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Parasitologia - Schistosoma

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Schistosoma 
Schistosoma haematobium: 
Agente de esquistossomose vesical ou hematuria do egito. E encontrado em grande parte da 
africa (principalmente egito), oriente proximo e medio e europa (principalmente a corsega). Os 
ovos sao elipsoides, com esporao terminal; sao eliminados pela urina, uma vez que os vermes 
adultos permanecem nos ramos pelvicos do sistema porta. Os hospedeiros intermediarios sao 
moluscos, principalmente do genero bidinus o.f. Muller, 1781. 
Schistosoma japonicum: 
Causador da esquistossomose japonica ou molestia de katayama. Apresenta distribuicao 
geografica abrangendo a china, japao, ilhas filipinas e sudeste asiatico. Os vermes adultos nao 
tem papilas em seu tegumento e os ovos sao subesfericos, com um rudimento de espinho lateral. 
Os vermes adultos vivem no sistema porta e os ovos sao eliminados pelas fezes. Os hospedeiros 
intermediarios sao moluscos do genero oncomelania gredler, 1881. 
Schistosoma mehongi: 
Uma especie muito semelhante ao s. Japonicum, encontrado no vale do rio mekong, no camboja, 
parasitando o sistema porta do homem e de alguns animais (caes, roedores). Existem pequenas 
diferencas morfologicas e biologicas entre essas duas especies, sendo a principal caracteristica o 
caramujo neotricula aperta temcharoen, 1971 como hospedeiro intermediario. Muitos autores nao 
aceitam s. Mekongi como especie, mas apenas como uma variedade local do s. Japonicum 
Schistosoma intercaiatum: 
Agente de uma esquistossomose intestinal encontrada no interior da africa central. Os vermes 
adultos localizam se no sistema porta, os ovos sao elipsoides com esporao terminal e eliminados 
pelas fezes. Os hospedeiros intermediarios pertencem ao genero bulinus e esta especie tem uma 
forte ligacao filogenetica com o s. Haematobium. 
Schistosoma mansoni (mais frequente no brasil): 
Agente da esquistossomose mansoni ou molestia de piraja da silva, ocorrendo na africa, antilhas e 
america do sul. Como e a unica especie existente em nosso meio. No brasil a doenca e 
popularmente conhecida como “xistose”, “barrigad’agua” ou “mal do caramujo”, atingindo milhoes 
de pessoas, numa das maiores regioes endemicas dessa doenca em todo o globo. 
As especies do genero schistosoma que afetam o homem chegaram as americas durante o trafico 
de escravos e com os imigrantes orientais e asiaticos (nos quais foram detectados numerosos 
individuos parasitados pelo s. Haematobium e s. Japonicum). Entretanto, apenas o s. Mansoni 
aqui se fixou, seguramente pelo encontro de bons hospedeiros intermediarios e condicoes 
ambientais semelhantes as da região de origem. 
 
Morfologia: 
Deve ser estudada nas varias fases que podem ser encontradas em seu ciclo evolutivo: adulto 
(macho e femea), ovo, miracidio, esporocisto e cercaria . 
Macho: 
 Mede cerca de 1 cm. 
 Tem cor esbranquiçada 
 Tegumento recoberto de minúsculas projeções (tubérculos). 
 Corpo dividido em duas porções: anterior, na qual encontramos a ventosa oral e a ventosa 
ventral (acetábulo), e a posterior (que se inicia logo após a ventosa ventral), onde encontra-se o 
canal ginecóforo; 
 Canal ginecóforo são dobras das laterais do corpo no sentido longitudinal para albergar a 
fêmea e fecundá-la. 
 Atrás do acetábulo se encontra 7 a 9 massas testiculares que se abrem diretamente no canal 
ginecóforo (o verme não apresenta órgão copulador e, assim, os espermatozóides passam pelos 
canais deferentes, que se abrem no poro genital, dentro do canal ginecóforo, e aí alcançam a 
fêmea, fecundando-a). 
 
Fêmea: 
 Mede cerca de 1,5 cm. 
 Tem cor mais escura devido ao contato com sangue semidigerido 
 Com tegumento liso.  Na extremidade anterior possui a ventosa oral e o acetábulo. 
 Após se encontra a vulva, depois o útero (com 1 ou 2 ovos ) e o ovário. 
 A metade posterior é preenchida pelas glândulas vitelogênicas (ou vitelinas) e o ceco. 
 
Ovo: 
 Mede cerca de 150 micrômetros de comprimento por 60 de largura 
 Sem opérculo 
 Com um formato oval 
 Na parte mais larga apresenta um espículo voltado para trás. 
 O que caracteriza o ovo maduro é a presença de um miracídio formado, visível pela 
transparência da casca. 
 O ovo maduro é a forma usualmente encontrada nas fezes. 
 
Miracídio: 
 Forma cilíndrica, com dimensões médias de 180 micrômetros de comprimento por 64 
micrômetros de largura. 
 Apresenta células epidérmicas, onde se implantam os cílios, os quais permitem o movimento no 
meio aquático. 
 Papila apical ou terebratorium, que pode se amoldar em forma de ventosa. 
No terebratorium encontram-se as terminações das glândulas adesivas anteriormente 
denominadas “glândulas de penetração” e “sacos digestivos”, e as terminações da glândula de 
penetração anteriormente denominada “tubo digestivo primitivo”. 
Ainda no terebratorium se encontra um conjunto de cílios maiores e espículos anteriores, 
importantes no processo de penetração nos moluscos, e possui terminações nervosas, que teriam 
funções tácteis e sensoriais. O aparelho excretor é composto por solenócitos, também chamados 
“células em labareda”, “células flama” ou “células em chama”. Elas são em número de quatro, 
apresentando-se em pares, e estão ligadas por um sistema de canalículos que são drenados para 
uma ampola excretora, a qual termina no poro excretor. 
O sistema nervoso é muito primitivo, sendo uma massa celular nervosa central que se ramifica e 
se conecta com células nervosas periféricas por meio de cordões nervosos formados de células 
bipolares. A contratilidade e motilidade da larva são comandadas por este sistema, que aciona a 
camada muscular subepitelial. As células germinativas, em número de 50 a 100, que darão 
continuidade ao ciclo no caramujo, encontram-se na parte anterior do corpo da larva. 
Cercária: 
 Comprimento total de 500 micrômetros cauda bifurcada medindo 230 por 50 micrômetros e 
corpo cercariano com 190 por 70 micrômetros. 
 Duas ventosas presentes. 
 A ventosa oral apresenta as terminações das chamadas glândulas de penetração, quatro pares 
pré-acetabulares e quatro pares pós-acetabulares, e abertura que se conecta com o chamado 
intestino primitivo, primórdio do sistema digestivo. 
 A ventosa ventral, ou acetábulo, é maior e apresenta musculatura mais desenvolvida. E 
principalmente através desta ventosa que a cercária fixa-se na pele do hospedeiro no processo de 
penetração. 
 Sistema excretor constituído de quatro pares de células flama. 
 A cauda serve apenas para a movimentação da larva no meio líquido, perdendo-a no processo 
de penetração. 
 
Habitat: 
Os vermes adultos vivem no sistema porta. Os esquistossômulos, quando chegam ao fígado, 
apresentam um ganho de biomassa exponencial, após atingirem a maturação sexual, em tomo de 
25 dias, migram para os ramos terminais da veia mesentérica inferior, principalmente na altura da 
parede intestinal do plexo hemorroidário, onde se acasalam, em tomo do 35° dia, as fêmeas 
iniciam a postura dos ovos. 
Ciclo Biológico 
O Schistosoma mansoni, ao atingir a fase adulta de seu ciclo biológico no sistema vascular do 
homem e de outros mamíferos, alcança as veias mesentéricas, principalmente a veia mesentérica 
inferior, migrando contra a corrente circulatória; as fêmeas fazem a postura no nível da 
submucosa. Até um a dois anos, cada fêmea põe cerca de 400 ovos por dia, na parede de 
capilares e vênulas, e cerca de 50% deles ganham o meio externo. 
 
A vida média do S. Mansoni é de cinco anos; embora alguns casais possam viver mais de 30 anos 
eliminando ovos. Os ovos colocados levam cerca de uma semana para tornarem-se maduros 
(miracídio formado). Da submucosa chegam à luz intestinal. 
Os prováveis fatores que promovem esta passagem são: 
 Reação inflamatória; em animais imunossuprimidos ocorre acúmulo de ovos nas paredes 
intestinais; 
 Pressão dos ovos, que são postos um atrás do outro ("bombeamento”), 
 Enzimasproteolíticas produzidas pelo miracídio, lesando os tecidos; 
 Adelgaçamento da parede do vaso provocado pela distensão dele com a presença do casal na 
sua luz; 
 A perfuração da parede venular, já debilitada pelos fatores anteriormente citados e auxiliada 
pela descamação epitelial provocada pela passagem do bolo fecal; os ovos ganham a luz 
intestinal e são excretados juntamente com as fezes. 
Desde que o ovo é colocado até que atinja a luz intestinal, decorre um período mínimo de seis 
dias, necessário para a maturação do ovo. Se em cerca de 20 dias, os ovos não conseguirem 
atingir a luz intestinal, ocorrerá a morte dos miracídios. Os ovos podem ficar presos na mucosa 
intestinal ou ser arrastados para o fígado. 
Os ovos que conseguirem chegar à luz intestinal vão para o exterior junto com o bolo fecal e têm 
uma expectativa de vida de 24 horas (fezes líquidas) a 5 dias (fezes sólidas). Ao alcançar a água, 
os ovos liberam o miracídio, estimulados por fatores importantes que são : temperaturas mais 
altas, luz intensa e oxigenação da água. 
Existir uma atração miracidiana em relação aos moluscos, decorrente da detecção, pelo miracídio, 
de substâncias que seriam produzidas pelos moluscos e que se difundiriam pelo meio aquático, 
sendo detectadas através das terminações sensoriais da papila apical ou terebratorium. Trabalhos 
demonstraram realmente existir uma emissão de substâncias dos caramujos que modifica o 
comportamento dos miracídios. 
Estas substâncias denominada Miraxone estimulariam sua concentração e movimentação próximo 
ao estímulo (o caramujo). Tendo um papel muito significativo no processo de penetração. A 
capacidade de penetração restringe-se a cerca de oito horas após a eclosão e é influenciada pela 
temperatura. O contato com o tegumento do molusco faz com que o terebratorium assuma a forma 
da ventosa, ocorrendo, quase simultaneamente, a descarga do conteúdo das glândulas de 
adesão. O conteúdo da glândula de penetração é descarregado e as enzimas proteolíticas iniciam 
sua ação de digestão dos tecidos. 
A ação combinada dos intensos movimentos do miracídio e da ação enzimática constitui o 
elemento que permite a introdução do miracídio nos tecidos do molusco. O epitélio é ultrapassado 
e a larva se estabelece no epitélio subtegumentar. O processo de penetração tem duração de 10 a 
15 minutos. Neste processo, cerca de apenas 30% dos miracídios são capazes de penetrar e 
evoluir em B.glabrata. A larva, após a perda das glândulas de adesão e penetração, continua a 
perder outras estruturas no processo de penetração. 
Com exceção do desaparecimento do sistema nervoso, todas as alterações citadas ocorrem num 
período de 48 horas. O miracídio transformasse que é um saco com paredes cuticulares contendo 
a geração das células germinativas ou reprodutivas denominado esporocisto. 
Esporocisto: 
Inicialmente apresenta movimentos ameboides, que diminuem com o tempo até a completa 
imobilidade da larva. As células germinativas, em um intenso processo de multiplicação 
(poliembrionia), fazendo com que, após 72 horas, a larva, denominada esporocisto primário( 
esporocisto mãe ou esporocisto I) dobre de tamanho. Na segunda semana da infecção, no interior 
do esporocisto uma série de ramificações tubulares que preenchem todos os espaços 
intercelulares do tecido conjuntivo. 
No interior dessas ramificações, as células germinativas encontram-se em franca multiplicação. 
Em condições ideais de temperatura - entre 25° e 28°C - ocorre a formação dos esporocistos 
secundários, que se inicia a partir do 14° após a penetração do miracídio. A formação do 
esporocisto secundário inicia-se com um aglomerado de células germinativas nas paredes do 
esporocisto primário, verificando-se uma vacuolização acentuada na parte central da larva que se 
reorganizam e dão origem a septos, ficando o esporocisto primário dividido em 150 a 200 
camadas, cada septo ou camada podendo ser considerado um esporocisto secundário 
(esporocisto filho ou esporocisto II). 
As paredes deste esporocisto apresentam uma dupla camada muscular logo abaixo da camada 
cuticular, apresentando fibras musculares longitudinais e transversais que estão associadas à 
formação de espinhos na parte mais extrema da cutícula com papel fundamental na motilidade e 
na capacidade de migração intratecidual das larvas. A migração dos esporocistos secundários 
inicia-se em tomo do 18° dia de infecção do molusco após a saída da estrutura do esporocisto 
primário por um hipotético poro de nascimento. 
A migração processa-se ativamente através dos tecidos do molusco. A localização final dos 
esporocistos será nos espaços intertubulares da glândula digestiva com riqueza de nutrientes 
onde começam sofrer modificações anatômicas no seu conteúdo de células germinativas. 
Os esporocistos secundários, após terem atingido o seu destino final, apresentam três 
áreas estruturais: 
 A primeira seria o chamado de nascimento. 
 A segunda área apresentaria cercárias desenvolvidas ou em desenvolvimento. 
 A terceira seria células embrionárias, que poderiam representar um outro tipo de reprodução. 
Esta última geração de células embrionárias originando novos esporocistos chamados 
esporocistos terciários. Acredita-se que, no gênero Schistosoma, esta sucessão de gerações de 
esporocistos filhos pode ser teoricamente ilimitada. Existe a hipótese de que o embrião que se 
desenvolve para esporocisto filhos possa se diferenciar em cercárias ou em novas gerações de 
esporocistos, mas sempre originando-se de um único tipo de célula germinativa. 
Cercaria 
A formação cercariana inicia-se com a disposição das células germinativas em uma mórula, 
encontra-se uma grande célula basófila, com um núcleo grande e vesicular. Com o crescimento da 
mórula, esta celula central se multiplica, constituindo o primórdio das glândulas de penetração. As 
células externas da mórula vão marginar as duas camadas celulares da cercária, constituída de 
fibras musculares longitudinais e circulares. 
Observa-se também formação de uma cutícula acelular nas duas ventosas. A formação completa 
da cercária, até sua emergência para o meio aquático, pode ocorrer em um período de 27 a 30 
dias, em condições ideais de temperatura (cerca de 28°C). 
Um único miracídio pode gerar até cerca de 300 miln cercárias, e cada miracídio já leva definido o 
sexo das cercárias que serão produzidas. A emergência das cercárias ocorre com a saída dos 
organismos dos esporocistos-fílhos, faz-se tanto pelos espaços intercelulares, cheios de 
hemolinfa, como através do sistema venoso do caramujo. A passagem para o meio exterior 
processa-se pela formação de vesículas no epitélio do manto e pseudobrânquia. Foram descritas 
glândulas que só existem na cercaria intracaramujo. Estas glândulas atuam na emergência 
cercariana, sendo assim denominadas glândulas de escape. A emergência segue um ritmo 
circadiano, sendo regida por fatores exógenos, cujos elementos sincronizadores são a luz e a 
temperatura, bastando, porém, a ação isolada de um destes fatores para a manutenção do ritmo 
circadiano. 
Apesar de as cercárias poderem viver por 36 a 48 horas, sua maior atividade e capacidade 
infectiva ocorrem nas primeiras oito horas de vida. Nadam ativamente na água, não sendo, 
entretanto, atraídas pelo hospedeiro preferido (mas só se desenvolverão no hospedeiro correto). 
As cercarias são capazes de penetrar na pele e nas mucosas. Ao alcançarem a pele do homem, 
por ação lítica (glândulas de penetração) e ação mecânica (movimentos vibratórios intensos), 
promovem a penetração do corpo cercariano e a concomitante perda da cauda. Quando ingeridas 
com água, as que chegam ao estômago são destruídas pelo suco gástrico, mas as que penetram 
na mucosa bucal desenvolvem-se normalmente. Após a penetração, as larvas resultantes, 
denominadas esquistossômulos, adaptam-se as condições fisiológicas do meio interno, migrampelo tecido subcutâneo e, ao penetrarem num vaso, são levadas passivamente da pele até os 
pulmões, pelo sistema vascular sanguíneo, via coração direito. 
Dos pulmões, os esquistossômulos se dirigem para o sistema porta, podendo usar duas vias para 
realizar essa migração: uma via sanguínea (tradicionalmente aceita) e outra transtissular. A 
migração pela via sanguínea é feita pela a rota: das arteríolas pulmonares e dos capilares 
alveolares os esquistossômulos ganhariam as veias pulmonares (pequena circulação) chegando 
ao coração esquerdo; acompanhando o fluxo sanguíneo, seriam disseminados pela aorta (grande 
circulação) para mais diversos pontos até chegar a rede capilar terminal: aqueles que 
conseguissem chegar ao sistema porta intra-hepático permaneceriam ali; os demais ou 
reiniciariam novo ciclo ou pereceriam. 
Uma vez no sistema porta intra-hepático, os esquistossômulos se alimentam e se desenvolvem 
transformando-se em machos e fêmeas 25-28 dias após a penetração. Daí, migram acasalados, 
para o território da veia mesentérica inferior, onde farão oviposição. Os ovos são depositados nos 
tecidos em tomo de 35o dia da infecção, imaturos, e a formação do miracídio (ovo maduro) 
demanda seis dias. Os primeiros ovos são vistos nas fezes cerca de 42 a 45 dias após a infecção 
do hospedeiro. 
Transmissão: 
 Penetração ativa das cercárias na pele e mucosa. 
As cercárias penetram mais frequentemente nos pés e pernas por serem as áreas do corpo que 
mais ficam em contato com águas contaminadas. O horário em que são vistas em maior 
quantidade na água e com maior atividade é entre 10 e 16 horas, quando a luz solar e o calor são 
mais intensos. 
 
PATOGENIA: Está ligada a vários fatores, como cepa do parasito, carga parasitária adquirida, 
idade, estado nutricional e resposta imunitária da pessoa. De todos estes fatores parece que os 
dois mais importantes são a carga parasitária e a resposta do sistema imunológico de cada 
paciente. Em trabalhos recentes foi verificado que há uma correspondência direta entre a carga 
parasitária (estimada pela contagem de ovos por grama de fezes) e a sintomatologia. Assim, em 
população com a média do número de ovos nas fezes muito elevada, é mais frequente a forma 
hepatoesplênica e as formas pulmonares. Sabe-se também que as alterações 
cutâneas(dermatites) e hepáticas são grandemente influenciadas pela resposta imunológica do 
paciente, frente aos antígenos dos esquistossômulos e dos ovos. Procurandose acompanhar a 
evolução das alterações no paciente, estudaremos a ação das cercárias, dos esquistossômulos, 
dos vermes adultos e dos ovos. 
CERCARIA: A chamada dermatite cercariana ou dermatite do nadador pode ocorrer quando as 
cercárias do Schistosoma ou mesmo de Trematoda de outros animais penetram na pele do 
homem. Essa dermatite é caracterizada por "sensação de comichão, erupção urticariforme e é 
seguida, dentro de 24 horas, por eritema, edema, pequenas pápulas e dor". É, em geral, mais 
intensa na reinfecções (hipersensibilidade) nas quais há interferência de mastócitos (liberação de 
histarnina), complemento, eosinófilos e ige. A dermatite cercanana é, portanto, um processo 
imunoinflamatório, muito importante na imunidade concomitante, pois, como será mostrado 
adiante, há grande destruição de cercárias e esquistossômulos na pele e nos pulmões 
ESQUITOSSOMULOS: Cerca de três dias após a penetração das cercárias na pele, os 
esquistossômulos são levados aos pulmões. A partir da segunda semana após a infecção, podem 
ser encontrados nos vasos do fígado e, posteriormente, no sistema porta intra-hepático. Nessa 
fase, pode haver linfadenia generalizada, febre, aumento volumétrico do baço e sintomas 
pulmonares. Em condições experimentais, no animal infectado pela primeira vez, sem uma 
resposta imunológica específica, tem-se verificado que, quando esta ocorre, o parasito já 
apresenta os mecanismos de evasão a ação da resposta, entre eles, síntese, aquisição de 
moléculas semelhantes. As do seu hospedeiro (mimetismo e mascaramento antigênico), 
capacidade de renovação do tegumento lesado pela ação do sistema de complemento, 
imunoglobulinas e células efetuadoras. 
VERMES ADULTOS: Sabe-se que após a maturação dos vermes adultos, nos ramos intra-
hepáticos do sistema porta, os mesmos migram principalmente para a veia mesentérica inferior 
(ou mesmo, ectopicamente, para outras localizações). Os vermes permanecem aí por longos anos 
e não produzem lesões de monta. Já os vermes mortos podem provocar lesões extensas, embora 
circunscritas. Essas lesões ocorrem principalmente no figado, para onde os parasitos são 
arrastados pela circulação porta. Além dessas lesões, os vermes adultos espoliam o hospedeiro 
devido ao seu alto metabolismo. Foi demonstrado que o S. Mansoni consome 2,5mg de Fe por dia 
e 115 de seu peso seco de glicose. 
OVOS: Como já foi enfatizado, os ovos são os elementos fundamentais da patogenia da 
esquistossomose. Quando apenas pequeno número de ovos viáveis consegue atingir a luz 
intestinal, as lesões produzidas são mínimas, com reparações teciduais rápidas; quando em 
grande número, podem provocar hemorragias, edemas da submucosa e fenômenos 
degenerativos, com formações ulcerativas pequenas e superficiais; essas lesões são em geral 
reparadas, com reconstituição da integridade dos tecidos. Os ovos que atingem o figado, lá 
permanecem e causam as alterações mais importantes da doença. 
IMUNOPATOGENIA: A esquistossomose mansoni é basicamente uma doença que decorre da 
resposta inflamatória granulomatosa que ocorre em tomo dos ovos vivos do parasito. Os 
antígenos são secretados principalmente pela membrana interna da casca do ovo maduro, 
chamada "envelope de Von Lichtenberg", que apresenta toda a maquinaria de síntese protéica, 
núcleo próprio, inúmeras mitocôndrias e uma extensa rede de reticulo endoplasmático rugoso 
indicando alto nível de síntese protéica. Esses antígenos atravessam os poros dos ovos 
disseminando-se nas circunvizinhanças destes. Estes antigenos, chamados antígenos solúveis 
dos ovos (SEA, Soluble Egg Antigens) induzem tanto a resposta imunológica humoral quanto a 
celular e são os elementos fundamentais na formação da reação granulomatosa e, portanto, da 
doença. 
O processo da formação do granuloma deve ser considerado nas fases aguda e crônica da 
doença. Na fase aguda, a reação granulomatosa é exacerbada e atinge volume considerável, 
apresentando volume até 100 vezes o do ovo. Na fase crônica, este granuloma atinge dimensões 
bem menores, e, sem dúvida, constitui vantagem para o hospedeiro já que, em animais e pessoas 
imunodeprimidos, os antígenos do ovo - alguns destes potentes enzimas proteolíticas - vão lesar 
área bem maior do que a constituída pelo granuloma, além de se observar o acúmulo de ovos nas 
paredes do intestino nos imunodeficientes. Hoje em dia, admite-se que principalmente a produção 
de IL 10 medeia a passagem da fase aguda para a fase crônica no fenômeno da 
imunomodulação. Os indivíduos de áreas endêmicas, com as formas graves da doença 
(hepatoesplênica), não teriam esta capacidade de imunomodulação. Papel destas citocinas esta 
relacionado ao desenvolvimento da fibrose hepática. 
Sintomatologia: 
Os sintomas surgem cerca de três a quatro semanas após a contaminação e incluem: 
linfodenopatia, mal-estar, febre, hiporexia, tosse seca, sudorese, dores musculares, dor na região 
do fígado ou do intestino, diarreia, cefaleia e prostração, entre outros. A intensidade dos sintomas 
aumenta entre a quinta e a sexta semana, coincidindo com o início da oviposição. O doente 
apresenta-se abatido, com hepatomegalia e esplenomegalia dolorosas, taquicardia e hipotensão 
arterial. Em exames laboratoriais encontra-se eosinofilia elevada (>1000 cels/mm³). Parasitológico 
identifica ovos viáveis do verme. 
Biópsia hepática revela o característico granuloma esquistossomótico na fase necróticoexsudativa.As provas de função hepática (fosfatase alcalina, gama glutamil transferase e transaminases) 
encontram-se elevadas. Possível idenficar hepatoesplenomegalia no exame ultrassonográfico. Os 
sintomas podem durar 90 dias, com remissão espontânea, ocorrendo ausência da febre e 
diminuição de fígado e baço. 
A maioria dos portadores são assintomáticos. No entanto, na fase aguda, o paciente infectado por 
esquistossomose pode apresentar diversos sintomas, como: 
• febre; 
• dor de cabeça; 
• calafrios; 
• suores; 
• fraqueza; 
• falta de apetite; 
• dor muscular; 
• tosse; 
• diarreia 
Diagnóstico: 
Como existem diversas formas clínicas, o diagnóstico só é confirmado com os exames 
laboratoriais. 
• Métodos diretos: Visualização ou na demonstração da presença de ovos de S. Mansoni nas 
fezes ou tecidos ou de antígenos circulantes do parasito. Através do parasitológico de fezes, 
pesquisa do antígeno ou biopsia do tecido. 
• Métodos indiretos: envolve reação de antígeno-anticorpo, como Elisa (para identificação igg, 
igm, iga, igg), reação periovular (incubação de ovos com soro do paciente. Técnica trabalhosa), 
intradermorreação (não recomendada atualmente). 
No diagnóstico clínico, deve-se levar em conta a fase da doença (pré-postural, aguda ou crônica, 
já definidas anteriormente). Além disso, é de fundamental importância a anamnese detalhada do 
caso do paciente origem, hábitos, contato com água - pescarias, banhos, trabalhos, recreação, 
esportes etc.) 
Diagnostico parasitológico ou direto 
Os métodos parasitológicos ou diretos se fundamentam no encontro dos ovos do parasito nas 
fezes ou tecidos do paciente 
Exame de Fezes: Pode ser feito por métodos de sedimentação ou centrifugação em éter sulfúrico, 
métodos estes com base na alta densidade dos ovos, ou por método de concentração por 
tamização (Kato e Kato-Katz). Quando existe uma carga parasitária média ou alta, todos estes 
métodos de exame dão resultados satisfatórios. Entretanto, com cargas parasitárias baixas, há 
necessidade de repeti-los. A Emea acasalada do S. Mansoni elimina diariamente cerca de 200 
ovos pelas fezes. Assim, a probabilidade de uma lâmina do método de Kato detectar a infecção 
por um casal de vermes (200 ovoslfêmea 200g fezeddia - 42mg de fezes examinadas) seria de 
cerca de1/24. Portanto, principalmente para controle de cura, após quirnioterapia, deve-se pedir 
vários exames de fezes para se ter certeza da cura parasitológica. O controle de cura por exames 
de fezes deve ser feito após três meses da administração da droga devendo-se considerar a 
possibilidade de reinfecções. 
Biópsia ou Raspagem da Mucosa Reta: Constitui um método que depende de pessoal treinado 
e resulta em inegável desconforto para o paciente. A principal vantagem da técnica é a maior 
sensibilidade e a verificação mais rápida do efeito da quimioterapia. Como se sabe, os ovos 
depositados nos tecidos levam cerca de seis dias para formar o miracídio e, se uma semana 
depois do tratamento forem encontrados só ovos maduros, pode-se inferir que as fêmeas não 
estão realizando postura. Este resultado não significa necessariamente cura, pois as fêmeas 
podem não ter sido mortas, mas somente cessado temporariamente a postura de ovos. Assim, a 
interpretação do resultado deve ter em conta está ressalva. 
Ultra-sonografia: Constitui-se em um dos mais importantes avanços para o diagnóstico clínico, 
principalmente na fase crônica da doença, e está se tomando de uso corrente no nosso país. E 
uma técnica que diagnostica as alterações hepáticas determinando com precisão o grau de 
fibrose. Ainda assim, quando a fibrose é pouco extensa pode ser confundida com outras etiologias 
(hepatitie, salmoneloses, tuberculose). 
 
MÉTODOS IMUNOLOGICO OU INDIRETOS: As técnicas imunológicas medem a resposta do 
organismo do hospedeiro (reações alérgicas, produção de anticorpos etc.) Frente a antígenos do 
parasito. Estas técnicas não permitem a certeza absoluta do parasitismo, a exemplo do encontro 
de ovos na biópsia ou no exame de fezes, pois ocorrem reações cruzadas dando resultados 
falsopositivos. Do mesmo modo, os resultados negativos não permitem a certeza da ausência do 
parasitismo, já que ocorrem também reações falso-negativas. Diversas técnicas foram descritas 
para o diagnóstico imunológico da esquistossomose. Entretanto, algumas destas, pela dificuldade 
de execução, baixa sensibilidade etc., só são utilizadas eventualmente, em algum trabalho de 
pesquisa. Dentre estas, podemos citar a reação pericercariana, a reação periovular ou circum-
ovular, reação de imobilização do miracídio e o teste de aglutinação cercariana. 
 
Tratamento: 
O tratamento depende da forma clínica da doença: 
• Fase aguda: A dermatite cercariana é tratada com anti-histamínicos locais e corticosteroides 
tópicos. Em caso de febre, pode ser necessário internar, porém recomenda-se hidratação, 
repouso e antitérmicos. Iniciar o uso da prednisona 1 mg/kg/dia, que deve ser associado ao 
tratamento específico. 
• Fase crônica: O tratamento específico é feito com Praziquantel e Oxaminiquine. 
Formas da esquistossomose: 
Fase inicial: Começa após o contato com a cercaria. Observa-se infiltrado de polimorfonucleares 
ao redor dos parasitos e nas proximidades dos vasos. Mais tarde, surgem linfócitos e macrófagos. 
Predomínio de reação alérgica + alterações dermatológicas. 
Forma aguda: Pode ser assintomática ou sintomática. Na assintomática, podese notar apenas 
alterações laboratoriais = eosinofilia e ovos viáveis de S. Mansoni nas fezes. Já na sintomática, 
logo após o contato pode existir manifestação pruriginosa na pele, dura 24-72 horas até 15 dias e 
cede espontaneamente. Chama-se de dermatite cercariana (micropápulas eritematosas) 
Fase tardia: Alguns indivíduos irão evoluir da forma aguda para a crônica. Geralmente são 
pacientes que apresentam modulação satisfatória do granuloma, indo de um granuloma necrótico-
exsudativo para um produtivo com menor número de células inflamatórias, sem área de necrose e 
com mais fibra colágena. 
Forma hepatointestinal: O ultrassom do abdômen presença de espessamento periportal pode 
sugerir progressão para a forma hepatoesplênica. Geralmente assintomático, quando apresenta 
queixas, são inespecíficas: desânimo, indisposição para o trabalho, tonturas, cefaleia e sintomas 
distônicos. Os sintomas digestivos podem predominar: sensação de plenitude, flatulência, dor 
epigástrica e hiporexia. 
Observam-se surtos diarreicos e, por vezes, disenteriformes, intercalados com constipação 
intestinal crônica. No qual são sintomas gerais de parasitoses intestinais. No exame físico, pode 
apresentar dor à palpação dos cólons, hepatomegalia. Geralmente baço não palpável. 
 
 
Forma hepática: Pode ser assintomática. Quando presente sintomas, relacionado à fígado e 
intestino. Ao exame físico, o fígado é palpável e endurecido, à semelhança do que acontece na 
forma hepatoesplênica. Na ultrassonografia, verifica- -se a presença de fibrose hepática, 
moderada ou intensa. Nessa forma clínica, o paciente não apresenta varizes de esôfago e 
sangramento decorrente da ruptura de varizes. 
Forma hepatoesplênica: Pode se apresentar como compensada, descompensada ou 
complicada. O paciente irá apresentar esplenomegalia associada à hipertensão portal e varizes de 
esôfago. Os outros sintomas são inespecíficos: dor abdominal, desconforto hipocôndrio direito, 
sensação de peso. A ascite inscreve-se entre as manifestações mais comuns de descompensação 
no esquistossomótico, com frequência iniciando- -se após episódio de hemorragia digestiva alta. 
Forma neurológica: Os ovos podem atingir o SNC. Os vermes migram para os vasos que nutrem 
as células do sistema nervoso e aí depositam os ovos. A lesão mais frequente na 
esquistossomose mansônica é a mielite transversa. As manifestações clínicas nos pacientes são 
pobres, mas casos de epilepsia, acidentevascular cerebral e tumores cerebrais já foram descritos 
na literatura. O diagnóstico e o tratamento, nesses casos, são geralmente cirúrgicos. 
Forma pulmonar: Os ovos, vermes mortos e a vasculite pode causar obstrução vascular e 
consequente hipertensão pulmonar. Pode também apresentar a forma cianótica. Os sintomas e 
sinais clínicos caracterizam a síndrome do cor pulmonale. Observam-se síncope de esforço, 
hiperfonese de P2, impulsão na região mesogástrica e sinais de insuficiência cardíaca 
Transmissão: Penetracao ativa das cercarias na pele e mucosa. As cercarias penetram mais 
frequentemente nos pes e pemas por serem as areas do corpo que mais ficam em contato com 
aguas contaminadas. O horario em que sao vistas em maior quantidade na agua e com maior 
atividade e entre 10 e 16 horas, quando a luz solar e o calor sao mais intensos. Os locais onde se 
da a transmissao com mais frequencia sao os focos peridomiciliares: valas de irrigacao de hortas, 
acudes (reservatorios de agua e local de brinquedo de criancas), pequenos corregos que 
lavadeiras e criancas costumam frequentar.

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