasamento do soro dos capilares da pele, 
que ocorre como um efeito direto da histamina e é acompanhada por 
prurido. 
Um teste de pele positivo indica que o paciente possui anticorpos IgE 
específicos nos mastócitos em sua pele. 
Anti-histamínicos são para inibir H1 
 
 
Tipo 2: Hipersensibilidade citotóxica. Classes IgG e IgM de anticorpo e 
complementos; fagócitos e células K também participam.. Pode afetar 
uma variedade de órgãos e tecidos. O tempo de reação é de minutos 
a horas. 
O anticorpo é dirigido contra os antígenos em células do próprio 
indivíduo ou contra antígenos estranhos, como eritrócitos transfundidos. 
Reasposta anafilática ao veneno de abelha em 
um paciente que tem anticorpos IgE contra a 
proteína do veneno 
Urticária difusa em um paciente 
com urticária crônica grave. As 
lesões tem uma borda elevada e 
aparecem em minutos ou horas. 
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Isso pode acarretar a ação citotóxica por células E, ou lise mediada por 
complemento. A lesão contém anticorpos, complemento e neutrófilos. 
Anemias hemolítica induzida por drogas, granulocitopenia e 
trombocitopenia são casos que podem acontecer caso agentes 
químicos exógenos (haptenos) se liguem a membranas celulares. O 
tratamento envolve anti-inflamatórios e imunossupressores. 
Na hipersensibilidade tipo 2 os anticorpos são dirigidos a um tecido em 
particular. 
 
 
A doença autoimune pode ser desencadeada por antígenos externos, 
como no caso de medicamentos. 
 
 
 
 
 
Eritroblastose fetal (doença hemolítica do recém-nascido) 
 
 
 
Depois da primeira gestação, o ideal é injetar anti-D no corpo da mulher, 
para que aglutinem as hemácias do feto que que se misturaram na 
circulação da mãe durante o parto. Assim, a mãe não produz o 
anticorpos anti-Rh, já que as hemácias do feto Rh+ foram aglutinadas 
antes do corpo conseguir produzir os anticorpos anti-Rh. 
 
Há 3 diferentes mecanismos dos danos causados por anticorpos na 
hipersensibilidade tipo 2: 
a) Reações dependentes do complemento que levam a lise de células 
ou as tornam suscetíveis a fagocitose 
 
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b) Citotoxicidade dependente de anticorpos e mediada por células ADCC. 
Células-alvo recobertas por IgG são mortas por células que possuem 
receptores Fc específicos para IgG (ex: células NK e macrófagos) 
 
c) Anticorpos específicos para receptores causam um distúrbio das 
funções normais do receptor. Neste exemplo, anticorpos contra o 
receptor de acetilcolina impedem a transmissão neuromuscular na 
miastenia grave. 
 
 
Reações contra os eritrócitos induzidas por drogas: 
 
 
Tipo 3: Hipersensibilidade imune complexa. Utiliza IgM e IgG e 
complemento. Essa reação pode ser o mecanismo patogênico de 
doenças causadas por muitos microrganismos. A reação deve levar 3-10 
horas após a exposição do antígeno. O antígeno pode ser exógeno ou 
endógeno. O antígeno é solúvel e não ligado ao órgão envolvido. 
Os complexos imunes depositam-se nos tecidos, o complemento é 
ativado e os polimorfonucleares são atraídos para o local de deposição, 
causando dano tecidual local e inflamação. O dano é causado por 
plaquetas e neutrófilos. 
 
 
 
 
O Imunocomplexo fica preso em locais de baixa pressão. 
 
Pode haver o rompimento de vasos sanguíneos. 
 
Hipersensibilidade tipo 3: 
anticorpos retiraram as drogas do eritrócito 
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Lúpus começa com danos tecidual. Não é infeccioso. É uma doença 
auto-imune. Há formação forçada de IgM (fator reumatoide). . 
Tipo 4: Hipersensibilidade celular/ tardia. É mediada por macrófagos (não 
utiliza anticorpos), que vão ser ativados pelo linfócitos Th1 ou citocinas. 
As lesões são caracterizadas por calosidade (raspagem do calo) e 
eritema (vermelhidão na pele, devido a vasodilatação dos capilares 
cutâneos). A reação pode levar de 48-72 horas após o contato com o 
antígeno. A modulação do macrófago pode variar, gerando lesão quando 
ativar muito o macrófago ou uma modulação intermediária. 
As células T sensibilizadas pelo antígeno liberam linfocinas após um 
contato secundário com o mesmo antígeno. As linfocinas induzem 
reações inflamatórias e ativa e atraem os macrófagos, que liberam 
mediadores. 
 
 
Não há hipersensibilidade do tipo IV para metais nobres 
 
Quando plantas encostam na pele pode gerar hipersensibilidade do tipo 
IV 
 
 
 
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Sarcoidose é uma doença auto-imune no qual ocorre lesão no tecido 
do pulmão, ou seja, há hipersensibilidade do tipo 4. 
 
 
 
Hipersensibilidades 1, 2 e 3 pode gerar a hipersensibilidade 4, através de 
antibióticos, alimentos.... 
Um edema, por exemplo, causado por uma simples picada pode gerar 
lesões graves horas depois do contato com o antígeno, caracterizando 
uma mudança para a hipersensibilidade 4

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