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Ana Laura Octávio - TXXII ANAMNESE INTRODUÇÃO - A semiologia está relacionada ao estudo dos sinais e sintomas das doenças. Para a obtenção desses sinais e sintomas, o médico possui técnicas conhecidas como componentes do diagnóstico: ▪ Anamnese. ▪ Exames físicos. ▪ Exames complementares. ANAMNESE - A anamnese é o ponto inicial do diagnóstico da doença. É o histórico que vai desde o momento que o paciente começou a ter sintomas até o momento da observação do médico. É baseado nas lembranças que o paciente possui. - OBJETIVOS DA ANAMNESE: ▪ Obter relação médico paciente adequada - isso envolve simpatia, confiança, atenção e segurança. - Quanto melhor a relação, mais fácil será de retirar os dados necessários. ▪ Conhecer as dimensões do espaço diagnostico – conhecer o ambiente, a moléstia e o ambiente em que ele vive (muita influência). ▪ Auxiliar na interpretação de exames (físicos e complementares). ▪ Avaliar resposta a tratamentos e progressos – eficácia do tratamento quando o paciente retorna. ▪ Contribuir para o tratamento. - PRINCÍPIOS DA ANAMNESE: ▪ Motivação e tempo para ouvir o paciente (o tempo depende do espaço e do local). ▪ Evitar interrupções. OBS.: Desde que o paciente não perca o foco. ▪ Observar o paciente (coleta dos sinais). ▪ Saber interrogar – as perguntas aos pacientes devem ser feitas numa linguagem popular, mais simples. ▪ Não fazer julgamentos precoces. ▪ Não discutir com o paciente. - TIPOS DE AVALIAÇÃO: ABRANGENTE - paciente que chega pela primeira vez: ▪ Pacientes novos. ▪ Início da relação médico-paciente. ▪ Fornece conhecimentos fundamentais e personalizados. Ana Laura Octávio - TXXII ▪ Linha de base para avaliações futuras. ▪ Promove ações de saúde mediante orientação e educação. ▪ Desenvolve proficiência das habilidades. FOCALIZADA - paciente que volta para ver o resultado do tratamento proposto: ▪ Pacientes já conhecidos. ▪ Aborda queixas ou sintomas localizados. ▪ Avalia um sistema corporal específico. ▪ Utiliza métodos de exame relevantes à avaliação das queixas ou problemas da forma mais exata e cuidadosa possível. - LIMITAÇÕES PARA ANAMNESE: ▪ Condições clínicas. ▪ Tipo de informante - tem pacientes que não sabem ou não querem informar. ▪ Entrevistador - deve entender a urgência do caso, deve se ter bom senso ao perguntar. PASSOS PARA ANAMNESE - Preste atenção em você como médico (se está limpo, asseado, com unhas cortadas). - Memorize o nome do paciente. - Cumprimente o paciente (“Bom dia, Sr(a). ………. “). - Identifique-se (“ Bom dia, meu nome é ……….. sou estudante de medicina da UNIARA. Eu gostaria de fazer algumas perguntas para examinar o senhor, posso?”). - Posicione-se bem na sala (90cm a 1,20m de distância do paciente). - Prepare-se para: ouvir, interagir e escrever. - Observe o paciente (ex: esclera azul (osteogênese imperfeita), mãos mais compridas que o normal (Síndrome de Proteus, E.L.A. e Síndrome de Marfan). COMPONENTES DA ANAMNESE ABRANGENTE DO ADULTO I) DADOS DE IDENTIFICAÇÃO, FONTE E CONFIABILIDADE - IDENTIFICAÇÃO: ▪ Nome. ▪ Idade. ▪ Sexo. ▪ Etnia. ▪ Profissão (se aposentado, qual era a profissão antes). ▪ Estado civil. ▪ Religião. ▪ Naturalidade. ▪ Procedência (remota e atual). Patologias relacionadas, mais comuns e prevalentes. Ana Laura Octávio - TXXII - FONTE: quem deu/forneceu as informações (paciente, acompanhante, carta de encaminhamento, prontuário). - CONFIABILIDADE: o paciente é confiável (apresenta variações de memória, humor). II) QUEIXAS PRINCIPAIS E DURAÇÃO (QD) - O que leva o paciente a procurar o atendimento? - Usar os termos utilizados pelo paciente. - Ser breve. - Determinar o tempo, SEMPRE. Exemplo “Estou com a visão embaçada” P: Desde quando? R: Há 2 dias. QD: Visão embaçada há 2 dias. III) HISTÓRIA DA DOENÇA ATUAL (HDA ou HPMA) - História que levou o paciente a procurar atendimento (relacionada com a QD). SIC: segundo informações do paciente. - É o relato completo, claro e cronológico dos problemas/sintomas. - Usar termos técnicos (outro médico conseguir entender). - Importante incluir dados pertinentes negativos e/ou positivos. Exemplo QD: Visão embaçada há 2 dias. HPMA: Paciente com queixa de embaçamento visual (fica tudo nublado - sic) há 1 semana, sem horário preferencial de aparecimento, sem fatores desencadeantes, sem sintomas associados, sem fatores de melhora e com piora progressiva desde há 2 dias. Refere que teve episódios semelhantes anteriormente quando ``diabetes sobe muito´´. Como não melhorava, procurou atendimento médico. OBS.: Sempre colocar data e hora da anamnese. OBS.: Diferenciação entre sintoma e sinal: Sintoma - o que o paciente refere. Sinal - o que o examinador (médico) encontrou. Cada sintoma deve ser caracterizado: 1. Localização 2. Qualidade 3. Quantidade ou gravidade 4. Início, duração e frequência 5. Situação em que ocorre – quando? 6. Fatores agravantes ou de melhora 7. Manifestações associadas Ana Laura Octávio - TXXII IV) INTERROGATÓRIO SOBRE OS DIVERSOS APARELHOS (ISDA) - Começar ISDA sempre da cabeça para os pés (de cima para baixo). SINTOMAS GERIAS - Febre. - Calafrio - tremor involuntário do corpo por contração muscular. - Sudorese. - Cãibra - contração involuntária de um músculo só. - Astenia - perda ou diminuição da força muscular. - Alteração do peso. Exemplo – febre P: Desde quando? Quantos dias? Era de quanto? Chegou a medir? Aparecia em qualquer horário do dia ou em algum horário específico? Melhorava de alguma maneira? Tinha algum outro sintoma acompanhando (náuseas, calafrios, sudorese, mal estar, cefaleia, tontura, astenia…) R: 2 meses. Não mediu, Só sentiu o corpo quente. Aparecia de manhã e melhorava com dipirona, mas voltava no decorrer do dia. Arrepio no corpo, diminuição da força muscular e mal-estar. ISDA: Paciente refere febre não medida, desde há 2 dias, pela manhã, acompanhada de calafrios e astenia, que melhorava parcialmente com uso de dipirona, mas que retorna com o decorrer do dia, sem fatores de piora. PELE - Coloração: alteração de cor, região, que cor. - Textura: presença de ressecamento, onde. - Temperatura - Sudorese: região que sua. - Sensibilidade: formigamento ou sensação de região anestesiada, qual. - Prurido (coceira) - Lesões: aparecimento de manchas ou feridas. Cada sintoma deve ser caracterizado: 1. Localização 2. Qualidade 3. Quantidade ou gravidade 4. Início, duração e frequência 5. Situação em que ocorre – quando? 6. Fatores agravantes ou de melhora 7. Manifestações associadas “Paciente refere/ nega” Ana Laura Octávio - TXXII FÂNEROS (pelos, cabelos, unhas, sobrancelhas) - Queda de cabelo/pelos: • Perda de cabelo/pelos pelo corpo → alopecia. • Perda de parte da sobrancelha (pode se associar à hanseníase) → madarose. - Alteração da cor dos cabelos: • Cabelos brancos → caníce. • Despigmentação dos cabelos. • Ausência de melanina em determinadas áreas da pele, deixando manchas brancas (mecha branca de cabelo) → piebaldismo. - Aumento/ queda da quantidade de pelos → hipetricose. - Pelos em locais diferentes dos habituais → hirsurtismo (patologia feminina). - Lesões e alterações da cor das unhas: • Unhas esbranquiçadas → leuconiquia. • Inflamação ao redor das unhas → paroníquia. CABEÇA E PESCOÇO - Dor de cabeça → cefaleia. - Aumento do volume do ``pescoço´´ (na realidade, é aumento da tireoide) → bócio. - Massas → tumorações. - Dor de garganta quando ingere álcool → pode estar relacionada com linfoma. CEFALÉIA - Com fotofobia e aura (visão comprometida) → enxaqueca. - Lancinante (dor insuportável), lacrimejando e rinorreia (saída de secreção nasal) → cefaleia em salvas. - Regiãotemporal, surge após estresse → cefaleia tensorial. - Posterior com dor torácica e epistaxe (sangramento nasal) → crise hipertensiva. - Súbita com náuseas e vômitos em jatos e rigidez no pescoço → meningite ou encefalite. OBS.: Vômitos em jatos – abscesso ou hipertensão intracraniana aguda ou hemorrágica (aneurisma). - Explosiva, ``em trovoada´´, pior dor da vida, como martelada → hemorragia intracraniana. OLHOS - Dor ocular. - Queimação. - Lacrimejamento. - Acuidade visual (capacidade que o paciente tem de enxergar): boa, ruim ou ausente: • Uso de lentes corretoras. • Visão dupla → diplopia. Ana Laura Octávio - TXXII • Visão lateral → hemianopsia. • Pontos luminosos → escotomas. - Sensação de corpo estranho. - Sensação de olho seco → xeroftalmia. - Aversão à luz → fotofobia. - Visão ``pela metade´´ → hemianopsia. - Perda de visão → amaurose. ALUCINAÇÕES VISUAIS - Visão amarelada → xantopsia (intoxicação por digitálicos: remédios que auxiliam o tratamento de insuficiência cardíaca). - Visão esverdeada → cloropsia (intoxicação por digitálicos). - Visão violácea (violeta) → lantopsia ou iantopsia (distúrbios psiquiátricos). - Visão azulada → cianopsia (após remoção de catarata ou uso de sildenafil (Viagra). OUVIDOS - Dor de ouvido → otalgia. - Saída de secreção pelo ouvido: • Límpida, clara → otorreia límpida. • Purulenta → otorreia purulenta. • Sangue → otorragia. - Zumbidos. - Tonturas. - Alucinações auditivas. NARIZ - Dor no nariz ou nos seios da face. - Saída de secreção pelo nariz: • Límpida, clara → rinorreia límpida. • Purulenta → rinorreia purulenta. • Sangue → rinorragia ou epistaxe. - Obstrução nasal (nariz entupido). - Prurido. - Espirros. - Alterações do olfato. ALTERAÇÕES DO OLFATO - Perda total do olfato → anosmia. - Perda parcial do olfato → hiposmia. - Aumento da olfação → hiperosmia. - Sensação de odor desagradável subjetiva (só o paciente sente) → cacosmia. - Distorção de odores (``nada cheira certo´´ ou ``tudo tem o mesmo cheiro´´) → parosmia. - Sensação de odores que não existem (p.ex. distúrbios psiquiátricos) → fantosmia. Ana Laura Octávio - TXXII - Incapacidade de classificar, identificar ou constatar uma sensação odorífera verbalmente → agnosia. CAVIDADE ORAL, LARINGE E FARINGE - Dor. - Boca seca → xerostomia. - Excesso de salivação → sialorreia ou hipersialose. - Mau hálito (alterações na cavidade oral ou TGI) → halitose. - Sangramentos (traumas na boca, má condição dentária, deficiência de vitamina C) → escorbuto. - Lesões → desde afta até tumorações. - Alterações dentárias: • Dentes de Hutchinson – molares em amora e incisivos medianos em forma de fenda. • Angina de Ludwing – infeção do espaço submandibular. - Alterações da língua: • Aumento do volume da língua → macroglossia. • Dor ou ardor na língua → glossodinia. • Inflamação na língua → glossite. o Língua geográfica: glossite que pode causar dor ou queimação. o Língua negra pilosa: infeção fúngica, geralmente de coloração negra. - Alterações da deglutição: • Dor para deglutir → odinofagia. • Dificuldade para deglutir → disfagia. • Contratura involuntária dos músculos mastigatórios → trismo (pode estar relacionado com tétano). - Alterações do apetite: • Aumento do apetite, da ingesta alimentar → polifagia ou hiperfagia. • Diminuição do apetite → hiporexia. • Ausência de apetite → anorexia. • Perversão do apetite → alotriofagia (Síndrome da Pica): o Hábito de comer terra ou barro → geofagia. o Hábito de comer os próprios cabelos → tricofagia. o Prática de se alimentar de gafanhotos → acridofagia. o Hábito de comer fezes → escatofagia. o Hábito de consumir gelo → pagofagia. o Hábito de comer pedras → litofagia. o Hábito de comer morcegos → quiropterofagia. o Hábito de comer mão → quirofagia. SISTEMA CARDIOVASCULAR - ATENÇÃO: dor torácica é o sintoma mais importante da cardiopatia, pois as causas de dor no coração são potencialmente fatais. - Palpitações: sensações desconfortáveis no tórax associadas a arritmias cardíacas (``coração acelerado´´). Ana Laura Octávio - TXXII o CAUSAS: cardiopatia, tireoxicose (hipertireoidismo), feocromocitomal (tumor que produz catecolaminas), hipoglicemia, febre, anemia e ansiedade. - Desmaio/síncope: perda de consciência por queda da perfusão cerebral. o Diferenciar de “tonteiras”. o Relacionado a causas cardíacas e não cardíacas. o Cardiopatias com distúrbios do ritmo. o Hipoglicemia, hiperventilação, hipóxia, desidratação, anemia, epilepsia, AVC o Uso de medicamentos (antidepressivos, diuréticos, anti-hipertensivos, p.ex.). - Fadiga (ou cansaço): não é específico de doenças cardíacas. o Outras causas comuns: ansiedade, depressão, anemia e doenças crônicas (DPOC, hipotireoidismo, câncer). - Falta de ar, ou a dificuldade para respirar → dispneia. - Edema (inchaço). o Pacientes com IC apresentam edema simétrico de MMII, que piora durante o decorrer do dia. o Pacientes acamados podem apresentar apenas edema sacral. o Se tiver dispneia associada, geralmente a dispneia precede o aparecimento do edema. - Coloração azulada ou arroxeada da pele (grande quantidade de hemoglobina não Saturada) → cianose. - Expectoração com sangue → hemoptise. SISTEMA RESPIRATÓRIO - Dor torácica. - Falta de ar, dificuldade para respirar → dispneia. • Dispneia paroxística noturna (DPN) - ocorre à noite com o paciente deitado; o paciente é despertado pela falta de ar, geralmente acompanhada de tosse e se levanta para “conseguir mais ar”. Geralmente associada a ICC. • Ortopneia - necessidade de usar mais travesseiros para dormir – ICC. • Dispneia aos esforços (DAE) - desencadeada pelos esforços - angina, arritmias, DPOC. • Trepopneia - dispneia em um decúbito lateral específico. • Platipnéia - dispneia em posição ortostática. • Apneia - parada da respiração – SAHOS. • Taquipneia - aumento da frequência respiratória. • Hipopneia - diminuição da frequência e profundidade da respiração respiratória. • Eupneia – respiração normal. - Coloração azulada ou arroxeada da pele → cianose. - Tosse (mecanismo de defesa da árvore respiratória). Ana Laura Octávio - TXXII - Escarro, secreção proveniente da árvore brônquica → expectoração. o Muco mucoide - escarro não infectado é inodoro, transparente ou cinza- esbranquiçado. o Escarro purulento - escarro infectado, pode ser amarelo, vermelho ou esverdeado. o Vômica - expectoração abundante e súbita de secreção purulenta ou hemorrágica proveniente de uma cavidade ou coleção intratorácica. - Expectoração com sangue → hemoptise. o Apresenta coágulos - lesão pulmonar cavitaria, tumor de pulmão, embolia pulmonar. o Escarro tingido de sangue (laivos de sangue) - embolia pulmonar, tuberculose, estenose mitral, tabagismo. - Som agudo e apero à inspiração (redução do calibre das vias aéreas superiores) → cornagem (estridor). - Chiado no peito, sons expiratórios → sibilos. - Sons roucos vindos do nariz ou da boca: é a obstrução parcial das vias aéreas superiores durante o sono → roncos pulmonares. - Fadiga ou cansaço. SISTEMA DIGESTÓRIO - Dor abdominal. OBS.: Se a paciente for do sexo feminino perguntar sobre ciclos menstruais, DUM, gestações, sangramentos fora do ciclo, sangramentos pós-menopausa, traumatismos etc. - Náusea e vômito: o Irritação do peritônio (ex. perfuração de órgão). o Obstrução do ducto biliar, ureter ou intestino. o Toxinas. Ana Laura Octávio - TXXII - - ---- - Dificuldade de deglutição → disfagia. • No início da deglutição (sensação de engasgo) → disfagia de transferência. • Na região do pescoço → disfagia cervical. • Na região do tórax → disfagia torácica. - Dor á deglutição → odinofagia. - Azia, queimação retroesternal → pirose. - Retorno de alimentos não digeridos do esôfago para a boca → regurgitação.- Estomago cheio, sensação de barriga estufada → empachamento. - Intolerância alimentar (dificuldade de digerir certos alimentos). - Hábito intestinal (número de evacuações/dia, consistência e coloração das fezes). • Diarreia – diminuição da consistência das fezes e aumento do número de evacuações. o Aguda – mínimo de 3 episódios de diarreia por dia, por até 14 dias (geralmente infecciosa). o Crônica – mínimo de três episódios de diarreia por dia, por mais de 2 semanas (alergias alimentares, estresse, uso abusivo de laxantes, doenças autoimunes do intestino, insuficiência pancreática, câncer intestinal, AIDS etc. o Intermitente – alternância de episódios de diarreia e sem diarreia (doenças autoimunes intestinais). • Constipação intestinal – fezes ressecadas. - Tradicionalmente definida com menos de 3 evacuações por semana. - Investigar esforço para defecar, consistência e formato das fezes. • Disenteria – diarreia com presença de muco ou sangue, geralmente acompanhada de cólica intestinal. • Tenesmo real (anal) – espasmo doloroso do esfíncter anal com desejo urgente de defecar. LOCALIZAÇÃO DAS DORES ABDOMINAIS Ana Laura Octávio - TXXII - Hemorragias (hemorragia digestiva alta - HDA e hemorragia digestiva baixa- HDB). • Hematêmese – vômitos com sangue (sangue vivo ou diferido). • Melena – fezes fétidas com eliminação de sangue digerido, negro, em ``borra de café´´ (acima do ângulo de Treitz). • Hematoquezia – passagem de sangue vermelho vivo em pequena quantidade pelo reto durante a evacuação, sem se misturar com as fezes (proveniente do retor ou anus). • Enterorragia – evacuação de sangue vivo geralmente em grande quantidade (indica sangramento intestinal – abaixo do ângulo de Treitz). - Coloração amarelada da pele e mucosas → icterícia. - Distensão abdominal. • Aumento de gás GI – má absorção, colón irritável ou ingestão de ar (aerofagia). • Aumento de líquido intra-abdominal → ascite. - Massas (desde hernias até neoplasia). - Coceiras → prurido. o Generalizada – distúrbio cutâneo, doença hepática ou renal crônica, medicamentos. o Localizado – na pele da região anal (fistulas, fissura, parasitas, HIV). o Intenso – pode estar associado a linfoma ou doenças malignas do TGI. Ana Laura Octávio - TXXII SISTEMA GENITOURINÁRIO - Dor: • Dor em flanco ou dor lombar – distensão do ureter, pelve renal ou bexiga. • Inguinal – hernia ou dor residual de herniorrafia. • Suprapúbica (baixo ventre) – infeções, cisto roto de ovário, gestação ectópica. • Escrotal ou testicular – torção testicular, varicocele, epididimite. - Dor para urinar → disúria. • Geralmente associada a infecções, estenose de meato externo ou estenose uretral. • Eliminação lenta e dolorosa de urina em consequência de espasmo uretral ou vesical → estranguria. • Presença de pus na urina → piuria. • Eliminação de ar pela urina, ``bolinhas de gás´´, geralmente no final da micção → pneumatúria. • Presença de material fecal na urina (RARO) → fecalúria. - Alterações da continência: incapacidade de reter a urina: • De transbordamento. • De esforço. - Massas, linfadenomegalia ou edema inguinal. - Lesões ou erupções cutâneas genitais. - HOMENS: • Aumento escrotal. • Descarga uretral. • Disfunção erétil. • Priapismo. - MULHERES: • História ginecológica. • História obstétrica. Ana Laura Octávio - TXXII ALTERAÇÕES DO FLUXO URINÁRIO - Produção e eliminação de quantidades aumentadas de urina → poliúria. - Aumento do número de micções com diminuição do volume (geralmente acompanhada de tenesmo vesical) → polaciúria. - Aumento da frequência urinária à noite → nictúria. - Necessidade de urinar à noite, interrompendo o sono → noctúria. - Abertura da uretra fica na parte inferior do pênis → hipospadia. - Abertura da uretra fica na face dorsal do pênis → epispádia. ALTERAÇÕES DA COR DA URINA URINA AVERMELHADA - Presença de sangue → hematúria: • Inicial - geralmente tem origem na uretra. • Terminal - distúrbio do colo vesical ou uretra posterior. • Presença de sangue na roupa - geralmente patologias do meato uretral externo (sexo masc.) • Hemoglobinúria de marcha - atividade física vigorosa. - Ingesta de alimentos vermelhos (beterraba, frutas vermelhas). - Ingesta de alguns medicamentos como piridium e rifampicina. - Alimentos ricos em corantes vermelhos. - Intoxicação por mercúrio. URINA MARROM ESCURO (cor de chá, cor de Coca-Cola) - Presença de bilirrubina em excesso na urina → colúria. - Medicamentos como antimaláricos, antibióticos e relaxantes musculares. - Excesso da ingesta de feijão. SISTEMA GENITOURINÁRIO MASCULINO - Aumento escrotal: • Na maioria das vezes é unilateral. • Dilatação testicular ou epididimária, hérnia, varicocele, espermatocele, hidrocele. • Aumento escrotal doloroso - torção testicular, hérnia estrangulada, epididimite - Descarga uretral: corrimento peniano (saída involuntária de secreção pelo meato uretral masculino). Causa mais comum – uretrite gonocócica. - Sangramento uretral: saída involuntária de sangue pelo meato uretral masculino. - Disfunção erétil: incapacidade persistente de obter ou manter uma ereção peniana suficiente para desempenho sexual satisfatório. • Causas: doenças vasculares, DM, uso de anti-hipertensivos, antidepressivos, betabloqueadores. Ana Laura Octávio - TXXII - Ereção peniana dolorosa, independente do desejo sexual, sem levar a ejaculação → priapismo. • Causas mais comuns: leucemia, anemia falciforme, traumas de coluna, uso de medicamentos. - Presença de sangue no esperma ejaculado → hematospermia (hemospermia): • Maioria dos casos é idiopática e benigna. • Outras causas: biópsia prostática, prostatite, uretrite, epididimite, tumores. • Causa rara: esquistossomose (Schistossoma haematobium - África e Oriente Médio). SISTEMA GENITOURINÁRIO FEMININO HISTÓRIA GINECOLÓGICA - Mamas: • Saída de secreção pelas mamas → galactorréia. • Dor nas mamas → mastalgia. • Nódulos e lesões. • Gânglios. - Antecedentes ginecológicos: • Primeira menstruação → menarca. • Ciclos menstruais - regularidade, duração, intensidade do sangramento. • DUM - data da última menstruação. • TPM - tensão pré-menstrual. • Uso de anticoncepcional - qual? • Dor à relação sexual → dispareunia. • Libido - desejo sexual. • Menopausa - última menstruação ≠ síndrome climatérica (sintomas). • Saída de secreção vaginal → leucorreia. • Sangramento vaginal - fora do ciclo. • Prurido, lesões - candidíase, DST, câncer. - Distúrbios menstruais: • Ausência de menstruação > 3 meses → amenorreia. • Ciclos regulares, duração até 35 dias, fluxo normal → eumenorreia. • Fluxo de duração menor que 3 dias, ou quantidade inferior a 30ml → hipomenorreia. • Sangramento prolongada > 8 dias ou volume > 80 ml → hipermenorreia. • Sangramento vaginal intenso ou prolongado com o ciclo menstrual → menorragia. • Sangramento uterino que ocorre fora do período menstrual → metrorragia. • Frequência dos ciclos menstruais > 35 dias → oligomenorreia. • Frequência dos ciclos menstruais > 2 a 3 meses → espaniomenorreia. Ana Laura Octávio - TXXII • Frequência dos ciclos menstruais < 24 dias → polimenorreia. • Cólica menstrual (menstruação difícil) → dismenorreia. HSTÓRIA OBSTÉTRICA - Número de gestações: à termo, prematuros, abortos. - Tipo de parto: normal, cesariana, fórceps. - Quantos nasceram vivos/natimortos. - Complicações na gestação - DM, HAS, DHEG, depressão pós-parto, sangramentos (necessidade de transfusão?), macrossômicos (> 4 kg), PIG (< 2 kg). - Infertilidade. SISTEMA OSTEOARTICULAR OSSO - Dor óssea: dor ``surda´´, mais como um desconforto, geralmente continua e não relacionada a movimentação. - Dor de ``crescimento´´: dor benigna, autolimitada, geralmente noturna, pode aparecerem crianças de qualquer idade (+ comum entre 3 e 6 anos), sem manifestações acompanhantes e sem fatores de melhora ou piora. - Fraturas - por trauma ou patológicas. - Câncer - sarcomas, leucemia. - Déficit de vitamina D. ARTICULAÇÕES - Três tipos: ✓ Sinoviais - grande mobilidade. Ombro e joelhos. ✓ Cartilaginosas - pequena mobilidade. Corpos vertebrais da coluna, coluna/sínfise púbica. ✓ Fibrosas – imóveis. Suturas cranianas. Ana Laura Octávio - TXXII - Dor monoarticular: sugere traumatismo, tendinite ou bursite (inflamação). • Pequenas articulações (mãos e pés); é bem definida. • Dor súbita e intensa ocorre na artrite séptica e na gota. • Quadril - geralmente inguinocrural mas pode aparecer como dor na parte anterior da coxa ou apenas de joelho. - Dor poliarticular: definir padrão de envolvimento (somatória, migratória ou aleatória). • Artrite somatória (aditiva) simétrica sugere artrite reumatoide. • Artrite migratória sugere febre reumática ou artrite gonocócica. - Sintomas comuns: • Dor nas costas → lombalgia (verificar se é na linha média ou fora). o Linha média - lesões musculoligamentares, hérnia de disco, colapso vertebral, metástases. o Fora da linha média - sacroileítes, ciática, artrite de quadril. • Dor cervical → cervicalgia (geralmente autolimitada). o Verificar irradiação para braço. o Verificar se há fraqueza ou parestesia em braço ou perna. SISTEMA NERVOSO SINTOMAS COMUNS - Cefaleia. - Perda da consciência → síncope. - Fraqueza generalizada (proximal ou distal): • Fraqueza muscular → paresia. OBS: Diferença entre astenia e paresia: Astenia - sensação de fraqueza muscular sem perda orgânica. Paresia - perda orgânica da força muscular. Ana Laura Octávio - TXXII - Alterações da coordenação motora: dificuldade de realizar movimentos motores → apraxia e dispraxia. • Dificuldade de coordenar músculos (pegar um copo, levar o talhar à boca, p. ex) → dispraxia motora. • Dificuldade de articular as palavras por não conseguir lidar com os movimentos dos lábios, mandíbula e da língua dificuldade para lidar com os movimentos dos lábios, da mandíbula e da língua → dispraxia de fala (disartria). • Dificuldade de manter a postura correta tanto em pé, como sentado ou deitado → dispraxia postural. - Alterações da sensibilidade. - Distúrbios de leitura. - Distúrbios de grafia. - Convulsões - transtorno paroxístico descarga elétrica súbita e excessiva no cérebro. - Distúrbios da fala: • Incapacidade de se comunicar de forma adequada → afasia. o Geralmente lesões do hemisfério cerebral esquerdo (frontal e temporal, principalmente). o Capacidade de falar ou se expressar verbalmente. o Compreensão da linguagem verbal. o Compreensão da linguagem escrita (leitura) → dislexia. o Capacidade de escrever → agrafia. • Afasias não fluentes (lesão frontal) - entendem o que é falado, mas não conseguem se expressar. o Dificuldade de achar as palavras, usam frases curtas com omissão de palavras. • Afasias fluentes - não entendem o que se fala e não costumam ser compreendidos; usam frases longas e complexas muitas vezes sem sentido (palavras incompreensíveis, incorretas e desnecessárias). • Lentidão anormal da fala, devida a lesão no centro cerebral da linguagem → bradilalia. • Omissão, substituição ou deformação dos fonemas → dislalia. • Dificuldade em articular as palavras de maneira correta → disartria. • Dificuldade na vocalização das palavras (disfunção das cordas vocais) → disfonia (rouquidão). V) ANTECEDENTES FAMILIARES - Condições de parto e desenvolvimento neuropsicomotor. - Doenças de infância e vacinações. - Doenças do adulto: asma, rinite, DCV, HAS, dislipidemia, diabetes mellitus, doenças da tireoide, obesidade, câncer, hepatite, litíase renal, litíase biliar etc. Ana Laura Octávio - TXXII OBS.: Para cada dado positivo, perguntar desde quando, se faz tratamento, com que medicações. - Alergias: medicamentos, alimentos, outros. - Internações clínicas: qual diagnóstico e tempo de internação. - Cirurgias: quais, quando e se teve complicações. - Sexo feminino: história obstétrica e complicações. - Idade, estado de saúde ou caso de óbito dos parentes imediatos. - Histórico de doenças familiares e/ou contagiosas. VI) HISTÓRIA PESSOAL E SOCIAL (hábitos, vícios, viagens, condições socioeconômicas) - Tabagismo: quanto? há quanto tempo? - Etilismo: quanto? há quanto tempo? - Uso de drogas ilícitas: injetáveis? inaláveis? há quanto tempo? - Condições de moradia: saneamento básico, água encanada, luz elétrica. - Condições familiares: • Mora sozinho? Mora com família? Quem são? • Como é formada a família? - Como é a alimentação? - Como é a atividade física?
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