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1 ATIVIDADE INDIVIDUAL Matriz de atividade individual Disciplina: Contabilidade Financeira Módulo: Atividade Individual Aluno: Rafael Testolin - A58339421 Turma: 0521-1_30 Tarefa: Análise das Demonstrações Contábeis – Magazine Luiza Introdução Esta atividade tem como objetivo apresentar a análise das demonstrações contábeis das Lojas Magazine Luiza, evidenciando importância e relevância da análise econômico-financeira através da análise do Balanço Patrimonial (BP), que é o responsável por proporcionar informações referentes à posição patrimonial e financeira da empresa e também através da análise do Demonstrativo do Resultado do Exercício (DRE). Falando um pouco da empresa, a Magazine Luiza, ou Magalu, é uma empresa de tecnologia e logística voltada para o varejo. A partir de um varejista tradicional do interior de São Paulo com foco em bens duráveis para a classe média brasileira, a Companhia transformou-se em uma empresa de tecnologia, fornecendo uma ampla gama de produtos e serviços para brasileiros de todas as classes. O Magalu possui uma forte presença geográfica, com vinte e três centros de distribuição estrategicamente localizados que atendem uma rede de mais de 1.300 lojas distribuídas em 21 estados. No centro do sucesso do Magalu está uma plataforma de varejo multicanal, capaz de alcançar clientes através de aplicativos, site e lojas físicas. Uma grande parte do sucesso da empresa também se deve à sua equipe interna de desenvolvimento, o Luizalabs, que é composto por mais de 1.500 desenvolvedores e especialistas. Entre outras coisas, o Luizalabs utiliza tecnologias como big data e machine learning para criar aplicativos para as diversas áreas da Companhia, como atendimento, logística, financeiro e gestão de estoque, com o objetivo de eliminar qualquer fricção no processo do varejo, melhorando a rentabilidade, os prazos de entrega e a experiência do cliente. A empresa tem estado na vanguarda da adoção do e-commerce na América Latina e a operação online, incluindo o marketplace, representa mais de 60% das vendas totais. O Magalu também possui um modelo logístico único e inovador. As operações logísticas online e offline são 100% integradas, e permitem que a Companhia aproveite sua presença física para reduzir radicalmente os custos e os prazos de entrega no Brasil. (Magazine Luiza: Informações Financeiras / Central de Resultados, 2021) 2 Desenvolvimento Primeiramente será apresentado o BP e o DRE da empresa e com base nas informações apresentadas nestes será elaborado os critérios de análise econômico-financeira: análise vertical e análise horizontal juntamente com suas análises. Também será apresentado os cálculos e análises dos Indicadores econômico-financeiros: índices de líquidez, índices de estrutura de capital, índices de lucratividade e índices de rentabilidade. Nos quadros abaixo segue o balanço patrimonial e o demosntrativo do resultado das lojas Magazine Luiza referentes aos exercícios sociais de 2019 e 2020, que serão base de informações ao longo deste trabalho. BALANÇO PATRIMONIAL (em milhares de reais) 31/12/2020 31/12/2019 Ativo Total 22.296.830 18.611.817 Ativo Circulante 14.799.483 12.157.015 Caixa e equivalentes de caixa 1.281.569 180.799 Aplicações Financeitas 1.220.095 4.446.143 Contas a Receber 3.460.711 2.769.649 Estoque 5.459.037 3.509.334 Tributos a Recuperar 594.782 777.929 Despesas Antecipadas - - Outros Ativos Circulantes 2.783.289 473.161 Ativo Não Circulante 7.497.347 6.454.802 Realizável a Longo Prazo 1.585.551 1.491.070 Investimentos 1.705.072 1.240.664 Imobilizado 3.613.297 3.196.199 Intangível 593.427 526.869 Passivo e Patrimônio Líquido 22.296.830 18.611.817 Passivo Circulante 11.512.179 7.203.042 Obrigações Sociais e Trabalhistas 294.314 309.007 Fornecedores 7.679.861 5.413.546 Obrigações Fiscais 331.113 307.695 Empréstimos e Financiamentos 1.666.243 8.192 Dividendos e JCP a Pagar - - Outras Obrigações 1.540.648 1.164.602 Passivo não Circulante 3.459.364 3.843.838 Empréstimos e Financiamentos 17.725 838.862 Arrendamento Mercantil 2.156.522 1.893.790 Tributos Diferidos - 3.725 Provisões Fiscais Previdenciárias 998.250 767.938 Lucros e receitas a apropriar 286.867 339.523 Patrimônio Líquido 7.325.287 7.564.937 Capital Social Realizado 5.952.282 5.952.282 Reservas de Capital 213.037- 198.730 Reservas de Lucros 1.574.891 1.410.757 Outros Resultados Abrangetes 11.151 3.168 3 DEMONSTRATIVO DE RESULTADO DO EXERCÍCIO (em milhares de reais) 31/12/2020 31/12/2019 Receita Líquida de Bens ou Serviços 26.130.544 18.491.861 Custo dos Bens ou Serviços Vendidos 19.672.090- 13.464.405- Lucro Bruto 6.458.454 5.027.456 Despesas/Receitas Operacionais 5.753.929- 3.745.083- Despesas com vendas 4.476.887- 3.134.586- Despesas gerais e administrativas 1.295.041- 972.582- Perdas pela não recuperabilidade de ativos 100.388- 69.676- Outras receitas operacionais 81.834 352.031 Res. De Equivalência Patrimonial 36.553 79.730 Resultado antes das Receitas e Desp Financeiras 704.525 1.282.373 Receitas Financeiras 201.463 647.421 Despesas Financeitas 526.543- 714.410- Resultado antes dos Tributos sobre o Lucro 379.445 1.215.384 Imposto de renda e contribuição social sobre o lucro 12.264 293.556- Lucro Líquido do Exercício 391.709 921.828 Cálculos Análise Horizontal e Vertical Segue abaixo os quadros com os valores calculados da análise horizontal e vertical do balanço patrimonial e do demosntrativo de resultado do exercício, referente aos exercícios sociais de 2019 e 2020. BALANÇO PATRIMONIAL (em milhares de reais) 31/12/2020 A.V. (%) A.H. (%) 31/12/2019 A.V. (%) A.H. (%) Ativo Total 22.296.830 100,00% 20% 18.611.817 100,00% 100% Ativo Circulante 14.799.483 66,37% 22% 12.157.015 65,32% 100% Caixa e equivalentes de caixa 1.281.569 5,75% 609% 180.799 0,97% 100% Aplicações Financeitas 1.220.095 5,47% -73% 4.446.143 23,89% 100% Contas a Receber 3.460.711 15,52% 25% 2.769.649 14,88% 100% Estoque 5.459.037 24,48% 56% 3.509.334 18,86% 100% Tributos a Recuperar 594.782 2,67% -24% 777.929 4,18% 100% Despesas Antecipadas - 0,00% - 0,00% Outros Ativos Circulantes 2.783.289 12,48% 488% 473.161 2,54% 100% Ativo Não Circulante 7.497.347 33,63% 16% 6.454.802 34,68% 100% Realizável a Longo Prazo 1.585.551 7,11% 6% 1.491.070 8,01% 100% Investimentos 1.705.072 7,65% 37% 1.240.664 6,67% 100% Imobilizado 3.613.297 16,21% 13% 3.196.199 17,17% 100% Intangível 593.427 2,66% 13% 526.869 2,83% 100% 4 31/12/2020 A.V. (%) A.H. (%) 31/12/2019 A.V. (%) A.H. (%) Passivo e Patrimônio Líquido 22.296.830 100,00% 20% 18.611.817 100,00% 100% Passivo Circulante 11.512.179 51,63% 60% 7.203.042 38,70% 100% Obrigações Sociais e Trabalhistas 294.314 1,32% -5% 309.007 1,66% 100% Fornecedores 7.679.861 34,44% 42% 5.413.546 29,09% 100% Obrigações Fiscais 331.113 1,49% 8% 307.695 1,65% 100% Empréstimos e Financiamentos 1.666.243 7,47% 20240% 8.192 0,04% 100% Dividendos e JCP a Pagar - 0,00% - 0,00% Outras Obrigações 1.540.648 6,91% 32% 1.164.602 6,26% 100% Passivo não Circulante 3.459.364 15,52% -10% 3.843.83820,65% 100% Empréstimos e Financiamentos 17.725 0,08% -98% 838.862 4,51% 100% Arrendamento Mercantil 2.156.522 9,67% 14% 1.893.790 10,18% 100% Tributos Diferidos - 0,00% -100% 3.725 0,02% 100% Provisões Fiscais Previdenciárias 998.250 4,48% 30% 767.938 4,13% 100% Lucros e receitas a apropriar 286.867 1,29% -16% 339.523 1,82% 100% Patrimônio Líquido 7.325.287 32,85% -3% 7.564.937 40,65% 100% Capital Social Realizado 5.952.282 26,70% 0% 5.952.282 31,98% 100% Reservas de Capital 213.037- -0,96% -207% 198.730 1,07% 100% Reservas de Lucros 1.574.891 7,06% 12% 1.410.757 7,58% 100% Outros Resultados Abrangetes 11.151 0,05% 252% 3.168 0,02% 100% DEMONSTRATIVO DE RESULTADO DO EXERCÍCIO (em milhares de reais) 31/12/2020 A.V. (%) A.H. (%) 31/12/2019 A.V. (%) A.H. (%) Receita Líquida de Bens ou Serviços 26.130.544 100% 41,31% 18.491.861 100% 100% Custo dos Bens ou Serviços Vendidos 19.672.090- 75,28% 46,10% 13.464.405- 72,81% 100% Lucro Bruto 6.458.454 24,72% 28,46% 5.027.456 27,19% 100% Despesas/Receitas Operacionais 5.753.929- -22,02% 53,64% 3.745.083- -20,25% 100% Despesas com vendas 4.476.887- -17,13% 42,82% 3.134.586- -16,95% 100% Despesas gerais e administrativas 1.295.041- -4,96% 33,15% 972.582- -5,26% 100% Perdas pela não recuperabilidade de ativos 100.388- -0,38% 44,08% 69.676- -0,38% 100% Outras receitas operacionais 81.834 0,31% -76,75% 352.031 1,90% 100% Res. De Equivalência Patrimonial 36.553 0,14% -54,15% 79.730 0,43% 100% Resultado antes das Receitas e Desp Financeiras 704.525 2,70% -45,06% 1.282.373 6,93% 100% Receitas Financeiras 201.463 0,77% -68,88% 647.421 3,50% 100% Despesas Financeitas 526.543- -2,02% -26,30% 714.410- -3,86% 100% Resultado antes dos Tributos sobre o Lucro 379.445 1,45% -68,78% 1.215.384 6,57% 100% Imposto de renda e contribuição social sobre o lucro 12.264 0,05% -104,18% 293.556- -1,59% 100% Lucro Líquido do Exercício 391.709 1,50% -57,51% 921.828 4,99% 100% Avaliação da Análise Vertical e Horizontal Na análise vertical observamos que a proporção dos ativos circulantes (AC) é maior do que a dos ativos não circulantes (ANC), sem grandes variações nos períodos. Quanto às contas separadamente, destacam-se como mais relevantes contas a receber, estoques e imobilizado. Na análise horizontal, o total de ativos cresceu 20% em 2020, em comparação com o ano base 2019. O AC, em valores absolutos, aumentou 22%. Quanto ao ANC, o crescimento acumulado no período é de 33,63%. 5 Os investimentos mais relevantes dos exercícios de 2019 e 2020 estão relacionados às contas a receber (15,52% em 2020 e 15,88% em 2019), que representam as vendas a prazo da organização e estão diretamente ligadas à gestão do capital de giro e à geração de caixa operacional. O segundo investimento relevante diz respeito aos estoques (24,48% em 2020 e 18,86% em 2019), que representa os estoques disponíveis para venda. O terceiro investimento relevante é a conta caixa e equivalente de caixa, podemos observar que houve um aumento de 609% em 2020 em relação a 2019 e representa 5,75% do ativo em 2010, recurso este poderia ser melhor alocado em aplicações financeiras, gerando benefícios para a Magazine Luiza relacionados a rentabilidade de aplicações financeiras. O ativo não circulante aumentou 16% do exercício de 2019 para 2020. Esse aumento corresponde ao investimento realizado na conta do ativo investimentos, que representa um aumento de 37%, porém este não é o mais relevante. O segundo investimento de maior representatividade é o de imobilizado que teve um aumento de 13% de 2019 para 2020 e pela análise vertical podemos verificar sendo também o investimento mais relevante dos exercícios analisados (16,21% em 2020 e 17,17% em 2019). Falando agora da variação das origens de recursos de terceiros de curto prazo, representadas pelo grupo do passivo circulante, apresentaram aumento de 60% entre os exercícios, e a captação mais relevante foi a de fornecedores (34,44% em 2020 e 29,09% em 2019), que corresponde à compra de estoques a prazo. Outra origem relevante está no empréstimo e financiamentos (7,47% em 2020 e 0,04% em 2019), que representa a origem de recursos financeiros para o ativo da organização. A terceira conta origem relevante está em outras obrigações (6,91% em 2020 e 6,26 em 2019). Quanto ao PNC que seriam as dívidas a longo prazo, pela análise horizontal, houve uma redução de 10% com destaque para a conta de “Empréstimos e Financiamentos” que pela análise vertical, houve uma redução, 4,51% em 2019 para 0,08% em 2020. Quanto ao PL, pela análise horizontal, percebe-se uma redução de 3% em 2020 em relação ao exercício de 2019 e como destaque podemos citar a conta de “Reserva de Capital”. Na estrutura do passivo mais PL, pela análise vertical, temos o PL representando com uma queda na representatividade de 3%, o PC passou de 38,70% em 2019 para 51,63% em 2020 e o PNC, de 20,65% para 15,52%. Ainda na análise vertical, destacam-se as contas de “Fornecedores” e “Empréstimos e Financiamentos”, que em 2020 totalizam 42% dos recursos utilizados para o financiamento dos ativos. Na análise vertical do DRE, a receita líquida das vendas é o referencial para comparação com tipos de lucros. A relação entre o lucro bruto e a receita líquida de vendas (margem bruta) subiu 2,47%, de 27,19% para 24,72%. A relação entre o lucro antes do resultado financeiro e dos impostos e a receita líquida de vendas (margem operacional) caiu 4,23 pontos percentuais, de 6,93% para 6 2,70% e, finalmente, a relação entre o lucro líquido e a receita líquida de vendas (margem líquida) caiu 3,49 pontos percentuais, de 4,99% para 1,5%, o que justifica uma análise mais profunda das causas dessas reduções na lucratividade da empresa. A análise horizontal começa com a observação da variação na receita líquida, que registrou aumento em relação a 2019. A receita líquida de 2020 foi 41,31% maior do que a de 2019. Entretanto os custos aumentaram 46,1% e as despesas operacionais aumentaram 53,64%. No período, o resultado financeiro líquido foi desfavorável para o lucro, já que as receitas financeiras foram menores do que as despesas financeiras. O resultado financeiro líquido caiu 68,78% de 2019 para 2020. Nota-se que a empresa obteve aumento de 28,46%, em 2020, de lucro bruto (margem bruta), e grande parte dessa margem foi consumida pelas despesas administrativas (20,25%), além de um gasto de 6,93% em despesas financeiras. A empresa, embora apresente Lucro Líquido positivo, poderia melhorar as receitas financeiras, caso ela opte por diminuir o valor disponível em caixa e aplicar em fundos de renda fixa, por exemplo. O custo com os vens está bem elevado e isso devido aos altos volumes de estoque que a empresa possui no AC. Cálculo dos índices de liquidez Também conhecido como liquidez instantânea, o objetivo da liquidez imediata é indicar o quanto um empresa está preparada para honrar com os seus deveres, mesmo que nenhum centavo extra de fontes externas advenha. Como a liquidez imediata é menor do que 1, se entende que a empresa não possui capital imediato suficiente para arcar com as suas obrigações de curto prazo, porém houve uma melhora de 367% de 2019 para 2020, ou seja, passou de R$0,03 para R$0,11 de recursos disponíveis (caixa e bancos) para pagar cada $ 1,00 de dívidas de curto prazo (passivo circulante). A liquidez corrente é um indicador utilizado para medir a capacidade que uma empresa possui, 7 a curto prazo, de arcar com todas as suas obrigações. Como o índice é maiordo que 1, se entende que a empresa possui capital disponível suficiente para arcar com as suas obrigações de curto prazo, ou seja, com capacidade de solvência. Porém notamos uma queda de 201 9 para 2020, mas ainda apresenta capital de giro suficiente para honrar suas dívidas circulantes. A nível de investimento, em 2019 a folga no capital para a organização cobrir a remuneração dos acionistas, além das outras incumbências, e honrar com esse compromisso era maior do que em 2020. Assim sendo, em 2019 a Magazine Luiza era mais segura para os investidores do que em 2020, devido a liquidez maior. A liquidez seca é um parâmetro do meio empresarial, utilizado para quantificar a capacidade que uma companhia tem de quitar as suas obrigações a curto prazo. Para tanto, apenas o capital que pode ser transformado em dinheiro rapidamente, ou seja, tem alta liquidez, é considerado como fonte financeira. Em 2019 a liquidez seca é maior do que 1, se entende que a empresa possui capital disponível suficiente para arcar com as suas obrigações de curto prazo. Em 2020 a liquidez seca é menor do que 1, significa que a empresa não possui, hoje, capital suficiente para arcar com todas as suas obrigações. A liquidez geral é um indicador utilizado para medir a capacidade que uma empresa tem de honrar com as suas obrigações de curto e longo prazo. Na liquidez geral todas as movimentações financeiras atuais e futuras são somadas. Não importa se a dívida vence em 5 dias ou 5 anos, nem se o recebimento de uma transação ocorrerá em 1 ano ou em 20, desde que os compromissos já estejam firmados. Por isso, aqui, o cálculo do ativo inclui tanto os ativos circulantes (de até um ano) quanto os não-circulantes (que vão além de um ano). A liquidez geral da Magazine Luiza é maior do que 1, se entende que a empresa possui capital disponível suficiente para arcar com todas as suas obrigações, porém este capital diminui em 2020 em relação a 2019, passando de R$1,24 disponível para R$1,09. 8 Cálculo da estrutura de capital A Magazine Luiza apresenta um endividamento geral (EG) de 59,35% em 2019 e 67,155% em 2020. Logo, pode-se concluir que: a empresa deve, em curto e longo prazos, o correspondente a 59,35% de seu ativo em 2019, aumentando para 67,15% em 2020. Há uma predominância de capital próprio no financiamento do ativo, muito embora a captação de recursos de terceiros venha aumentando ao longo dos anos analisados. Dos recursos investidos no ativo, 59,35% em 2019 provêm de terceiros (fornecedores, bancos, governo) e o restante (40,65%) são provenientes de recursos próprios (patrimônio líquido). Em 2020, a dependência de capital de terceiros aumentou para 67,15%, reduzindo assim a participação de capital próprio para 32,85%. Esse não é um resultado muito bom, pois espera-se que as empresas apresentem um nível de endividamento abaixo de 50%. Isso garante que os ativos são suficientes para pagar as dívidas, e que a maior parte do lucro é proveniente de recurso próprio. ==> Composição do Endividamento 2019 2020 Resultado 65,20% 76,89% O índice de composição do endividamento tem o objetivo de demonstrar a política adotada quanto à forma de captação de recursos de terceiros, ou seja, se a empresa concentra a maior parte de suas dívidas no curto ou no longo prazo. Admite-se que quanto maior a concentração de endividamento no curto prazo, maior será o risco oferecido pela empresa a seus credores. Por outro lado, um endividamento com perfil de longo prazo, principalmente para o financiamento do ativo não circulante, propicia à empresa situação mais confortável, podendo sinalizar, portanto, eficiente política de captação de recursos. A Magazine Luiza apresenta uma composição do endividamento (CE) de 65,2% em 2019, ou seja, 65,2% do endividamento da empresa concentram-se no curto prazo. Ou, ainda, de cada R$100,00 de dívidas totais, R$65,2 estão concentradas no passivo circulante, o que configura elevado endividamento de curto prazo. Já em 2020, a composição da dívida é de 76,89%, demonstrando crescimento da concentração do endividamento no curto prazo. Pode-se, então, concluir que, das 9 dívidas totais da empresa, 76,89% vencerão dentro dos próximos 12 meses. ==> Imobilização do Capital Próprio 2019 2020 Resultado 65,61% 80,70% O índice exprime o quanto dos ativos investimentos, imobilizado e intangível da empresa é financiado pelo seu patrimônio líquido, evidenciando, dessa forma, a maior ou menor dependência de aporte de recursos de terceiros para manutenção de seus negócios. Quanto menor o índice, melhor. Isso porque o PL serve essencialmente para a formação do Ativo Circulante, de maior liquidez, e do Ativo Permanente. Se a empresa gasta mais recursos no AP, tenderá a buscar capital de terceiros (dívida) para as suas atividades diárias. A Magazine Luiza apresenta uma imobilização do capital próprio de 65,61% em 2019, o que indica que a empresa está imobilizando a parte do seu capital, não necessitando complementar tais investimentos com recursos de terceiros. Já em 2020, ficou em 80,70% o que indica que ainda não há dependência por capital de terceiros para complementar investimentos. ==> Imobilização de Recursos não Correntes 2019 2020 Resultado 43,51% 54,82% Este Indicador demonstra qual o percentual de recursos não correntes (PNC e PL) que foi revertido para aplicação nos ativos investimentos, imobilizado e intangível. Na prática, esse indicador tem papel fundamental quando o PL se demonstra insuficiente para cobrir aplicações de recursos efetuadas em investimentos, imobilizado e intangível, o que faz com que a empresa necessite captar recursos de terceiros em longo prazo para financiar tal aplicação. A Magazine Luiza demonstra um IRNC de 43,51% em 2019. Como os recursos próprios haviam sido suficientes para cobrir os investimentos efetuados nos ativos investimentos, imobilizado e intangível, não houve necessidade de recorrer a capital de terceiros de longo prazo para complementar tais investimentos. Pelo indicador apresentado, podemos concluir que os recursos próprios são suficientes para complementar os investimentos efetuados nos ativos investimentos, imobilizados e intangíveis, não havendo necessidade de envolver recursos de terceiros de curto prazo no financiamento desse ativo, o que demonstra adequação na alocação de recursos. Em 2020, o índice apresenta-se em 54,82%, demonstrando a mesma situação identificada em 2019. 10 ==> Passivos Onerosos Sobre o Ativo 2019 2020 Resultado 4,55% 7,55% O Passivo Oneroso sobre o Ativo é o conjunto de gastos mensais e obrigatórios , o que envolve taxas, juros e outras despesas, como empréstimos e financiamentos, que revela a dependência da empresaporinstituições financeiras. A Magazine Luiza apresentou um passivo oneroso sobre ativo (Posa) de 4,55% em 2019, o que significa que 4,55% das aplicações efetuadas no ativo estão sendo financiados por recursos onerosos de terceiros (empréstimos). Em 2020 apresentou um Posa de 7,55% o que indica que ela aumentou o percentual de financiamento por recursos de terceiros. Porém também temos que avaliar o custo incidente sobre o PNC, que se referem a financiamento a longo prazo, onde neste caso há uma brecha de tempo maior para quitação, o que é vantajoso até certo ponto - especialmente se o passivo significar um ganho posterior para a empresa no futuro. Cálculo da lucratividade Este indicador nos revela o percentual remanescente do faturamento líquido após a dedução do custo dos produtos vendidos para cobrir as despesas operacionais. O percentual de Margem Bruta indica a lucratividade sobre o produto comercializado, ou seja, o que sobre do faturamento líquido para arcar com as despesas operacionais e gerar lucro. Sendo assim, houve uma queda da margem Bruta em 2020 em relação a 2019, o que demonstrauma redução de lucratividade sobre o produto e menor parcela de faturamento líquido para absorção das despesas operacionais, de 27,19% em 2019 para 24,72% em 2020. ==> Margem Operacional 2019 2020 Resultado 6,93% 2,70% 11 A Margem Operacional avalia o ganho operacional da empresa em relação a seu faturamento líquido, ou seja, mede a eficiência operacional. Tmabém em outras palavras, nos diz qual é a parte do caixa gerado que foi produzido pela atividade principa da empresal. A Magazine Luiza tinha uma eficiência operacional de 6,93% em 2019 e baixou para 2,70% em 2020, o que indica que o ganho operacional da empresa baixou o que significa uma queda na eficiência do negócio. Este valor é quanto sobra das vendas após deduzidos os custos dos produtos. ==> Margem Líquida 2019 2020 Resultado 4,99% 1,50% A margem líquida é o percentual de lucro líquido que a empresa possui em relação a sua receita total, em outras palavras, se ela gera lucro ou tem prejuízo. Pelo fato desta marem ser positiva já é um indicativo de que a empresa gera lucro, porém podemos observar que houve uma queda neste percentual, de 4,99% em 2019 para 1,5% em 2020, o que indica que a empresa diminui a sua lucratividade e acompanhando a queda verificada também na margem operacional. ==> Giro do Ativo 2019 2020 Resultado 0,99 1,17 Este indicador demonstra se o lucro liquido gerado foi suficiente para cobrir o investimento total realizado na empresa, ou seja, avalia quantas vezes a empresa recuperou o montante aplicado no ativo por mio de vendas durante o período. Gitman (1997:115) ressalta que "geralmente, quanto maior o giro do ativo total da empresa, mais eficiente seus ativos foram usados". A Magazine Luiza apresentou um giro de ativo de R$0,99 para cada R$1,00 investido, ou seja,o faturamento líquido não foi suficiente para recuperar os investimentos efetuados. Em 2020, o giro do ativo é de R$1,17 para cada R$1,00 investido, o que significa que o lucro líquido no período foi suficiente para cobrir os investimentos. Cálculo da rentabilidade 12 ==> Retorno do Patrimônio Líquido (ROE) 2019 2020 Resultado 12,2% 5,3% Este indicador conhecido como return on equity (ROE) avalia o desempenho de uma empresa e seus valores servem como subsídio para determinar se os negócios realizados estão agregando valor, indicando a eficiência com que a empresa utilizou o capital próprio, representando retorno do investimento dos acionistas. Um investidor, analisando a rentabilidade do patrimônio líquido, poderá optar por uma análise com maior rentabilidade do que aplicar em uma empresa que está oferecendo baixa rentabilidade. Esta análise resulta na avaliação do custo de oportunidade, pois é o retorno que o investidor terá em determinada aplicação. A Magazine Luiza, em 2019, apresentou uma rentabilidade de PL de 12,2%, ou seja, quem investiu na empresa obteve um retorno de 12,2% sobreo capital investido. Já em 2020, a rentabilidade baixou para 5,3%. Com este indicador nos dois exercícios, a avaliação do custo de oportunidade do capital se comparado com o retorno gerado sobre o capital próprio com a rentabilidade do mercado financeiro de renda fixa conclui-se que em 2020 não foi vantajoso aplicar recursos na Magazine Luiza, pois outras aplicações, como por exemplo o retorno de uma Taxa SELIC de 6.5% a.a. seria mais atrativo. ==> Retorno dos Investimentos (ROI) 2019 2020 Resultado 5% 2% Este indicador conhecido como return on investments (ROI) nos mostra o quanto a empresa está obtendo de retorno em relação aos investimentos totais. Também através do ROI é possível determinar o tempo de payback do negócio, ou seja, em quanto tempo se recupera os investimento efetuados. Em 2019 a Magazine Luiza apresentou um ROI de 5%, ou seja, o lucro líquido do exercício representa 5% do total investido. Também em 2019, podemos concluir que a empresa consegue recuperar os investimentos totais efetuados no ativo (payback) em 20 anos, considerando apenas o resultado gerado em suas operações. Em 2020, o retorno sobre os investimentos apresentou-se em 2% com um payback de 50 anos. São valores baixos se comparado a outras ofertas de investimento em títulos de renda fixa ou no mercado financeiro que possuem uma taxa de atratividade maior. 13 Conclusão sobre a situação econômica e financeira da empresa Neste trabalho, abordamos os diversos índices e indicadores afim de diagnosticar pontos importantes sobre uma determinada empresa, neste caso, a Magazine Luiza. Os indicadores vistos neste trabalho, foram baseado em informações técnicas e com os conhecimentos contábil, econômico e afins. Através da análise do balanço patrimonial das Lojas Magazine Luiza, podemos identificar que a empresa se mostrou eficiente quanto a situação financeira, demonstrando uma solvência em honrar seus compromissos com terceiros, sem necessidade de geração de grandes esforços. Cabe salientar que a empresa realizou uma boa gestão do fluxo de caixa, não deixando um recurso elevado na disponibilidade para liquidação imediata das suas obrigações com terceiros, já que o indicador de liquidez imediata se mostrou baixo, porém o estoque é bastante elevado, o que caberia uma ação para baixar o volume de estoque. Em relação ao endividamento, as Lojas Magal tem apresentado índices altos, mostrando-se dependente em uma grande parcela de capitais de terceiros para o financiamento dos ativos, a empresa concentrou um grande volume de endividamento, cujo qual está concentrado em Empréstimos de curto prazo. Quanto a situação econômica, a empresa apresentou um cenário onde obteve um a margem bruta não muito elevada, e grande parcela disto é devido aos altos custos de bens ou serviços. A margem líquida que mede a lucratividade obtida acompanhou o aumento detectado na margem operacional, o giro do ativo demonstra que o faturamento obtido pela empresa foi suficiente para cobrir o investimento total realizado. A companhia auferiu 5 ,3% de retorno para os acionistas em 2020, apresentando uma piora em relação a 2019 que era de 12,2%. Além disso, a Magazine Luiza apresentou uma taxa de 2% sobre o retorno dos investimentos em 2020 e 5% em 2019. Retorno este baixo se comparado com outras empresas do mesmo porte e atividade. A empresa Magazine Luiza obteve bons indicadores, o que confirma a sua ascensão no mercado durante os anos de 2019 e 2020, embora tenhamos tido o cenário de Pandemia que com certeza teve grande impacto em alguns índices. Contudo, existe indicadores que merecem monitoramento e outros que merecem ser acompanhados de perto para manter seus resultados positivos. De um modo geral, através da análise de todos os indicadores e índices propostos neste estudo a empresa Magazine Luiza possui uma saúde financeiro e econômica boa e sustentável. 14 Referências bibliográficas GITMAN, Lawrence J. Princípios de administração financeira. 7º ed. São Paulo: Harbra, 1997. Indicadores da Economia: Indicadores Econômicos. Disponível em: https://www.institutoassaf.com.br/indicadores-da-economia/ Acesso em: 02 jul. 2022. LIMEIRA,André Luis Fernandes; SILVA, Carlos Alberto dos Santos; VIEIRA, Carlos; SILVA; Raimundo Nonato Souza. Gestão contábil financeira. 2º ed. Rio de Janeiro: FGV, 2015. Lojas Americanas SA. Central de Resultados. Disponível em: https://ri.americanas.com/informacoes-aos-investidores/central-de-resultados/ Acesso em: 02 jul. 2021. Magazine Luiza: Informações Financeiras / Central de Resultados. Disponível em: https://ri.magazineluiza.com.br/ListResultados/Central-de-esultados?=0WX0bwP76pYcZvx+vXUnvg== Acesso em: 01 jul. 2021. MR Educação & Tecnologia Ltda. LiquidezImediata. Disponível em: https://maisretorno.com/portal/termos/l/liquidez-imediata Acesso em: 29 jun. 2021 MR Educação & Tecnologia Ltda. ROE. Disponível em: https://maisretorno.com/portal/termos/r/roe Acesso em: 01 jul. 2021 SALIM, Jean Jacques; Oliveira, Antonieta Elisabete Magalhães. Contabilidade Financeira. 1º ed. Rio de Janeiro: FGV, 2019. (Magazine Luiza: Informações Financeiras / Central de Resultados, 2021)
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