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Gabarito das Autoatividades FILOLOGIA PORTUGUESA (LETRAS) 2010/2 Módulo IV 3UNIASSELVI NEAD GABARITO DAS AUTOATIVIDADES F I L O L O G I A P O R T U G U E S A GABARITO DAS AUTOATIVIDADES DE FILOLOGIA PORTUGUESA UNIDADE 1 TÓPICO 1 1 Referindo-se ao estudo da linguagem, o que é o “indo-europeu”? R.: Idioma primitivo, que se ramificou, originando a maioria das línguas europeias e parte das línguas asiáticas. 2 Conceitue a expressão “família de línguas”. R.: Grupo de línguas em que todos os seus membros derivam de um ancestral comum. 3 O que são línguas indo-europeias? Quais são os principais ramos do indo- europeu? De que ramo derivou o latim? R.: Línguas que têm como ancestral o indo-europeu. Ramos: indiano, anatoliano, albanês, germânico, itálico, balto-eslavo, helênico, céltico, iraniano. O latim derivou do ramo itálico. 4 Em que região da Europa surgiu o idioma latino? Situe geograficamente essa região. R.: Na Itália Central, numa região chamada Lácio - Latium em latim - às margens do Rio Tibre, onde hoje se situa Roma. 5 Cite uma das grandes contribuições etruscas para a cultura romana. R.: Os etruscos ensinaram aos romanos a arte da escrita. O alfabeto latino foi baseado no alfabeto etrusco. 6 Quais as principais regiões conquistadas pelos romanos? Se possível, localize-as em um mapa atual. R.: Península Itálica, Península Ibérica, a Gália, a Macedônia, a Grécia, o Oriente Próximo, a África do Norte e o Egito; as ilhas Sicília, Sardenha, Córsega, Creta, Chipre, Rodes e o sul das ilhas Britânicas; conquistaram, ainda, a Dácia e a Arábia Pétrea. 7 A que se deve a disseminação da língua latina por diversas regiões do mundo antigo? R.: Deve-se à expansão do Império Romano, através das conquistas do seu exército. 4 GABARITO DAS AUTOATIVIDADES UNIASSELVI NEAD F I L O L O G I A P O R T U G U E S A 8 Quando ocorreu a queda do Império Romano? O que aconteceu com o latim após esse episódio da história romana? R.: 476 d.C. - O latim começou a se diferenciar nas diversas regiões em que era falado, originando, gradativamente, outras línguas, chamadas de novilatinas, neolatinas ou românicas. TÓPICO 2 1 Caracterize o latim clássico e o latim vulgar. R.: O latim clássico era o latim literário ou erudito, isto é, o latim usado pelos grandes escritores romanos. O latim vulgar era o latim popular, isto é, falado pela população em geral. 2 Cite duas diferenças no léxico, na morfologia, na fonética e na sintaxe entre o latim clássico e o latim vulgar. Exemplifique. R.: Caro(a) Professor(a)-Tutor(a) Externo(a), várias diferenças são apresentadas no Caderno de Estudos, no item 2 deste tópico. A seguir, apresento algumas possibilidades de respostas. Os acadêmicos poderão, contudo, apresentar outras diferenças. No léxico: - o latim vulgar preferia palavras compostas ou expressões (jam magis, depost), enquanto que o latim clássico usava palavras simples (nunquam, depost); - o latim vulgar usava palavras afetivas, muitas vezes com sufixo diminutivo (apicula, auricula), enquanto que o latim clássico usava a palavra em seu grau normal (apis, auris). Na morfologia: - o latim vulgar preferia, no grau comparativo, formas analíticas (magis certus), enquanto que o clássico usava formas sintéticas (certior); - o latim vulgar reduziu a três as quatro conjugações do latim clássico (-are, -ére, -ere –ire: clássico, -are, -ere, ire: vulgar). Na fonética: - o latim vulgar tornava paroxítonas (domnus, virdis) as palavras que no clássico eram proparoxítonas (dóminus, víridis); - o latim vulgar eliminava as consoantes nos finais das palavras: post, et, decem, amat (clássico); pos, e, dece, ama (vulgar). Na sintaxe: - o latim vulgar preferia o uso de preposições (dedi ad patrem), reduzindo as desinências casuais do latim clássico (dedi patri); - o latim vulgar preferia a ordem direta (sujeito – verbo – complemento) das palavras na frase (Deus diligit hominem), enquanto que no clássico não 5UNIASSELVI NEAD GABARITO DAS AUTOATIVIDADES F I L O L O G I A P O R T U G U E S A interessava a ordem das palavras na frase, já que a função sintática era expressa pelas desinências casuais (Deus hominem diligit, Hominem Deus diligit etc.). 3 Dê dois exemplos de analitismo no latim vulgar, comparando-os com o sintetismo do latim clássico. R.: Também aqui existem várias possibilidades de respostas. Não se esqueça de que o sintetismo consiste em usar poucas palavras para expressar uma ideia, enquanto o analitismo consiste em usar mais palavras para expressar a mesma ideia. Eis algumas possibilidades de respostas: No léxico: jam magis (vulgar) / nunquam (clássico). Na morfologia: grau superlativo: multum altus, multum pauper (vulgar) / altissimus, pauperrimus (clássico); - verbos (voz passiva): amatus sum (vulgar), amor (clássico). Na sintaxe: o uso de preposições no latim vulgar com a consequente redução das desinências casuais do latim clássico: liber de Petro (vulgar) / Peter libri (clássico). 4 O que se entende por romanização? R.: Romanização ou latinização é a assimilação da língua latina e da cultura romana pelos povos conquistados. TÓPICO 3 1 Escreva um texto, com aproximadamente 15 linhas, explicando as causas da dialetação do latim vulgar. R.: Em linhas gerais, o(a) acadêmico(a) deverá apresentar, nesse texto, as seguintes causas: - O desaparecimento das forças centralizadoras de Roma, que mantinham o latim mais ou menos coeso em todo o império. - Toda língua se modifica com o passar dos anos (variação diacrônica), assim como toda língua apresenta diferenças regionais. - A lei do menor esforço está, continuamente, contribuindo para modificar a pronúncia das palavras. - Com o processo de romanização, o latim foi assimilado por povos de diferentes culturas e com diferentes modos de subsistência, contribuindo para a sua dialetação. - O contato do latim com as inúmeras línguas dos povos dominados e, mais tarde, com as línguas dos povos invasores do império: substrato, superstrato e adstrato. 6 GABARITO DAS AUTOATIVIDADES UNIASSELVI NEAD F I L O L O G I A P O R T U G U E S A 2 Que nome recebem as diferentes falas intermediárias entre o latim vulgar e as línguas românicas? R.: Romances. 3 Por que alguns romances transformaram-se em línguas e outros desapareceram? R.: Permaneceram os romances que eram falados em regiões de maior prestígio político, econômico e cultural. 4 Quais são as línguas derivadas do latim vulgar? R.: Dalmático, italiano, sardo, espanhol, catalão, francês, provençal, reto- romano, romeno, galego, português. TÓPICO 4 1 Localize geograficamente a Península Ibérica. Se possível, utilize um mapa. R.: A Península Ibérica localiza-se no extremo sudoeste da Europa. Nela se localizam dois dos mais antigos Estados da Europa: Portugal e Espanha. 2 Quais são os principais povos pré-romanos da Península Ibérica? R.: Os celtas e iberos (celtiberos), os fenícios, os gregos e os cartagineses. 3 Quando começou a romanização da Península Ibérica? Até quando os romanos dominaram a Península? R.: Iniciou-se no século III a.C. (no ano 264 a.C.). Os romanos dominaram a Península até o século V d.C., quando ocorreu a invasão dos bárbaros (povos germânicos). 4 Quais são os povos pós-romanos? R.: Os bárbaros germânicos (alanos, suevos, visigodos, vândalos) e os árabes. 5 Dê exemplos de substratos, superstratos e adstratos da língua portuguesa. R.: - Substrato céltico (bico, cabana, caminho), ibérico (arroio, baía) e fenício (mapa, saco, barco). - Superstrato germânico (banho, banco, guerra). - Adstrato árabe (algodão, alecrim, Almeida). 7UNIASSELVI NEAD GABARITO DAS AUTOATIVIDADES F I L O L O G I A P O R T U G U E S A 6 Quando se deu a independência política de Portugal? Que dialeto era falado nessa época em Portugal? R.: Em 1140 Afonso Henriques declara a independência de Portugal em relação ao Reino de Castela. No entanto, só a 5 deoutubro de 1143 é reconhecida a independência de Portugal pelo rei Afonso VII de Castela, no Tratado de Zamora, assinando-se a paz definitiva. Nessa época era falado, em Portugal, o galego-português (também conhecido como dialeto ou romance galeziano). 7 Em que séculos aparecem os textos inteiramente redigidos em português? R.: No século XII. (O primeiro texto é a Cantiga da Ribeirinha, escrita por Paio Soares de Taveirós, dedicada a D. Maria Paes Ribeiro, a Ribeirinha.) 8 Quais são as fases da língua portuguesa? Faça um esquema. R.: • Pré-histórica: século V ao IX – romance lusitano. • Proto-histórica: século IX ao XII – textos em latim bárbaro. • Histórica: século XII aos dias atuais - compreende dois períodos: a) Período arcaico: século XII ao XVI - começa com a publicação da Cantiga da Ribeirinha. b) Período moderno: século XVI aos dias atuais – inicia-se com a publicação de Os Lusíadas. 9 Qual a obra literária que marca o início da fase moderna da língua portuguesa? Em que ano foi publicada? Quem é o seu autor? R.: Os Lusíadas, em 1572. Autor: Luiz Vaz de Camões. 10 Qual é o domínio geográfico atual da Língua Portuguesa? R.: Europa: Portugal, ilhas da Madeira e dos Açores. América: Brasil. África: Moçambique, Angola, Guiné-Bissau, ilhas de Cabo Verde e São Tomé e Príncipe. Ásia: Damão, Goa, Macau, Timor Leste. 8 GABARITO DAS AUTOATIVIDADES UNIASSELVI NEAD F I L O L O G I A P O R T U G U E S A UNIDADE 2 TÓPICO 1 Agora que você já estudou os metaplasmos, faça a atividade a seguir, dando o nome das alterações fonéticas. Primeiro veja os exemplos: 1 adversu > adverso > avverso > averso > avesso a) evolução da vogal u > o (Não existe um nome para esta alteração fonética. O u átono final sempre evolui para o.) b) assimilação (d > v) c) simplificação ortográfica (Aqui não houve alteração fonética. Apenas foi alterada a grafia da palavra [vv > v] já que em português não há consoantes geminadas, com exceção dos grupos rr e ss.) d) assimilação r > s 2 dolore > dolor > door > dor a) apócope do e b) síncope do l c) crase (oo > o) 3 oculu > oculo > oclo > olho a) evolução da vogal u > o b) síncope do u c) palatização (cl > lh) Agora faça você: 1 voce > voze > voz R.: a) sonorização (c > z) b) apócope do e 2 integru > íntegro > intégro > inteiro R.: a) evolução da vogal u > o b) diástole c) vocalização (g > i) 3 liliu > lilio > lírio R.: a) evolução da vogal u > o b) dissimilação (l > r) 9UNIASSELVI NEAD GABARITO DAS AUTOATIVIDADES F I L O L O G I A P O R T U G U E S A 4 dícere > dicére > dicer > dizer R.: a) diástole b) apócope do e c) sonorização (c > z) 5 fenestra > feestra > feestra > festra > fresta R.: a) síncope do n e nasalização da vogal anterior e b) desnasalização do e c) crase (ee > e) d) hipértese 6 bonitate > bonidade > bondade R.: a) sonorização (t > d) b) síncope do i 7 apicula > apicla > apecla > abecla > abelha R.: a) síncope do u b) assimilação parcial (i > e) c) sonorização (p > b) d) palatização (cl > lh) 8 auricula > auricla > oricla > orecla > orelha R.: a) síncope do u b) monotongação (ou > o) c) assimilação parcial (i > e) d) palatização (cl > lh) 9 civitate > cividade > ciidade > cidade R.: a) sonorização (t > d) b) síncope do v c) crase (ii > i) 10 clamare > clamar > chamar R.: a) apócope do e b) palatização (cl > ch) 11 vinu > vino > vio > vinho R.: a) evolução da vogal u > o b) síncope do n e nasalização da vogal anterior i c) palatização 10 GABARITO DAS AUTOATIVIDADES UNIASSELVI NEAD F I L O L O G I A P O R T U G U E S A 12 flagrare > flagrar > chagrar > chairar > cheirar R.: a) apócope do e b) palatização (fl > ch) c) vocalização (g > i) d) assimilação parcial (a > i) 13 solitariu > solitário > soltario > soltairo > solteiro R.: a) evolução da vogal u > o b) síncope do i c) hipértese d) assimilação parcial (a > e) 14 fructu > fructo > fruito > fruto R.: a) evolução da vogal u > o b) vocalização (c > i) c) monotongação (ui > u) 15 malu > malo > mao > mau R.: a) evolução da vogal u > o b) síncope do l c) ditongação (ao > au) TÓPICO 2 1 O que é vocalismo? R.: É o estudo da evolução das vogais na passagem do latim para o portu- guês. 2 O que aconteceu com as vogais tônicas na passagem do latim para o português? R.: As vogais tônicas mantiveram-se na palavra. Raramente sofreram alte- rações (totu > todo, vita> vida). 3 Qual o tratamento das vogais átonas na passagem do latim para o português? R.: - As vogais átonas pretônicas iniciais permaneceram (amicu > amigo) ou sofreram aférese (episcopu > bispo). - As vogais átonas pretônicas mediais, geralmente, sofreram síncope (veritate > verdade). - As vogais átonas postônicas mediais, geralmente, sofreram síncope (asinu > asno). - As vogais átonas postônicas finais i e u modificaram-se, respectivamente, em e e o (dixi > disse / liliu > lírio); a postônica final e, normalmente, sofreu apócope (amare > amar / voce > voz). 11UNIASSELVI NEAD GABARITO DAS AUTOATIVIDADES F I L O L O G I A P O R T U G U E S A 4 Quais são os ditongos de origem latina existentes no português? R.: São os ditongos au e ou – ambos provenientes do ditongo latino au (audace > audaz / tauru > touro). (Os demais ditongos existentes no latim clássico – ae e oe – evoluíram, res- pectivamente, para as vogais é e e [caelu > céu / poena > pena]). 5 Quais as causas da ditongação na língua portuguesa? R.: - Síncope de uma consoante intervocálica (vanitate > vaidade). - Vocalização (nocte > noite / regnu > reino). - Hipértese (sapiam > sabia > saiba). - Alargamento (credu > credo > creo > creio). - Oclusão (malu > malo > mao > mau). 6 Como foram desfeitos diversos hiatos na evolução do português? R.: - Crase (colore > color > coor > cor). - Oclusão (ego > eo > eu). - Alargamento (tela > tea > teia). TÓPICO 3 1 O que aconteceu com as consoantes iniciais na passagem do latim para o português? R.: As consoantes simples iniciais, em geral, não se modificaram (caballu > cavalo / pede > pé). 2 Qual o tratamento das consoantes surdas em posição intervocálica? R.: Passaram para as suas homorgânicas sonoras, ou seja, sonorizaram-se. p > b – sapere > saber t > d – vita > vida c (quê) > g (guê) – aquila > águia c (e, i) > z – voce > voze > voz f > v – profectu > proveito 3 Qual o tratamento das consoantes mediais sonoras? R.: Geralmente sofreram síncope (colore > color > coor > cor). Exceções: b muda para v (degeneração) (caballu > cavalo). m e r permanecem (amat > ama / corona > coroa). n – nasaliza a vogal anterior e sofre síncope (corona > corõa > coroa). 12 GABARITO DAS AUTOATIVIDADES UNIASSELVI NEAD F I L O L O G I A P O R T U G U E S A 4 Dê exemplos de palatizações ocorridas com os grupos cl, fl, pl – iniciais. R.: clamare > chamar / flamma > chama / pluvia > chuva. 5 Aplicando os conhecimentos de metaplasmos, vocalismo e consonantismo, dê a evolução dos seguintes vocábulos do latim ao português. Exemplos: velum – véu Resposta esperada: velum > velu > velo > veo > véu Veja as explicações para as evoluções. a) As consoantes finais, geralmente, sofreram apócope. O –m final de- sapareceu na pronúncia do latim vulgar. b) A postônica final –u evoluiu para –o. (u > o) c) A consoante medial sonora –l sofreu síncope. d) O hiato –eo foi desfeito por oclusão (fechamento de timbre – a vogal –o passou para –u). Agora, faça você: R.: a) veritate > veridade > verdade b) inflare > inflar > inchar c) dolore > dolor > door > dor d) lunam > luna > lũa > lua e) legale > legal > leal f) vedére > veder > veer > ver g) habére > haber > haver h) lupum > lupu > lupo > lopo > lobo i) civitatem > civitate > cividade > ciidade > cidade TÓPICO 4 Questão Única: Caro(a) acadêmico(a), com base nos estudos fonéticos que fizemos até aqui, descubra exemplos de alterações fonéticas observadas na língua falada atual da sua região e dê os nomes (metaplasmos) dessas alterações. Prezado(a) Professor(a)-Tutor(a) Externo(a),cada acadêmico(a) poderá apresentar diferentes exemplos. Verifique, no entanto, se os nomes das alterações fonéticas - os metaplasmos - estão corretos. Eis algumas possíveis respostas, além dos diversos exemplos apresentados no Caderno de Estudos. 13UNIASSELVI NEAD GABARITO DAS AUTOATIVIDADES F I L O L O G I A P O R T U G U E S A a) Metátese - percisar (para precisar) b) Hipértese - areoporto (para aeroporto) c) Prótese - desvaziar (para esvaziar) d) Epêntese - adimitir (para admitir) e) Alargamento - apeiamos (para apeamos) f) Aférese - marelo (para amarelo) - bobrinha (para abobrinha) g) Síncope - chacra (para chácara) - memo (para mesmo) h) Monotongação - troxa (para trouxa) - dexa (para deixa) - baxo (para baixo) i) Despalatização ou, nesses exemplos, vocalização: - abeia (para abelha) - veia(para velha) - oia(para olha) j) Assimilação - priguiça (para preguiça) TÓPICO 5 1 O que são formas divergentes? R.: São dois ou mais vocábulos da língua portuguesa originários de uma mesma palavra (ou étimo), geralmente, latino. Exemplo: clamare > clamar > chamar > clamar 2 Quais as causas das formas divergentes? Exemplifique. R.: a) A corrente popular: a evolução fonética de uma mesma palavra pode ser diferente, conforme a época e a região. Exemplo: coronam > corona > corõa > coroa > corona > corõa > coronha b) A corrente erudita: uma mesma palavra latina pode ter chegado ao portu- guês através da língua erudita, isto é, dos escritores, em especial, do Renas- cimento, sem sofrer alterações fonéticas ou através da língua falada, sofrendo todas as alterações fonéticas, próprias da língua popular. Exemplo: inflare > inflar (erudita) > inflar > inchar (popular) c) A corrente estrangeira: ocorre quando já temos uma palavra na língua portuguesa originária de um étimo latino e, mais tarde, pegamos por emprés- 14 GABARITO DAS AUTOATIVIDADES UNIASSELVI NEAD F I L O L O G I A P O R T U G U E S A timo uma palavra de outra língua românica originária desse mesmo étimo latino. Exemplo: domina > dona (através da corrente popular) > dama (importada do francês) 3 O que são formas convergentes? R.: São palavras da língua portuguesa que possuem, exatamente, a mesma forma, isto é, a mesma grafia e pronúncia, mas são provenientes de étimos diferentes. Exemplo: filare > filar > fiar (= tecer) fidare > fidar > fiar (= confiar) 4 Qual a origem das formas convergentes? Exemplifique. R.: a) Duas ou mais palavras latinas com diferentes campos semânticos, isto é, diferentes significados. Exemplo: vadunt > vão (= do verbo ir) vanu > vão (= inútil) b) Palavras provenientes de línguas diferentes. Exemplo: lima (= fruta – do árabe) lima (= ferramenta – do latim) TÓPICO 6 Questão única: Em relação à história da ortografia portuguesa, explique o que é Período Fonético, Pseudoetimológico e Simplificado. R.: Período fonético: não há uniformidade na escrita, já que cada autor ou copista escreve conforme pronuncia ou ouve. Ex.: um, hũu, hũ, ũ. Período pseudoetimológico: os escritores escrevem de acordo com a grafia de origem da palavra, reproduzindo todas as letras do étimo (latino ou grego), mesmo que não fossem pronunciadas. Ex.: thio (para tio), innundar (para inundar). Período simplificado: passa-se a escrever de acordo com os princípios ortográficos estabelecidos por Gonçalves Viana. Ele sugere: a) a eliminação dos símbolos da etimologia grega (th, ph, ch [ = k ] e y. Ex.: typho - sua grafia é simplificada passando-se a escrever tipo. b) as consoantes geminadas passam a simples, exceto rr e ss. Ex.: innundar - inundar c) eliminação das consoantes nulas, quando não influenciavam na pronúncia da vogal que as precediam. Ex.: carácter - caráter d) regularização da acentuação gráfica. 15UNIASSELVI NEAD GABARITO DAS AUTOATIVIDADES F I L O L O G I A P O R T U G U E S A TÓPICO 7 1 Qual ou quais são as novas tendências dos estudos fonéticos e estudos fonológicos? R.: Os atuais estudos da fonética e da fonologia seguem nos campos da Fonologia Autossegmental, Fonologia Lexical, Fonologia Métrica, Fonologia Prosódica, produzindo assim modelos fonológicos variados. 2 O que caracteriza a Fonologia Métrica? R.: A Fonologia Métrica é um campo da Fonologia que passou a se desen- volver a partir do final dos anos de 1970 e principalmente nos anos de 1980. De acordo com Cagliari (2008, p.118), “há vários tipos de Fonologia Métrica, cuja preocupação principal está voltada para os fenômenos dependentes da fonotática”, particularmente da sílaba e dos fenômenos rítmicos. A Fonologia Métrica utiliza-se da concepção hierárquica das estruturas linguísticas para estabelecer as relações silábicas das quais derivarão o acento. Há três tipos de acento, segundo a Fonologia Métrica: o acento primário, o mais forte da palavra; o acento secundário, menos forte que o primário, e o acento principal, decorrente de uma sequência de palavras. O acento primário é o designado acento tônico nas gramáticas tradicionais. 3 Quais as diferenças entre Fonologia Prosódica e Fonologia Lexical? R.: A Fonologia Prosódica ocupa-se da questão dos domínios naturais de aplicação das regras fonológicas que não são condicionadas morfologica- mente, ou que o são apenas em parte. A sílaba e o pé, por exemplo, são categorias prosódicas que constituem domínios no âmbito dos quais as regras fonológicas podem aplicar-se. A Prosódia é uma área da Fonologia relacionada com a pronúncia das palavras: as variações de tom, a entoação, o acento, o ritmo, a intensidade, a divisão silábica. A Fonologia Lexical estuda a interação entre morfologia e fonologia, as regras fonológicas, sob esta perspectiva, estão intimamente relacionadas com as regras de formação das palavras. O postulado essencial é o de que o modo de aplicação de regras fonológicas lexicais é muito semelhante ao modo de aplicação das regras de formação de palavras. 4 Quais as principais características dos estudos fonológicos da Fonologia de Geometria de Traços? R.: De acordo com esse modelo, as propriedades distintivas (ou traços) são autossegmentados, ocupam um lugar próprio, chamado fileira (tier). Portanto, um traço como [coronal] tem um lugar próprio com relação aos demais traços 16 GABARITO DAS AUTOATIVIDADES UNIASSELVI NEAD F I L O L O G I A P O R T U G U E S A do sistema, operando de forma própria, assim como os demais traços. Esta abordagem se diferencia no que diz respeito ao tratamento dado aos traços, ou seja, formando matrizes, cujo resultado era apenas um feixe de elementos ajuntados aleatoriamente. As regras agiam sobre as matrizes, no modelo antigo, e, agora, agem sobre os traços. UNIDADE 3 TÓPICO 1 1 Em relação às fontes do léxico português, o que são vocábulos pré-romanos, latinos e pós-romanos? R.: Pré-romanos: vocábulos provenientes dos povos que habitaram a Península Ibérica antes da chegada dos romanos, ou seja, os ibéricos, os celtas, os fenícios, os cartagineses e os gregos. Os vocábulos provenientes das línguas desses povos pertencem à camada do substrato. Latinos ou romanos: são os vocábulos provenientes da língua latina, aproximadamente 80% do léxico português. Dividem-se em: a) populares (provenientes do latim falado; sofreram, portanto, as transformações fonéticas próprias da língua falada); b)semieruditos (entraram no português no início da fase literária, século XII. Logo, sofreram menos transformações fonéticas que os vocábulos do grupo anterior; c) eruditos (entraram no português através dos escritores renascentistas. Pertencem, portanto, ao português culto. Não sofreram transformações fonéticas). Pós-romanos: são os vocábulos provenientes das línguas dos povos invasores da PenínsulaIbérica após os romanos, isto é, os germânicos (camada do superstrato) e os árabes (camada do adstrato). Pertencem a esse grupo, também, os empréstimos modernos, ou seja, palavras provenientes do provençal, francês, espanhol, italiano, inglês etc. 2 De quais idiomas a língua portuguesa recebeu contribuições lexicais aqui no Brasil? R.: a) Das línguas indígenas do Brasil, em especial, o Tupi. b) Das línguas africanas faladas pelos escravos trazidos ao Brasil. c) Das línguas faladas por povos primitivos que habitavam a América Central e do Sul. 17UNIASSELVI NEAD GABARITO DAS AUTOATIVIDADES F I L O L O G I A P O R T U G U E S A 3 Dê a procedência das seguintes palavras: R.: bico – celta; nata – fenício; cama – ibérico; auscultar – latim; abajur – francês; futebol – inglês; jabuticaba – tupi; Iemanjá – africano. TÓPICO 2 1 Diga o tipo de derivação que ocorre nas seguintes palavras: R.: a) sufixal f) parassintética b) prefixal g) prefixal e sufixal c) prefixal h) sufixal d) regressiva i) parassintética e) imprópria 2 Indique o tipo de composição das seguintes palavras: R.: a) aglutinação e) justaposição b) aglutinação f) aglutinação (outra + hora) c) justaposição g) aglutinação (em + boa + hora) d) aglutinação h) justaposição 3 Diga o processo de formação das seguintes palavras: R.: a) derivação prefixal b) composição por justaposição c) hibridismo d) onomatopeia e) redução f) sigla 4 Dê exemplos de redução ou abreviação vocabular que ocorrem na região em que você mora. R.: Caro(a) Professor(a)-Tutor(a) Externo(a), a redução é própria da linguagem falada.Qualquer exemplo que os acadêmicos apresentarem poderá ser considerado correto, contanto que não prejudique a compreensão da palavra. Ela é muito comum nos nomes ou apelidos familiares. Exemplos: Zé (para José), Deni (para Denise), Carol (para Carolina), Gabi (para Gabriela), Mari (para Maristela), Cida (para Aparecida) etc. Outros exemplos: profe (para professor), cine (para cinema) etc. 18 GABARITO DAS AUTOATIVIDADES UNIASSELVI NEAD F I L O L O G I A P O R T U G U E S A 5 Dê exemplos de arcaísmos. R.: Caro(a) Professor(a)-Tutor(a) Externo(a), os arcaísmos podem variar de região para região. Verifique apenas se as palavras apresentadas pelos acadêmicos, realmente, estão em desuso na sua região. TÓPICO 3 1 O que é caso lexicogênico? Qual é o caso lexicogênico da língua portuguesa? R.: É o caso gerador do léxico, isto é, das palavras de uma língua. O caso lexicogênico da língua portuguesa é o acusativo. 2 De onde provém a desinência nominal de gênero feminino –a? R.: Provém da terminação –a(m) do acusativo singular da 1ª declinação latina, na qual quase todos os substantivos eram femininos. 3 De onde provém a desinência nominal de gênero masculino –o? R.: Provém da terminação –u(m)> o do acusativo singular da 2ª declinação latina, na qual quase todos os substantivos eram masculinos. 4 Por que o plural dos nomes, em português, é feito com a desinência –s? R.: Porque o acusativo plural latino, caso gerador do léxico português, terminava em –s. 5 O que ocorreu com os nomes do gênero neutro do latim clássico? R.: Tornaram-se, em geral, masculinos, já que o acusativo singular neutro –u(m) evoluiu para –o, confundindo-os com os substantivos masculinos da 2ª declinação. Ex. templu(m) > templo. Alguns deles, entretanto, tornaram-se masculinos no singular e femininos no plural, já que o acusativo plural neutro terminava em –a, confundindo-os com os substantivos femininos da 1ª declinação. Ex.: singular: brachiu(m) > braço / plural: brachia > braça 6 As conjugações verbais portuguesas correspondem a quais do latim clássico? R.: Latim Português 1ª – amare .....................................1ª - amar 2ª - vidére ...................................... 2ª - ver 3ª - légere ...................................... 2ª - ler 4ª - audire........................................3ª - ouvir 19UNIASSELVI NEAD GABARITO DAS AUTOATIVIDADES F I L O L O G I A P O R T U G U E S A TÓPICO 4 1 Preencha o quadro abaixo com as formas básicas das desinências modo- temporais, segundo Monteiro (2002). Tempo Desinência modo-temporal 1. Futuro do presente re 2. Mais-que-perfeito ra 3. Futuro do pretérito ria 4. Infinitivo pessoal r 5. Futuro do subjuntivo r 6. Imperfeito do subjuntivo sse 7. Imperfeito do indicativo va 8. Presente do subjuntivo e 9. Presente do indicativo O 10. Imperativo O 11. Pretérito perfeito O 20 GABARITO DAS AUTOATIVIDADES UNIASSELVI NEAD F I L O L O G I A P O R T U G U E S A 2 Observe os seguintes verbos destacados: a) Ele brincava muito. b) Quando você falará com sua mãe? c) João chegou quando ela terminara o almoço. d) Ela me disse que passaria aqui hoje. Em relação aos morfemas modo-temporais, responda, com base no sistema verbal, segundo Câmara Jr., às seguintes questões: a) Qual é o morfema que marca um pretérito anterior a outro? R.: ra b) Qual o morfema que marca a noção de processo inconcluso ou imperfectivo? R.: va c) Qual é o assinalizador do futuro com base em um momento do passado? R.: ria d) Qual a forma marcada de futuro em face de um presente indefinido? R.: rá TÓPICO 5 1 Explique o que é analogia. R.: Tendência, na linguagem, a igualar as formas menos comuns às mais comuns. 2 Dê exemplos de analogia: R.: Caro(a) Professor(a)-Tutor(a) Externo(a), além dos exemplos a seguir, o(a) acadêmico(a) poderá apresentar outros, conforme o Caderno de Estudos ou outras fontes pesquisadas. a) Na fonética - O –ou de farroupilha é justificado através da analogia com roupa. - O –l de floresta (no passado foresta) é justificado através da analogia com flor. b) Na morfologia - Alguns substantivos terminados em –o que eram femininos no latim, são masculinos no português, por analogia com os demais substantivos masculinos terminados em –o. - Os nomes da língua portuguesa, que não são originários do latim, fazem o plural com s, por analogia com os nomes procedentes do latim. c) Na sintaxe - Muitos verbos transitivos indiretos são empregados como transitivos diretos, visto que estes existem em maior quantidade no nosso idioma . Ex.: Eu obedeço o pai (quando, na língua culta, seria eu obedeço ao pai). 21UNIASSELVI NEAD GABARITO DAS AUTOATIVIDADES F I L O L O G I A P O R T U G U E S A d) Na semântica Muitos objetos ou coisas são nomeados por analogia com os órgãos do corpo humano, já que estes nos são bastante familiares. Ex.: dente de alho, cabeça de repolho, braço de estofado, boca da noite etc.
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